Por Um Segredo escrita por Bruna Diniz


Capítulo 10
Capítulo 10: Renúncia


Notas iniciais do capítulo

Oie...
Galerinha, desculpem a demora, mas fiquei sem internet
Aqui vai mais um capítulo dessa história louca...
Beijos e Boa leitura.



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Pov Bella:

Ouvi o baque surdo da porta da frente se fechando.

Edward saíra intempestivamente depois que nos beijamos.

Eu suspirei de alívio, mas ainda sentia o mundo girando a minha volta.

Como se castiga um corpo traidor?

Porque era isso que o meu corpo era. Um traidor!

Minha mente insistia que eu deveria ser forte, resistir às tentações e aos apelos sensuais que Edward significava, mas o meu corpo ignorava tudo.

Era só ele se aproximar além de um limite seguro, que eu sucumbia.

Que droga eu fizera correspondendo tão intensamente ao beijo que ele me dera?

Deus!

Eu jurara que não me entregaria, mas ao primeiro toque me derretia como manteiga.

Fechei os olhos com força e tentei esquecer o maldito beijo.

Mas meus lábios ainda formigavam, minha pele ainda sentia seu toque e seu cheiro ainda estava em mim, como uma droga, me enlouquecendo.

Eu estava trêmula.

E isso porque fora apenas um beijo.

Imagine se tivéssemos ido além?

Se tivéssemos feito amor?

Eu dissera à Alice que não me lembrava como era transar com Edward.

Mas eu mentira!

Lembrava-me perfeitamente.

Era maravilhoso.

Não que eu tivesse muita experiência no assunto. Ele fora meu único amante.

Mas as horas que passávamos juntos, perdidos um no outro, nos amando, nos tocando, nos beijando, eram perfeitas e por mais que eu vivesse cem anos, nunca esqueceria.

Tê-lo dentro de mim me trazia uma sensação de plenitude, poder, satisfação.

Em seus braços eu me sentia bonita, sensual, desejada... Ele me fazia pensar que não existiam outras mulheres no mundo.

Apenas eu.

A garota pobre, de beleza singela e desastrada, mas que envolta pela bolha desse amor tornava-se perfeita.

Eu deveria estar odiando-o por ter dito a Renesmee a verdade sobre ele sem me consultar. Sem a minha presença.

Deveria temer por ele estar tão perto da verdade sobre meu sumiço e sobre as chantagens de Carlisle.

E entre tantos sentimentos que deveriam manifestar-se nesse momento, tudo que eu conseguia sentir por ele era desejo.

Inferno!

Eu precisava superar esse beijo, esse louco desejo, ou estaria perdida.

Acabaria ajudando Edward em seu plano de vingança e isso certamente me destruiria.

Mataria os pedaços que restavam do meu coração.

xxxxx

Passadas duas semanas após o episódio do beijo na cozinha eu me arrumava para meu casamento no quarto de Alice.

Ela insistira em planejar uma festa mesmo eu dizendo que aquele casamento não seria de verdade, que era parte da vingança de Edward contra mim.

Então, contrariando minha vontade, eu estava ali, vestida de noiva e muito nervosa com o que aconteceria daqui a poucas horas.

Tudo acontecera muito rápido.

Edward voltara muitas horas depois da nossa briga na cozinha, naquele dia. Ficou o tempo todo em silêncio e só respondia o que Nessie lhe perguntava.

Ela insistiu para que ele a colocasse na cama e enquanto os dois estavam no quarto eu me preparava para dormir.

Temia que Edward insistisse em dormir em minha cama e o episódio do beijo se repetisse.

Minhas forças estavam se esvaindo e eu não saberia dizer se teria como resistir ao apelo sexual que ele tinha sobre mim.

Mas meus temores se provaram infundados quando ele, depois que saíra do quarto de Nessie, se dirigira para o sofá sem dizer uma palavra.

Me senti aliviada, e para minha raiva, um pouco frustada.

Tinha que admitir, que uma parte de mim, queria-o dormindo ao meu lado.

A parte masoquista, é claro!

Tivemos um domingo relativamente tranquilo. Edward imerso em pensamentos, enquanto eu me mantia o mais afastada possível.

Não que ele fizesse questão da minha presença.

Trocávamos apenas algumas palavras. O estritamente necessário para nossa convivência em uma mesma casa.

Nessie estava encantada em ter um pai. Passava quase o dia todo ao seu lado e isso me deixava um pouco incuimada.

Eu sei que era egoísmo de minha parte.

Eu a tivera só pra mim por quase cinco anos e agora eles tinham o direito de desfrutar da compahia um do outro.

Mas era inevitável sentir-se rejeitada. Sozinha.

Ela ainda era carinhosa comigo. A mesma de sempre.

Entretanto, ela e o pai criaram um mundo que não me era permitido a entrada. E isso doía.

Eu tinha ciúmes.

E medo.

Medo de que ele a conquistasse e conseguisse tirá-la de mim.

Na segunda, após o almoço, ele disse que acertara tudo com o juíz da cidade e que dentro de duas semanas nos casaríamos.

_ Duas semanas? Por que tanta pressa? E por que você não me consultou sobre a data? É o meu casamento também!_ Eu disse irritada.

_ Já disse que sua opinião não importa. Nos casaremos em duas semanas e acabou. Preciso voltar a Boston e você irá como minha esposa.

_ Pare de decidir tudo sem me consultar. Eu tenho vontade própria. É a droga da minha vida também!

_ Vida essa que você colocou em minhas mãos no momento em que decidiu fugir levando minhas filhas no ventre. Eu jurei vingança e eu vou cumprir. Você casa comigo no dia marcado e não se fala mais nisso. Ao não ser, é claro, que queira conversar sobre a guarda de Rensmee. Nesse caso, podemos tentar um acordo. Mas garanto que quem sairá perdendo é você!

E o que eu podia fazer?

Nada do que eu dissesse ou fizesse o distituiria dessa idéia.

Então eu me resignei a preparar as malas e a aceitar o meu destino.

Comuniquei Alice sobre a data e ela tomara as rédeas dizendo que me prepararia a melhor festa de casamento que duas míseras semanas permitissem.

E pelo visto ela tivera sucesso em seu intento.

Planejara uma recepção simples elegante e organizada, para poucos convidados. Nem mesmo meu pai estaria presente e como eu não tinha muitos amigos...

Charlie tinha compromissos inadiáveis de trabalho e não pudera comparecer. Na verdade, ele nem quisera saber com quem eu estava casando. Não importava.

A única coisa que importava é que sua filha agora teria alguém em quem se apoiar e ele estava livre desse compromisso.

Mal sabia Charlie que eu estava me casando com o meu próprio demônio. Com alguém que jurara transformar minha vida num inferno.

Quando fugi de Boston e viera para Forks, Charlie só foi aparecer seis meses depois. Eu já estava imensa de grávida e quando ele me vira, quase tivera um infarto.

Vivia dizendo que eu estragara minha vida, que desperdiçara a oportunidade de ser alguém, de ter um futuro.

Muitas vezes sugerira que eu desse meu bebê para adoção, pois com apenas dezoito anos não tinha condições de me tornar mãe.

Brigávamos diariamente por isso. Minha avó brigava com ele o tempo todo também. Ele me fazia sofrer. Suas acusações só me faziam sentir-me pior.

“_ Você se tornou uma decepção como filho e pai, Charlie. Sorte o seu pai estar morto, caso contrário morreria de desgosto.”_ Dizia vovó.

Quando estava bem perto de completar nove meses de gestação eu cai no banheiro e precisei ser levada as pressas para o hospital. Charlie estava em casa, mas ao invés de me socorrer, ficou apenas olhando. Disse que não poderia usar a viatura para esse tipo de emergência e não fizera simplesmente nada. Ele queria que eu perdesse o bebê.

Foi nesse dia que descobri que estava grávida de gêmeas.

Fizera todo o pré-natal em Forks, mas apenas no último mês de gestação o médico descobrira que eram dois bebês. Eu fiquei tão feliz.

Mas Charlie ficara ainda mais furioso quando soubera que eu teria gêmeos. Ele amaldiçoava o pai dos bebês e parou definitivamente de falar comigo. Nem acusações, nem brigas, nem nada. Apenas silêncio.

Eu nunca havia contado a Charlie sobre Edward. Recusara-me a dizer o nome do pai das minhas filhas. Temia que ele o procurasse e colocasse em risco a vida de Edward, a minha e de minhas filhas. Sem contar que Carlisle poderia fazer mal ao próprio Charlie, e eu não podia permitir.

“_ Vire-se, Bella. Não conte com nem sequer um tostão do meu bolso. Você escolheu essa vida e, portanto, terá que vivê-la sozinha.”

Pouco tempo depois ele fora transferido para Seattle e eu quase não o via.

Ele voltou um mês depois do meu parto e quando ficara sabendo da morte de uma das gêmeas dissera ser melhor assim.

Eu cheguei a odiá-lo por isso.

Mas quando minha avó morreu, ele veio morar comigo para me ajudar com Renesmee e se afeiçoara me ajudando, a sua maneira, a cuidar dela.

Ele ainda insistia em saber quem era o pai da minha filha. Mas eu nunca disse.

Sabia que sua idéia era ir atrás dele para obrigá-lo a assumir Renesmee.

E Carlisle fora claro. Desapareça!

E foi o que fiz.

Uma pena que ele tenha me encontrado e transformado minha vida em um novo tormento.

Ele vivia dizendo que poderia tomar Renesmee de mim se quisesse.

“_ Ela é uma Cullen e temos mais recursos a lhe oferecer que você, uma pobre coitada.”

Todas as vezes que ele me visitava, deixava meus nervos em frangalhos.

Me ameaçava, me chantageava, me maltratava e dizia que se algum dia Edward descobrisse sobre mim ou Renesmee, eu estaria perdida.

E agora aqueles telefonemas malditos começaram outra vez.

Imagino que ele descobrira que Edward estava comigo e queria me amedrontar.

Por isso eu deveria me manter em silêncio.

Só depois de saber que todos estavam em segurança eu revelaria os motivos da minha fulga a Edward.

Mas caso ao contrário, sofreria as consequências calada até o fim dos meus dias.

Suspirei.

Tentaria esquecer Carlisle hoje. Bem ou mal, era meu casamento e eu queria vivenciá-lo da melhor forma possível.

E ao que parece, Edward também.

Ele concordara com todas as idéias de Alice.

Parecia ter gostado dela e do marido, Jasper.

E isto, de certo modo, era um alívio no meio de tanta tensão.

Algo em comum que partilhávamos. Um bom relacionamento com Alice e Jasper.

Jasper não conhecia meu passado e acreditava realmente que eu me casaria por amor.

Ele sabia que Edward era o verdadeiro pai de Renesmee e estava feliz por termos nos acertado.

“_ Estava na hora de Nessie ter um pai. E chega de solidão, Bella. Você merece ser feliz!”_ Dissera ele.

Edward pouco falara comigo nessas duas semanas.

Passava o tempo todo ao telefone ou brincando com a filha.

Nas vezes que conversávamos, sempre acabávamos brigando e eu temia que toda aquela tensão se transformasse em desejo e nos levasse a cometer loucuras das quais nos arrependeríamos depois.

A partir de hoje eu seria oficialmente sua esposa e podia sentir que as coisas mudariam entre nós.

Ele tinha dito que eu seria mais que sua esposa. Seria sua mulher.

E essa declaração me preocupava. E muito!

Nossa vida havia se transformado em um campo de guerra.

Sua vingança contra nosso desejo.

Quem sairia vencedor?

Não fazia idéia.

_ Tudo pronto, Bella. Seu noivo já está a sua espera!

Dei um pulo ao ouvir a voz de Alice e a encarei através do espelho. Em meu olhar estava todo o nervosismo que eu sentia com a situação.

_ Relaxa, Bella. Você vai casar, não vai para a forca. E vai casar-se com um gostosão. Então, melhore essa cara. Já!

Respirei fundo.

_ Não consigo. E já lhe disse que esse não é um casamento de verdade.

_ Claro que é! Tem um noivo de verdade, e que noivo!_ Ela se abanou com as duas mãos e revirou os olhos._ Uma noiva de verdade, uma daminha de verdade, convidados de verdade, padrinhos de verdade... Portanto, casamento de verdade!

Ela posicionou-se atrás da minha cadeira para dar os últimos retoques em meu cabelo.

_ Está usando toda roupa que eu deixei sobre a cama?_ Ela perguntou me encarando pelo espelho.

_ Si... Sim._ Disse desviando o olhar.

_ Isabella Swan! Você não sabe mentir. O que fez com a lingerie que eu deixei sobre a cama?

_ Alice, aquilo é totalmente dispensável._ Eu estava totalmente vermelha.

_ Você nunca teve uma noite de núpcias antes. Eu sim! Portanto, quem diz o que é dispensável ou não, sou eu!

_ Eu não terei uma noite de núpcias, portanto é dispensável.

_ Você vai desprezar um gostosão como o Edward? Enlouqueceu?

Eu me levantei irritada.

Que parte do "Esse. Casamento. Faz. Parte. De. Uma. Vingança." ela não entendeu?

_ Ele não me ama.

_ Ótimo. Então faça apenas sexo com ele. Deixe pra fazer amor depois que conquistá-lo novamente.

_ Alice!

_ Bella!

_ Isso é sério!_ Disse exasperada.

_ Claro que é. Sexo é seriíssimo. E uma delícia!

_ Deus! Pare com isso, Alice!

_ Não. Você é uma tonta. Dê uma chave de coxa no Edward e aposto como ele se esquece de qualquer plano de vingança.

_ Eu não vou falar sobre isso com você!

_ Você está muito mal humorada. Sexo resolveria esse problema!

_ Não vai rolar, Alice. E pare de falar sobre isso. Por Deus!

_ Bom, que saber: Eu duvido que não role. Vocês soltam faíscas quando se aproximam. Tanta tensão assim só pode acabar na cama.

_ Pare com isso ou eu desisto dessa loucura e fujo outra vez.

_ Não pode passar a vida fugindo. Tem que enfrentar seus problemas de frente. É a única forma de exterminá-los.

Eu suspirei. Ela tinha razão!

_ Ok! Mas eu não terei uma noite de núpcias. Nem tudo se resolve na cama. Existe muito ressentimento entre eu e Edward. São mais de quatro anos de separação, dores, problemas... Não se pode esquecer assim!

Ela me olhou por um momento e depois deu de ombros.

_ Eu não sei vocês, mas eu e Jasper resolvemos todas nossas diferenças na cama. Mas se preferem se matar em um plano louco de vingança, azar o de vocês. Eu só acho que vocês deveriam aproveitar melhor tanta energia.

_ Ótimo, Alice. Você não disse que Edward já estava esperando?

_ Disse.

_ Então vamos de uma vez! Esquece esse assunto, por favor.

Ela me encarou por um momento e parecia que ia discutir. Mas por fim deu de ombros mais uma vez e me guiou até a porta.

Em poucos minutos eu seria a Sra. Cullen.

Respirei fundo.

Calma, Bella.

Devagar.

Um passo de cada vez.

Você consegue.



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado...
Acho que ainda hoje posto a continuação...
Continuem comentando...
Beijos!