Nas Mãos Da Semideusa escrita por Naty Almeida


Capítulo 10
Capítulo 10 - Pouso Forçado.


Notas iniciais do capítulo

Tive de mudar "Caribe" para "Acapulco" para a continuação da história! Obrigada! ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/192191/chapter/10

Tínhamos três semanas para localizar Circe e cumprir do melhor modo possível aquela profecia. A questão era... ONDE ela estaria?

Como Acapulco estava mais próximo do acampamento do que Paris, nossa primeira tentativa seria ali. Dois dias de pégasus contando quatro paradas previstas.

Já fazia cerca de 10 horas que voávamos initerruptamente, e nem sono eu tinha mais para me distrair. Charles finalmente conseguira tirar um cochilo, Max havia sossegado e também dormia. Mas Reyden estava quieto, ainda com aquele olhar sério e distante que já começara a me assustar...

–Reyd?

–Sim? -Falou, erguendo uma sobrancelha e me olhando como se tivesse acabado de acordar.

–Sério, o que aconteceu?

–Não... Não foi nada, tá bem Silena? Não precisa se preocupar.

–Olhe, quem sabe eu possa ajudar se você...

–NÃO É NADA! -Ele gritou irritado, fazendo Charles quase cair de Black Jack, acordando num sobressalto.

–Gente, gente! -Falou, assustado. -Aconteceu alguma coisa? Estamos em perigo?

–Nada Charles. Pode descansar.

–Já dormi o bastante. Está tudo bem, Silena? Precisa de alguma coisa?

–Sim. Que você pare de se preocupar comigo. -Falei, tentando ser gentil, mas soando meio arrogante.

Ele encolheu os ombros,envergonhado, e eu rapidamente corrigi:

–Não é que me incomode, mas você acaba se desgastando comigo, e não vale a pena...

Berkendorf novamente não respondeu. Ótimo. Realmente bom, Silena, você é a miss delicadeza.

Voamos em um desconfortável silêncio por mais quase três horas, até que Charles falou para nós fazermos uma parada rápida.

Aliviada, pousamos próximos a Memphis no Tenessee, numa área de estrada quase deserta. E, com a maravilhosa sorte que eu tenho, acho que você não ficará impressionado quando eu contar que pisei no estrume de uma pitoresca vaquinha pastando ali perto... (Valeu vaquinha, acabou com meus maravilhosos all star's)

Graças à Afrodite, eu havia levado dois pares extras de sapatos, joguei aquele par no meio do mato e coloquei meus espetaculares Gucci, conpensando a perda do meu tênis. Sabe o que é isso? Ter um All Star original destruido por cocô de vaca? Branco? É quase como perder os meus pés junto com ele!

Aquele sátiro otário não parava de rir da minha cara, e eu estava quase pulando na garganta dele. Dessa vez não tinha quem além de mim dissesse para ele se tocar e parar com aquilo, porque Charles falava comigo o mínimo possível, e Reyden nem olhava em minha direção.

Comemos um lanche, esticamos as pernas e deixamos os pégasus se recuperarem. Lembrei então que trouxera algo para o Berkendorf:

–Ei... -Pensei em algum modo mais carinhoso de chamá-lo... -Charlie?

–Charlie? Só minha mãe me chama assim... -Disse ele, sério, tentando conter um sorriso.

–Esquece.

Charles hesitou:

–Não, pode falar!

–Trouxe isso aqui para você...

Entreguei um embrulho para ele. Estranhando, abriu com certo receio.

–Um... Colete?

–Adaptado. -Sorri. -Você sempre faz tanto por mim, era o mínimo para te agradecer. Com estilo, tem cerca de 10 compartimentos para ferramentas e um suporte para espada. Sabe, caso não possa ou não queira levar uma mochila nas costas.

No começo achei que Charles tivesse odiado. Ele não falou comigo, apenas olhou em meus olhos, sério.

–Desculpe, eu nunca quis ser grossa com você, era exatamente o contrário... Por favor, Charlie, desculpe! -Estava a ponto de chorar. Foi a primeira e única pessoa completamente gentil comigo desde que chegara no acampamento, e quando eu mais precisei estava lá para me ajudar e cuidar de mim. Quando tinha me sentindo só e deslocada ele me fez ganhar um amigo. -Está me matando ver você bravo comigo!

Eu mal podia acreditar! Silena Beauregard, engolindo o orgulho próprio!

Charles não respondeu de imediato. Olhou mais uma vez para o colete... Olhou para mim...

E fez uma coisa inesperada: me roubou um beijo na boca. Depois, com um riso disse:

–O colete é incrível Silena, obrigada. E você não tem por que pedir desculpas.

Eu corei violentamente, mas devo admitir que não foi nada mal.

–Você deve prometer que nunca contará isso pra ninguém.

–Isso o quê?

–Esse beijo que me deu.

–Por quê?

–Não posso te falar. -Lembrei do ritual. Queria protegê-lo disso tudo e ao mesmo tempo evitar que ele soubesse. O que ele pensaria de mim e dos meus meio-irmãos?

–Esquece.

Emburrado de novo, montou Black Jack e começou a tomar impulso.

Dei um longo e pronfundo suspiro, mas montei Remí e fui atrás dele. Reyden e Max nos seguiram.

Voamos por mais umas três horas, e juro, pensei que minha cabeça fosse explodir de tédio. Reyden começou a cochilar e Max também. Ficamos só eu e Charles acordados, um sem encarar o outro. Era mais que desconfortável. Era dolorido. Talvez estivesse sentindo algo que não devia pelo Charlie.

Espere... Falei Charlie de novo?

Droga.

Sem pensar muito, eu falei, bem irritada:

–DÁ PRA FALAR COMIGO? -Meu tom de voz era assombroso.

–Falar o quê? Pra quê? Pra você ficar com vergonha de mim de novo?

–Eu não estou com vergonha de você... Charlie! Não é isso!

–Pare de me chamar assim!

–Por quê?

–A única pessoa que me chama assim tem intimidade comigo. Você não tem e pelo jeito nem quer ter.

–Charl... Charles... Por favor...

–PARE COM ISSO! ME CHAMA DE BERKENDORF COMO TODO MUNDO E PARE DE BAGUNÇAR MINHA VIDA!

Eu nunca tinha visto ele nervoso daquela maneira. Ainda mais comigo. Charles ficou tão assustador gritando que aquilo me machucou e assustou tanto! Deu vontade de chorar, era mais isso agora. A vida já não estava fácil, e agora a única pessoa que tornava tudo mais suportável agia daquela forma. Me abandonou, como todos os outros, era isso mesmo?

Uma lágrima escapou, sujando minha face. Fiz de tudo para que ninguém notasse. Mas bem ele notou:

–Silena... Você está...?

Virei a cara. Agora eu ia entrar no jogo dele.

Mais duas horas em silêncio depois, vi uma coisa vindo na nossa direção e acordei todo mundo. Não deu pra ver nem entender o que era, mas nos acertou em cheio e quase caimos de nossos pégasus.

Charles gritou:

–Atenção, vamos ter de fazer um pouso forçado!

Começamos a descer de modo turbulento até o chão. Aquilo começou à me dar tonturas e a vista escureceu... Estava perdendo os sentidos...

(...)



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

HAHAHA Aguardem que o próximo capítulo é T-E-N-S-O! ;)
*fica a dica* BEIIIJOS ;*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Nas Mãos Da Semideusa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.