Entre Pais E Filhos escrita por Carol Bandeira


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Então,meus queridos leitores!
A historia toda culmina neste e no próximo capitulo. Aqui está a parte que muitos aguardavam, quando Mathew descobre quem é a namorada do pai. Como sempre tinha uma ideia,mas na hora de escrever saiu tudo diferente,mas espero que gostem.
BOA LEITURA! ;]



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Entre pais e filhos

Capítulo XX

Ao chegar ao trabalho a primeira coisa que aconteceu a Grissom foi quase ser atropelado por Catherine. A loira o viu chegar e, preocupada como estava, não se conteve em esperar o chefe chegar mais perto. Conclusão, Gil quase foi parar no chão.

-Catherine, olhe por ande anda! Isso aqui não é o pátio da escola pra você sair correndo por aí.

-Ah Gil, foi mal- ela disse enquanto os dois se recompunham- Mas é que você não deu mais notícias... achou o Mathew?

Gil logo perdeu a irritação com a amiga. Como mãe e amiga, ela deveria estar morrendo de preocupação com o sumiço de Mathew.

-Ele está em casa. Está tudo bem... foi só um problema de desentendimento amoroso.

-Bom, se foi só isso, menos mal...

Gil resolveu cortar à amiga antes que ela pudesse perguntar mais alguma coisa.

-Então, pronta pra trabalhar?

-Sempre, vamos lá.

O supervisor distribuiu os casos de maneira que Sara ficasse com ele. Não que ele pretendesse tocar em assuntos pessoais no horário de trabalho, mas assim poderiam tirar o horário de “almoço” junto e também terminar o expediente na mesma hora. Ele não queria deixar de falar sobre o que lhe estava incomodando. Sara parecia ter a mesma ideia:

-Gil, acho que agora não é a melhor hora para começarmos a conversa que eu sei que você quer ter...

Os dois estavam no carro a caminho da cena de crime.

-Eu sei ,meu amor. Vamos deixar isso para a nossa folga.

O caso não foi simples como Sara queria. O homicídio de uma família nunca o era. E ela não estava conseguindo dar toda a atenção que o caso merecia. Sorte a deles que Gil conseguia compartimentalizar tudo com perfeição, então Sara sabia que o caso recebera a atenção que merecera durante a investigação da cena do crime. Ao fim do turno o casal deixou as evidências no laboratório e seguiram rumo a suas casas para descansar. Sara prometeu encontrar Gil em sua casa depois de descansarem. Hoje era o dia de Mathew ficar até mais tarde na escola, então não teriam problemas desde que observassem a hora.

Sara não precisou esperar muito para que Gil a deixasse entrar. Ele esperava ansiosamente pela chegada dela, tendo certeza de que a namorada o ajudaria a entender o que se passava na cabeça do filho. Afinal, todas as evidências apontavam para ela como a última pessoa a ver Mathew antes dele sumir. O que fazia sentido, pois o garoto já mostrara confiar nela. Provavelmente a teria encontrado na esperança de ganhar alguns conselhos e ,quando não ouviu o que queria, fugiu.

A perita entrou na casa do namorado com um ar de nervosismo. Gil percebeu e tentou deixa-la mais a vontade. Resolveu não pressionar por respostas logo de cara. Ofereceu uma xícara de chá e conversaram sobre o trabalho. Isso acabou por deixar Sara mais confortável.

Os dois estavam no sofá, Sara aconchegada ao lado de Gil, quando a conversa foi morrendo. Os dois estavam confortáveis, acostumados com o silêncio. Porém, desta vez Gil não queria aproveitar deste momento de calma. Resolveu tocar logo no assunto.

-Querida, temos que conversar – ele disse, tomando as mãos de Sara nas dele.

Sentiu Sara ficar tensa novamente, mas nada poderia fazer por ela. Teriam que conversar sobre isso mais cedo ou mais tarde. E Gil queria agora. Já estava ficando nervoso com o nervosismo de Sara. Ele nunca viu a namorada fugir de uma única discussão sequer na vida. O que poderia Mathew ter lhe falado para deixa-la assim?

-Gil... ah, isso é muito difícil de falar...

-Sara , amor... tudo bem que seja difícil,mas é do meu filho que estamos falando. Eu PRECISO saber! Ele está passando por um momento difícil, e eu tenho que ajuda-lo. Mas a única maneira de fazer isso é sabendo o que está acontecendo E tenho certeza que você pode me ajudar com isso.

Terminado o seu monólogo, Gil trouxe as mão de Sara para sua boca e deu um beijo gostoso, sem tirar os olhos do rosto da morena. Os olhos de Sara mostravam claramente as emoções dela. Estavam molhados de lágrimas e cheios de amor e admiração pelo homem a sua frente. Ela sabia que Gil era um homem cheio de emoções fortes, e seu cometimento para com as pessoas a quem amava a deixava impressionada.

Enquanto isso, na Academia Butterfly, Mathew procurava por Lindsay. Ele sabia que precisava se desculpar. Fora muito grosso com ela, e tinha que concertar o erro. Lindsay era a única amiga que tinha em Vegas. E a garota, ao contrário dele, possuía inúmeros amigos que estavam sempre a cercando.

Mathew nunca fora o tipo popular que Lindsay parecia fazer ser tão fácil. Também não fazia o gênero introvertido. Sempre se considerou um rapaz normal de 15 anos. Isso quando a vida era mais fácil, na época em que morava em Marina del Rey. Agora ele não fazia muita questão de se enturmar. Tinha planos de passar por Las Vegas o mais rápido possível, se formar e entrar para a UCLA (Universidade da Califórnia), perto de sua verdadeira casa.

Ainda assim, isso não o impedia de ressentir Lindsay. Toda vez que o garoto a procurava a garota estava cercada de amigas. Isso o forçava a chamar a atenção de um grupo que, normalmente, não fazia questão de conhecer só para falar com Lindsay. Além, é claro, de sentir falta de amigos em sua vida.

Tomando coragem, o garoto andou em direção ao grupo e pode perceber o exato momento em que eles perceberam sua aproximação. O silêncio que se seguiu caiu mudou rapidamente a atmosfera descontraída do grupo de meninas. Tentando controlar uma crise de risos, uma amiga de Lindsay a cutucou e apontou em direção a Mathew. A garota ficou vermelha de repente. Mathew não entendeu direito o porquê e já estava quase batendo em retirada quando Lindsay se moveu em direção a ele.

-Mathew.0 ela disse, sem nenhuma emoção na voz

-Oi, Linds- ele respondeu nervoso, notando que as amigas ainda estavam próximas, tentando entreouvir a conversa.- Posso falar com você, a sós?

-Sim.

Eles andaram até o lado menos movimentado do pátio, ainda em silencio. A menina ainda estava chateada e não tinha muita paciência para Mathew.

-Então, o que você queria me falar?

-Eu... queria te pedir desculpas por ontem. Fui muito grosso com você... e no fim das contas eu estava errado...

Lindsay o olhou com uma cara de incredulidade. Ela esperava com todas as forças que Mathew se comportasse como todos os garotos- que não pedisse desculpas, não admitisse que estava errado. Assim, talvez ela tivesse algum motivo para tirá-lo de seu coração, um motivo para continuar com raiva dele. E, mais uma vez, o garoto se mostrou muito diferente do que ela esperava. E assim, sem mais nem menos, Mathew derreteu o coração da jovem Willows.

-Então quer dizer que você falou com ela né?- ela perguntou,ainda não querendo dar o braço a torcer.

-Sim...

Ao se lembrar da cena e da humilhação que passou lágrimas vieram brotar em seus olhos, as quais o garoto secou rapidamente. Já bastava uma mulher o ver tão fraco, ele não deixaria sua amiga também presenciar isso.

O que o valente menino não contava era com o coração de sua amiga que, ao vê-lo tentando enxugar sua dor, não conseguiu conter a sua própria. A vontade de conforta-lo foi maior e Lindsay logo abraçou seu amigo

-Ah, Mathew, eu sinto muito- ela disse enquanto o apertava forte contra seu peito.    

Mathew, que não esperava esse conforto, tencionou nos braços da amiga. Lindsay pareceu não notar e continuou

-O que eu disse foi só para que você não sofresse assim...realmente eu não queria...

Os carinhos inesperados de Lindsay junto com os acontecimentos da semana foram demais para o coração do menino, que teimava em guardar sua dor bem próxima de si. A vontade de chorar , que Mathew dominara ainda naquelas primeiras semanas em Vegas, tomaram conta dele. E ali,no colo de sua única amiga em Vegas, o garoto chorou. Chorou a perda de sua mãe, chorou a saudade de seus amigos, chorou a dor do seu primeiro amor.

Tendo expurgado todos os seus demônios para fora no colo de Lindsay, Mathew se sentiu leve. Ele então lembrou de sua avó, que certa vez lhe falara que um problema dividido é um problema solucionado. E finalmente entendeu o significado dessa frase.Resolvendo colocar o aprendizado em prática, Mathew contou a Lindsay o que se passara com Sara. Os dois perderam as aulas da tarde tentando entender o ponto de vista da perita,mas Mathew não conseguia engolir o fato de Sara ter tratado do assunto como se fosse um erro de sua parte. Lindsay também não sabia o que fazer com isso, e no fim falou.

-Mathew, talvez você esteja querendo racionalizar algo que só tem resposta vindo do coração.

-Você não acha que é ela quem está fazendo isso?

-É... sim...talvez, acho que são os dois.

-Não da minha parte...eu disse que a amava... e ela não tá nem aí!

-Mathew,não é verdade. Você sabe disso. Só está com raiva.

Mathew bufou e chutou o chão.

-Você tem razão... eu to com raiva...deveria ter te escutado. Afinal, como vocês mulheres sabem essas coisas?

-Não é coisa de mulher...foi algo que minha mãe me disse uma vez.

Lindsay se lembrou da conversa que teve com Catherine, há uns meses atrás. A mãe inquerira a garota para saber de alguma noticia de Sara,já que Lindsay tinha aulas particulares com a morena. Lindsay respondeu que achava que Sara estava de namorado novo. A jovem reparara em alguns pertences masculinos jogados pela casa, coisa natural para um casal. Achando que a notícia agradaria sua mãe, Lindsay ficou surpresa ao ver a cara de preocupação da mãe, e, depois de muito insistir, entendeu o porquê. Descobrira que ela e seu tio Gil tinham um caso mal resolvido e,toda vez que um deles aparecia com outro, era confusão na certa.

-O que sua mãe te disse?

-Que acreditava que Sara já gostava de alguém- ao ver a indignação nos olhos do garoto ela tratou logo de completar-Mas eu só fiquei sabendo disso deposi que concordei em te ajudar... e depois eu realmente não sabia como te falar isso sem que você se machucasse. E ontem você tava tão decidido que mesmo se eu te dissesse algo tenho certeza que me ignoraria.

Mathew se deixou rir. Era triste, mas era verdade. Estava tão cego em sua crença de que nada poderia dar errado , era óbvio que não escutaria sua amiga.

-Então, Linds. Estou desculpado?

-Sim...- por mais que ela quisesse, não poderia ficar chateado com o garoto. Afinal, de dores de amor ela também sofria.

Olhando no relógio Lindsay disse

-Ih, Matt, tenho que ir. Minha aula de dança já começou!

-Verdade... eu também já perdi o inicio da minha aula de tarde- ele disse ao olhar o relógio, surpreso com o tempo que pareceu ter voado.

-Vamos! Se nós corrermos ainda dá  pra assistir um tempo.

-Vai você, não to com cabeça pra nada agora. Vou pra casa.

-Ok. Até amanhã.

Ela disse, mandando um beijo no ar para ele, os cabelos loiros balançando ao vento.

No mesmo horário , na casa de Grissom.

O ar estava eletrizado naquele ambiente. O casal se encontrava sentado no sofá, os pares de olhos perdidos uns nos outros. Era o que acontecia sempre com Sara, ao escutar tais palavras saídas da boca de seu amante. Ela perdia o foco. Sabia que era urgente contar para Gil sobre Mathew, mas o homem também parecia ter se perdido nas emoções do momento.

Não era para menos. Gil nunca se expressava direito com frases que ele construíra. Shakespeare falara de amor há muito tempo atra´s, de um jeito tão belo que não se precisava inventar mais nada para se declarar a uma pessoa. Então, não estando acostumado a discursar livremente, toda a vez que o fazia sentia-se muito aberto, suscetível a ser levado por emoções,pelo momento. E o momento agora ordenava que ele beijasse a mulher a sua frente como nunca o fizera antes. Pois que no olhar dela, ele via refletido todo o amor que buscara em sua vida. Toda a promessa de um final feliz, bem ali naquele mar que era o olhar de Sara.

E beijá-la ele o fez. Tendo sido respondido com avidez por seu par, Gil se esqueceu de onde estava. Quis ele que fizessem amor ali mesmo, naquele sofá, para não correr o risco de perder o que quer que fosse que se passava ali àquela hora. Pois era uma emoção tão forte que não podia ser amor. Não, amor era o que ele sentia por ela, mas aquele sentimento não chegava nem perto do que sentia agora. Talvez fosse essa a sensação de se encontrar sua alma gêmea, aquela pessoa que fora feita para o único propósito de se encaixar a você. Era inebriante.

O beijo foi esquentando, saindo da boca para o pescoço, para o ouvido, com a única intenção de extasiar a parceira ao ponto de ela não poder dizer não. O calor era tanto em seu corpo que Gil não aguentou esperar e tirou a blusa, jogando a um canto da sala. Suas mãos passaram para dentro da blusa de Sara, a ajudando a retirar do corpo. A morena então utilizou seu peso para empurrar seu homem para tras e ficar por cima dele. Depois de mais uns beijos, foi –se um sutiã foi por cima do sofá. Sara puxou o namorado para fora, a fim de tirar o cinto. Teve então outra ideia e o puxou pelo cinto para a direção do seu quarto, onde o prazer do casal encontrou seu ápice.

Ao mesmo tempo ,Mathew votava para casa a passos largos. Não via a hora de tomar um banho e se jogar na cama. Talvez até levasse o cachorro para passear. Tudo para não pensar em Sara.

Ao chegar em casa e ver tudo escuro Mathew imaginou que o pai estava dormindo no quarto.Com cuidado,então,para não acorda-lo, foi até a cozinha tomar um suco. Da cozinha,pode ver a sala, com as almofadas todas desarrumadas. Bufou e foi arrumar o lugar, mas antes de chegar perto, encontrou no chão uma camisa de seu pai. Ah, o velho tá ficando relaxado demais! Vou ter que botá-lo no seu lugar! Mathew riu para si com o absurdo de seu pensamento. Seu pai era homemo demais para receber esporro dele. Mas a ideia o animou. O que encontrou depois, ao tirar as almofadas do sofá, o deixou com mais vontade de rir.

Ali, no meio das almofadas de cores neutras do sofá, estava um sutiã vermelho. Pegou a peça em suas mãos (assim ao menos poderia falar que tocou n uma lingerie com menos de 18 anos de idade). A menos que seu pai estivesse escondendo algo dele, ele trouxe a namorada para casa. “Que isso hein velho! Tá melhor que eu!” . Mathew então ficou vermelho. Afinal,filho nenhum quer saber das atividades sexuais dos pais. Pensou então em bater a porta da casa bem alto, fazer algum barulho para avisar que estava em casa, mas o destino quis tirar mais uma com a cara dele. Antes de poder fazer qualquer coisa, a porta do quarto de seu pai se abriu e, rindo a toa e abraçado a uma mulher que usava somente uma de suas blusas, seu pai entrou na sala.

Quando Gil percebeu o filho na sala, sua cara de surpresa só não foi maior que a do filho, ao descobrir que a misteriosa namorada de seu pai era ninguém menos que a mulher por quem estava apaixonado: Sara Sidle.


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Notas finais do capítulo

Então, como vai ser a reação deles? Eu posso adiantar que mamãe Grissom fará uma pontinha ENORME no próximo capitulo.
Com esse faltam somente 2 capitulos para eu terminar.
Espero que gostem!