The New Spirited Away escrita por Miya


Capítulo 3
A discussão sem motivo aparente


Notas iniciais do capítulo

Para compensar vocês, estou postando dois capítulos. O quarto vem em breve. recomendo ler desde o primeiro, pois eu fiz algumas alterações.



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Sem que eu percebesse, o sol já havia nascido. Meu despertador tocava, me avisando que já eram seis horas. Desliguei – o e resolvi me arrumar para o colégio.

Coloquei meu uniforme. A típica camisa social branca, com uma a gravata vermelha de sempre, a saia pregueada preta até os joelhos, as meia três quartos e o sapato tipo boneca preto, de verniz, bastante reluzente. Prendi o cabelo, e fui.

Como não estava atrasada, arrumei sem pressa minha mochila, tendo tempo de pegar meus fones e meu celular, e desci para a cozinha, tendo como fim fazer meu lanche.

Depois de tudo pronto, peguei minhas chaves e fui para o colégio.

As três primeiras aulas passaram depressa. No intervalo, fui para uma mesa separada das três malucas com quem eu passara sete anos de minha vida. De fato, eu as adorava, porém, hoje eu estava a fim de ouvir minha música, sem nenhuma interrupção.

Coloquei para tocar One Summers Day novamente. As meninas logo saíram da sala de aula e foram até mim. Koori havia dito algo, mas a música estava alta e eu nem ouvi. Provavelmente foi um “oi” ou coisa do tipo. A certeza de que era um “oi” veio quando as outras duas falaram também. Acenei com a cabeça. Eu também não quis falar. Sentia-me cansada da noite sem dormir.

–Chihiro! – Gritou Takara tirando os fones de meus ouvidos e jogando no chão junto com meu celular.

–O que foi? – Respondi devagar e pacientemente – Educação mandou lembranças. Ok? E você não ia gostar se eu jogasse o único celular que você vai ter na vida, no chão.

–A gente te fez algo errado pra você? – Perguntou nervosa. – Porque, pra você estar isolando a gente, algo errado a gente deve ter feito!

–Ai, gente! Eu não estou zangada com vocês! Não é nada disso! – eu disse a fim de tirá-las de perto o mais rápido o possível. – É que eu estou meio cansada, sabe?

–Cansada de quê? – perguntou Takara raivosa

–Eu não dormi direito à noite. Estou com sono. – Respondi – Quero ficar sozinha um pouco... Colocar a cabeça em ordem.

–Porque você não dormiu Chihiro? – Perguntou Koori

–Ah, eu fiquei ouvindo música e acabei perdendo um pouco a hora – Respondi pegando meus fones e meu celular, que Takara fizera o “favor” de jogar no chão.

–Chihiro, você parece tão triste. – Disse Sayu em um tom calmo e paciente.

–Jura? – Eu disse realmente duvidando. - Eu me sinto completamente normal.

–Muito. – Ela respondeu. – Você parece incompleta, entende?

–Incompleta em que sentido? – Perguntei com um nó fenomenal no cérebro.

–Não sei, mas falta alguma coisa. Você não é a mesma. Na verdade você já estava assim há algumas semanas – Ela disse.

–Mesmo? – Perguntei. – Não senti nenhuma diferença.

–Ah, Chihiro, você está tirando sarro da minha cara, não está? – Ela perguntou indignada.

–Não. – Respondi – Só estou falando a verdade!

–Sei... - Ela disse com uma raiva sem motivo - Ok! Fica aí com a sua música e esquece seus amigos!

–Para de bobeira Sayu! – Reclamei – Você está exagerando! Poxa! Será que as pessoas não podem ter um dia onde tudo dá errado? Concorda comigo Tori? – Perguntei para ele, que por sinal passava por nós.

–O que? – ele falou assustado

–Nada. – Sayu disse calma. – Agora, vem aqui!

Ela puxou a gola da camisa dele de leve fazendo com que seus corpos se encontrassem. Tori passou os braços pela cintura da namorada e selou os lábios dela. Por um momento isso me deu uma sensação esquisita. Como se algo me faltasse.

Como se algo me faltasse.

Como se algo me faltasse.

Como se algo me faltasse.

Aquilo ficou em minha cabeça durante as três últimas aulas. Talvez Sayu tivesse razão. Talvez me faltasse algo, algo que nem eu sabia o que era. Voltando pra casa pensei muito sobre aquilo.

O caminho ficara mais longo, com o fato de eu ter ido comprar comida. Sem tirar aquele pensamento da cabeça, passei em uma barraca de lámen e comprei qualquer coisa. Não estava com fome, nem ânimo pra comer. Chegando em casa, fui direto para a cozinha. Larguei a sacola com a tigela de lámen em cima da mesa.

Voltando para a sala, sentei-me ao piano e comecei a tocar.

Não estava saindo. Eu não conseguia tocar. Aquele pensamento perturbador que Sayu colocara em minha mente me perseguia. Impedia-me de fazer qualquer coisa.

Resolvi então ouvir música. Deitei-me no sofá da sala e coloquei meus Headphones. Mal consegui ouvir quinze segundos de música, e o telefone tocou. No visor, vi o número do telefone de Sayu.

–Alô? – Atendi sem ânimo algum.

–Chihiro? – Ela disse – É a Sayu.

Em sua voz, pude perceber certo arrependimento.

–Eu vi no visor do telefone. – Eu disse calma

–Chihiro, – Ela começou. – Eu te liguei pra pedir desculpas pelo que houve hoje, e dizer que me arrependo de ter te tratado tão mal.

–Tudo bem. – Eu disse para tranquilizá-la – Eu não me importo.

–Ah! Que alívio! – Ela suspirou. – Eu não conseguiria me perdoar se nós brigássemos.

–É... Eu ia ficar mal também. – Eu disse. – Você é minha melhor amiga. E é a mais antiga também.

–Então. – Ela continuou. – Você vai fazer alguma coisa hoje à noite? Eu queria combinar de sair com você e com as meninas.

–Ah, desculpa Sayu, hoje eu estava a fim de ficar em casa, sabe? Estou um pouco cansada – Eu disse, para depois ouvi-la suspirar do outro lado da linha. – Algum problema? – Perguntei.

–Não... – Ela disse com uma voz triste. – É que... Você me pareceu tão mal hoje no intervalo.

–Ah, não foi nada demais – Menti – Eu só estava com uma pouco de dor de cabeça e bastante sono. Nada demais.

–Tem certeza? – Ela disse preocupada

–Sim. – Menti novamente. – Obrigada. Tanto pela preocupação quanto pelo convite para sair. Talvez na próxima, ok?

–Certo! – Ela disse animando-se. – Agora eu vou desligar. Tenho que fazer lição.

–Eu também. – Disse com o desânimo da conversa toda. – Até mais.

–Até. – Disse ela desligando.

Desliguei o telefone também.

Duvido que ela tenha acreditado naquela história. Sayu me conhecia melhor do que ninguém. Ela sabia que eu não estava bem. E, naquela hora, quando ela disse aquelas coisas, com certeza ela sabia que iria me tocar. Talvez pensasse que fosse melhorar algo que acontecia comigo. O que, pelo visto, não aconteceu.

Parei de pensar naquilo e fui fazer minha tarefa de casa. A parte difícil era vencer meu sono. As tarefas de biologia, física e geografia eram as mais difíceis. Japonês, química e matemática foram fáceis. Logo terminei tudo. Estava pronta para um cochilo divino da tarde.

Fui para meu quarto. Antes de dormir, liguei o computador para checar minha caixa de E-mails. Havia um e-mail vindo da Koori.


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