Por Um Segredo escrita por Bruna Diniz


Capítulo 5
Capítulo 5: Pesadelo


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, meninas!
Espero que gostem!



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Pov Bella:

Edward nos levou a um elegante restaurante no centro de Boston.

Renesmee estava encantada com o pai. É claro que ela ainda não sabia desse pequeno detalhe. Ele era extremamente gentil e atencioso com ela, fazendo perguntas e se interessando por suas histórias sem muito sentido.

Ela lhe contou que vivíamos em Forks, e que lá chovia muito. Que ela me ajudava na livraria e como pagamento recebia um livro novo todo mês. Contou-lhe sobre os lindos vestidos que ganhava de tia Alice e que Jacob seria seu namorado, mas só se ficasse bonito como ele.

Rimos juntos dessa declaração. No momento que nossos olhares se encontraram, ele deixou de sorrir. Eu suspirei e dei atenção ao meu prato. Estava sem apetite, mas esse fato não desmerecia a comida exelente servida no restaurante.

Depois da sobremesa, Renesmee pediu para brincar no parquinho do restaurante. Eu não queria que ela fosse. Temia ficar sozinha com Edward. Mas como impedir?

Vi ela se afastando com um imenso nervosismo e no momento que ela cruzou as portas ele virou-se para mim e me encarou com um olhar raivoso.

Eu respirei fundo e me preparei para a inquisição que certamente viria.

_ Devo dizer que estou surpreso. Mesmo tendo que conviver com uma mãe como você, Renesmee é inteligente e parece ser uma menina bem ajustada e feliz.

_ Uma mãe como eu? E que espécie de mãe você acha que eu sou?

_ Uma mercenária que aceita dinheiro para afastar a filha do pai. Uma vagabunda que fugiu com a minha filha no ventre, uma...

_ Pare de me ofender! Você não tem direito de me acusar! Não sabe o que aconteceu e nem quais foram os meus motivos para escondê-la de você!

_ Fale baixo! Não quero que todos no restaurante saibam que você me enganou com essa carinha de anjo e depois fugiu com minha filha.

Eu tentei me acalmar e notei que algumas pessoas no restaurante encaravam nossa mesa com olhares curiosos.

_ Olha, Edward. Eu sei que eu errei escondendo Renesmee de você. Mas eu não tive escolha, então eu acho...

_ Já disse que você não acha nada. Não quero saber sua opinião sobre essa atrocidade. Mas me diga: O que você disse a ela sobre o pai? Porque eu pude ver que ela é uma menina muito esperta e certamente já deve ter lhe perguntado sobre o paradeiro do pai.

_ Disse que ele morreu.

_ Mas eu não estou morto._ Ele quase gritou.

_ Infelizmente!_ Eu murmurei.

_ O que disse?_ Ele me olhava furioso.

_ Isso que você ouviu. Infelizmente você não está morto. Voltou pra me atormentar e tirar a paz que eu conquistei a duras penas!

Ele passou a mão pelos cabelos, evidentemente nervoso. Essa conversa não iria acabar bem. Eu sentia isso.

Eu bebi um pouco de água e esperei que ele continuasse com as acusações. Não tentaria mais me defender. Ele jamais acreditaria em mim ou entenderia meus motivos.

_ O que você está fazendo em Boston?_ Ele perguntou aparentemente mais calmo.

_ Ganhei essa viagem em uma promoção e vim curtir a cidade com Renesmee. Nunca viajamos juntas. Alice insistiu para que eu viesse. Se ofereceu para cuidar da livraria e como a validade da promoção estava acabando eu resolvi vir.

_ Não teve medo de me encontrar?

_ Boston é uma cidade muito grande, Edward. E você sempre disse que quando se formasse iria trabalhar em cidades pequenas, portanto, imaginei que não o encontraria aqui.

_ E a faculdade? Você terminou?

_ Não. Esqueceu que eu morri?

_ Você está bem viva!

_ Verdade! Mas eu não podia voltar para Harvard, ou você me descobriria, então, eu desisti de tudo. Me dediquei apenas a Renesmee.

_ Porque, Bella? Porque não me disse que estava grávida? Porque me deixou acreditar que você havia morrido naquele acidente?

Eu baixei o olhar. Não tinha como responder a essas perguntas sem lhe contar segredos que não cabiam a mim revelar.

Eu nunca sofri um acidente. Mas a família Cullen o fez acreditar em minha morte e eu fui obrigada a jamais "ressucitar" para Edward. Carlisle me disse que ele nunca deveria saber que eu estava viva, caso contrário...

Estremeci com o pensamento e continuei em silêncio. Quando voltei a encará-lo, vi que ele olhava a delicada figura de Renesmee pelo vidro.

_ Você cresceu sem o pai. Jamais deveria ter feito o mesmo com nossa filha. Sabe o quanto isso é ruim. O quanto essa situação deixa marcas.

_ Não precisa me lembrar disso. Eu me culpo a cada maldito dia. Mas já está feito. Não tem como mudar.

_ Claro que tem. Eu sou o pai dela e vou assumir esse papel. Vou mudar a falsa realidade imposta por você. Tenho condições de dar-lhe uma vida infinitamente melhor do que a que você oferece. Lutarei pelo direito de ser o pai da minha filha.

_ Jamais a tirará de mim!

Um medo surreal tomou conta de mim. Ele não podia tirar-me Renesmee. Eu morreria sem a minha filha.

_ Não sou mesquinho como você. Não a privarei dos cuidados da mãe. Mas não vou ficar de fora. Não serei um pai de fim de semana. Quero recuperar o tempo perdido e vou fazer isso. Quer você queira, quer não!

_ E o que você pretende? Ela tem uma vida em Forks. Tem amigos, escola. Uma rotina que ela ama. Você vai mudar-se para o interior com a gente? Vai abrir mão do Glamuor da cidade grande para ficar perto da sua filha? Não imagino um Cullen abdicando nada em favor de ninguém!

_ E o que você sabe sobre um Cullen? Quantos Cullens você conhece intimamente para saber o que abdicaríam ou não?

Eu empalideci e senti meu coração na garganta.

Eu conhecia dois Cullen. Um por quem eu me apaixonei perdidamente e outro a quem eu odiava com todas as forças da minha alma. Um Cullen que me chantageou, me ameaçou e me fez muito mal. Mas não poderia falar de Carlisle para Edward. Na época da faculdade ele já não gostava do pai e se eu lhe contasse tudo que Carlisle fez, ele certamente o odiaria mais ainda.

_ Qual a sua relação com meu pai, Bella? E não se atreva mentir!

_ Não tenho relação nenhuma com seu pai.

_ Mas ele sabe sobre Renesmee?

Pensei em não responder. Mas do que adiantaria? Renesmee já havia falado do avô para Edward e não tinha sentido eu mentir para proteger Carlisle.

_ Sabe.

Ele praguejou e deu um murro na mesa.

E eu senti medo. Edward nunca fora violento, mas desde que descobrira sobre Renesmee eu tinha a impressão que ele me agridiria a qualquer momento.

_ Você está bravo?

A voz infantil de Nessie chegou aos nossos ouvidos e pareceu aliviar um pouco da tensão que se instalara entre nós.

_ Não, Renesmee. Eu não estou bravo._ Ele tocou suas maozinhas apoiadas sobre a mesa._ O que acha de irmos embora?

_ Eu gostaria muito. Estou com sono, mamãe!

_ Ótimo. Me esperem no carro. Vou pagar a conta e voltamos para o hotel.

_ Obrigada, moço bonito. Adorei o almoço!

Ele sorriu para Renesmee e se dirigiu ao caixa enquanto eu a guiava para o estacionamento.

O caminho de volta foi feito em completo silêncio. Edward parecia estar perdido dentro de sua mente e eu me ocupava em acariciar os cabelos de Nessie que adormecera em meu colo.

Quando chegamos ao hotel ele pegou Renesmee dos meus braços e a levou até o quarto, depositando-a delicadamente sobre a cama.

_ Preciso resolver uns problemas, mas volto antes do anoitecer. Suas féria acabaram, Bella. Arrume suas coisas, porque hoje iremos para Forks.

_ O que? Como assim? Não pode me obrigar a nada.

_ Eu posso e vou. E é melhor não discutir. Quero que você venda sua parte na livraria para sua amiga e resolva tudo que precisa. Antes do fim do mês você não estará mais morando em Forks.

_ Não. Você não decide por mim. Eu não vou!

_ Você vem comigo, caso não queira perder de vez seus direitos sobre minha filha.
_ Minha filha, escutou? Minha filha! Você não tem direitos sobre ela. Nunca teve.
_ Fique quieta, Bella. Ou eu perco a paciência de vez, esqueço que sou um cavalheiro e...
_ E o que? Vai me agredir?_ Eu perguntei erguendo a voz e o encarando com um olhar desafiador.
_ Não. Mas tenha certeza de uma coisa: Você vai se arrepender por ter mantido segredo sobre Renesmee. Cuidarei pessoalmente para que sofra as consequências por ter me escondido NOSSA filha. E começarei agora. Arrume suas coisas. Você vem comigo.
_ Para onde?_ Eu perguntoi estremecendo com a frieza de suas palavras.
_ Para o inferno. Para o seu inferno preparado pessoalmente por mim...

O medo que eu senti com essa declaração gelou até meus ossos.

_ E posso saber onde o meu diabo pessoal vai me levar?

Ele deu um sorriso sádico ao ouvir meu tom irônico.

_ Você vai viver em minha casa, como minha esposa. Caso contrário, entro com um pedido de guarda e nunca mais terá direitos sobre Renesmee.

_ Esposa? Duvido que vá querer como esposa uma vagabunda e mercenária. Não foi assim que me chamou?

_ Isso eu decido!

_ É minha vida também!

_ Mas você pode decidir também, Bella... Ou isso, ou você perde a guarda de Renesmee.

_ Por favor, não a tire de mim... Não faça isso. Você pode conviver com ela. Não vou impedir. Só não a tire de mim! _ Só me restava implorar.

_ Então esteja pronta quando eu voltar. E mais uma vez eu repito: Não se atreva a fugir.

Me sentei na beirada da cama e comecei a chorar. Desespero, medo, impotência era tudo que eu sentia. Ergui o olhar apenas quando escutei a porta se fechando.

Deus! O que eu faria agora?



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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo, POV de Edward!!!
Beijos!