Outubro já se fora á muito tempo. Novembro não estava tão longe de chegar ao fim. O natal chegaria daqui a alguns dias. Era uma manhã gelada de sábado. Levantei-me da cama e fui até a janela observar a paisagem. Tudo o que algum tempo atrás era verde e tinham lindas e vibrantes cores, agora estava coberto pela neve. Bonecos de neve deixavam um ar de divertimento na paisagem. Estava bem cedo e eu não conseguia voltar a dormir então resolvi ir à biblioteca me distrair com um bom livro. Ao chegar à biblioteca, me assustei quando vi Scorpius sentado em uma das mesas lendo um livro. Ele não havia percebido que eu cheguei.

– O que faz aqui há essa hora? – Perguntei.

– Não consegui voltar a dormir, então eu resolvi vir pra cá me distrair um pouco. E você, o que faz aqui tão cedo Rose?

– O mesmo que você. Mas você sabe que também sou uma amante dos livros. – Eu disse dando um breve sorriso.

– É. Eu sei.

– Hum. O que está lendo? – Perguntei.

– “Animais Fantásticos e onde Habitam.” Já leu?

– Já.

Estava um tédio na biblioteca. – Nunca pensei que fosse pensar isso. – Eu tentava puxar assunto de vez em quando com Scorpius, mas ele não estava me dando atenção. Isso me deixou meio intrigada. O que estaria acontecendo com ele?

– Scorpius?

– Sim.

– O que está acontecendo com você?

– Como assim Rose?

– Eu tento puxar assunto com você e você não me dá atenção, quase me ignora.

– Não estou fazendo isso.

– Ah, está sim. – Eu disse me levantando da cadeira em que eu estava e colocando minhas duas mãos na mesa, ficando na frente dele.

Ele deu ombros e continuou a ler o livro. Isso me irritou ao extremo. Por que ele não queria conversar comigo? Por que estava meio que me ignorando?

– Scorpius Malfoy. Você vai me dizer o que está acontecendo com você AGORA!

– EU JÁ DISSE QUE NÃO ESTÁ ACONTECENDO NADA, MAS QUE DROGA! – Disse ele, nervoso e se levantando da mesa jogando o livro no chão.

– Scorp... – Eu disse inspirando e respirando. – Me desculpe. Se você não quiser contar, tudo bem. Eu não devia me meter nos seus assuntos, me desculpe.

– Tudo bem Rose, eu te desculpo. – Ele disse abrindo os braços para que eu o abraçasse. Eu corri e me joguei em seus braços e o abracei bem forte.

Scorpius e eu ficamos na biblioteca durante algum tempo e depois fomos até o jardim.

– Pelas barbas de Merlin! Que frio. – Eu disse me tremendo.

– O que vamos fazer aqui mesmo Rose? Não temos nada para fazer aqui.

– Ah não sei. – Uma ideia veio em minha cabeça. – Ér... Eu já volto Scorp, fica aí ok?

– Certo.

POV – Scorpius.

Fiquei esperando Rose voltar. Eu me distraí pensando o quanto estávamos perto do Natal. É tão estranho passar meses na escola e depois ir pra casa, eu me sentia como se não estivesse indo realmente para casa.

PAFF!

Senti algo acertar minhas costas, deduzir ser uma bola de neve. Me virei para ver quem foi e vi Rose dando gargalhadas.

– Ah, então você quer brincar de tacar bolas de neve né? – Eu disse pegando neve formando uma bola em minhas mãos.

– Não Scorp, não! – Ela disse e saiu correndo. Eu corri atrás dela e taquei a bola neve em seu braço. Ela se escondeu atrás de uma árvore caindo na gargalhada. Ela correu novamente e eu corri atrás dela. Rose tropeçou e caiu no chão. Eu tropecei nela e acabei caindo em cima dela. Seus lábios estavam tão próximos dos meus, eu tremi.

– Te peguei. – Arfei.

– É, acho que me pegou. – Disse ela dando um sorriso.

Não sei por que, mas me deu uma imensa vontade de beijá-la, assim como naquele dia quando nós caímos e eu a beijei pela primeira vez.

POV – Rose.

Os lábios deles estavam tão perto dos meus. Senti minha respiração acelerar e meu coração bater mais forte. Eu queria tanto beijá-lo. Mas o que eu estava pensando? Nós éramos apenas amigos, eu não poderia fazer isso. Mas não resisti, e pelo visto, ele também não. Eu ia falar para nós levantarmos quando senti seus lábios encontrarem os meus, me envolvendo em um beijo calmo e delicado. Seu hálito de menta e seus lábios gelados me faziam delirar. Seu beijo era como uma droga que eu não queria mais largar. Quanto mais eu experimentava seu beijo, mais eu queria seus lábios junto aos meus para me envolverem em um delirante beijo. Eu estava lá, beijando-o intensamente. Nada mais importava naquele momento. Tudo o que eu queria era estar com ele, senti-lo bem perto de mim e beijá-lo como se ele fosse a última cápsula de oxigênio que existisse, como se eu dependesse de seus lábios para viver. Não sabia por que, mas eu tinha certeza de que seus lábios eram somente meus. Infelizmente o beijo parou. Eu já estava sem fôlego. Eu observei seus lábios que agora estavam inchados e vermelhos devido ao nosso beijo. Nós nos fitamos durante alguns segundos. Ele saiu de cima de mim, eu me levantei e saí correndo.

– Rose! – Ouvi Scorpius me chamar, mas não liguei. Corri para o meu dormitório e deitei em minha cama. Desabei em lágrimas, não sei por que, mas me veio uma enorme vontade de chorar. Eu estava tão confusa. Eu acabara de descobrir que eu estava perdidamente apaixonada pelo garoto que havia se tornado o meu melhor amigo.