Por Um Segredo escrita por Bruna Diniz


Capítulo 9
Capítulo 9: Doçura


Notas iniciais do capítulo

Oie, galera!
Estou adorando os comentários que vcs deixam ao fim de cada capítulo...
Obrigada pelas dicas, críticas e pelos elogios...
Estou amando escrever essa fic...
como disse ela é o meu xodó...
Espero que gostem do capítulo novo...
Um pouquinho de Ed pra vcs!!
Beijos!



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Pov Edward:

Quanto mais tempo eu passava ao lado de Bella, mais detalhes dessa fulga sórdida eu descobria.

Então ela tivera gêmeas?

Só de imaginar minhas filhas correndo riscos por falta de recursos, eu pirava.

Eu era um médico, pelo amor de Deus!

Tinha uma fortuna a minha disposição. Um dinheiro que só me trouxera tristezas, frustações, problemas, mas que serviria para salvar a vida da minha filha.

Teria condições de oferecer o tratamento adequado para uma gravidez de risco e preparar Bella para o parto, evitando que sofresse. Evitando que uma de minhas filhas morresse.

Mas não pude! Ela não permitiu. Preferiu perder a nossa bebê a pedir minha ajuda. Ajuda do pai de suas filhas. Do homem que ela dizia amar!

E ainda tinha essa história do corpo da outra bebê não ter sido enterrado.

Precisava saber o que aconteceu de fato. Algo nessa história não se encaixava.

Merda!

E esse desejo maldito que eu sentia por ela?

Porque isso agora?

Se não fosse ela ter chorado, hoje de manhã, certamente teríamos transado.

Eu não seria capaz de resistir. Não seria capaz de parar.

Seu cheiro, seu corpo, sua pele, sua voz... tudo era atrativo para mim.

Era como se Isabella Swan tivesse sido feita sob medida especialmente para mim.

E por mais que eu a odiasse, por mais que não coseguisse perdoá-la por ter fugido e mantido Nessie longe de mim, não conseguia, tão pouco, parar de desejá-la. De querê-la.

Droga!

Passei a mão pelos cabelos, frustado.

Disse que ela imploraria para ser minha, mas se as coisas continuassem se encaminhando dessa maneira, seria eu a implorar.

_ Onde está a minha mãe?

Ergui os olhos para a figura sonolenda e desarrumada de Renesmee parada a porta do quarto de Bella.

_ Foi ao mercado. Mas antes deu ordens para a senhorita mudar de roupa, escovar os dentes e tomar café.

Ela revirou os olhos.

_ A mamãe é sempre mandona!

_ Tenho certeza que ela só quer o seu bem.

_ Eu sei. Gosto dela mesmo mandona. Ela é a melhooooor mãe do mundo!

Eu sorri enquanto ela se aproximava e sentava-se em meu colo.

_ Tenho certeza que sim!

_ Mesmo quando eu faço bagunça. Ela sempre acaba rindo das minhas travessuras!

_ Tenho certeza que você é encantadora mesmo fazendo travessuras.

Ela riu e descansou a cabeça em meu ombro.

_ Você vai memso casar com minha mãe?

_ Sim.

_ Isso é bom. Eu sempre quis um papai.

Essa declaração tão inoscênte me trouxe uma imensa tristeza.

Nesse momento eu tomara uma decisão.

Não tinha mais como adiar a verdade. Nessie precisava saber que ela sempre tivera um pai e que se não fossepelas circunstâncias esse pai jamais teria saído do seu lado.

Eu teria estado lá no momento do nascimento, segurando a mão de Bella e garantindo que tudo saísse bem. As levaria para casa, daria o primeiro banho, a primeira papinha, a veria engatinhar pela primeira vez, dar os primeiros passos, dizer as primeiras palavras...

_ O que você sabe sobre seu pai, Nessie?- Perguntei após alguns minutos de silêncio.

_ Ele morreu quando eu era desse tamanhozinho._ Disse baixinho enquanto demosntrava o tamanho com as mãos.

Eu respirei fundo. Essa era minha deixa.

Precisava acabar com essa mentira.

Ela era minha filha e saberia disso.

_ Ele não morreu, Nessie.

Ela virou para me encarar com seus olhinhos zangados.

_ Morreu sim. Minha mãe não é mentirosa. Foi ela quem me disse.

"Não. Ela não era uma mentirosa. Apenas uma mercenária capaz de separar-nos."_ Pensei ironicamente. Mas claro que u não diria isso a Nessie.

_ Não, claro que ela não é mentirosa.

_ Então eu não entendo. Como sabe que meu papai está vivo? Você o conhece?

_ Sim..._ Minha voz saiu trêmula pela emoção e pelo choro que eu tentava conter._ Sou eu, querida.

Ela pulou do meu colo e me encarou com os olhinhos cor de chocolate assustados.

_ Você?!?_ Perguntou chorosa.

_ Sim, me anjo. Eu sou seu papai.

O tempo que ela passou me encarando durou uma eternidade. Seus olhinhos me encaravam e suas emoções eram muito transparentes. Surpresa, dúvida, alegreia... Todas essas expressões iam passando por seu rostinho infantil.

Me sentia como se estivesse sendo julgado em um importante tribunal.

_ E porque você não veio antes?

_ Não sabia sobre você. Nunca teria ficado longe se soubesse que tinha uma filha tão encantadora.

Mas alguns minutos se passaram e eu me sentia cada vez mais nervoso. Tinha medo de uma rejeição.

Desde que a conheci ela foi receptiva e permitiu minha aproximação.

Mas fazia tão pouco tempo que nos conhecíamos.

Não podia ter certeza que ela confiava em mim.

Nada doeria mais do que ser rejeitado por ela.

Mas de repente ela sorriu e correu para meus braços, me envolvendo com seus bracinhos pequeninos.

A abracei de volta e parei de reter as lágrimas. O alívio era muito grande para tentar conter a emoção.

Ela não me rejeitara.

Que se danasse quem disse que homens não deveriam chorar.

Eu estava imensamente feliz por ser aceito pela minha princesinha e se pudesse gritaria ao mundo o amor por minha filha.

_ Eu gosto de saber que você é o meu papai de verdade. Desde que eu te conheci brinco que sou sua filhinha._ Ela fungava em meu peito, enquanto eu acariciava seus cabelos bagunçados e tão parecidos com os meus._ Você é o papai dos meus sonhos. É bonito e legal e vai casar com minha mamãe.

Eu ri entre seus cabelos e a abracei mais forte.

_ Você também é a filha dos meus sonhos. Linda, legal, inteligente, travessa...

Deus! Como era bom segurá-la.

_ Agora eu não vou mais chamá-lo de moço bonito. Vou te chamar de papai._ Ela subiu na cama e começou a pular._ Eu tenho um papai... Um papai só meu... Um papai de verdade!

Não pude deixar de rir. Ela pulava alegre na cama e eu estava muito feliz por não guardar mais esse segredo.

De repente ela parou de pular e me encarou. Sentou-se na beirada da cama e ergueu o indicador direito.

_ Uma pergunta.

_ Até duas. Pode falar.

_ O vovô Cullen também não sabia que você estava vivo?

A menção do meu pai trouxe a tona todos os maus sentimentos que eu tento deixar de lado quando estou com minha filha.

Saber que Carlisle conhecia Renesmee me causava uma fúria cega.

Ele não tinha caráter para estar próximo de um ser tão inocente.

E é claro que também tinha o fato de que Bella contou a ele sobre minha filha e não contou a mim.

À pessoa mais interessada. O pai da Nessie.

_ Papaiii... Tá surdo?

Deixei os pensamentos intrigantes de lado e me concentrei em minha bonequinha.

_ Não querida. Estava só pensando.

Ela ficou me olhando, certamente a espera de sua resposta.

Mas o que eu diria a ela?

Talvez eu pudesse investigar.

Primeiro saberia o quanto ela conhecia do "vovô" Cullen e só depois eu responderia a sua pergunta.

_ Me diga uma coisa, princesa: O vovô Cullem vem sempre visitá-la?

_ Humm... Quanto é muito?

_ Não sei. Talvez todos os meses.

_ Então, não. Ele vem bem pouquinho.

_ E você gosta dele?

Ela me olhou por um momento. Parecia pensativa.

_ Mais ou menos. Ele não se parece muito com um vovô.

Eu sorri. A aparência de Carlisle realmente não lembrava a de um avô.

Os anos foram generosos com ele. Ele não parecia envelhecer.

_ Minha mãe não gosta dele._ Ela disse pensativa.

_ Como sabe disso?

_ Porque todas as vezes que ele vem, ela chora.

Maldito!

Sempre deixando maus sentimentos por onde passa.

_ Mas ele sempre traz um montão de presentes.

Claro que sim! Sempre tentando comprar a todos com o maldito dinheiro.

_ Ee le nunca falou de você.

Eu respirei fundo.

_ Ele não sabia que eu estava vivo, Nessie. Ninguém sabia.

Ela me olhou triste.

_ Eu senti saudade a vida toda, papai.

Me aproximei e a abracei.

_ Eu tmbém, gatinha.

_ Promete que não vai mais embora?_ Disse levantando a palma direita.

_ Eu prometo._ Levantei minha palma direita e toquei sua mão.

Jamais a deixaria.


xxxxx

Quando Bella voltou algumas horas depois, eu e Nessie estávamos vendo TV.

Ela entrou cheia de sacolas, dirigiu um doce sorriso à Nessie e um frio oi para mim.

Nessie pulou do meu colo e a seguiu até a cozinha.

_ Mamãe, Edward é o meu pai! O papai não morreu mamãe! E sabe o que mais? Ele nunca mais vai embora!

Ouvi o barulho de algo caindo no chão e me apressei até a cozinha.

Bella olhava para a porta com uma expressão atúrdida e suas compras estavam largadas no chão.

Provavelmente fora esse o barulho que eu ouvira.

Quando entrei em seu campo de visão ela me olhou com ódio.

_ Quem bom, querida!_ Ela estava muito nervosa_ Vá para o seu quarto e comece a arrumá-lo. Tenho certeza que está uma bagunça.

_ Mamãe! Eu quero te contar que...

_ Renesmee Swan, faça o que eu mandei! Agora!

Nessie saiu batendo os pés mas não discutiu.

Quando ouvimos seus passos ao fim da escada, ela me olhou e por um momento eu cheguei até a sentir medo.

Era assim às vezes. Seus olhares podiam causar êxtase ou medo.

_ Você não tinha o direito Edward! Eu deveria estar presente no momento em que contasse pra ela._ Gritou.

_ Eu tinha todo o direito. Chega de mentiras. Ela precisava saber quem eu sou de verdade. Precisava saber que eu não a abandonei. Que eu a amo.

_ Ah, claro! E aí contou a ela que a megera de sua mãe fugiu com ela e o pobre papai não teve a chance de conhecê-la?

_ Seria a verdade, não seria?

_ Já disse que você não sabe de nada!

_ Então porque não me conta?

Ela se virou de costas e passou a mão pelos cabelos, num jesto de nervosismo.

_ Não tenho nada pra contar. Você já fez sua versão dos fatos.

_ Disse bem. Minha versão. Mas adoraria ouvir a sua.

Ela respirou fundo e me encarou.

_ Deveria ter esperado. Era para fazermos isso juntos.

_ Você me deixou de fora mais de quatro anos. Mais de quatro malditos anos em que minha filha crescia e eu não acompahava. Porque eu deveria esperà-la?

_ Eu sou a mãe dela. Cuidei dela por todo esse tempo. Desci ao inferno para criá-la. Portanto, você deveria ter esperado sim!

_ Você foi ao inferno porque quiz. Eu estava em Boston o tempo todo. Poderia ter me procurado.

_ Eu não podia!

_ Porque? Pelo amor de Deus! Porque diabos não podia me procurar? Você estava grávida de um filho meu. Eu iria contra quem quer que fosse para ficar ao seu lado.

_ Não me faça mais perguntas, por favor!

_ Ótimo, Bella. Assim é perfeito. Você me deixa de fora e eu te deixo de fora. Nada mais justo!

Ficamos em silêncio por longos momentos. Ela virou-se de costas, encarando a janela. Estava imersa em pensamentos, perdida nos mistérios que sua mente ainda guardava.

Eu não entendia todo esse segredo.

Não sei quanto tempo suportaria tanto mistério.

_ Eu disse a ela que ninguém sabia sobre mim. Apenas isso. Não seria capaz de sujar a imagem que ela tem de você. Nessie a ama.

Ela continuava em silêncio.

_ Ela me falou sobre Carlisle.

Pude ver Bella estremecer ao ouvir o nome do meu pai.

_ Disse que você chora todas as vezes que ele a visita.

_ Conhece seu pai melhor que eu. Sabe que ele não é uma pessoa agradável.

_ Como ele descobriu Nessie?

Ela me encarou.

_ Eu não sei. Ele nunca me disse. Simplesmente apareceu dizendo vir visitar a neta.

_ E você deixou ele entrar?

A idéia de Carlisle perto de Bella me fazia tremer de ódio.

_ Acha que eu seria capaz de impedir seu pai?

Não. A resposta é única. Ninguém era capaz de impedir Carlisle do que quer que fosse.

_ Vocês nunca falaram sobre mim?

Eu precisava saber. Tinha que entender o porque mesmo meu pai tendo descoberto sobre Renesmee ela nunca ter me procurado.

Ela suspirou.

_ Muitas vezes.

_ E sobre o que falavam?

_ Muitas coisas.

_ Droga, Bella! Pare com evazivas!

_ Eu não vou dizer. Não posso. Então pare de perguntas.

_ Ótimo! Eu vou sair. Tenho que resolver uns problemas. Vou deixar você a sós com seus mistérios.

_ Podia ir e não voltar nunca mais!_ Ela gritou.

_ Mas eu vou voltar, querida! Fique aí curtindo seus mistérios, já disse. Eu não demoro.

Fui andando em direção a porta, mas antes de alcançar a saída, me virei. Ela estava com os braços cruzados sobre o peito e parecia fazer forças para não cair em prantos.

_ Ah... Só uma coisa: Quanto mais segredos você esconde, mais o meu desejo de vingança aumenta.

Ela me olhou seriamente. Depois baixou a cabeça e murmurou:

_ Um dia vai descobrir que está se vingando da pessoa errada.

Eu a alcancei em passos largos, segurando-a pelo ombro.

_ Então me diga a quem devo direcionar minha vingança? Diga!

_ Não!

Sua teimosia me irritava ao extremo.

Então fiz algo impensado.

Eu a beijei.

Precisava descarregar a tensão que eu sentia de alguma forma.

Era melhor beijá-la do que agredi-la. Pelo menos era do que eu tentava me convencer enquanto sentia o gosto infinitamente doce dos seus lábios.

Era tão bom quanto eu me lembrava.

Envolvente.

Quente.

Delicioso.

Ela resistiu no início, mas depois se rendeu com um gemido e me beijou também. Abriu os lábios e nossas linguas se tocaram com desejo.

Deus!

Como era bom beijá-la.

Senti suas mãos em meus cabelos e desci as minhas por suas costas, alcançando sua cintura.

Eu a desejava tanto!

Os sentimentos que tinha por ela eram muito contraditórios. No mesmo momento que queria matá-la eu queria beijá-la.

Eu ainda a odiava por tudo que me fez.

Mas não conseguia parar de desejá-la.

De repente, ela me empurrou. Eu senti frio quando nossos lábios se separarm.

Senti falta do seu calor.

Mas o que diabos estava acontecendo comigo?

Passei a mão pelos cabelos exasperado.

Eu precisava me lembrar que estava com ela para vingar-me, não para o prazer.

Não podia me deixar vencer pela vontade de tê-la em meus braços, caso contrário o feitiço viraria contra o feiticeiro e eu acabaria apaixonado outra vez.

Ela tinha que pagar pelo que me fez.

E dane-se se eu me vingar da pessoa errada.

Pelo menos eu teria uma vingança.

E ela não poderia negar que tinha me prejudicado. E muito!

_ É melhor você sair mesmo. Preciso ficar sozinha para preparar o almoço._ Sua voz saiu incrivelmente firme. O episódio do beijo totalmente squecido.

Não a olhei e nem esperei ela falar outra coisa.

Sai batendo a porta.

Eu precisava me afastar, caso contrário não conseguiria pensar.

Trataria dos detalhes do casamento e voltaria para Boston o mais rápido possível.

Lá eu confrontaria meu pai e daria continuidade a minha vingança.

Bella não perdia por esperar!

Eu não me deixaria levar por esse desejo estúpido.

Eu a teria em minha cama. Isso era uma certeza!

Mas como parte da vingança.

Nada mais!


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Notas finais do capítulo

Comentem, galerinha...
Até o próximo capítulo com o ponto de vista de Bella...
Beijos!