Susana Pevensie escrita por Hannah Mila


Capítulo 7
Nárnia Terminou


Notas iniciais do capítulo

Desculpem NOVAMENTE pela demora, mas é que a santa escola passa prova a cada duas semanas. E eu ainda estava com um bloqueio de criatvidade e fiquei de castigo por uma semana, então só agora eu pude postar. Espero que vocês gostem desse cap, ele é meio triste, mas eu achei que ficou bom. Como eu já disse, estou com um ligeiro bloqueio de criatividade, mas espero que vocês gostem.



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Em meu sonho, eu estava acima de nuvens de tempestade.

Acordei com o barulho de um trovão. Estava escuro acima do céu, e a única coisa visível era a silhueta de um leão. Um não. O Leão.

Aslam observava abaixo das nuvens, com pesar nos olhos. Era como observar um pai que assiste à morte do filho...

Ou um rei que vê seu reino se despedaçar, lenta e dolorosamente. Mas não. Nárnia não poderia ter se ido.

- Finalmente me pediu ajuda, Susana Pevensie – Aslam me disse, sem tirar os olhos do mundo lá em baixo.

- O que vê, Aslam? – perguntei, aproximando-me.

- O fim do mundo – respondeu o leão calmamente – Creio que Digory Kirke lhe contou a respeito do fim de Charn? Bem, Nárnia está no lugar daquele mundo, agora.

Me desesperei. Como Aslam poderia estar tão calmo a respeito daquilo?

- Não há nada que você possa fazer? – perguntei – Meus irmãos estão lá em baixo. Já morreram no nosso mundo. Não quero que morram aqui – havia uma pontada de irritação em minha voz.

Aslam tirou os olhos da paisagem e me mirou. No mesmo instante, me arrependi de ter ficado irritada com ele. Seus olhos – ferozes e idosos – já haviam visto de tudo, e isso me intimidava ligeiramente.

Ligeiramente. Já havia por muita coisa para ter medo de um leão manso.

- Susana – começou Aslam com sua voz grave e profunda – Seus irmãos passam bem. Preocupo-me com seu primo e a amiga dele – ele voltou os olhos para abaixo das nuvens. Aproximei-me e olhei para o mundo também.

A Feiticeira Branca quase matando meus irmãos? Assistir as mortes nas poucas guerras de que participei? Pedro e Edmundo chegando a Cair Paravel feridos depois de dez dias lutando com gigantes? A guerra contra os telmarinos? A visão dos escravos da Calormânia sofrendo ao carregar aqueles sacos mais pesados que quinze dos mais gordos reis? Nada exalava tanto terror quanto a visão que o fim do mundo ia me proporcionando. Homens e animais guerreavam. Anões corriam pela terra que afundava gritando “Viva os anões!” (nem pergunte). O sol, enorme e tão vermelho quanto o sangue das pessoas atingidas, descia aos poucos no horizonte para nunca mais voltar.

Por um segundo, não fiz nada senão olhar. Então, ofeguei e lágrimas caíram involuntariamente de meus olhos. Era como quando soube que meus irmãos estavam mortos. Nárnia havia me servido de lar, de lugar para refletir, e agora... Puf! Acabou. Simples assim.

Aslam me olhou solidário enquanto as lágrimas caíam também em seus olhos sábios.

- Nárnia terminou – murmurou O Leão.

Eu levantei os olhos.

- Aslam – disse – Por que Nárnia terminou?

Aslam levantou os olhos para o vazio muito acima de nós, como se pedisse permissão ao céu. Por fim, assentiu e fitou-me.

- Em parte – começou – porque a malandragem e a mentira se apoderaram do reino maravilhoso. Em parte porque uma rainha de Nárnia acreditou que poderia deixar de sê-la – concluiu calmamente. Eu funguei como uma garotinha de cinco anos – Meu Pai e eu decidimos que um castigo deveria ser feito. Afinal – ele olhou pesaroso para Nárnia – a Era de Ouro já terminou há milênios.

- Mas não é justo – eu disse ainda como uma menininha – E as boas pessoas lá embaixo? Ela não precisam ser castigadas.

- Há mais mal do que bem no mundo, criança – disse Aslam – Não é bom, mas é a realidade.

- Pois prefiro a fantasia – emburrei. Aslam deu uma risada.

- Ah, lembro-me quando ainda era aquela garotinha de 12 anos, sensata, bonita e, se me permite dizer, um pouco pessimista – sorriu O Grande Leão.

Eu consegui dar um pequeno – muito pequeno – sorriso.

- Aslam, eu posso falar de Nárnia para meus amigos? – pedi, lembrando-me que uma hora ou outra eu teria de contar.

Aslam assentiu.

- Os anéis – disse Aslam. Eu o mirei confusa – Os anéis que Jill e Eustáquio iriam usar para vir aqui. Eles funcionam com eles. Caso não acreditem, traga-os aqui. Eu os guiarei.

Eu olhei o horizonte. Trazer meus melhores amigos em uma Nárnia que se destrói pouco a pouco? Impossível. Mas eu não hesitaria em deixá-los nas mãos de Aslam.

- Verei – respondi, sem tirar os olhos do horizonte. Então, eu avistei um estábulo minúsculo e um leão entrando nele – Espere. Você está aqui ou lá?

Aslam pareceu sorrir.

- Achei que já tinha uma ideia do que eu poderia fazer, criança – disse. Eu me senti uma idiota. É claro que Aslam podia ficar em dois lugares ao mesmo tempo. Ele criou Nárnia, pelo amor de Deus!

Lá embaixo, eu vi alguém espiar por entre a porta do estábulo. Acho que era Pedro. Não tinha certeza. Antes que pudesse observá-lo melhor, o sol desapareceu por completo no horizonte e Nárnia esfriou e escureceu.

- Nárnia terminou – murmurei, com uma lágrima caindo de meus olhos.

Aslam me mirou pesaroso, como se fosse eu e não Nárnia que havia esfriado e escurecido.

- Boa sorte, Susana – disse O Leão Maravilhoso – E lembre-se – um cordão de ouro apareceu em meu pescoço, com um pingente do tipo que se coloca uma foto – uma vez rainha de Nárnia, sempre rainha de Nárnia.

E antes que eu pudesse responder, o mundo girou e desmaiei novamente.


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Notas finais do capítulo

Review, hein?



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