Nas Mãos Da Semideusa escrita por Naty Almeida


Capítulo 9
Capítulo 9- Saindo em missão.


Notas iniciais do capítulo

Quem gostou levanta a mão:
o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o/-o-o-o-o-o-o-o-o-o
o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o
-Affz mãe, sai daí!
(Ok, essa é velha.)



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Dormi feito pedra até a hora do café da manhã, onde todos me olhavam, curiosos. Pela primeira vez da vida não estava afim de ser o centro das atenções.

–Não ligue, é que muitos aqui gostariam de ir no seu lugar. -Sussurrou Nina, tentando me animar.

–Pra morrer? -Perguntei indignada.

–Duvido que Afrodite deixará você morrer depois de lhe dar todas essas coisas... Mas entenda, muitos aqui esperam a vida inteira por uma missão... É uma honra e dependendo de seu desempenho, lhe garante passagem só de ida para o Elísio.

–Quem é esse?

–Elísio é o lugar para quem foi bom em vida ficar depois da morte. Só heróis e gênios vão para lá.

Um tanto nervosa, não conseguia comer nada direito. Meu estômago dava loopings cada vez que tentava me servir de alguma coisa. Joguei quase tudo que peguei para a oferenda, pedindo para que minha mãe me protegesse. Estava perdida.

–Você tem que se alimentar direito, pode ser sua última refeição decente! -Uma de minhas irmãs falou.

–Obrigada Mel, animador.

–Desculpe.

–Ela tem razão, Silena... Você precisa se alimentar bem, nunca se sabe quando vamos poder parar para comer alguma coisa que preste! -Charles passou por mim com cara de preocupação.

–Dieta. -Menti.

–Qual é, se melhorar estraga! Está na cara que não tem nada de dieta, coisíssima nenhuma!

Corei e fiquei quieta. Ele parou de andar e voltou para perto de nossa mesa. Todos no refeitório ficavam olhando discretamente. Drew parecia roxa de raiva, por algum motivo.

–Ei, Silena, é sério. Você precisa de forças. Vamos, me dê seu prato pra eu colocar uma refeição decente nele.

Estendi o prato para ele, que foi sorrindo abarrotá-lo de comida.

Ouvi uma irmã minha cochichando com Drew:

–Ele é um sonho não é? Esses músculos! Ai ai...

–Não é tão bonito assim...

–Mas tem um corpo...

–Ele é ridículo, por isso foi correndo paquerar a Miss Novata alí.

–Mas você não disse ontem mesmo que queria ser chamada por ele para sa...

–SHHHHHH. Quieta Simons.

Eu ri, ela estava com ciúmes!

Charles voltou com meu prato lotado de frutas, croissants e uma tigelinha de mingau de aveia com morangos. Sorri para ele, agradecendo a gentileza, mas não pude evitar de fazer uma careta para o meu prato:

–Quero que se alimente, entendido? Nina, me avise se ela não comer tudo que coloquei.

–Aviso sim, Berkendorf, não se preocupe.

Ele me lançou um olhar sério e foi se sentar com os seus irmãos e irmãos, que começaram à zoar ele.

–Hmmmm... A Sileninha e o Berkendorf! -Comentou o infantilóide do meu irmão, Austreen.

–Por favor, Austreen, me poupe dessas criancisses.

–Se começarem a sair, terá de fazer o ritual... -Alfinetou-me Drew.

–Que ritual?

–Basicamente, tem que quebrar o coração dele. -Retrucou Mel. -Não gosto disso.

–Mas fez. -Falou Austreen.

Mel apenas retorceu-se em uma careta de arrependimento. Eu olhei para Drew:

–Como assim, quebrar o coração de alguém?

–Você faz a pessoa se apaixonar por você e sai com ela. Depois, termina o namoro para que a pessoa fique com o coração destroçado. Mais ou menos isso. Assim você prova que é uma legítima filha de Afrodite.

–Por que? Por acaso minha mãe é deusa da falta de caráter? Acho que não. Isso não prova nada e não vou fazer isso.

–Vai ser a primeira que se recusa. Isso nunca aconteceu em toda a história do acampamento. Até Nina o fez....

A nossa conselheira ficou corada, deixando os cachos negros exuberantes esconderem seu rosto.

–Isso é ridículo, me recuso mesmo. E dane-se.

–Você quem sabe. -Mel deu de ombros. -Acho que faz bem em não aceitar o ritual de passagem. Há outros meios de provar que é uma filha de Afrodite, afinal. Tipo saindo bem sussedida da missão.

–Tomara. -Disse, mordendo o lábio.

Ninguém mais falou comigo até acabarmos o café da manhã. Fui para o meu chalé depois disso. Escovei os dentes de novo, re-arrumei a fita mágica no meu cabelo e fui ver a mochila que Charles me dera. Dentro dela coloquei meu batom-espada Or Mirroir, meus dracmas de ouro e meu estojo básico de maquiagem. Deixei quase todos os meus produtos no acampamento, o que não parece, mas é um grande sacrifício pra filhos de Afrodite. Separei umas três mudas de roupa, dois sapatos e um kit de corte e costura para emergências. Também peguei uns itens de primeiros socorros e claro, uma coisa para o filho de Hefesto, em retribuição por tudo que tinha feito por mim até então.

Fiquei tão aliviada de não precisar usar aquela camiseta laranja horrível que ousei: Calça rosa camuflada, regata justa preta e um all star preto (sim, patricinhas como eu também amam all star. Tenho pelo menos 50 modelos diferentes).

Quando cheguei na entrada do acampamento, Quíron, Max, Reyden e Charles me esperavam, com nossos pégasus prontos para partir.

O filho de Hefesto veio animado, correndo em minha direção:

–Silena, Silena, lembre que ia fazer uma cela de pégasus personalisada para você? Então, aqui está!

Ele me mostrou, era perfeita! Fez Remí parecer, sei lá, "O pégasus da Barbie". Era toda lilás com pedras pink decorando o acabamento. Cheia de glitter e super anatômica.

–Caramba, Charles! Você deve ter ficado a noite inteira fazendo!

Ele ficou constrangido...

–É, mas valeu a pena. Você merece.

–Eu mereço? Você tem feito tanta coisa por mim!

–Se quer mesmo agradecer...

Pensei que sei lá, ele fosse me chamar para sair.

–... É só experimentar agora.

Sorri, e antes de ir até remi, baguncei o cabelo do garoto.

Quíron me olhava como quem tem certeza de que iamos aprontar.

Pedi em francês que Remí se abaixasse, e ele o fez sem problemas. Mas senti que não estava feliz com a cela nova. Sabe, ele é menino, a cela foi feita para uma menina... Já deu pra entender o pobre coitado.

Subi e dei umas duas voltas com ele, depois pousei suavemente. Todos sorriram, aprovando meu pequeno vôo.

–Vamos? -Perguntou Reyden, sério.

Montei de novo, charles subiu em Black Jack, enquanto Max tentava não gritar de medo montando uma espécie de pônei alado.

Começamos à viajar. No caminho, perguntei a Berkendorf:

–Pra onde vamos?

–As últimas notícias que soubemos de Circe é que ela foi passar as férias em Paris, mas há boatos de que já está em Acapulco montando um perigoso spa cinco estrelas.

–Qual das duas informações seguiremos?

–Tentaremos as duas, vamos pra onde o destino nos levar...

Eu estava me sentindo cada vez pior, mais perdida. Sabia que um de nós morreria e isso estava me matando. Sério preferia que fosse eu morrendo no lugar de qualquer um deles.

Seguimos viagem, eu estava tão exausta que em poucas horas adormeci. Voar em pégasus cansa. Charles ficava de hora em hora perguntando se eu estava bem, era quase irritante, mas vindo dele eu gostava.

Próxima parada... Algum perigo letal.


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Notas finais do capítulo

Que será que vai rolar no próximo capítulo? Nem eu sei! KKKK