Por Um Segredo escrita por Bruna Diniz


Capítulo 8
Capítulo 8: Oculto


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem...
Boa leitura!



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Pov Bella:

Onde será que Edward se metera.

Desde a nossa discussão na cozinha ele sumira e eu não fazia nem idéia de onde ele poderia estar.

Já passava das dez da noite e nem sinal dele.

Duvidava que ele houvesse se perdido. Forks não tinha tamanho para tanto.

Bom, ele que se danasse!

Não ia ficar esperando a noite toda até que o lorde aparecesse.

Subi até meu quarto e arrumei a cama.

Para mim, é claro. Edward se quisesse dormiria no sofá.

Depois de ter tomado banho, desci com um travesseiro e um cobertor e os deixei sobre o sofá. Esperava que ele entendesse a dica.

Subi novamente e me deitei em minha cama. 

Apesar do conforto oferecido pelo hotel, nada melhor que minha casa, comprada com o suor do meu trabalho.

Pensei que demoraria a dormir, mas o sono veio instantaneamente.

Só esperava não ter pesadêlos.

Quando acoredei na manhã seguinte a fraca luz da manhã clareava o quarto. 

Dormi feito uma rocha.

Continuei com os olhos fechados aproveitando o aconchego do meu leito.

Tentei me espreguiçar e quando me virei de lado senti algo quante em minha perna. Quente e peludo.

Deus! 

Ele não teria feito isso, teria?

Abri os olhos lentamente e olhei para meu lado direito.

Senti meu coração falhar uma batida.

Lá estava Edward, dormindo bem folgado em minha cama e com uma perna passada sobre as minhas.

Senti meu sangue ferver de ódio.

Que diabos ele estava fazendo ali?

Como ele se deitara em minha cama sem que eu notasse?

Bufei de raiva e tentei me levantar. Quando consegui libertar minhas pernas, senti duas mãos em minha cintura e sem que eu pudesse evitar, fui puxada novamente para cama. Em menos de um segundo estava deitada de costas com Edward pairando sobre mim.

_ Onde pensa que vai?_ Ele perguntou encarando minha boca.

Eu engoli em seco.

_ Preciso me levantar.

_ Eu não quero que se levante... Ainda.

_ O que está fazendo aqui?

_ Em sua casa ou em sua cama?

_ Em minha cama. Pensei que tivesse deixado claro que não o queria aqui.

_ Não ligo para o que você quer. Não ia dormir no sofá.

Temtei empurrá-lo, mais isso só serviu para nos aproximar mais, já que agora ele segurava minhas mãos acima da minha cabeça.

Eu o encarava com fúria. Suas mãos pareciam garras de ferro em meu pulso.

Seu olhar desceu lentamente para o decote da camisola que eu usava.

Senti meus seios formigarem.

Droga de corpo traidor!

Tentei novamente me libertar e senti seu joelho se infiltrando entre minhas pernas.

Me desesperei.

Ele me obrigaria mesmo a transar com ele? Ele me odiava. Me desprezava e mesmo assim usaria meu corpo ao seu bel prazer.

Fechei os olhos com força para não ver o que viria a seguir e não pude conter as lágrimas que rolaram pelo meu rosto.

_ Porque está chorando?

O encarei com os olhos marejados. 

_ Vai mesmo me forçar a transar com você?_ Sussurrei.

Ele me encarou por um momento e depois me soltou. Levantei-me em um pulo e fiquei em pé na beirada da cama.

_ Não vou te forçar, já disse.

Eu o olhei por mais um momento e me virei em direção ao banheiro.

Estava cansada de discutir com ele.

Estava sem forças para enfrentá-lo.

Saber que ele dormiu ao meu lado me irritava, mas preferi deixar o assunto de lado. Era melhor assim.

Brigas perto de camas eram perigosas, principalmente quando se tem sentidos traidores.

Quando já estava vestida, saí do banheiro e fui até o quarto de Renesmee que ainda dormia. Reparei, ao passar por meu quarto, que Edward voltara a se deitar em minha cama e fitava o teto imerso em pensamentos.

Desci para preparar o café e quando terminei de improvisar uma refeição com os restos da dispensa, fui até o quarto para avisar Edward que precisava sair.

Iria ao supermercado e depois até a livraria. 

Precisava saber como estavam as coisas por lá e aproveitaria o momento para conversar com Alice e para ficar longe da presença dominadora de Edward.

Entrei no quarto e o encontrei com o porta-retratos que ficava em minha cabeceira nas mãos.

Era uma foto minha com sete meses de gravidez. Estava imensa e vestia um macacão jeans. 

Eu sorria para a câmera. Apesar de todos os problemas estava feliz a espera do meu bebê. O ser que provaria que minha história com Edward fora mais que um sonho lindo de amor.

Pigarrei para chamar sua atenção e ele desviou o olhar da foto, mas não a devolveu ao lugar.

_ Preciso ir ao mercado. Você fica com Nessie até eu voltar?

_ Não quero que saia sozinha.

_ Não vou fugir, Edward. Nessie estára com você e ela é a maior garantia que eu voltarei.

Ele suspirou e olhou novamente para a foto.

_ Você ficou muito bonita grávida.

Fiz uma careta.

Bonita era a única palavra que eu não usaria para me descrever em minha gravidez.

_ Eu fiquei imensa.

Ele me olhou muito sério.

_ Realmente. Imensa... Me diga: com quantos quilos Nessie nasceu?

Opa! Terreno perigoso!

_ Porque?

_ Me responda, Bella. Quantos quilos?

Eu respirei fundo. Não aguentava mais tantos segredos.

Que diferença faria agora ele saber toda a verdade?

O passado não mudaria mesmo.

_ Dois quilos.

Ele continuava me encarando.

_ Você estava muito grande para UM bebê de apenas dois quilos.

Eu o encarei séria. Ele advinhara a charada.

_ Eram dois bebês. Eu estava grávida de gêmeas.

Surpresa, dor, revolta e muitos outros sentimentos passaram por seus olhos enquanto ele ainda me encarava.

Não gostava de falar sobre isso. 

Doía lembrar que um pedacinho meu se fora.

_ A outra gêmea morreu ao nascer. Ela era muito pequena e tinha problemas respiratórios. Se sobrevivesse, teria uma saúde muito debilitada.

_ Foi isso que os médicos disseram?

_ Foi a explicação que me deram pela sua morte.

Ele olhou novamente para a foto e a depositou suavemente sobre a mesinha de cabaceira.

_ Quando pretendia me contar?

_ Você saberia em breve. Nessie conhece a história e certamente lhe contaria. O assunto não veio a tona em nenhum momento e eu não vi o porquê remexer em algo que prefiro esquecer.

_ Era minha filha também!_ Ele gritou irritado.

_ Eu sei. Mas ela está morta. Eu nem mesmo cheguei a conhecê-la.

Ele dirigiu-se para a janela, abriu a cortina e encarou o céu nublado.

_ Como foi o seu parto?_ Perguntou alguns minutos depois, aparentemente mais calmo.

_ Difícil. Perdi todo o líquido e muito sangue. Por mais que fizesse força, não conseguia trazer meus bebês a luz. Perdi os sentidos. Quase morri. Fizeram uma cezária de emergência. Quando acordei fiquei sabendo que um dos meus bebês havia morrido e que a outra estava muito fraca na incubadora.

_ Mas Nessie é saudável?

_ Completamente. Ela ganhou peso depressa e em menos de quinze dias estava em casa. Nunca fica doente.

_ Que bom! Mesmo assim, quando voltarmos a Boston quero examiná-la pessoalmente. A farei passar por uma bateria de exames para ter certeza de que ela é realmente saudável.

_ Não adianta dizer alguma coisa. Minha opinião não conta mesmo.

Ele deu um sorriso de lado com o meu comentário.

_ Vou ao mercado. Por favor, cuide bem da Nessie. O café está pronto. Garanta que ela coma, escove os dentes e mude de roupa. 

Mas antes que eu pudesse sair ele fez mais uma pergunta.

_ Como a outra se chamaria?

Eu suspirei. Porque ele insistia no assunto?

_ Não sei, Edward. Descobri que estava grávida de gêmeas poucas semanas antes do parto. Não tive tempo de pensar em nomes. E como ela morreu, eu nem cheguei a escolher um nome.

_ De onde veio o nome Renesmee?

Estava esperando por essa pergunta a algum tempo.

Olhei em seus olhos para responder essa pergunta. Ele precisava saber que mesmo tendo escondido Renesme dele, eu sempre preservei um pedacinho seu em nossa filha.

_ Você jamais deveria saber sobre Nessie. Ela não poderia ser uma Cullen. Mas eu precisava que ela tivesse uma referência a suas origens, nem que fosse no primeiro nome. Renée era o o nome da minha mãe e Esme o nome da sua. Uni os dois nomes e o resultado foi Renesmee.

Ele ficou me encarando por um longo momento. Sua expressão era ilegível.

_ Onde enterraram a outra bebê?_ Perguntou algum tempo depois.

_ Não enterraram. 

_ Não?_ Perguntou incrédulo.

_ Foi minha avó quem cuidou dos detalhes enquanto eu dormia. Ela me disse que o hospital nunca apresentou o corpo. Imagino que tenha sido doado para alguma universidade para estudo.

_ E você fala assim? Com essa frieza?_ Ele estava irritado outra vez.

_ E queria que eu falasse como? Eu quase morri no parto. Quando acordei e descobri que uma das minhas filhas havia morrido eu chorei dias sem parar. Era minha filha e eu a amava. O hospital só me deu um atestado de óbito que nem nome tinha. Era a única coisa que provava que minha bebê existiu. Não sei onde está o corpo. Mas talvez tenha sido melhor assim. Me dediquei inteiramente a Renesmee. A filha que precisou de mim porque estava viva.

Ele não disse nada. Ouviu meu desabafo em silêncio. Depois de um tempo, sentou-se na beirada da cama e colocou o rosto entre as mãos.

_ Pode ir ao mercado. Eu cuido de Renesmee. Só não demore muito. Ainda não sei como lidar com ela._ Sua voz saiu abafada, pois ainda estava com a cebeça entre as mãos.

_ Tenho certeza que se sairá bem. Até depois.

Saí quase correndo. Precisava de ar puro. Precisava de um ar que não fosse o mesmo que Edward Cullen respirasse.

xxx

_ Graças a Deus você está viva._ Alice disse enquanto me abraçava apertado.

Tinha ido ao supermercado e como planejado passei na livraria. Era meu momento para conversar a sós com minha amiga.

_ Porque não estaria?_ Perguntei rindo e a abraçando de volta.

_ Aquele homem me dá medo. Mas tenho que confessar que ele é lindo._ Ela olhou para os lados anciosa._ Que Jazz não me ouça!

_ Como estão as coisas?_ Perguntei enquanto me sentava em uma das mesas disponíveis para leitura.

_ Tudo certo. As vendas estão excelentes e meus dois gatinhos estão ótimos. Mas e você, amiga? Como assim sai de férias e volta com o ex-namorado na bagagem?

Eu ri. Ah se ela soubesse!

_ Sente-se Alice, a história é longa.

Contei todos os detalhes, desde nosso reencontro, até hoje de manhã, no meu quarto. Alice ouvia tudo em silêncio. Segurava minha mão quando me sentia nervosa e me lançava olhares preocupados.

Quando terminei, ficamos em silêncio algum tempo.

_ Meu. Deus! Se soubesse disso jamais a teria forçado a viajar.

_ Não foi culpa sua, Alice. Relaxa!

_ Mas, e agora? Vocês vão mesmo se casar?

Eu suspirei.

_ Acho que sim. Ele disse que quer que nos casemos antes de confrontar seu pai.

Ela me olhou muito séria.

_ Você está pronta para esse confronto?

Eu a olhei com medo.

_ Sabe que não.

Ela bufou!

_ Quando vai contar a ele toda a história?

_ Quando tiver a garantia que nada acontecerá a ele ou a sua mãe.

_ Carlisle não vai machucá-los.

_ Não tenho garantias, Ali. Não posso arriscar!

_ Tem que pensar em você e Nessie. Se contar a ele, esse clima ruim entre vocês, esse ódio e o desejo de vingança certamente desaparecerão.

_ Só contarei quando tiver a certeza que eles estão seguros. E você sabe que Carlisle fez ameaças a Nessie também. Não posso deixar que ele as cumpra. Eu morreria se algo acontecesse a minha filha.

_ Você é quem sabe. Só espero que não se destrua em um casamento levado pelo ódio para proteger algo que não necessita de proteção.

Ficamos em silêncio por um longo momento. Alice havia fechado a loja para que pudéssemos conversar a vontade.

Existia muito nessa história que Edward não sabia e que eu ainda não podia revelar.

Sabia que Carlisle não tinha caráter e seu senso de família nunca se desenvolvera. 

Para ele, machucar alguém próximo, seria totalmente normal, desde que fosse a favor de seus interesses.

Aguentaria calada até ter a certeza que todos estava seguros.

_ Você ainda o ama.

Não foi uma pergunta. Foi uma afirmação. 

Encarei Alice e ela me olhava com ternura.

_ Acho que nunca deixei de amá-lo.

_ E vai aguentar calada enquanto o homem que você ama a odeia por coisas que não tem culpa?

_ Se for para protegê-lo, sim. O amor é isso, Ali. Renúncia.

_ Espero que quando decidir contar não seja tarde demais e esse amor já não tenha morrido.

Era o que eu esperava também.

_ Preciso ir. Nessie deve ter acordado e tenho medo de deixá-los sozinhos.

_ Salve a todos do "Furacão Renesmee"._ Rimos juntas. Falar em Nessie aliviava quanquer tensão._ Quando vai contar a ela que o tal "moço bonito" é, na verdade, o pai dela?

_ Não sei. Conversarei com Edward a respeito.

_ E... Me diz uma coisa... E... Hum...

Alice gaguejando? Boa coisa não vinha por aí!

_ Fale logo, Alice!

_ O casamento será consumado?

Eu corei.

Nunca me acostumaria a conversar sobre sexo com alguém, ainda mais se esse assunto envolvesse Edward Cullen.

_ Ele diz que sim.

Ela ergueu as sombrancelhas.

_ E você faz apenas o que ele manda?

_ Não sei se terei forças para resistir. Mas não vou me entregar sem lutar.

Ela gargalhou.

_ Queria ser um pernilongo para passar essas noites quentes com vocês. Vai ser páreo duro!

Eu não ri. Não achava nada engraçado nisso.

_ E ele é bom de cama?

_ Alice!_ Meu rosto deve ter se tingido em dez tons de vermelho._ Não me lembro. E nem tenho parâmetros para comparação.

_ Mas você gostava de transar com ele?

A encarei zangada.

_ Eu vou embora. Nossa conversa já atingiu os níves da decência.

_ Fala como uma virgenzinha puritana!

_ Tchau, Alice._ Disse e sai andando. 

Depois de tudo que acontecera ontem a noite e hoje de manhã esse assunto era muito pergoso para minha libido.

Muito perigoso!


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo é bem explicativo...
Entenderão, em partes os motivos que Bella tem para guardar segredo sobre sua fuga...
E também ele lhes apresenta outros mistérios...
Espero que tenham gostado...
Beijos e até o próximo!