Por Um Segredo escrita por Bruna Diniz


Capítulo 4
Capítulo 4: Lembranças


Notas iniciais do capítulo

Oi galera...
Mais um capítulo prontinho.
Espero que vocês se divirtam.
Estou adorando os comentários.
Leio tds e a opinião de vcs é muito importante para que eu continue a história.
Beijos e boa leitura!



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Pov Bella:

_ Mamãe, de onde você conhece aquele moço bonito com o mesmo sobrenome do vovô?

Já fazia algum tempo que Edward havia descido para o salão onde o congresso de medicina acontecia. Passava do meio dia e eu tinha certeza que em breve ele estaria de volta para nos levar para almoçar. Eu tinha uma imensa vontade de fugir, mas sua ameaças ainda martelavam em minha mente.

De certa forma, o fato dele ter descoberto sobre Renesmee me aliviava. Era insuportável viver com medo. Inconscientemente, eu buscava seu rosto em todos os homens que cruzavam o meu caminho. Tremia só de imaginar ele me encontrando. Mas como ele mesmo disse, não era possível guardar um segredo como esse para sempre.

Suspirei e encarei Renesmee, que me olhava curiosa a espera de uma resposta.

_ Da faculdade, Nessie. Ele era um moço muito inteligente que me ajudava a estudar quando eu não entendia alguma coisa.

_ Ahn... Ele é tão bonito, mamãe. Mas bonito que o tio Jasper, e um montão mais bonito que os garotos da escola. Eu posso namorar com um igual a ele quando crescer?

Tive que rir desse comentário.

_ Filha... Tem tempo para falarmos em namorados. Mas você vai poder namorar quem quiser, desde que eu aprove.

_ Mas tem que ser lindoooo...

_ Nada menos que lindo para minha princesa. Agora venha até aqui para que eu possa prender seus cabelos e assim possamos ir almoçar.

Ela saltitou até mim e sentou-se no meio de minhas pernas.

Enquanto penteava seus cabelos me lembrava do dia em que conhecera Edwrad Cullen. Lindo era  pouco para descrever sua imagem em minha mente.

Eu tinha apenas dezessete anos e ficara totalmente impressionada com o garoto lindo, rico e de hábitos tão gentis.

Eu havia sido criada por minha avó paterna, Marie Swan. Meu pai era policial e vivia mudando-se de cidade, conforme o emprego exigisse. Minha mãe morrera quando eu tinha seis anos e eu não tinha muitas lembranças dela.

Éramos uma famíla muito humilde e vivíamos em um distrito da grande cidade de New York, o Brooklyn.  Vivi minha vida toda naquele lugar, até que depois de muito esforço, fui aceita em Harvard. Minha vó ficara toda orgulhosa e empregara todas as sua economias para ver sua única neta formada por uma das melhores universidades do mundo.

Desse modo, terminado o ensino secundário, arrumei minhas malas e me mudei para Boston. Fui morar em um alojamento para estudantes e estava encantada com a faculdade.

Fiz alguns amigos e comecei a frequentar festas e barzinhos na tentativa de vencer minha infinita timidez.

E foi em uma dessa festas que eu o vira pela primeira vez. Lindo e absolutamente perfeito, se destacando em meio a multidão.

Os cabelos castanho acobreados, eternamente bagunçados, os olhos verdes brilhantes e um sorriso de lado de tirar o fôlego.

_ Quem é aquele?_ Perguntei a Sammy, minha colega de turma e compaheira de quarto. Embora estivesse no mesmo período que eu, ela já estava em Harvard a bastante tempo. Apenas as infinitas baladas a impedia de progredir no curso.

_ Edward Cullen. Veterano de medicina e o homem mais cobiçado de Boston._ Ela deu um sorriso malicioso_ Herdeiro de uma imensa fortuna e dono de beleza e inteligência impressionantes.

Continuei o encarando enquanto Sammy narrava sua biografia. Depois de um tempo ela tocou meu ombro, chamando minha tenção que estava totalmente presa na figura de Edward Cullen.

_ Esquece, Bella. Garotas comuns e pobres não entram em sua lista de paquera.

_ Não quero paquerá-lo. Estou apenas olhando._ Disse finalmente desviando o olhar.

_ Ah, corta essa! Que mulher em sã consciência não gostaria de ter a atenção de um homem rico e bonito como Edward Cullen?

Ela riu e eu a acompanhei. Acho que ela estava certa. Edward era o sonho de consumo de muitas garotas, mas eu sabia meu lugar.

Alguém rico, lindo e poderoso jamais se interessaria por mim, uma garota tímida, pobre e sem atrativos.

O que eu nunca imaginei, era que duas semanas depois ele entraria em minha turma de anatomia e se tornaria meu mentor.

A universidade havia desenvolvido um programa onde os veteranos deveriam dedicar alguma horas ajudando os calouros nas dificuldades que apresentassem. E minha maior dificuldade, era sem dúvida, aquele amontoado de ossos e músculos todos aparentemente iguais e com infinitos nomes.

E para meu encantamento Edward Cullen tinha sido nomeado meu ajudante. Mesmo ele cursando medicina e eu psicologia. Mesmo ele sendo rico e eu pobre. Mesmo ele sendo lindo e eu comum demais.

Ele viera para minha bancada sorrindo e sempre mostrou-se atencioso e gentil. Tivemos inúmeras aulas juntos, ele sempre me auxiliando em minhas maiores dificuldades.

Eu era uma pessoa extremamente descoordenada, o que me fazia, por vezes sem fim, tropeçar, bater em alguma coisa, escorregar e até mesmo cair. Mas ele sempre estava ali, me segurando e me guiando para longe dos perigos.

Em pouco tempo nos tornamos amigos. Sempre almoçávamos juntos e fomos até em algumas festas. Nesses momentos, ele jamais saia do meu lado e quando algum garoto tentava se aproximar ele tratava logo de espantá-lo. Eu me sentia lisonjeada e perigosamente perto de me apaixonar.

O fim do primeiro ano chegou e voltei a New York para as férias.

No próximo período da faculdade Edward não seria mais meu mentor e eu apenas esperava que ele não me esquecesse, pois eu adorava, mais do que devia, ser sua amiga.

Quando voltei para as aulas, fiquei um bom tempo sem vê-lo. Ele tinha iniciado a residência e quase não tinha aulas nos blocos normais.

Numa noite chuvosa ele apareceu em meu quarto com uma pizza gigante e coca-cola dizendo querer matar as saudades. Eu me senti imensamente feliz.

_ Odeio as férias. Ela nos faz ficar longe de pessoas importantes e isso não é saudável._ Ele disse me encarando.

Já fazia horas que estávamos ali conversando e a pizza já estava quase no fim. Sammy estava dormindo na casa do namorado e eu tinha o quarto a minha disposição por bastante tempo. Era ótimo ter privacidade para variar. Se ela estivesse ali, certamente estaria tentando chamar a atenção de Edward e nossos momentos não seriam tão perfeitos.

_ Pois eu gosto. Adoro passar um tempo com minha avó e não ter que me preocupar com provas e relatórios é maravilhoso.

_ Pois saiba que eu senti muito sua falta. Nas próximas férias vou amarrá-la ao pé da mesa pra que não fuja mais de mim.

Eu sorri envergonhada e peguei mais um pedaço de pizza. O que será que ele estava querendo dizer com essas declarações? Já não era a primeira da noite e tinha que confessar que estávam me deixando cada vez mais confusas.

_ Ora, eu tenho família e amigos que preciso visitar.

_ E namorados? Tem muitos namorados te esperando?

Eu corei, como sempre, e baixei o olhar para a pizza em meu prato. Namorado. Está aí uma palavra que eu não conhecia o significado.

Ele se aproximou e tocou meu rosto suavemente.

_ Sua timidez me fascina. Aliás, tudo em você me encanta... Me atrai._ Ele continuou acariciando meu rosto e eu sem querer inclinei-me na direção de sua mão.

Engoli em seco e meu coração falhou uma batida para em seguida bater freneticamente. Oh, oh, oh...

_ Edward, eu...

_ Shiii... Eu quero beijar você. A bastante tempo eu quero isso. Desisti de lutar. Eu vou beijar você. Agora.

Sua boca foi se aproximando da minha e eu fechei os olhos instantaneamente.

Foi lindo. Quente. Envolvente. Tentador. Perfeito.

Ele tinha um gosto intoxicante. Um sabor de pecado, de proibido. Irresistível.

E depois desse beijo vieram muitos. Começamos a namorar e a cada dia eu me apaixonava mais por ele.

Por onde passávamos as pessoas nos encaravam intrigadas. Aparentemente, em todos esses anos de faculdade, ele nunca tinha saído com ninguém.

"Edward Cullen não namora." Era isso que Sammy vivia repetindo.

Mas nós estávamos namorando, e por mais que me sentisse constrangida por todos aqueles olhares, sentia-me orgulhosa por ser eu a escolhida.

A garota pobre e sem atrativos do Brooklyn. Fora por ela que ele se apaixonara. Edward me tratava com tanto carinho, que às vezes eu me sentia incapaz de retribuir. Vivíamos em uma bolha, em um mundo particular construído dia a dia.

Mas nossa bolha foi rompida.

Edward me aceitava completamente, mas o mesmo não aconteceu com sua família.

Quando Edward fora aceito em Harvard, seus pais e sua irmã se mudaram com ele para Boston. Seu pai, Carlisle Cullen era um renomado cirurgião plástico e fora aceito com facilidade em um importante hospital. Eles vieram da Califórnia para apoiar os estudos do primogênito.

E mesmo a família morando na mesma cidade que ele, Edward dificilmente os visitava. Aparentemente ele não tinha uma relação muito amigável com a família e preferia morar nos alojamentos. É claro que seu alojamento era infinitamente superior ao meu. Tratava-se de um pequeno apartamento lindamente decorado e aconchegante.

Em um dia, eu estava com ele em sua casa quando alguém bateu a porta. Tínhamos pedido pizza e pensei ser o entregador. Corri para atender e para minha surpresa, três pares de olhos incrivelmente verdes, me encararam curiosos. Tão verdes quanto os de Edward. E u não tive dúvida. Estava em frente à família Cullen.

Esme Cullen, Carlisle Cullen e Rosalie Cullen. Incrivelmente belos e elegantes.

Esme me tratou com simpatia, mas Carlisle e Rosalie me olharam como seu eu fosse um inseto, pronto para ser exterminado.

Depois desse dia a campanha Anti-Bella teve inicio. A família Cullen encontrava qualquer motivo para nos manter afastados.

Queriam que Edward casasse-se com uma moça que vivia no Alasca, para unirem as fortunas. Tânia Denali. Eu não a conhecia, mas certamente a odiava.

Tentamos resistir. Ele também tentou.

Mas as ameaças vieram e eu não fui capaz de resistir. O amava loucamente. Os momentos que passávamos juntos eram os melhores da minha vida. Mas tiveram que acabar.

Ele foi meu primeiro amante. Primeiro e único. Depois dele, a idéia de outro me tocando era inconcebível. Nojenta.

Não que eu tenha tentado.

Quando nos separamos, eu descobri que estava grávida e a partir desse momento vivi apenas para meu bebê. Para o único pedacinho que restou de um sonho de amor. Para a melhor parte de Edward Cullen. Renesmee.

Outros homens até tentaram se aproximar. Mas eu me fechei em uma concha e não permitia que alguém me alcançasse.

Eu não queria.

Não me permitiria sofrer outra vez.

Tive uma gravidez extremamente complicada. Quase perdi Renesmee. Quase a deixei sozinha.

Mas lutei e venci.

Desisti da faculdade e voltei para casa. Sabia que se eu continuasse no Brooklyn, Edward me encontraria. Então me mudei. Fui para Forks com minha avó e meu bebê. Me escondi do mundo.

Quando Nessie estava com dois anos, minha avó morreu. Me senti tão abandonada. A única mãe que eu me lembrava havia me deixado. Meu pai voltara a morar comigo para me ajudar com Renesmee e não me deixar sozinha. Mas pouco tempo depois ele casou-se e se mudou para a Flórida. E eu estava outra vez sozinha.

Ele era um bom pai, mas ausente. Não soube lidar com a filha quando a esposa morrera e por isso preferira deixá-la sob os cuidados da mãe. Ele sempre me visitava, mas a cada dia tornava-se mais distante. E quando viera morar comigo, a falta de intimidade nos afastou ainda mais. Eu até preferia assim. Pelo menos ele não estava sozinho. Sue era uma boa esposa e o faria feliz.

Alice e seu marido Jasper eram meus amigos. Os conheci quando me mudei para Forks. Eles sempre me ajudaram nos cuidados com Renesmee e estiveram comigo nos momentos de maiores dificuldades. Tinham um filho, o Jacob. Um lindo garotinho de oito anos que dizia que ia casar-se com Renesmee. Eu achava engraçado. Ele se encantara com ela no momento em que a vira e Nessie também o adorava. Aliás, esse apelido era coisa dele. Não conseguia pronunciar o nome dela quando era menor e criou esse apelido que todos ao redor adotaram.

Eu e Alice éramos sócias em uma livraria em Forks e sua presença e de sua família em minha vida alegrava meus dia sombrios.

E claro, tinha Renesmee. Minha razão de viver.

Ela era tão parecida com Edward. Na aparência e na personalidade. Eu jamais poderia esquecê-lo enquanto ela estivesse comigo.

E eu amava incondicionalmente e jamais me separaria dela. Jamais.

_ Mamãe... Está surda?

Voltei ao presente com a voz de Renesmee.

_ O que foi, princesa?

_ Tem alguém batendo na porta. 

Respirei fundo e me levantei.

Só podia ser Edward para nos levar para o almoço. Teria que enfrentá-lo.

Não tinha como fugir.

Me dirigi até a porta e a abri.

E ali estava ele.Meu passado, meu presente e agora, inevitavelmente, meu futuro.

Edward Cullen.


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Notas finais do capítulo

Bom, para quem estava confuso eu acho que vai esclarecer algumas dúvidas. Mas como disse antes, ainda existem muitos mistérios a serem desvendados.
Até o próximo.