Tale As Old As Time. escrita por Jajabarnes


Capítulo 54
Your Own History.


Notas iniciais do capítulo

Voltei! Primeiro, feliz ano novo! kk Segundo, houve um equívoco no capítulo anterior, mas vamos falar disso nas notas finais.
Espero que gostem do capítulo!



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Susana

Conforme o endereço indicado no bilhete que Caspian me passou, procurei o tal investigador, mas seu assistente informou que ele fizera uma viagem e só retornaria depois de algumas semanas. Dois dias haviam passado, com horas tão rápidas que a ocupação com os afazeres comerciais acumulados preencheu todo meu tempo. Minha casa passou o dia cheia de sócios, fornecedores e secretários com constantes olhares desconfiados. Era uma questão de tempo até se acostumarem comigo. No dia seguinte, quando o trabalho desocupou-me pela tarde, passei algumas horas respondendo as cartas de Lilliandil.

Ela e Corin estavam muitíssimo bem, pelo que contava, e isso fez meu coração se alegrar com eles. Ainda estavam em lua de mel, no final dela, mas parecia uma eternidade desde o casamento. As coisas mudaram tanto, tanto, que pareciam que muitos anos nos separavam. Lembrei-me mentalmente de visitar Jill. Com tantas coisas ocupando minha mente nos últimos tempos, mal pude ter notícias dela, estava sentindo-me a pior amiga que já existiu. Foi quando estava escrevendo as cartas à Lilian, que Edmundo chegou, entrando na biblioteca acompanhado por Harold.

—Susana, você tem visitas. - disse ele, fazendo-me erguer o olhar. Edmundo aguardava com um sorriso iluminando seu rosto, os cabelos cheios e desalinhados estavam lá, contrastando com a postura educada e gentil.

—Ed! - não contive o sorris o largo, erguendo-me para ir até ele.

—Se precisarem de alguma coisa, podem me chamar. - e Harold se retirou, fechando a porta. Dei todos os passos sorrindo até abraçá-lo bem forte. Ele riu.

—Se a Susana não vai ao Edmundo, o Edmundo vai à Susana. - disse ele, maroto.

—Oh, Ed, me perdoe! - pedi, afastando-me para olhá-lo. - Se você soubesse tudo o que vem acontecendo...

—Eu sei, para falar a verdade. - disse ele, fazendo-me olhá-lo. Seu olhar tinha compreensão.

—Sabe? - não sei dizer se o que mais me surpreendeu foi o fato de ele saber, ou o fato de mesmo sabendo, continuar próximo a nós. Edmundo assentiu.

—Quando Caspian me procurou para ajudá-lo a se reaproximar de você, no casamento de Lilian, ele precisava de um argumento bem forte para me convencer a trazê-lo de volta à sua vida. - explicou. - Não há argumento mais válido que a verdade.

—Ele lhe contou... Tudo?

—Sim. - disse, compreendendo minha surpresa, enquanto caminhamos até o sofá mais próximo. - Aos poucos, claro. Na maioria das vezes respondendo minhas perguntas, quando eu tentava entender tudo. - riu. - Foi difícil. Levei algum tempo para levar a sério tudo que ele me dizia, mas eu vi sinceridade nos olhos de Caspian naquele dia e foi isso o que me convenceu.

—Acho que estou mais surpresa por você não ter se afastado de nós depois de descobrir tudo. - concluí, com um riso. Edmundo riu.

—Esse foi meu primeiro impulso! - confessou. Eu ri. - Mas apesar de ter dúvidas quanto a veracidade de toda aquela história absurda que eu ouvia, eu já tinha presenciado o quanto vocês estavam sofrendo com isso. Conheço vocês há anos, Su, não poderia deixá-los.

—Não sei como agradecer, Ed. - falei, emocionada. Ele sorriu.

—Não precisa. - ele sorriu. Senti uma lágrima solitária escorregar por meu rosto. Sequei-a rapidamente, não era hora para isso.

—Mas então, diga-me! - mudei de assunto, animando-me. - Como você tem passado? Faz tanto tempo que não o vejo!

—Ah, Su, por onde eu começo...! - ele expirou, com ar sonhador. - Amanhã mesmo irei jantar na casa dos Pole, pretendo pedir a mão de Jill.

—Oh, céus, Ed! - exclamei, sentindo-me ainda mais a pior amiga de todas as eras por ter perdido todo o processo. - Isso é maravilhoso! Eu não esperava por isso! Oh, Ed, estou tão feliz que nem quero saber por quanto tempo estive dormindo!

Ele gargalhou.

—Não foi por muito tempo, lhe asseguro. - disse. - Bem, você sempre soube de meus sentimentos por Jill e desde o casamento de Lilian, com ela em uma nova vida e você reclusa, Jill e eu estávamos sem muitos amigos, sabe. - ele riu. - Começamos a nos ver com mais frequência e... Para ser sincero eu não sei bem quando aconteceu. - ele franziu as sobrancelhas de um jeito adorável. Eu ri.

—Fico muito feliz por vocês, muito mesmo. - falei, sincera.

—Agradeço, Su, agradeço muito.

—Conte-me mais, você tem falado com todos?

—Sim! Bem, com a maioria, pelo menos. Rilian é outro que está prestes a subir o altar. - riu. Sorri. - Eustáquio e Gael estão passando alguns dias no interior, visitando alguns parentes dela, acho. - deu de ombros. - Pedro é que não está tão bem.

—Aconteceu algo com ele?

—Sim. Bom, você sabe que ele perdeu o pai há poucos anos – afirmei com a cabeça. - Já fazia alguns dias que a mãe dele estava bastante doente, e ela partiu ontem a noite.

—Minha nossa... - ponderei. - Pobre Pedro. Sei muito bem o que ele deve estar sentindo.

—Eu o vi hoje. Pedro jamais deixaria demonstrar, mas quem o conhece mais de perto percebe que ele está abalado. - contou. - A mãe dele será sepultada no final da tarde.

—Eu irei – decidi. - Sei o quanto é difícil esse momento.

—Tenho certeza que ele apreciará sua presença. - Edmundo encorajou, antes de alguns segundos de silêncio. - Mas diga-me você, Su, como você está? - ele sabia que essa era uma pergunta muito delicada e seu tom de voz dizia isso.

—Ah... - expirei. - Não sei nem por onde começar! - parei um pouco pensando em como continuar, Ed aguardou. - Lembra-se quando estávamos no casamento de Lilian? - ele assentiu com um tom de óbvio. - Na minha estadia na casa de campo encontrei o diário de meu pai e desde então tenho lido a fundo tentando entender tudo o que vinha acontecendo comigo. Descobri muitas coisas. Dentre elas, que meu pai também era um Herdeiro...

A expressão de Edmundo foi de surpresa. E ele repetiu essa mesma expressão diversas vezes enquanto me ouvia, a medida que eu lhe contava tudo. Sobre a família de Jadis, Harold, os bebês que meus pais perderam, a fraqueza de Dash, tudo o que Digory havia me explicado sobre ser uma Intentum e uma Sanitas ao mesmo. A recuperação de Dash e a chegada do final da linha. E por último, meu irmão desaparecido. Quando terminei, depois de aproximadamente uma hora, Edmundo levou alguns segundos mais para se pronunciar e quando o fez, disse-me o que eu mais temia.

—Você está perdida, Su.

Fechei os olhos, eu já sabia daquilo.

—Estou mesmo. - concordei.

—Já tomou alguma decisão?

—Bem... - puxei o ar profundamente. - Irei procurar meu irmão assim que tudo isso acabar. - respondi. - Quanto ao resto, não sei o que fazer. A melhor decisão é óbvia e resolveria tudo de uma vez, mas é tão difícil... Não posso viver uma vida ao lado de Caspian e permitir que Dash padeça, e ao mesmo tempo, se casar com Dash...

—Se me permite perguntar, Su – ele ponderou, cauteloso. - Você já não pensou na possibilidade de que uma vida ao lado de Dash não seja tão ruim quanto pareça, que ele pode fazê-la feliz?

—Já, claro. Mas isso só seria possível se Caspian desaparecesse. Eu sou sua Cura, longe de mim ele estaria condenado a uma vida de isolamento e correntes, e sua estadia na casa em que eu viveria casada com seu irmão... seria insuportável...

—E vice-versa. - concluiu Edmundo.

—Exatamente.

—Eu entendo, Su. - disse Edmundo, condolente. - E de todo coração queria poder fazer algo por você. - segurou-me a mão e eu lhe respondi da mesma forma.

—Há uma saída – disse a ele. - Mas é tão desastrosa como qualquer uma de minhas opções.

—Qual seria?

—Encontrar meu irmão e casá-lo com Lúcia. - respondi. - Dessa forma, a vida de Dash seria preservada e Caspian e eu poderíamos nos casar... Mas eu não teria coragem de recorrer a isso.

—De modo algum. - concordou Edmundo. - Isso seria desumano com Lúcia e com seu irmão, ainda mais sabendo que ela é apaixonada por Rilian.

—Isso mesmo. - concordei. - E sequer sabemos se meu irmão está vivo. O que me resta é uma decisão, e acredito que já sei qual é.

—É muito difícil, Susana. Vejo que o que eu sabia não era quase nada. - confessou. - Mas o que quer você decida, pode contar comigo, para qualquer coisa.

—Obrigada, Ed. Muito obrigada.

Edmundo demorou um pouco mais e logo partiu, afinal, teríamos que estar junto à Pedro no final da tarde e combinamos que ele passaria aqui para irmos juntos. Os criados prepararam-me um banho e Polly ajudou-me com o vestido de um azul tão profundo que beirava o preto, o decote em V era o limite do tecido, as mangas compridas eram de uma renda densa que cobria-me pelos ombros, colo, e fechavam até o pescoço numa gola alta, a mesma renda cobria toda a parte de cima do vestido, até a saia, sendo esse seu limite. Os cabelos estavam presos no alto da cabeça, e quando desci para esperar por Edmundo, Polly entregou-me as luvas e o casaco preto de pele.

Não demorou muito, no pôr-do-sol, Edmundo chegou e Harold nos levou até lá. O cemitério estava silencioso, as roupas escuras dos presentes pareciam compor a paisagem dos túmulos. Harold e Edmundo permaneceram junto a mim o tempo todo. Muitos rostos conhecidos estavam ali, com semblantes solenes e condolentes. Vi Digory e seus filhos. Por baixo do chapéu, Dash lançou-me um olhar, indecifrável, mas pôs as mãos nos bolsos e desviou o olhar. Caspian olhou-me várias vezes, em silêncio também, um suave sorriso somado a um terno olhar vieram junto. À frente dos irmãos, estava Lúcia, a luz suave iluminando-a em contraste com a roupa escura, dando destaque aos seus olhos. Ela sorriu para mim, também mandando um discreto aceno. Retribuí os dois gestos.

Foi uma cerimonia curta. Não havia motivos para alongá-la, segundo o pedido de Pedro, e também o tempo não ajudava. Pedro ficou lá, enquanto as pessoas aos poucos se aproximavam, quando as portas do mausoléu da família era fechado mais uma vez. Eu o olhei de longe, de pé diante da lápide, as mãos nos bolsos do sobretudo, o rosto solene voltado para o túmulo.

As pessoas o cercaram uma a uma, para cumprimentá-lo, e então se retiravam. Uma a uma. Não tive pressa, deixei-o ver-se logo livre para respirar. O Duque e a família pareciam fazer o mesmo, na direção oposta a minha. Edmundo, Harold e eu não trocamos uma palavra durante todo o tempo, tornando o silêncio ainda mais frio que o vento.

De certa forma surpresa por isso, eu estava estranhamente passiva. Por mais que tudo ali despertassem a lembrança de quando eu estava no lugar de Pedro, a dor e a saudade que tinha de meus pais não era mais tão devastadora, mas sim algo com o qual eu, talvez, tivesse aprendido a conviver. E sinceramente, esperava que Pedro também conseguisse.

Edmundo tocou meu braço quando chegou a hora de nos aproximarmos, tirando-me de meus devaneios. Pedro despedia-se dos últimos quando foi abordado por Digory e sua família, em seguida, antes de nós. Pedro recebeu os pêsames formais do Duque, o singelo, educado e sincero pesar de Lúcia, e os abraços de apoio de Dash, e principalmente, de Caspian. Assim que terminaram, afastaram-se e Edmundo abriu caminho para cumprimentar o amigo, foi quando os Kirke oficialmente nos viram, sem dizer nada, com apenas cumprimentos de cabeça, e se retiraram.

—Se precisar de alguma coisa, você sabe onde me encontrar.

—Obrigado, Ed. - Pedro respondeu.

Fazia muito tempo que eu não escutava a voz de Pedro, suave e grave, aconchegante, porém o toque de ausência estava presente, levemente, mas estava. Então ele ergueu os olhos azuis para mim. Um suave ar de sorriso solidário passou por meu rosto antes que eu o cumprimentasse da forma mais sincera.

Pedro e eu não éramos tão próximos até então. E nem imaginávamos o quanto isso mudaria com o passar dos anos.

—Muito obrigado, Su. - disse ele, sincero.

—Conheço muito bem o que você vai enfrentar - disse-lhe. Pedro olhava-me nos olhos, sabia que ele, apesar de guardar sua necessidade de consolo frente às formalidades, estava agradecido por minhas palavras. Ele sabia que eu o entendia, era isso que seus olhos me diziam. - Se precisar de qualquer coisa, ficarei muito feliz em ajudá-lo.

Ele segurou minha mão com as duas suas.

—Agradeço muito por isso. - e eu soube de sua sinceridade.

Não nos demoramos ali, Pedro precisava de privacidade e ele a teria de mim. Os Kirke já haviam partido e de certa forma fiquei agradecida por isso. Retornamos para minha casa debaixo dá neve que caía leve como algodão. Assim que passei pela porta aberta por Harold, fui de encontro ao ar quente e aconchegante causado pela lareira acesa.

Convidei Edmundo para o jantar e ele aceitou. Percebi um certo alívio irromper em mim. Os jantares em casa ficaram um tanto solitários nos últimos dias. Polly e Harold não faziam mais todas as refeições comigo. Chego a pensar que, cegamente, não notei que o fio de ressentimento que se instalarem entre eu e eles - após descobrir todas as coisas que esconderam - também havia se instalado no sentido contrário. Desse modo, a mesa comprida de mogno estendia-se pela sala de jantar, com suas inúmeras cadeiras, vazia. Felizmente, Edmundo ocuparia uma delas.

Nosso jantar foi cercado de risos e histórias antigas e divertidas. Senti-me em outra época. Uma que passara há uma eternidade.

Edmundo sempre fora um irmão para mim, desde sempre. Seu sorriso cálido, seu olhar doce e compreensivo, sua parceria e amor deram-me alento sempre que eu precisei, nos maus e nos piores momentos. Era uma pessoa maravilhosa, esplêndida. Sua futura esposa e minha amiga, Jill, era uma mulher de muita, muita sorte: jamais encontraria e amaria alguém tão bom e que a amasse tanto como Edmundo amava.

Ele merecia toda a felicidade que teve por toda sua vida.

[…]

O ano de 1816 estava chegando ao fim. O inverno oscilava entre dias frios e dias muito mais frios. As ruas e os telhados de Londres resplandeciam a pálida luz do sol com o branco da neve, a noite se podia ver o dourado das lareiras acesas pelas janelas das casas e a fumaça sumindo no topo das chaminés. As ruas cobriam-se de neve, salvo os rastros deixados pelas carruagens e pás que insistiam em combater os flocos.

Era época das comemorações de fim de ano. O natal, ocorrido dois dias antes, se passara solene. Não recebi nenhum convite para a véspera - e mesmo se tivesse, teria recusado. Polly e Harold ceiaram comigo, mas depois juntaram-se aos criados para comemorar, queriam que eu fosse, mas, educadamente, preferi ficar só. Eu estava diante da janela em meu quarto, olhando a cidade. Por um breve momento, recordando o natal anterior, o último de meus pais e, em seguida, os anteriores a este, indo cada vez mais longe, até da minha infância. Perdi-me assim até que as badaladas da meia noite trouxeram-me de volta. Enquanto soavam, tornei a fechar os olhos e, tendo a impressão de sentir mais cálido o ouro do colar de minha mãe sobre minha pele, pedi por meu irmão.

Isso se passou dois dias antes. Eu estava em meu quarto novamente, olhava para o caderno com capa de couro, preta com cantoneiras e adornos dourados nas bordas e na lombada; novo, que aparecera dentro de uma caixa de presente à minha porta na noite de natal, com um bilhete.

 

"Está na hora de ter o seu próprio diário, sua própria história. Com muito amor. Caspian"

 

—Correspondência para você. - a voz doce de Polly soou dá porta entreaberta. Com meu sinal de olhar ela entrou e entregou-me. - Acho que vai gostar. - e sorriu. No envelope, encontrei o nome de Lilliandil. Sorri.

—Obrigado, Polly! - falei. Sorrindo por meu sorriso, ela saiu enquanto eu abria o envelope, recheado com uma única folha dobrada.

 

"Querida Su, está absolvida pelo seu temporário surto de péssima amiga."

 

Não contive a gargalhada.

 

"Como prova disso, peço que venha juntar-se a nós e nossos amigos para a entrada do novo ano em minha casa. Será muito bom se puder comparecer. Sinto sua falta. Com amor e saudades. Lilliandil.”

 

Não havia pensado a respeito do ano novo, então, automaticamente, esperava que fosse pacífico e silencioso dentro das paredes de minha casa. Mas a proposta de Lilliandil animou-me. A possibilidade de estar entre amigos de novo, numa data especial, soou como um remédio, um escape singelo e merecido. Deixei a carta sobre a mesa e busquei por papéis de carta da gaveta.

Um dia e meio antes do ano novo, parti com Harold rumo a casa de Edmundo e de lá, partimos para a casa de Lilliandil. Ele também encontrava-se animado, seria muito bom estarmos juntos, dizia ele, com um sorriso de orelha à orelha.

—Temos muito o que comemorar. - assegurou ele. Olhei-o por alguns segundos, tentando ver algo que (de forma egoísta, admito), merecesse uma comemoração. Edmundo reparou minha expressão de confusão e sorriu de novo, sem graça. - Bem, eu conversei com o pai de Jill.

Um lance de susto fez meu coração disparar em ansiedade.

—E então? - perguntei, quando ele demorou a continuar.

—Foi a conversa mais longa que já tive na minha vida. - riu. - O visconde não pareceu muito favorável em ceder a mão de sua filha a alguém... digamos... Bem, em um degrau mais abaixo. - ele deu de ombros. - Mas acho que Eustáquio intercedeu de algum modo com o pai. Eu estava sem esperanças, até que recebi um bilhete dizendo que ele queria conversar comigo. - Edmundo respirou fundo, como se sentisse alívio de novo, e abriu um sorriso amplo, fazendo-me entender o resultado. Sorri junto com ele.

—Oh, Ed! Parabéns! - cumprimentei-o. - Fico muito feliz que ele tenha mudado de ideia.

—No fundo ele não mudou. - dispensou com um gesto. - Só reconsiderou a situação. Seu primogênito está vivo, jovem e com família, seu patrimônio está assegurado, então esse peso está mais leve sobre Jill. Acho que tivemos sorte. - e sorriu, sincero.

Sorri também. Ele estava feliz, e eu estava feliz por ele.

—Minha nossa...! - pisquei, após algum tempo, fazendo os olhos de Edmundo deixarem a janela e voltarem-se para mim. - Me pergunto por quanto tempo eu estive alheia a todos vocês, por quanto tempo estive focada em volta de mim e de meus problemas.

—A vida de todos está diferente, está tomando rumos. Veja só! Lillian está casada. Você e Jill, Lúcia e Rilian logo estarão...! Sinto que estou dando voltas e não saindo do lugar, presa em um tipo de encruzilhada com poucas saídas e nenhuma delas é fácil...

Edmundo olhou-me por alguns segundos, ponderando. Então falou.

—Parece que você está prestes a escolher uma saída

Não falei nada. Pelo meu olhar, ele soube.

Era verdade.

Fazia alguns dias que eu não via Caspian. As visitas à Dash diminuíram drasticamente, visto que ele se recuperara, e eu o via de vez em quando, para mantê-lo estável. Desse modo, mal pude falar a Caspian além do necessário, o que acabou privando-o de saber da decisão que vinha se concretizando em minha mente. Como eu dissera a Edmundo, estava em uma encruzilhada, cheia de saídas para pôr fim a tudo isso e trazer a paz para a família, porém, qualquer uma que eu escolhesse, custaria muito. Tanto que nem posso contar.


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Notas finais do capítulo

Bem, no capítulo anterior eu disse que faltavam 4 capítulos para a fanfics acabar, mas na verdade, faltavam 6. Porém, o cap 54 ficou muito, muito grande então tive que dividi-lo, desse modo, ainda faltam 6 capítulos para acabar a fanfic :)
Espero que tenham gostado!
Beijokas!!



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