Templários. escrita por Lelouch Lamperouge


Capítulo 18
Capítulo 18 - Adeus.


Notas iniciais do capítulo

- Você é um monstro! Urrou a arqueira olhando fixamente nos olhos de seu irmão mais velho franzindo a testa e arregalando os olhos com odio...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/193440/chapter/18


O dia estava frio, o céu escuro e poucos feixes de luz passavam pela barreira de nuvens que cobria o pequeno vilarejo montanhoso em que os Templários estavam. Três garotas muito belas caminhavam distraídas pelas ruas do pequeno vilarejo, duas delas riam e conversavam sobre algumas armas e poderes que tinham conhecido enquanto a outra se mantinha atrasada alguns passos, caminhando lentamente, com a mente distante. Ela carregava um arco nas costas e usava um vestido não muito apertado de pano grosso sem mangas que lhe cobria até a metade das coxas com felpas na parte de baixo, luvas grossas que normalmente arqueiros usavam e botas de couro que iam quase até os joelhos sem contar um cinto com diversos compartimentos para carregar adagas, cantis de água e outras coisas de pequeno porte enquanto seu longo cabelo ondulado de cor louro dourado cobria a maior parte das coisas que carregava nas costas.

De repente um som abafado chegou aos ouvidos das garotas que caminhavam tranquilamente. A loira logo se virou para o local de onde imaginou vir o som que lembrava muito o de um tiro e de onde saiam alguns corvos voando. A expressão da arqueira lembrava a de alguém que havia resolvido um grande quebra-cabeça enquanto trocava olhares com sua cunhada.

– Eu entendi tudo agora! – Exclamou a arqueira para Gisele pondo-se a correr em direção a velha estalagem que repousaram nas ultimas noites e de onde supostamente teria ouvido um disparo. – Eles estão com aquele cara de ontem não é? Por isso você nos chamou para passear, por isso estava nervosa, eles vão matá-lo não é?

– Barbara volta aqui, você não deve ir lá! São ordens do seu Irmão! – Gritou a garota de cabelos negros enquanto via a arqueira se afastar a passos largos.

– O meu irmão não manda em mim! – Gritou enquanto corria se afastando de Gisele e Isa até sumir em uma curva.

– Tia Gi... – Chamou a pequena Isa com um leve puxão na roupa de Gisele. – O que é que esta acontecendo? – Questionou vagarosamente.

– Sua irmã está brava com alguma coisa, não se preocupe anjinho! – Respondeu Gisele tentando esconder a verdade da pequena e ingênua Isa.

– Não... Eu to falando daquilo!

Isa olhava para o alto parecendo apontar para o horizonte, porém, quando Gisele olhou para onde a cunhada apontava sentiu um gelo na nuca e ficou estática! Seus olhos se arregalaram e ela parecia ter congelado, seus pensamentos voaram distante. Um vento frio repentinamente chicoteou seu rosto e um instante depois pegou Isa no colo e correu atrás de Baah, na direção da pequena estalagem que seu amado estava sem sequer dar atenção à pergunta que a pequena fez enquanto era pega no colo. “O que esta acontecendo?”

– Droga, isso não é bom, não é bom... – Pensava enquanto corria com Isa no colo.

O céu de repente se tingia novamente de um cinza escuro com as nuvens cobrindo os pequenos feixes de luz e trovejando violentamente, parecia ter ficado de noite enquanto algo grande passava sobrevoando sobre a cabeça de Gisele com uma velocidade fora do comum. A mulher apenas continuou a correr jogando um olhar furtivo ao que passara acima de sua cabeça.

Jhonata olhava para Diego caído no chão, com diversos ferimentos graves, e agora um buraco feito na perna por um projétil disparado quase a queima roupa. O lobisomem já não tinha mais forças para gritar, estava completamente debilitado, impossibilitado de sequer defender-se ou se mover.

O ultimo tiro que foi dado atingiu seu fêmur e estava causando uma terrível dor aguda, além de já ter perdido uma considerável quantidade de sangue o ultimo projétil perfurou uma artéria e seu sangue jorrava como em uma fonte. No entanto se mantinha imparcial, não abrira a boca em momento algum, até era possível perceber um pouco de prazer no rosto ensangüentado dele pensou Ricardo.

– Como pode? – Comentou o gatuno. – Ele não falou nada. Achei que ele abriria o bico se fizéssemos esse teatrinho de que iríamos matar ele.

– Ele é persistente. – Ofegou o atirador.

– Já acabou? – Questionou Diego com certo esforço. – Vocês vão todos morrer, ele esta chegando, posso senti-lo... – Falou fechando os olhos num suspiro de alivio.

– Ih, já ta delirando. – Resmungou Ricardo.

– O que é isso? – Questionou uma delicada voz onde se misturavam pavor e ódio.

Uma garota de cabelos loiros levava as mãos à boca olhando aterrorizada de cima da escada para um homem jogado no chão completamente ensangüentado e amarrado enquanto outros dois seguravam armas e suas vestes estavam sujas de sangue. Ricardo e Jhonata olharam para ela ao mesmo tempo e questionaram em uni som.

– Barbara!?

– Você é um monstro! – Urrou a arqueira olhando fixamente nos olhos de seu irmão mais velho franzindo a testa e arregalando os olhos. – Porque esta fazendo isso? Olha só o que você fez com esse homem. Ele esta quase morto! – O rosto pálido se desmanchando em lagrimas enquanto falava sentindo uma dor insuportável no peito. – Você não é o meu irmão! Eu estou cansada disso Jhonata! Cansada! Só o que você tem feito nesses últimos anos é matar pessoas e ir atrás desse monstro que matou nossos pais. O que você esta esperando para parar com isso? Que um de nós morra? – Falou uma arqueira levantando a voz e dando ênfase na ultima frase.

– Se toca garota, ele faz isso exatamente para proteger vocês, justamente por que não quer que mais ninguém morra! – Gritou Ricardo com a loira.

– Para que ninguém mais morra? – Questionou com ironia. – Então me diga quantos mais terão que morrer para essa ambição dele terminar? Até onde ele vai com isso? – Gritou ainda mais alto que o gatuno.

– Barbara eu... – Tentou falar Jhonata, mas sua voz sumiu em meio ao trovejo da arqueira.

– Cala essa boca. Já fazem oito anos Jhonata... Oito anos que você busca esse desgraçado. Eles mataram o papai e a mamãe. Não quero que a historia se repita com você nem com mais ninguém, não diante dos meus olhos. - Um instante de um doloroso silencio e a arqueira continuou. - Eu não agüento mais. – E em meio a soluços e gemidos ela terminou. - Não quero mais fazer parte disso. Adeus Jhonata! – E subiu as escadas correndo enquanto enxugava as lagrimas que corriam por seu rosto.

– Espere! – Gritou Ricardo para a garota que não lhe deu ouvidos.

Jhonata correu na direção das escadas, ele não sabia o que fazer, achou que o melhor a se fazer naquela hora era parar sua irmã, sequer sabia o que ia dizer a ela para detê-la, mas deixá-la partir daquela forma não era uma boa idéia.

Ao subir o quarto degrau ele viu Baah sair pela porta do porão e ser agarrada por algo grande antes de começar a gritar apavorada. O prédio tremeu vorazmente e o grito da garota foi engolido por um estrondo muito forte, no instante seguinte o prédio que servia de estalagem recebeu um forte impacto em sua base como se um elefante tivesse colidido com a estrutura e despencou para o lado oposto do impacto fazendo subir uma grande nuvem de poeira e fumaça enquanto o prédio caía.

Em meio a tabuas, tijolos e uma nevoa de poeira e cimento saia Jhonata cambaleando olhando para um vulto que sobrevoava os escombros da antiga estalagem carregando uma garota pelos cabelos. A jovem por sua vez gritava e se debatia tentando se desvencilhar daquele que estava a segurando.

Jhonata reconheceu a voz da garota enquanto Ricardo também saia do meio dos escombros puxando Diego por uma perna, o garoto parecia ter um braço ferido e mancava enquanto o lobisomem abria os olhos vagarosamente. A pupila demorou a se acostumar com a luz e instantes depois ele sorriu e disse:

– Ele chegou...

Jhonata cerrava os olhos em meio à poeira para tentar reconhecer quem segurava sua irmã. Via duas grandes asas negras saindo das costas de um corpo pálido, trajado de uma espécie de roupa usada pela realeza dos países mais ricos daquele tempo. Seus lábios, vermelho-sangue, se destacavam na face branca e um longo cabelo penteado impecavelmente para trás traziam recordações a Jhonata sobre a identidade daquela figura.

– Você?




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Suplico por comentarios sinceros para que eu possa melhorar tudo que não gostarem!