The New Spirited Away escrita por Miya


Capítulo 2
Minha nada atraente vida


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, meu cérebro me abandonou por meses!



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No meio da noite começou a ventar, e então ouvi um barulho vindo da janela.

–Deve ser um vento que fechou a janela – Pensei.

Tentei voltar a dormir. Fechei os olhos, deitei de ladinho e abracei meu Snubull de pelúcia. (N/A – Snubull é o nome de um Pokémon, por sinal, meu favorito.).

Ouvi alguma coisa, como passos, vindo do outro lado do quarto, da direção da janela. Preferi ficar quieta e fingir que dormia. Se fosse um ladrão, talvez me deixasse em paz e levasse o que queria.

Minha hipótese estava errada. Os passos vinham em minha direção. A pessoa tirou o cabelo que estava em cima do meu rosto, beijou minha bochecha, e sussurrou em meu ouvido:

–Agora que te encontrei, nunca mais eu deixo você partir. – Eu reconhecia aquela voz. – É uma promessa!

Era o menino do meu sonho. Eu me virei para cima e quando ia olhar, já não havia nada. Na janela, percebi um vento como um vórtice, indo embora. Era tão forte que sacudiu tudo no meu quarto e me fez perder o fôlego.

Quando aquilo parou, eu acendi a luz do quarto. Já que não conseguiria dormir, resolvi colocar tudo que havia caído de volta no lugar. Recolhi as fotos do chão. Peguei a lanterna de papel, agora destruída, que ficava enfeitando o meu quarto. Colei meus pôsteres de volta na parede.

Depois de tudo arrumado, tentei dormir novamente, desta vez com sucesso. Alguns minutos depois, o telefone tocou. Eu fiquei deveras irritada, mas de qualquer forma, atendi ao telefone sem mandar ninguém ao raio que o parta.

–Alô?

–Chihiro, te acordei? – Era Tori, meu melhor amigo e namorado da Sayu.

–Não. Imagina Tori. – Eu disse tentando ser animada o suficiente para parecer que eu estava acordada. – Na verdade eu estava aqui, assistindo uns filmes no meu computador.

–Ah, que bom. – Ele disse. – É que, por um instante pensei que você estivesse dormindo. Mas é estranho, afinal, são dez e meia da noite. – Soltou um risinho.

–Pois é – eu respondi devolvendo uma risada igual. – Mas, porque você ligou? – Perguntei. Afinal, isso não são horas de ligar.

–Bom. Você sabe que o dia dos namorados está chegando, não sabe? – Ele perguntou

–Sei sim, afinal, é meio difícil pra uma forever alone esquecer o dia dos namorados, não é? - Eu disse, disfarçando o sono que eu sentia.

–Ah... Eu já não sei mais o que é isso, afinal, eu e a Sayu estamos namorando tem quase um ano e esse é o nosso primeiro dia dos namorados juntos. E é exatamente sobre isso que eu queria falar. – Ele disse. – Eu preciso de ajuda pra escolher o presente dela.

–Entendi. E como eu posso te ajudar? – Perguntei.

–Você tem alguma ideia de que presente eu devo dar pra ela?

–Bem, ela gosta muito de maquiagens, anéis, colares, esmaltes, e coelhos de pelúcia.

–Ah, Chihiro, muito obrigado! Você não imagina como me ajudou!

–De nada Tori, ligue sempre que precisar. – Eu disse.

–Então até mais. – Ele disse.

–Até. – Respondi.

Desliguei o telefone e tentei dormir novamente. Assim que deitei a cabeça no travesseiro, me perguntei se aquilo que acontecera antes do telefonema era verdade. Perguntei-me se era um sonho.

Eu caminhava por um túnel.

–Vem Chihiro! – Ele chamava.

Eu corria pelo túnel que parecia não ter um fim.

–Corre Chihiro! – Havia desespero em sua voz.

Eu corria cada vez mais.

Já podia ver uma luz pequena no final daquela escuridão.

As paredes passavam por mim num ruído desesperador.

As sombras se movendo rapidamente.

–Chihiro! Venha! – Ele gritava.

As sombras corriam por todos os lados e tentavam me derrubar. Um espectro preto com uma máscara em detalhes também pretos estava pousado na minha frente, como se me impedisse de chegar até ele.

–Chihiro! Se apresse! – Eu via um garoto em meio à luz. Luz essa tão forte, que ofuscava seu rosto. Havia muito desespero em sua voz.

–Estou indo! – Eu gritei.

A sombra do garoto, em meio à luz, se transformara na sombra de uma grande serpente. Tinha quatro patas compridas, chifres e uma crina sedosa. Talvez fosse um dragão.

–Você é minha! – Ele disse. Sua sombra girava em torno do meu corpo. Ainda não podia ver seus detalhes. Senti seu corpo se agarrar em mim me levando pra frente impacientemente.

Seus olhos verdes se abriram em meio à escuridão de sua sombra. Eles me observavam atentamente. Estávamos quase saindo do túnel, alcançando a luz. Uma velocidade cada vez mais monstruosa.

–Não tenha medo, eu estou aqui. – Eu ouvi sua voz.

Em meio a um furacão de sombras e afogada em um rio de medo, eu aguardava enquanto ele me fazia flutuar em uma velocidade alucinante. Chegando ao final, a sombra mascarada surgiu do nada.

Com isso, eu acordei com um grito. Aquilo tudo me dava muito medo, sem abrir os olhos no escuro do meu quarto, acendi a luz. Fui até janela e observei o céu. Havia nuvens de chuva, onde a lua se escondia pela metade. Eu a fitava tentando me acalmar. Minha cabeça estava à mil. As imagens daquele meu sonho vinham à minha mente em uma velocidade assustadora. Meus pensamentos foram interrompidos quando vi algo comprido cortando a minha semi-lua. Pode me chamar de maluca, mas eu podia jurar que era aquele maldito dragão de meus sonhos outra vez. Estou enlouquecendo.

Amedrontada, fechei a janela e fui para a cozinha, esperando estar sã o suficiente para fazer um chá. Chegando lá em baixo, abri a dispensa, e peguei um punhado de algumas ervas para chá que minha mãe sempre comprava. No armário embaixo da pia, peguei uma chaleira, enchi com água, joguei as ervas dentro, e coloquei para ferver no fogão.

Enquanto a chaleira fervia, fui tocar piano. Eu nem conseguia mexer os dedos direito depois daquele sonho tão esquisito. Ainda não saíra de mim a sensação de desespero. Estava tensa. Eu ainda tremia bastante. Ao mesmo tempo em que começava a chover, a chaleira fazia um som de apito, que me dizia que o chá estava pronto.

Depois de tomar calmamente meu chá, subi para meu quarto para tentar dormir. Novamente tive sucesso em minha tentativa. O fato de eu ter pego um cobertor com certeza deve ter ajudado.

...

....

......

Acordei de manhã com meu despertador tocando furiosamente. Saltei da cama e percebi que já eram dez horas da manhã, e eu tinha perdido metade das aulas. Não me adiantaria de nada ir ao colégio agora. Sem mais o que fazer sobre isso, fui para a cozinha fazer meu café da manhã. Ainda havia um pouco do suco de pera que eu havia feito ontem. Tomei o que havia restado e comi um pão com geleia. Nada atrativo.

Depois de terminar minha “linda” refeição, fui para a sala tocar piano. Me perdi nas horas tocando. Não sabia mais quanto tempo se passara. Até que uma criatura vem bater à minha porta. Havia uma calça minha em cima doa sofá. Coloquei, a fim de esconder o short tamanho “P” que eu usava. Amarrei o cabelo, e fui atender a porta. Abrindo a porta dei de cara com Sayu e Tori me observando com suas típicas caras de bobos.

–Oi Chihiro! – Eles disseram em coro.

–Oi casalzinho. – Respondi sem empolgação alguma.

–Porque não foi na aula hoje? – Sayu perguntou animada.

–Acordei atrasada, como sempre. – Respondi no mesmo tom de antes. – E vocês? O que querem?

–A gente veio te avisar que amanhã é dia de ir andando pro colégio. – Respondeu Tori tão animado quanto Sayu.

–Só isso? – Perguntei indignada.

–A gente vai te ligar na hora de ir pro colégio amanhã, pra você não perder a hora, ok? – Perguntou Sayu com uma empolgação imensa.

–Certo. – Respondi. – É só isso, ou tem mais algum recado?

–Não. – Disse Tori. – Agora nós estamos indo, um bom dia pra você!

–Pra vocês também. – Eu disse fechando a porta sem saber se eles tinham saído de lá.

Olhei para o relógio. Eu havia passado duas horas tocando piano sem nem perceber. De qualquer forma, voltei a tocar sem me preocupar com a hora, porém, resolvi parar logo. Fui para meu quarto, liguei meu “lindo” computador, coloquei meu headphone, e comecei a ouvir musica. Comecei a ouvir One Summer’s Day. Por algum motivo me trazia uma nostalgia boa. Fiquei durante horas ouvindo aquela mesma melodia.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.



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