- Oh meu Deus!

Sara gritou e se sentou na cama rapidamente, com só os lençóis cobrindo seu corpo nu. Segurando em cima, nos seios, para não cair.

- Porque tanto espanto? – Grissom disse de olhos arregalados.

- Espera. Repete isso pra mim? – Seus olhos brilhavam.

- Sara, você quer casar comigo? – Disse e abriu um sorrisinho de lado.

Em resposta, Sara pulou em seus braços e o beijou ferozmente. Grissom retribuiu o beijo na mesma intensidade, sabendo, depois disso, a resposta para sua questão. Isso foi um “sim”. Certeza.

- Sim, sim, sim e sim. É claro que é sim.

Sara o enchia de selinhos e de beijos por todo seu rosto, e fazendo sorrir como não sorria á um bom tempo. E ele ainda tinha uma surpresa.

- Esqueceu do meu pedido em Vegas?

- Claro que não. Mas, isso foi tão lindo. – Ela quase não parava de abraçá-lo.

- Se você me dissesse um “não”, eu tinha que cancelar a nossa hospedagem em um dos melhores hotéis em Paris.

- Paris? Eu ouvi bem? Paris? – Estava incrédula.

- Yeah. Paris mesmo! Gostou? – Ele sorria alegremente.

- Claro que sim! Sempre quis conhecer a “Cidade Luz”. Griss, muito obrigada. Você merece muitas noites de amor depois disso.

Sara subiu em cima dele o beijando. Grissom passou as mãos ao redor do corpo nu dela, pensando na intensidade que a amava. Pensando em como fez bem em sair do CSI. Não por causa dos seus amigos, os amava, mas tinha que fazer isso. Por causa dela. Pra ter uma vida.

- Ei amor, deixa eu te falar uma coisa. – Grissom diz, saindo do beijo.

- Hum? Fala... – Disse se deitando ao lado dele.

- Você tem que falar logo com seu chefe daqui. Porque quero o quanto antes passar um tempo só com você. Só nós dois. Em Paris. – Disse acariciando o rosto dela.

- Se você quiser agente pode se arrumar e falar com ele. Quero que você esteja comigo na hora.

- Tudo bem. Vamos então?

- Claro. Mas me beije antes. Estava com saudades do seu beijo. – Sara disse, chegando perto e alisando os lábios dele com as pontas dos dedos.

- Só do meu beijo? – Levantou uma sobrancelha.

- Não. De você todo.

Beijaram-se mais algumas vezes, e depois partiram para o local onde todos se reuniam. Sara e Grissom desmontaram a barraca dela, já que hoje mesmo partiriam para o centro da capital da Costa Rica, San José. Para no dia seguinte, pegarem vôo rumo á França. Sara estava tão feliz quanto ele. Estavam realizados.

- Mr. Verdon?

Sara disse chegando ao local onde se encontrada seu chefe, Stacey Verdon. Ele sempre foi legal com Sara. A tratava com sua filha e sempre fazia seus gostos. No momento, ele estava sozinho olhando para uma fogueira que ele mesmo fez. Os outros do mesmo projeto de Sara estavam ainda no meio da floresta fazendo suas pesquisas.

- Sara! Está tudo bem? – Disse se levantando, indo até eles.

- Sim. Tudo bem. Bom, quero apresentar o meu noivo, Gilbert Grissom. Gil, este é meu chefe Stacey Verdon.

- É um prazer conhecê-lo Mr. Verdon. – Grissom cumprimentou o humilde senhor na sua frente com um aperto de mão.

- O prazer é todo meu. Sara me falou muito de você. Disse que namoravam mas só não me contou que estavam noivos. E isso é muito bom, não? – Carismático.

- Muito. – Olhou pra Grissom, que sorriu. – É que ele havia me pedido antes, só que como decidi vir trabalhar aqui, ficamos longe, e ainda não tínhamos decidimos nada. Mas eu nunca desisti disso.

- E nunca esqueci minha promessa. – Grissom completou.

- Um verdadeiro homem. – Grissom tocou o ombro do homem a sua frente. Como forma de agradecimento.

- Obrigado. É que eu a amo profundamente. Você entende? – Grissom disse beijando Sara na bochecha.

- Plenamente. – Sorriu. Sara interrompeu.

- Bom, mas não viemos aqui para o Verdon escutar você se declarar pra mim. – Risos deles – E sim para dizer que Grissom veio pra me buscar. Vamos nos casar. – Sara disse isso com entusiasmo.

- Mais que notícia maravilhosa. Meus parabéns aos dois. – Verdon disse com um grande sorriso nos lábios.

- Se importa de me deixar carregá-la para longe e nunca mais trazer? – Brincou Grissom e levou uma tapinha de Sara no braço. Tirando risos de Verdon.

- Grissom! Nada disso! Qualquer dia viremos visitá-lo Stacey. Combinado?

- Combinado. – Respondeu.

- Só foi uma brincadeira tá Stacey? Me desculpe. Mas é verdade. Nós viremos sim visitá-lo qualquer dia.

- Não se preocupe. Entendo sua felicidade. Se vierem mesmo, as portas estarão abertas, quer dizer, as barracas estarão abertas. – Riram um pouco, mas tinham que ir.

Sara separou todos os papéis com Verdon. Os de mais necessidade. Porque os outros ele iria mandar por correio com endereço á Vegas. Na casa deles. Já que dali, eles partiriam para Paris.

Com um pouco de caminhada, Grissom chegou até seu carro que estava estacionado na entrada da floresta. Sara não se continha de tanta felicidade. Eles estavam indo em direção ao aeroporto. Beijava Grissom á toda hora e nunca tinha imaginado se casar. Seus amigos – recordava mais de Nick nesse momento – perguntavam se ela tinha alguma coisa contra casamentos. Nunca foi contra, mas nunca se imaginou casando.

Mas hoje, o que ela mais queria era chamá-lo de “marido” quando quisesse. De ser chamada também de “Srª Grissom”. De colocar uma aliança em seu dedo selando tamanho compromisso com seu amor. Vestir um vestido branco. Ter uma lua de mel. Passear nas ruas de mãos dadas sem precisar se preocupar com regras. Ter uma vida normal.

Grissom passou um bom tempo em tremendo baixo estima. Sem Sara, ele viu o que realmente estava perdendo. Sentiu na pele o que ela passava quando ele negava um singelo jantar. Pensava diversas vezes como ele pôde ser tão burro á ponto de esquecer-se de ser feliz. Mas agora era diferente.

Estava com vontade de ser aquele homem que diz para os amigos que tem uma “esposa” esperando em casa, por isso não podia demorar. Vê-la ser chamada de “Srª Grissom” seria um prestígio. Passar sua lua de mel. Viver de verdade.

- Griss? – No aeroporto, de malas prontas.

- Diga. – Sorrindo calmamente.

- Eu queria te dizer que... É bom ter um lar de novo. Está sendo uma felicidade enorme pra mim saber que você... Que você... Voltou pra mim. Parece incrível, parece que não é real, que é só um sonho. Que você não está aqui comigo. – Seus olhos marejavam. – Como eu te disse, você foi o único lar que tive, e que eu não trocaria por nada. E não troco mesmo. Só precisei de um tempo. Você sabe que aquela cidade, aquele trabalho, me causou um dano muito grande. Em meu psicológico.

- Eu sei, Sara. Sei tanto que eu decidi vir. Largar tudo e fazer você feliz. Eu olhei nos teus olhos naquele vídeo e pela primeira vez senti que você mentia pra mim. Você nunca mentiu, mas naquele diz você fez isso. Só pra não me preocupar ou me partir o coração. Porque você sabia que eu ficaria. – Suspirou pesadamente e terminou. – Eu vi em teus olhos, você não estava feliz como dizia estar.

Grissom suspirou pesadamente. Seu coração palpitava da mesma maneira quando viu o vídeo que Sara o mandou. Ela tentando por um fim no relacionamento, da forma que a palavra “acabou” não fosse usada, o atingiu como um alerta. “Vá, não a deixe por causa de sua carreira. Tenha uma vida com ela. Case-se. Tenha filhos.” Essa frase passava por sua cabeça constantemente.

Em uma conversa com sua amiga e conselheira Heather Kesller, ela lhes disse essas palavras repetidademente. Não saindo de sua cabeça por dias. Ela havia lhe dito tantas coisas, que o fez desistir de tudo e só pensar em Sara. Sua vida não tinha mais sentido. Agora isso mudou.

- Você me conhece tão bem, que consegue ler meus olhos. Eu realmente não estava feliz. – Disse encarando o chão.

- Eu muito menos. Sabe amor, eu não te contei, achei que não deveria contar, mas houve momentos em que eu queria morrer, queria sumir, ou então correr pra ter você perto de mim. – Seus olhos também marejavam. – Eu chorei Sara. Chorei como nunca chorei na vida. Nem em minha infância minhas lágrimas desciam com tanta facilidade.

- Me perdoe se te causei isso. – Sua lágrima escapou. Grissom a enxugou.

- Não é hora de nos lamentarmos. Vamos parar de falar nesse assunto e ver o que está a nossa frente. Vamos á Paris meu amor! Paris! – Grissom enxugou as suas lágrimas, que por mais que tentou, elas desceram.

- Sim, querido. Tem razão. – Ela limpou também as dela.

- Vamos comprar roupas, gastar toda minha fortuna guardada no banco. – Ele se levantou a puxando para um abraço. – Você não sabe o quanto eu estou feliz.

- Eu não consigo medir minha alegria.

- Estamos parecendo duas crianças. – Eles riram. – Mas eu não me importo. O Grissom maçante e frio morreu. Sou o Grissom alegre e muito, muito apaixonado.

Ele capturou os lábios de sua namorada e depois a pegou nos braços gritando e assustando todos que estavam no aeroporto.

- Eu vou me casar! Eu sou o homem mais feliz do mundo! Ela aceitou, gente! Eu vou me casar com a mulher da minha vida!

Ele girou Sara no ar e ganhou palmas das pessoas que assistiam a cena que os deixou emocionados. Grissom beijou sua noiva e mais aplausos ganharam. Havia gente chorando, pessoas comovidas com tanto amor.

Depois do alvoroço, o vôo deles foi anunciado. As pessoas passavam por eles e os parabenizavam pelo casamento. Sara chamou Grissom de maluco muitas vezes, mas estava feliz e orgulhosa. Tinha que contar para seus amigos o que aconteceu. Mas depois, na sua volta á Vegas. Daqui á um mês.

No avião...

- Você me surpreendeu. – Sara disse dando um selinho nele.

- O que um homem completamente apaixonado não faz? – Sorriu um sorriso maroto, e a beijou.

- Eu te amo, Gil.

- Eu também te amo, Sara.