Por Um Segredo escrita por Bruna Diniz


Capítulo 6
Capítulo 6: Motivos


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem a oportunidade de desvendar os mistérios da mente de Edward...
Boa leitura!



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Pov de Edward:

Eu tremia de ódio. Sai do quarto rapidamente para não cometer uma loucura.

Às vezes, tinha vontade de agredi-la. Sacudi-la até que me explicasse os motivos para ter agido como agiu.

Mas tinha medo que Bella fugisse outra vez. Ela poderia muito bem procurar seus direitos e encontrar um jeito de me manter afastado dela e de Renesmee.

E eu não podia permitir que isso acontecesse. Pagaria os melhores advogados do país para evitar que me tirasse Rensmee outra vez.

Sonhei durante toda minha vida com uma família minha, normal, harmoniosa. Unida pelo amor e não por interesses finenceiros. 

Descobrir que eu tinha uma filha me fez desejar tudo isso outra vez. 

Há muito tinha desistido desses sonhos. Desistido de ser feliz. Há cinco anos eu deixara de lado qualquer perspectiva de felicidade.

Quando conheci Bella, me encantei com sua beleza e sua timidez. Fui me apaixonando dia-a-dia pelo seu jeito de menina, por sua força e persistência. Desejei ardentemente ter uma família com ela.

Mas ela sumira. Desaparecera do mapa e por mais que eu tenha tentado, não consegui encontrá-la.

Quando descobri que o acidente fora uma farsa rompi defdinitivamente com minha família.

Bella fora convidada para visitar a família com Sammy, sua colega de quarto, e com o namorado da mesma.

Ei não queria que ela fosse.

Dizem que apenas as mulheres têm sexto sentido. Mas algo me dizia que se Bella entrasse naquele carro ela jamais voltaria pra mim.

Mas ela fora. Despedira-se de mim, entrara no carro e partira sem nem mesmo olhar para trás.

Horas depois, fiquei sabendo de um grave acidente e me desesperei.

Não havia sobreviventes. Foi isso que a tv noticiou.

O que eu não sabia era que Bella não viajara com eles. Eles a deixaram no aeroporto e seguiram viajem. O terceiro corpo, que eu acreditei ser o de Bella, era de uma outra garota. Detalhe que eu só descobri um ano depois.

Quando acreditei que ela estava morta, quase enlouqueci.

Eu jamais a veria de novo, jamais sentiria seu cheiro de frésias novamente. Não poderia vê-la corar quando dissesse algo constrangedor. Jamais a beijaria outra vez. Não a teria em meus braços, gemendo meu nome.

Entrei em depressão e quis desistir de tudo. Somente o apoio de minha mãe e de Seth Clearwater, meu melhor amigo da faculdade, não me deixou esmorecer.

Minha mãe foi contra minha união com Bella. Mas a verdade era que ela morria de medo do meu pai e faria tudo que ele mandasse. Portanto, se ele não aprovasse minhas escolhas, ela também não aprovaria.

Meses depois da suposta morte de Bella, fui apresentado a Tânia. Mas nenhuma garota, por mais perfeita que fosse, conseguia atrair a minha atenção. Em todas eu procurava apenas por uma pessoa: Isabella Swan.

Meu pai ficou irado por eu me recusar a namorar com Tânia.

Mas eu queria que ele fosse para o inferno!

Eu era o filho primogênito de Esme e Carlisle Cullen. Minha mãe vinha de uma rica família britânica e meu pai a conhecera em Londres durante uma viagem. Ele dizia ter se apaixonado por ela a primeira vista, mas eu sabia que na verdade o que o encantara foram os muitos milhões em sua conta bancária.

Eles se casaram pouco tempo depois e mudaram-se para Califórnia, onde meu pai terminou o curso de medicina e onde nasci, cinco anos após seu casamento.

Desde cedo fui criado para ser médico. Precisava seguir os passos do meu pai. Ser alguém na vida e não um simples herdeiro.

E eu queria isso. Ele era meu herói e ser como ele me enchia de orgulho.

 Até eu descobrir quem realmente ele era.

Numa noite desci até a cozinha da mansão que morávamos para tomar um copo de leite. Quando passei pelo quarto da empregada ouvi barulhos muito estranhos. Tinha apenas nove anos na época e não conhecia o sexo. 

A porta estava encostada e eu a empurrei. Me deparei com o meu pai nu, transando com a empregada.

Fiquei tão assustado com a cena que por semanas não consegui conversar com meu pai. Eu não sabia ao certo o que estava acontecendo no quarto, mas eu sabia que coisa boa não era.

Nessa época, minha irmã Rosalie já tinha nascido e minha mãe sofria graves crises de depressão. Ela dormia horas sem fim e quando estava acordada tinha crises de nervos que fazia com que nos agredisse.

Hoje eu sei que eram os remédios que meu pai lhe dava que piorava a depressão e as crises de nervos.

Uma infinidade de amantes passou pela cama do meu pai. Até mesmo minha tia, a irmã mais nova de minha mãe, fora sua amante. Enfermeiras, médicas, babás, empregadas, vizinhas... Nem mesmo as amigas adolescentes da minha irmã ele perdoava.

Ele chegou até mesmo a transar com outras mulheres na frente de minha mãe, enquanto ela estava dopada com os remédios. Ele a humilhava o quanto podia e ela não tinha forças para se separar. E eu o desprezava.

A muito tempo ele deixara de sere meu herói. 

Meus avós maternos morreram e a herança de minha mãe foi entregue nas mãos gananciosas de Carlisle.

Ele entendia muito de aplicações e conseguiu, em pouco tempo, triplicar a quantia.

Minha família era uma das mais ricas e poderosas dos Estados Unidos.

Mas minha casa era um inferno. Minha mãe estava cada vez mais nervosa, minha irmã tornara-se uma patricinha insuportável e meu pai um cafageste de primeira.

Quando fui aceito em Harvard a única coisa que eu queria era distância. Mas meu pai não podia me deixar sozinho. Ele tinha interesse em meu casamento com Tânia Denali e eu não podia me envolver com ninguém. Dessa forma, toda minha família se mudou para Boston.

Eu odiei. Nunca teria paz!

Dei um jeito de conseguir um apartamento no campus, com a desculpa de precisar estar próximo a faculdade.

Eu precisava de liberdade, me afastar da minha família antes que enlouquecesse.

Vivi para os estudos. Era o melhor da turma em todas as disciplinas. Não pensava em festas ou em namoro. A única coisa que eu queria era me formar e ir o mais longe que pudesse de minha família.

Quando Bella chegou em minha vida eu tive esperanças de ser feliz. Conheci o amor. Encontrei a felicidade.

Mas não dera certo.

Ao que parece, mais uma vez, meus planos foram atrapalhados pelo meu pai. E eu o odiava por isso. 

E odiava a Bella por ter compactuado com suas armações e fugido com minha filha.

Cheguei ao salão onde o evento tinha acontecido e me dirigi a um dos meus únicos amigos e companheiro de trabalho, Seth , que ainda circulava por ali dando finalidade ao evento. Ele já sabia da existência de Renesmee e dos meu planos de vingança contra Bella e minha família.

_ E aí, tudo certo?_  Perguntei enquanto me aproximava.

_ Sim. Todos os equipamentos foram entregues e os convidados já foram dirigidos aos respectivos hotéis e aeroportos. Amanhã estaremos de volta a nossa rotina no hospital.

_ Eu não vou voltar.

_ O que? Ficou louco, Edward? 

_ Eu vou para Forks com Bella e só volto quando estiver tudo resolvido. Mas se encontrar uma vaga no hospital local, nem sei se volto.

_ Porque? Edward, você está prestes a conseguir um cargo na diretoria. Vai conquistar sua independência financeira. Não faça isso. Sabe quantos médicos em início de carreira sonham com oportunidades como essa?

_ Eu sei, cara. Mas não posso mudar drasticamente a rotina da minha filha. E eu sempre quis trabalhar em uma cidade pequena e essa talvez seja a minha oportunidade.

_ Pensei que quisesse castigar a Bella, deixando-a longe de tudo que ela ama.

_ Talvez eu faça exatamente isso. Mas não posso prejudicar minha filha no processo.

_ Você é adulto, Edward. Sabe o que faz. Só espero que não se arrependa de suas decisões.

Eu suspirei e fiquei olhando enquanto ele se afastava para falar com o gerente do hotel.

O evento já terminara e eu teria tempo para ir até Forks e decidir o que fazer com minha vida e com a vida de Bella.

Minha vingança contra ela já começara. Eu a faria pagar por tudo o que me fez. Mas precisava de tempo para descobrir o que realmente aconteceu.

Muita coisa não se encaixava nessa história. Eu precisava saber qual a participação do meu pai nessa trama suja.

Algo me dizia que Rosalie também tinha algo haver com esse segredo.

Desde que Bella desaparecera, ela fora embora para Suíça e eu nunca mais a vira.

Nem mesmo do seu noivo e agora marido, Emmett, que se tornara meu amigo, eu tinha notícias.

Bella era culpada por uma considerável parcela do meu sofrimento, mas eu conhecia muito bem a minha família para saber o quanto eram baixos e manipuladores.

Não seria justo fazê-la pagar por tudo, uma vez que existiam outros culpados.

Mas ainda sim, eu faria com que ela se casasse comigo. Só assim eu teria acesso a todos os direitos de pai sobre Renesmee.

Queria esfregar a nova senhora Cullen na cara de pau do meu pai. E ele só saberia da união quando esta fosse algo concreto e consumado.

Porque é claro que ela seria minha esposa em todos os sentidos da palavra.

Eu faria sexo com ela. 

Eu ainda a desejava. Mesmo depois de tudo que ela me fez. Eu precisava tê-la em minha cama. Eu a teria em meus braços. Em breve!

Mas não faríamos amor, porque eu jamais me permitiria amá-la outra vez.

Esse sentimento deixa as pessoas vulneráveis e eu precisava de toda a força para concluir minha vingança. O amor, definitivamente, não estava em meus planos.

                                                                                              xxxxx

Horas depois volto ao quarto e entro sem bater. Encontro Bella de costas para a porta, com as pernas apoiadas na cama enquanto terminava de abotoar a sandália. Ela vestia um vestido florido e seus cabelos castanhos cobriam suas costas e escondiam seu rosto.

Vendo-a assim, tão concentrada em uma simples tarefa me fazia duvidar que ela fora capaz de me esconder a paternidade de uma filha que fizemos juntos, em momentos de intensa paixão e desejo.

Mas ela fizera e talvez, eu nunca pudesse perdoá-la.

_ Tudo pronto?_ Perguntei quando ela se endireitou e percebeu minha presença no quarto.

_ Não ensinam boas maneiras no curso de medicina? Bater na porta do quarto de outras pessoas antes de entrar é necessário e demonstra educação.

_ Quando o quarto está ocupado por minha filha e minha futura esposa dispenso tais formalidades. Tudo pronto?

_ Sim mestre. Tudo arrumado. Estou pronta para segui-lo até o inferno.

Eu tive que sorrir. Sua personalidade não mudara. Ela ainda era a mesma mulher irônica e desafiadora de sempre.

_ Ótimo. Então vamos. Tenho que passar no hospital e depois seguiremos direto para o aeroporto. Onde está Renesmee?

_ Escovando os dentes. Ela já vem. Mas saiba que ela não está nem um pouco contente por ter que ir embora. 

_ Eu proporcionarei viagens infinitamente melhores que essa a ela. Pretendo recompensá-la.

_ Não vai transformar minha fila em uma patricinha fútil e consumista.

_ Deus me livre de patricinhas! Mas darei a ela tudo que ela não teve até hoje. Inclusive o amor paterno que lhe foi negado.

Nesse momento Renesmee aparece emburrada e se dirige até a cama deitando.

_ Eu não quero ir. Não acabou a semana ainda e eu nem fui a praia um montão. Só uma vez!

_ Eu prometo que voltaremos, Renesmee. Palavra de escoteiro!

Ela me olhou desconfiada, apoiando o pequeno corpinho nos cotovelos.

_ Eu vou cobrar, moço bonito. Nunca esqueço uma promessa.

_ Ótimo! E eu sempre cumpro o que prometo!

Olhei para Bella após essa declaração e jurei tê-la visto estremecer. As promessa que eu lhe fiz não eram nem de longe tão boas quanto a que fiz a Renesmee. Mas eu faria questão de cumpri-las. Uma a uma.


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Notas finais do capítulo

Os motivos para o ódio de Edward contra Carlisle fora desvendados...
Mas outros virão...
Espero que tenham gostado e até o próximo capítulo!