Desejos Inconsequentes escrita por Bruno Silfer


Capítulo 10
Capítulo 10: Semelhanças


Notas iniciais do capítulo

Bom pessoal, fiz um esforço (já que eu tenho preguiça de escrever, admito) e consegui terminar o capítulo. Espero que gostem.

Este capítulo 10 eu dedico à Nana FT, que além de fazer propaganda dessa história nas fanfics dela, é alguém que eu já considero uma grande amiga, mesmo ainda não termos conversado decentemente ^^

Nana, este capítulo é seu! ^^



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Na noite posterior da visita dos semideuses Ino não conseguiu dormir. Primeiro porque aquilo não era algo para ser esquecido tão facilmente, segundo porque ela ainda lembrava a última frase dita pela graciosa semideusa de cabelos brancos.

“Só peço que pense bem no que vai querer no terceiro pedido.”

Gaara já a havia alertado sobre algo que precisaria contar quando ela fizesse o segundo pedido, mas pensava que era algo como o que aconteceu no primeiro. Um sonho ou algo sem tanta importância assim. Porém, uma vez que alguém de fora também fizera esse alerta, significava que era algo bem sério e ela teria, pensava ela, uma consequência bem mais dura do que o normal. Com esses pensamentos em mente ela se virava de um lado para outro na cama sem conseguir pegar no sono. Gaara percebeu essa inquietação.

- Não consegue dormir?

- Estou com a cabeça cheia de dúvidas.

- Ficar acordada não vai ajudar a solucioná-las.

- O que eu posso fazer se eu não consigo dormir?

- Às vezes você esquece que tem um semideus com você.

Ele estalou os dedos e ela, na mesma hora, desabou na cama em um sono profundo. Como resultado dessa pequena “mágica” ela teria uma pequena dor de cabeça no dia seguinte, mas ele resolveria esse assunto também. Nessa noite ele não a deixou sonhar com nada. Imaginava que ela estava muito cansada e confusa com tudo o que viu e ouviu e pensou que um sono revigorante e limpo, isto é, sem sonhos, era tudo o que aquela garota precisava.

Ele olhou bem aquela bela humana dormindo e viu que ela tinha algo diferente. Ela não estava do mesmo modo que estava pela manhã. Sabia muito bem que era por causa da conversa que tivera com a semideusa, mas não conseguia adivinhar ou sequer prever o que ela havia ouvido dela. Resolveu deixar esse assunto para depois. Fechou os olhos e esperou o amanhecer.

- Bom dia Gaara! – Ino exclamou espreguiçando-se.

- Para quem estava sem sono parece bem preguiçosa hoje.

- Você me nocauteou ontem?

- Você disse que não conseguia dormir, então tive que usar meus truques.

- Obrigada, mas... Não faça mais isso.

- Como quiser.

- Além disso, hoje é sábado. Vamos sair.

- “Vamos”? – deu ênfase no plural da palavra.

- Combinei com a Sakura e a Hinata ontem. E já que elas podem te ver não vão estranhar em me ver falando com você.

Como não havia como discutir, voltou a relaxar na bela poltrona do quarto. Ino foi ao banheiro e foi tomar o café da manhã. Ao voltar para o quarto disse que iriam sair às dez em ponto. Como ainda faltavam alguns minutos, daria tempo para conversar um pouco.

- Escuta Gaara.

- O que foi?

- Você sempre realiza os desejos dos outros. Não tem nenhum desejo que gostaria que te realizassem?

Pergunta interessante. Realmente tinha algo que queria mais do que tudo no mundo, mas era a primeira vez que alguém o perguntava sobre esse assunto.

- Na verdade tem sim.

- O que é?

- Eu queria ser um semideus perfeito. Acho que a minha “irmã” deve ter contado como fui criado.

- Contou sim.

- Pois é. Eu não sou como eles. Queria não ter os defeitos que eu tenho.

- Mas eu gosto de você assim...

Gaara na mesma hora se virou para a garota ao seu lado. Ele observou seus olhos e viu que ela não mentia ao dizer aquilo. Sentiu algo diferente. Sentiu-se quente e terrivelmente calmo, sensação essa que nunca tivera. Ele sabia o que era isso. Também sabia que não era algo que surgiu de uma hora para a outra. O fato de ficar feliz ao vê-la sorrir e fazer de tudo para protegê-la de qualquer coisa que a fizesse chorar não deixava dúvidas. Viu essa sensação em milhares de humanos que já acompanhara ou simplesmente observava. Logo desanimou, pois sabia que aquela sensação não poderia ser detida nem mesmo por um semideus perfeito. Não gostou daquilo e torcia para que a bela garota não tivesse a mesma sensação, já que seu tempo era limitado. Mal sabia ele que Ino também sentia a mesma coisa até mais forte do que ele, pois além de ser sonhadora tinha as fraquezas humanas e era muito sensível a elas. A consequência do primeiro pedido que impusera a ela, talvez não tivesse funcionado como planejara.

Foram interrompidos com a ligação de Sakura indicando que já passava das dez. Ambos levantaram-se e seguiram para o carro.

O caminho para o shopping foi bem divertido. Contavam piadas e até se estapeavam às vezes (de forma pacífica, claro), porem Ino continuava imersa em seus pensamentos. Por um deslize deixara escapar pelos lábios um pouco do que seu coração queria falar. Sinceramente não se arrependia, mas, somente depois de falar, sentiu que fizera a coisa certa. O que a deixava confusa é que ela não sabia, sequer imaginava, o dia que começou a gostar daquele espírito que sempre a acompanhava. O fato é que ele tinha tudo o que ela queria em um homem e o próprio semideus sabia disso. “Talvez fosse apenas questão de tempo para que isso acontecesse”. Pensou ela. Compartilhando o mesmo pensamento do ruivo, não gostava de sentir aquilo, afinal um dia ele teria que ir embora.

- Ino? – chamou Hinata cutucando a amiga – Está acordada?

- Hã? – respondeu Ino saindo do seu “transe” – Ah sim.

- No mundo da lua hein?

- Só estava pensando um pouco. Vamos?

As amigas concordaram com um aceno de cabeça, entraram no shopping e começaram a visitar as lojas. Seus alvos eram principalmente lojas de roupas e joias. Gaara agradeceu mentalmente por ser um espírito, assim não teria de carregar nenhuma sacola. Ele viu que elas conversavam e riam muito, pareciam irmãs em vez de apenas amigas. Sentiu-se bem. Aquelas meninas, mesmo sendo apenas humanas, faziam muito bem a ele. Aquilo merecia uma recompensa.

- O que acha Gaara?

Ino pediu a opinião do ruivo sobre uma roupa que estava provando. Ele a olhou de cima a baixo sem emoção nenhuma, como a loira bem estava acostumada, e não deixou de ficar admirado. Era um vestido preto de alças, ficava relativamente justo até a cintura, mas folgado e rodado a partir do quadril. Tudo isso acompanhado por um par de botas pretas que iam até os joelhos da garota. Ela deu uma voltinha e ele deu a sentença:

- Está perfeita.

Ela não deixou de corar com o elogio. Já fora chamada de linda, mas ouvir dele que ela estava perfeita a deixou muito feliz a tal ponto que ela ficou o resto do passeio com aquela roupa. Ino bem sabia que, apesar de não mostrar nenhuma reação, ele estava encantado por dentro. Decidiram comer alguma coisa. Pararam na praça de alimentação, fizeram seus pedidos e começaram a conversar.

- Hoje eu me esbaldei! – desabafou Sakura recostando-se na cadeira.

- Deu para notar. – disse Ino olhando a quantidade de sacolas nos pés da rosada.

- E você Ino?

- Eu o que?

- Você realmente está mudando.

- Como assim?

Hinata apontou para o chão. Ino logo percebeu que elas se referiam ao fato dela ter comprado pouca coisa. Geralmente era o contrário, a loira era quem mais gastava dinheiro em ocasiões como aquela e, relativamente, sentia-se muito bem com isso.

- É que eu só preciso disso... – Ino murmurou um pouco rubra.

- Nosso amigo aqui tinha razão. Você está diferente. E mudou para melhor.

- Vocês acham? – a loira continuava rubra.

Elas olharam para o semideus que escutava a conversa com muita atenção. Pelo seu olhar, deduziram que era a primeira vez que ele saía com um trio de garotas. Sendo assim as perguntas foram direcionadas a ele. A primeira a perguntar foi Hinata.

- Está gostando do passeio?

- Até que sim. Sinceramente pensei que seria uma chatice, mas mudei de ideia.

- Fico feliz! – sorriu a perolada.

- Mas me diga. – dessa vez foi Sakura a pronunciar-se – Como está conseguindo mudar a cabeça dura da Ino?

- Bom... – pôs a mão direita no queixo – Foi só tirar dela o que a atrapalhava.

- Quer dizer o assédio dos garotos?

- Exatamente.

- Por que isso atrapalhava?

Ino também o olhava com curiosidade e queria saber a resposta. Ele respirou fundo e comerçou.

- Uma vez que você vira uma “ídolo”, você passa a ser referência. Como tal, você precisa estar perfeita todos os dias. No começo isso é ótimo, mas depois você passa a viver dependente disso. Quando eu vi a Ino, logo percebi que ela estava vivendo para os outros, para se sentir bonita, não para satisfação pessoal como toda mulher, mas para sustentar essa fama. Isso não a deixava mostrar o que ela realmente é.

Elas estavam admiradas com o que ouviram. No fundo, no fundo elas sabiam que era tudo verdade. Mas estavam seduzidas com aquela sensação de falsa felicidade. Ouvir a verdade era duro, mas necessário. Gaara continuou:

- E vocês duas. – referiu-se a Sakura e Hinata – Eu sei que sabiam disso e queriam ajudar, mas não tinham meios de fazê-lo. Eu vejo que vocês são mais do que amigas, são como irmãs.

- Por que está dizendo isso? – Ino perguntou.

- É que eu decidi abrir uma exceção extraordinária hoje.

Elas continuaram na mesma.

- Eu decidi que vou realizar um desejo para vocês também. Uma para a Sakura e uma para a Hinata. E não terão nenhuma consequência.

Elas ficaram boquiabertas e não conseguiram responder.

- Mas tem duas condições. Primeira: terão de ser pedidos pequenos, que possam ser realizados sem se levantar dessa mesa. – as meninas arregalaram os olhos.

- E a segunda?

- Eu quero ler a mente das duas.

Elas não acreditaram naquilo que ouviram. Estavam recebendo a chance de pedir algo a um semideus como a Ino fazia. Tudo bem que eram pedidos pequenos, mas mesmo assim tudo era incrível. Só teriam de pensar bem sobre a segunda exigência. Mulheres tem muitos segredos. Ino ainda estava em silencio olhando a cena com muito interesse, mas sorrindo por dentro.

- Entao... – disse Hinata apreensiva – Se você ler a nossa mente... O que vai saber sobre nos?

- Absolutamente tudo. – respondeu o semideus – Até dos fatos que vocês já esqueceram. Todos os seus segredos, medos e sentimentos. Tudo.

Elas pediram alguns minutos para pensar. Afastaram-se um pouco e conversaram. Revelar seus segredos era algo que não queriam de jeito nenhum, mas ponderaram que ele era um semideus, para quem ele iria contar? Não adiantaria nada contar para a Ino, pois ela sabia de todos eles, já que elas eram confidentes. Assim tomaram uma decisão e voltaram à mesa decididas.

- Nós aceitamos.


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Notas finais do capítulo

Sobre a roupa da Ino, confesso que eu acho muito lindo mulheres de botas. Acho que é a segunda peça que eu mais gosto de ver em uma mulher. A primeira é o vestido (seja qual comprimento for), que também fiz questão de colocar na Ino.

A combinação dessas duas peças fica simplesmente espetacular (pelo menos na minha opinião) ^^