Mentiras, Verdades E Um Amor Real escrita por AkaryRem


Capítulo 16
Primeiro Encontro: Mudança de Planos, dia de Ryan


Notas iniciais do capítulo

Oi Pessoal!
Passando aqui para deixar o novo capitulo, espero que todos estejam gostando!
Obrigada pelas reviews
Boa Leitura!
AkaryRem



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[POV Ryan]

                Ao ver Alice sair eu voltei a mim, talvez estivesse embriagado demais para raciocinar. “Caramba, o que eu fiz?” Eu pensava assim que eu sentia aqueles tapinhas amigáveis e zombadores em minhas costas. Eu não era o tipo que saia me declarando aos quatros ventos, implorando por um encontro, muito menos por cinco encontros. Talvez meu ego estivesse bastante ferido por receber uma rejeição como a que Alice sempre me fazia. Não estava acostumado a ser rejeitado. Virei o centro de piadinhas com aquela cena, conversei um pouco com algumas pessoas, e logo sai, voltando para o meu apartamento sozinho naquela noite.

                Na manhã seguinte o celular tocava. Abri meus olhos verificando quem era. Mark não costumava me ligar tão cedo. Atendi o telefone meio preguiçoso ainda.

- Fala! – Eu comecei a conversa.

                - O que foi aquilo ontem Ryan? Você só pode estar ficando doido. – Ele vinha resmungando parecendo irritado.

                - Ah Mark, me deu vontade, apenas isso, e eu não preciso ficar te dando explicações do que eu faço ou deixo de fazer irmãozinho. – Eu retrucava.

                - Ryan, a Alice é uma garota legal, por que escolher justo ela?

                - Está com ciúmes? – Eu perguntava interessado.

                - Claro que não idiota, somos apenas amigos! – Ele tentava se explicar.

                - Ótimo, se não está com ciúmes, então não tem porque ficar tão bravinho. E eu não estou fazendo nada demais Mark, só vou sair com ela para provar que eu sou um cara legal.

                - Sei, não é do seu feitio fazer isso, só Ryan.. cara, não vá deixa-la mal, sério, a Alice é uma garota bem legal.

                - Ok, eu não vou fazer nada demais, eu prometo. – Eu terminava por dizer, não sabia o que Mark via naquela garota e eu também não queria nada demais, apenas uma única coisa, mas Mark não precisava saber o que era.

Eu desligava o telefone segurando-o em minhas mãos, depois de algum tempo resolvia me levantar. Ainda era cedo. Tomei um banho, coloquei uma calça jeans escura, uma camiseta em gola “V”, uma blusa, peguei um chapéu e sai.

                Andei um pouco parando em frente a uma loja de rosquinhas quando me passou uma ideia em minha cabeça. Entrei e comprei algumas pedindo para viagem. Peguei um taxi logo parando em frente a um prédio enorme. “Talvez não seja uma má ideia”. Pensei. Peguei a caixa de rosquinhas. Logo na entrada olhei uma plaquinha procurando as seções. Décimo primeiro andar era para onde eu me dirigia. Entrei no elevador, algumas pessoas me olhavam torto. Eu preferia fingir que não via os olhares das pessoas muito bem vestidas. Logo que o elevador indicava meu andar eu saltei. Conversei com uma garota na recepção que me indicou onde eu deveria ir. A porta estava aberta, mas não fui percebido quando entrei.

- Rosquinhas? – Eu segurava a caixinha deixando Alice completamente surpresa com a minha presença.

                - O-o que está fazendo aqui? – Alice me olhava com os olhos arregalados – E como conseguiu entrar aqui?

                - Bom, eu disse a moça da recepção que você havia pedido uma encomenda de rosquinhas, ela desconfiou, mas me deixou entrar. – Eu ria.

Alice se levantava de sua mesa e fechava a porta.

- Você é louco? – Ela perguntava ainda confusa. – O que está fazendo aqui Ryan?

                - Ah, acho que mandar flores não faz o meu tipo sabe, você me pediu que eu ligasse quando estivesse sóbrio, mas esquecemos um pequeno detalhe, eu não tenho seu telefone, então, não conseguiria te ligar, então, resolvi que teria que vir pessoalmente para perguntar sobre o nosso encontro. – Abria a caixinha enquanto falava, pegava uma rosquinha comendo-a. – Hum! está muito boa! – Eu colocava a caixinha sobre sua mesa a olhando.

Alice colocava uma das mãos no queixo me olhando, após algum tempo ria daquilo se tranquilizando um pouco, pegava uma rosquinha se sentando em sua cadeira. Mordia um pedaço do doce rindo um pouco.

- É não posso negar, estão boas mesmo! Então, veio até aqui só para me chamar para sair?

                - É, eu estava andando por ai quando me veio essa ideia. – Eu confessava.

                - Bem original, não posso negar. – Ela ria dando mais uma mordida no doce.

                - Eu disse que não sou tão ruim quanto pensa Alice, então, quando podemos ter nosso primeiro encontro?

                - Será que isso conta como um primeiro encontro? – Ela me perguntava.

                - Claro que não Alice, isso é falta de comunicação, passe seu telefone e eu te ligarei na próxima vez. – Eu concluía.

Alice ria, escrevia o numero em um papel e me passava. Eu sorria pegando-o, me levantava indo em direção a porta.

- Próximo sábado ok? Vou pensar ainda onde te levar, te pego as 10:00. Tenha um bom dia!

Eu sorria para ela ao sair e recebia um sorriso devolta. Sai do prédio. E fui até o estúdio para ensaiar.

                Os dias se passavam rápido. Depois daquela manhã eu não havia mais encontrado ou então entrado em contato com Alice. O sábado se aproximava rápido por causa dos ensaios, logo sairíamos em uma turnê novamente.

                Quarta-feira     

[...]

Quinta Feira

[...]       

Sexta Feira

[...]                       

Sábado

Acordei de manhã cedo, tomei um banho me aprontando para sair. O telefone tocava, o atendi falando algumas palavras rápidas. Tentei argumentar um pouco, porém, sem chance, logo desligando o telefone.

                Balancei a cabeça bufando um pouco. Logo terminava de me arrumar, me dirigi até a casa de Alice tocando a campainha. Alice logo veio atendê-la me convidando para entrar.

- Bom dia! – Eu a cumprimentei.

                - Desculpa, eu estou terminando de me arrumar. – Ela dizia rápida voltando ao quarto.

                - Ah, está tudo bem, Alice, eu... – Antes de começar a falar ela voltava a sala.

                - Fala. – Ela me olhava confusa.

                - Olha, me desculpe, eu tinha programado fazermos alguma coisa hoje, mas vou ter que trabalhar durante algumas horas. Se você não se incomodar a gente pode fazer alguma coisa outro dia ou então...

                - Bom, eu posso ir com você se não se incomodar, aliás, eu nunca mais fui ver vocês tocando.

                - Sério? Por mim tudo bem, mas vai contar como um encontro? – Ergui uma das sobrancelhas confuso.

                - Claro que vai.. – Ela ria.- Vamos?

                - Bom, não vai ser bem um encontro...  – Eu resmungava.

                - Vou ficar um dia todo contigo, então, já conta como um encontro. – Ela concluía.

Alice riu um pouco, pegando um casaco para se proteger do frio e então saiamos. Paramos em uma lanchonete para tomar um café antes de irmos até o estúdio. Pedimos o café e ficamos conversando um pouco. Alice me contava sobre a sua vida no Brasil, sobre como vinha parar naquele lugar. Eu ouvia tudo com atenção. Riamos bastante e conheci um lado de Alice que era desconhecido por mim até aquele momento. Era uma garota bem divertida. Terminávamos o café, paguei a conta e logo nos dirigimos até o estúdio.

                O resto da banda, incluindo Mark já estavam a minha espera. Alice sorria indo cumprimentar o pessoal. Alice se aproximava de Mark que sorria. Eu apenas os observava de longe enquanto pegava minha guitarra.

                Eles pareciam bastante à vontade conversando. O que era diferente comigo e Alice. Me aproximei dos dois dando uma piscadinha para Alice, liguei a guitarra no amplificador dedilhando algumas notas. Os outros rapazes se juntavam e começamos a tocar alguma coisa, corrigindo algumas falhas. Algum tempo depois fizemos uma pausa. Notei que Alice já não estava mais dentro da sala. Peguei um cigarro indo para o lado de fora do estúdio.

- Ai está você mocinha, desculpa, nem notei quando saiu da sala. – Alice estava sentada em um dos bancos do lado de fora. Fumava um cigarro parecendo tranquila. Ela olhava em minha direção após eu comentar e então sorria.

                - Você fica bem concentrado quando toca, eu percebi. – Ela sorria soprando a fumaça ao vento.

                - Geralmente no palco eu fico mais descontraído, mas nos ensaios eu geralmente presto muita atenção sabe. – Falei um pouco um pouco sem graça. Acendi um cigarro me sentando ao lado dela. – Isso não me parece um encontro ainda, está valendo como um encontro mesmo? – Brinquei.

                - Sim, está valendo como um encontro, mas não se preocupe, eu estou me divertindo, sai agora quando estavam ensaiando a última música. – Alice tentava me tranquilizar. – Mas sabe, isso é até bem legal, conhece-lo em seu dia-a-dia. É um encontro diferente. – Ela se virava para mim sorrindo.

                - Bom, é diferente, mas sei lá, que você acha de fazermos alguma coisa depois de sairmos daqui? – Eu sugeri.

                - Nem parece o mesmo Ryan. – Ela zombava de mim. – Pensei que ia querer se livrar logo de mim.

                - Hey, eu posso ser legal ok? – Fiz um bico fingindo estar ofendido. – Até porque isso não me lembra mesmo um encontro, não quero que tenha uma impressão errada de mim. Se me conhecer melhor, quem sabe você pode até gostar de mim. – Ri convencido.

                - Acho que não! – Alice ria.

                - Eu acho que podemos nos tornar amigos.. – Terminando de falar dei um longo trago, enquanto permanecíamos em silêncio apenas observando o lugar.

Ao terminar nós dois entramos, estava frio do lado de fora. Fui até a cozinha pegando duas xicaras de café, voltei entregando um deles a Alice. Conversamos mais um pouco. Alice me dizia que tinha interesse em aprender a tocar algum instrumento musical. A puxei pela mão indo voltando para dentro da sala, peguei a guitarra me sentando. Alice se sentava ao meu lado. Mostrei algumas notas para ela, que olhava bastante atenta, logo passei a guitarra para ela que arriscou algumas notas. Alice ria bastante dos próprios erros, o que me fazia rir com ela. Logo o pessoal da banda voltava, então, a garota saia da sala indo para o outro lado. Eu a observei. Alice era realmente diferente do que eu imaginava, mais divertida do que eu pensava. Logo voltamos a tocar por mais algumas horas antes de encerrar o ensaio.

Nos despedimos das pessoas e logo entramos no carro.

- Então, onde deseja ir agora? – Eu perguntei meio sem idéia.

                - Você disse que ia me levar para algum outro lugar, então, acho que você deveria ter a idéia. – Ela brincava.

                - Que você acha de irmos para um lugar mais... 

                - Não! – Ela falava ríspida.

                - Era só brincadeira. – Ri. –Tá que se você concordasse..  – Olhei para ela rindo, que me retribuía com um belo tapinha no braço. – Já sei..  – Liguei o carro indo em direção a uma loja de rosquinhas.

                - Me espera aqui. – Falei enquanto já ia descendo do carro. Alice me olhava meio confusa, porém, não discutia. Logo voltei com um pacote e dois copos grandes de café. Liguei o carro novamente dirigindo mais algumas horas, saindo da cidade. Beirávamos a praia quando Alice resolveu falar.

                - Cheiro de maresia.. gosto desse cheiro. – Ela sorria.

                - Eu também gosto. – Encostei o carro perto do píer. Alice descia, peguei os pacotes seguindo-a. – Nem pense em por os pés nessa água, deve estar congelando. – Alice voltava a atenção para mim um pouco confusa.

                - Então onde vamos?

                - Ali..  – Apontei para o píer.

Andamos até o final do píer, deixei as coisas no banco e me aproximei da cerca me debruçando. Alice fazia o mesmo, ficando ao meu lado.

- Eu gosto de ficar aqui as vezes, para pensar, sair da correria... – Eu confessei.

                - É um lugar legal. – Alice concordava. – Mas acho que nunca imaginei você num lugar como esse. – Ela se virava para mim sorrindo.

                - É, acho que não. Quando eu era mais novo eu vinha para cá, ficava horas pensando olhando para o mar. Morava aqui perto antes da banda começar a fazer sucesso. Hoje em dia venho poucas vezes.

                - Então, você não é assim tão ruim quanto gosta de mostrar. – Alice ria

                - É, sei lá, as pessoas mudam, o tempo todo.  A cada coisa boa, ou ruim, geralmente em situações ruins, decepções em geral. – Olhei para Alice ao terminar de falar. Ela sorria meio de lado, mudando um pouco a feição, parecendo pensar um pouco. – Está tudo bem? – Perguntei ao percebê-la distante.

A atenção dela então se voltava para mim e sorria.

- Eu também não sou uma boa pessoa para dizer a verdade. Você tem razão, as pessoas podem mudar.

Após dizer aquilo, Alice voltava até o banco se sentando. Eu nada comentei sobre o que ela quisera dizer, estava um pouco curioso, mas resolvi deixar como estava. Andei em direção a Alice me sentando ao lado dela. Tomei um gole do café vendo o sol se por naquele lindo píer. Já anotecia quando resolvemos ir embora, encerrando nosso primeiro encontro.

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