Por Um Segredo escrita por Bruna Diniz


Capítulo 44
Capítulo 44: Para sempre


Notas iniciais do capítulo

Oie, pessoal...
Demorou, mas finalmente chegou...
Espero que gostem...
Boa leitura...
Beijos!



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Capítulo 44

Pov. Bella

Ondulei meu copo suado em direção ao corpo também suado de Edward e o ouvi gemer baixinho.

Passei minhas mãos espalmadas por seu peito desnudo e o apertei em meu abraço, encaixando meu rosto na curva do seu pescoço e lhe dando beijos e pequenas mordidas naquela região.

Hoje, eu estava completamente descontrolada.

Desde que pudera voltar a fazer amor com Edward, eu não conseguia mais deixá-lo em paz.

Meu desejo estava simplesmente insaciável.

Ele não reclamava, é claro.

Parecia bastante satisfeito em saciar minha fome por sexo, que só aumentava a cada dia.

O fato de termos que ser silenciosos por causa das crianças estava se tornando uma missão difícil de cumprir.

Quase impossível!

_ Deus, Bella!_ Ele sussurrou, me apertando em seus braços e eu aumentei o movimento dos meus quadris.

_ Não ouse parar. _ Ameacei, gemendo baixinho e já sentindo os sinais do terceiro orgasmo da noite tomar conta do meu corpo.

_ Não faria isso... Nem em sonho! _ Ele respondeu sorrindo e eu revirei os olhos, beijando-o em seguida, com certa violência.

_ Fica quieto e continua._ Ordenei e ele não contestou.

Não era hora para conversas.

Agradecia aos céus todos os dias por Edward não ter me castigado com uma maldita greve de sexo.

Ele dissera que não seria louco de fazer isso uma segunda vez, o que eu achei ótimo.

Meu marido parecia tão desejoso quanto eu em voltar a nossa atividade sexual.

E se ele desperdiçasse qualquer tempo precioso outra vez, eu juro que o mataria.

Continuei a beijá-lo, investindo sobre seu quadril, onde nossos corpos estavam conectados e depois de alguns minutos, senti a explosão que vinha do meu ventre e irradiava por todas as regiões do meu corpo, deixando minha respiração ainda mais ofegante e minha mente totalmente a deriva. Sentia arrepios e contrações em todas as partes do meu corpo.

Eu parecia um amontoado de fios desencapados, tomados por pequenos choques elétricos.

Mas a sensação não era ruim.

Pelo contrário.

Era incrivelmente maravilhosa.

Edward me seguiu algum tempo depois e caiu ofegante sobre o colchão, me apertando com carinho em seus braços e nos possibilitando curtir um pouco mais nosso momento perfeito.

Logo, nossos bebês exigiriam atenção e, portanto, precisávamos aproveitar os momentos a sós para curtir nosso amor e o desejo desenfreado que nos invadia há tempos.

Quando nossa respiração voltou ao normal e meu corpo a funcionar devidamente, eu notei que estava deitada sobre o peito de Edward, enquanto ele acariciava suavemente meus cabelos e me dava beijos leves e gentis no rosto.

_ Você ainda vai me matar..._ Ele sussurrou, encarando meu rosto corado e eu sorri.

_ Ninguém morre de prazer, Edward._ Respondi, beijando seu peito de leve e ele me apertou ainda mais em seus braços.

_ E de amor, dona psicóloga... Alguém pode morrer de amor?_ Ele perguntou seriamente e eu o encarei, acariciando seu rosto de leve.

_ Eu espero que não. Temos cinco filhos para criar e não quero, de forma alguma, morrer jovem. Preciso ainda lhe dar todo o amor que tenho guardado e este não acabará por me matar. Nem a você. Tenho certeza. Ele, apenas nos deixará mais fortes e capazes de atravessar qualquer problema ou dificuldade.

Ele sorriu abertamente e me virou na cama, ficando por cima do meu corpo, encarando meus olhos com tanta intensidade que eu me senti até um pouco emocionada.

_ Eu te amo. E isso jamais vai mudar. E também espero que esse amor não me mate, porque ainda quero muito tempo ao seu lado. Mas, se matar, será a melhor forma de morrer. Porque morrerei te amando.

Senti meus olhos marejados e meu coração se expandindo no peito ao me dar conta do que ele acabara de dizer.

_ Como está romântico hoje, senhor Cullen._ Falei, corada, tentando me desviar do seu olhar e conter as lágrimas de emoção a todo custo.

Ele riu do meu constrangimento e beijou meus lábios.

_ Eu sempre sou romântico ao seu lado, Bella._ Sussurrou carinhosamente no meu ouvido e eu senti meu corpo todo arrepiado.

_ Eu sei. Você é lindo._ Falei, tentando não demonstrar a onda de desejo que tomava conta do meu corpo outra vez, para que ele não pensasse que eu era uma maníaca e ele riu das minhas palavras.

_ Sou mesmo. Irresistível.

_ E modesto._ Falei debochada e ele riu ainda mais.

Ouvimos um choro fraco e suspiramos ao mesmo tempo.

O recreio acabara.

Edward respirou fundo e saiu de cima do meu corpo.

_ Boa sorte, amor._ Falei, enquanto me aconchegava outra vez sob as cobertas.

Desde que os gêmeos nasceram, era Edward quem tomava conta deles a noite.

Ele fazia questão disso e é claro que eu não discutia.

Edward levantava-se para buscá-los, evitando que eu saísse da cama e enfrentasse o frio. Ajudava-me com o banho, com as fraudas, com as idas ao pediatra... Enfim. Eu podia contar com sua ajuda em qualquer momento do dia ou da noite.

Carlie e Renesmee também estavam sendo de muita ajuda.

Elas já estavam grandes e faziam quase tudo sozinhas, solicitando meu auxílio ou a ajuda do pai para quase nada. Sempre que podiam, estavam dispostas a cuidar dos irmãos, ainda que apenas os entretecem, já que não tinham idade para carregá-los, ou mesmo segurá-los sem a devida supervisão adulta.

Meus bebês já estavam com cinco meses e nossas vidas seguiam normalmente.

Edward continuava trabalhando diariamente no hospital, as meninas iam para a escola e agora até Ethan freqüentava o jardim de infância por meio período.

E eu... Bem... Eu ficava em casa, cuidando dos meus bebês e das necessidades da minha família.

_ Acho que a senhora deveria tomar um banho rápido e se preparar para receber a visita de bebês famintos. Fraudas, eu aprendi a trocar, mas ainda não posso dar leite._ Ele falou divertido, vestindo novamente a calça do pijama e eu fiz uma careta, morrendo de preguiça só de me imaginar tendo que levantar e ir para o banheiro.

Mas a verdade era que eu estava suja e suada depois de toda aquela atividade noturna e certamente, meus pequenos iam querer mamar.

Edward me deu um beijo suave na testa e foi em direção ao quarto de Tyler e Mallory, que a essa altura já choravam em plenos pulmões.

Mais alguns minutos sozinhos e eles acordariam a casa toda com o choro nada discreto.

Joguei as cobertas para o lado e segui em direção ao banheiro, tomando um banho rápido e voltando para o quarto.

Recolhi as roupas espalhadas pelo chão e dei um jeito na confusão de cobertores e lençóis sobre a cama.

Sentei-me sobre o colchão e logo Edward entrou no quarto trazendo nos braços meus bebês gordinhos e famintos.

_ Olha só que eu encontrei chorando no quarto ao lado._ Edward falou com a voz mansa, me entregando Mallory e tentando acalmar Tyler que me encarava com os olhos azuis curiosos.

Os olhos do meu bebê eram tão azuis que chegavam a ser impressionantes.

Ele era bastante parecido com Edward e Ethan, ao não ser pelos olhos, que não eram verdes como os deles.

_ Primeiro as damas, Tyler. Logo será sua vez._ Falei calmamente, acariciando seu rostinho e recebendo um sorriso banguela em troca.

Ajeitei minha princesinha em meu colo e ela abocanhou meu seio, faminta.

Mallory era mais esfomeada que o irmão e se a fizéssemos esperar, logo ela estaria aos berros, balançando os bracinhos inquietos e despertando toda a família.

Tyler era mais calmo e mesmo estando com fome, esperava tranquilamente a irmã alimentar-se.

Olhei para ela que sugava meu seio com vontade e beijei seus cabelinhos escuros, sentindo seu cheirinho suave e a maciez dos seus fios sedosos.

Diferente de Tyler e dos outros irmãos, minha pequena possuía os cabelos castanhos avermelhados, assim como os meus, mas os olhos eram tão ou mais verdes que os do pai. Se não fosse por esse detalhe, ela seria considerada minha cópia fiel e perfeita.

Carlie e Renesmee cresciam e a cada dia se pareciam mais comigo, mas existiam traços bem definidos do pai em seus rostinhos perfeitos e essa era a grande diferença entre elas e Mallory.

Mallory não tinha nenhum traço em suas feições que lembrasse o pai, ao não ser os olhos verdes. Seus cabelos eram tão escuros quanto os meus, enquanto os das meninas eram castanhos dourados como os do pai. Ela e eu possuíamos o mesmo formato do rosto, olhos e boca. Até mesmo os dedinhos eram iguais aos meus.

Quando estava grávida de Nessie e Carlie, eu torcia para que minhas pequenas nascessem idênticas ao pai, sem nenhuma interferência minha. Eu acreditava que a única lembrança que teria de Edward eram os bebês em meu ventre e, dessa forma, queria algo palpável para que jamais fosse capaz de esquecer-me do meu grande e único amor.

Eu não tinha nem mesmo uma foto para lembrar-me dele e aplacar minha saudade. Nossas filhas seriam minha única lembrança.

Mas, quando tive Nessie em meus braços, entendi que a melhor forma de jamais me esquecer de Edward, era ter um bebê que era metade ele e metade eu. Uma divisão mútua e perfeita, assim como o amor que vivemos.

O destino quis que nos uníssemos de novo e agora tínhamos cinco filhos lindos, perfeitos e muito diferentes entre si.

Para aqueles que olham de fora, cinco crianças podiam parecer um exagero, mas quem presenciava nosso amor, sabia que a quantidade de pessoas em uma família não significava nada. Três ou dez. O importante era a intensidade do amor e respeito que nos unia.

_ Ela é tão linda. Nasceu da forma como eu desejei. Igualzinha a você._ Edward falou, sentando-se ao meu lado e beijando a cabecinha da nossa pequenina.

_ Ainda bem, não é? Cansei de ter filhos que se parecem apenas com você._ Falei emburrada e ele sorriu.

_ Mas Tyler não fugiu à regra. É a minha cara. Ao não ser pelos olhos._ Encarei meu bebê que mordia as mãozinhas e olhava para a irmã com curiosidade e sorri de leve.

_ Os olhos dele são iguaizinhos os da minha avó Marie. Uma lembrança linda da mulher que eu mais amei.

Era impressionante olhar para os olhos de Tyler.

Eram maravilhosos.

Um azul tão intenso que poderia causar até um desconforto visual para quem olhasse demais.

E eram muito parecidos com os olhos de minha avó.

Azul, penetrantes e vivos.

Edward recostou-se na cama e ficou em silêncio, segurando nosso bebê enquanto eu terminava de amamentar Mallory.

Quando minha pequenina estava adormecida eu a coloquei deitada sobre o colchão e peguei Tyler dos braços de Edward.

_ Prontinho, meu bebê. Agora sou toda sua._ Falei, beijando seus cabelos loirinhos e apertando-o em meus braços.

Edward colocou Mallory para arrotar e a levou para o berço.

Ouvi um barulho na porta e levantei o olhar, vendo Ethan entrar no quarto arrastando um cobertor, com os olhos inchados e com os cabelos tão bagunçados quanto os do pai.

_ Oi, meu bem. Vem deitar aqui com a mamãe._ Falei baixinho e ele sorriu correndo em direção à cama, subindo e deitando a cabecinha sobre meus joelhos.

Acariciei seus cabelos, com uma das mãos, enquanto esperava que Tyler terminasse de mamar.

Pouco depois Edward voltou para o quarto e sorriu ao ver Ethan deitado em minhas pernas.

_ Achei meu filho fujão._ Ele falou, suspirando aliviado e fazendo nosso filho sorrir._ Assustou-me, parceiro. Não pode fugir assim no meio da noite._ Edward falou, enquanto sentava-se na cama e puxava Ethan para seu colo.

Ele se aconchegou satisfeito nos braços do pai e fechou os olhos.

Não demoraria muito para estar dormindo.

Ele vinha nos visitar quase todas as noites, desde que os gêmeos nasceram e sempre acabava adormecendo em nossa cama.

Ethan estava bastante calmo ultimamente.

Parecia entender o caos que se instalaria em uma casa com cinco crianças em idades diferentes, caso ele não se comportasse de uma forma mais adequada.

Ele tinha superado, em grande parte, o ciúme que sentia dos irmãos. Só não gostava de ver Edward com os bebês. Todas as vezes que isso acontecia, ele fechava a cara e corria para o pai, até que Edward deixasse os bebês para pegá-lo no colo.

A cena era bastante engraçada.

Certa vez, ele olhara seriamente para Mallory e erguendo o dedinho indicador dera-lhe um recado:

_ Papai meu, Maoly... Só meu._ Falou bravo e todos nós, que presenciávamos a cena, explodimos em gargalhadas.

Mallory o encarou por longos segundos e depois abriu um lindo sorriso, como se debochasse da afirmação do irmão mais velho.

Minha vontade era de apertar meus pequenos, até esmagá-los, pois não existiam no mundo, crianças mais lindas que as minhas.

Edward aproveitava os momentos em que Ethan estava na escola, brincando ou dormindo para curtir os bebês, sem causar problemas.

Ele era bastante atencioso com todos os filhos.

Era lindo ver sua interação com as crianças.

Mesmo cansado, ele jamais negava ajuda às meninas com a lição de casa, nunca se aborrecia por Ethan querer brincar de cavalinho todas as vezes que o via e não parecia incomodado em levantar no meio da noite para trocar a frauda dos gêmeos e me ajudar com os cuidados diários.

Pelo contrário, ele parecia bastante satisfeito em desempenhar seu papel de pai.

Estava sempre sorrindo e distribuindo carinho.

Edward era um pai simplesmente perfeito.

Terminei de alimentar Tyler, arrumei minha camisola, me levantei e o levei para o berço, já adormecido.

Olhei no relógio que ficava no corredor e constatei que já estava bastante tarde.

Edward e eu precisávamos dormir.

Ele teria que estar bem cedo no hospital para uma cirurgia e precisava descansar adequadamente.

É claro que a culpa por ele dormir pouco ultimamente era quase toda minha, mas como ele não reclamava, eu continuaria a aproveitar-me sexualmente dele.

Ri com o pensamento e me dirigi ao quarto das meninas para ver se estava tudo certo. Ajeitei as cobertas e dei um beijo no rosto de cada uma, voltando para meu quarto, e encontrando Edward e Ethan profundamente adormecidos.

A cena era adorável.

Edward segurava Ethan firmemente em seus braços, e o fato de ambos serem tão parecidos só fazia o momento ser ainda mais perfeito.

Tentei retirar Ethan dos braços do pai, para poder devolvê-lo à sua cama, mas Edward o apertou ainda mais.

Sorri de leve e os cobri, ajeitando-os da melhor forma possível.

Minha cama era grande e, portanto, tinha espaço para todo mundo.

Apaguei a luz do abajur e depois de dar um beijo em cada um dos meus príncipes, finalmente me deitei para dormir.

Descansar ultimamente era fácil, pois eu estava leve, feliz e completa.

A noite já estava quase no fim, mas eu não me importava.

Nenhum incômodo seria capaz de aplacar minha felicidade e a harmonia da minha família, que apesar de maluca era perfeita.

Simplesmente única.

XXXXX

_ Ethan, esse pão é meu._ Carlie falou zangada, tomando o pão da mão do irmão e fazendo-o chorar.

Olhei séria para ela, que deu de ombros e continuou tomando seu café.

Ethan continuava chorando e eu revirei os olhos, indo até ele e o pegando no colo.

_ Tem muitos pães naquela cesta, filho. Porque você insiste em pegar o da sua irmã?_ Perguntei séria e ele apenas encostou a cabeça em meu ombro.

Coloquei a mão sobre sua testa e notei que estava mais quente que o normal.

_ Está dodói, amor?_ Falei suavemente, acariciando seus cabelos e beijando sua testa.

Ele se aconchegou um pouco mais em meu corpo e eu constatei que ele realmente não estava bem.

Ethan era sempre muito alegre e agitado, mesmo quando não estava aprontando nada.

O fato dele querer ficar no meu colo e ter chorado por Carlie ter lhe tomado o pão era a prova que ele não estava em seus dias normais.

_ Ele está doente?_ Carlie perguntou, olhando atentamente para o irmão com os olhos cheios d’água, certamente sentindo remorso por ter brigado com ele.

_ Não sei, amor. Vou levá-lo para o quarto e ligar pro papai. Termine seu café e vá conferir seu material na mochila.

Ela assentiu e eu subi as escadas em direção ao quarto de Ethan.

Coloquei-o na cama e dei um beijo em sua bochecha.

Fui rapidamente até o quarto dos bebês, que ainda dormiam e segui para meu quarto, onde ficava o telefone.

_ Mamãe, o que o Ethan tem?_ Renesmee apareceu correndo no meu quarto e com uma expressão preocupada.

Seu uniforme estava todo torto e seus cabelos uma desordem.

Balancei a cabeça com a cena e fui até ela, e ajeitando sua roupa e seus cabelos.

Todos os dias era a mesma coisa.

Ela demorava a se levantar e acabava atrasada para a escola, tendo que se arrumar às pressas e tomar café rapidamente.

_ Não sei, meu bem. Vou ligar para o papai._ Respondi suavemente e ela assentiu, indo sentar-se à beirada da cama.

_ Nessie?_ Chamei e ela me olhou inocentemente.

_ Sim?

_ Café._ Falei simplesmente e ela fez uma careta, abrindo a boca para protestar._ Escola. Já. E sem discussão. Vou ligar para tia Alice passar por aqui e levá-las. Vamos... Rapidinho._ Falei em um tom firme, sem dar margens para discussão e ela saiu do quarto pisando duro.

Qualquer desculpa parecia ser perfeita para que ela burlasse as aulas.

Meneei a cabeça e liguei primeiramente para Alice, evitando que ela saísse de casa sem passar por aqui para apanhar as meninas.

_ Diga._ Ela atendeu ao telefone e eu ri.

_ Isso são modos de se atender um telefone?_ Perguntei divertida e a ouvi suspirar.

_ Eu sabia que era você... Vamos lá... Diga.

_ Quero saber se você pode passar aqui para pegar as meninas. Ethan está doente e eu não queria que ele tivesse que sair no frio antes que eu soubesse o que ele tem.

_ E cadê o incompetente do seu marido?

_ Trabalhando. Ele teve que ir mais cedo ao hospital, mas vou ligar para que ele venha examinar Ethan._ Expliquei._ E pare de chamá-lo assim. Edward é o melhor marido e pai que existe.

_ Claro, claro... _ Quase pude vê-la revirando os olhos nesse momento._ Ótimo... Bom, assim que eu conseguir colocar Julya no carro eu passo por aí._ Ela falou, parecendo irritada e eu não pude deixar de rir.

Julya era a personificação de Alice.

Na aparência e principalmente na personalidade.

E era muito engraçado vê-la brigando com a filha, pois uma pirraçava a outra, mesmo que nessa relação estranha de mãe e filha, uma fosse a adulta e a outra a criança.

_ Estarei esperando._ Falei ainda sorrindo e a escutei bufar.

Certamente ela demoraria ainda um bom tempo para aparecer por aqui.

Desliguei o telefone e disquei o número do hospital, em seguida.

_ Hospital municipal de Forks. Consultório do Dr. Edward Cullen._ Escutei a voz enjoada da secretária de Edward e não contive uma careta.

Odiava aquela mulher.

Ela não perdia a oportunidade de se oferecer ao meu marido e aquele hábito me irritava profundamente.

O fato de eu confiar plenamente no amor e no respeito de Edward não fazia com que eu gostasse mais dela.

Pelo contrário.

Eu queria que ela explodisse.

_ Oi, Jéssica. Aqui é a Bella. Será que eu posso falar com Edward um instante._ Perguntei educadamente e quase pude vê-la me mostrando a língua.

_ Bom dia, senhora Cullen. O Dr. Edward está bastante ocupado, mas vou ver se ele pode atendê-la._ Ela falou com a voz falsa e dentro de segundos já pude ouvir a música do modo de espera.

“Como se Edward não fosse me atender”, pensei irritada.

Eu só não ligava diretamente a ele, porque poderia atrapalhar uma consulta ou um procedimento médico importante.

_ Bella? Amor?_ Ouvi a voz preocupada de Edward pelo telefone e sorri de leve.

_ Oi, Edward. Eu... Amor, será que você poderia dar um pulinho aqui em casa?

_ Claro... Mas, Por quê?

_ Ethan está com um pouco de febre e enjoado. Acho que está doente. Mas o médico aqui é você. Queria que o examinasse._ Expliquei calmamente e o ouvi suspirar.

_ Estou indo agora para aí._ Falou apressadamente e desligou o telefone, nem me dando chance de responder.

Não precisava nem pedir duas vezes. Para atender os filhos ele movia céus e terra.

Suspirei pesadamente e voltei para o quarto de Ethan, que estava encolhido na cama e tremendo de frio.

_ Oi, meu amor... O papai já está vindo. Logo vai passar, certo?_ Ele me olhou com os olhinhos verdes embaçados pela febre e eu senti meu coração se apertar. Ele nunca tinha ficado doente. O que poderia ser?

Engoli bravamente o choro preso na garganta e me sentei ao seu lado, puxando-o para meus braços.

Ele se aconchegou em meu colo e me olhou com os olhinhos tristes.

Aquele olhar me cortava o coração.

_ Ei... Como ele está?_ Alice apareceu, seguida pelas meninas e por Jacob e olhou para Ethan, preocupada.

_ Com febre. Edward já está vindo._ Falei baixinho e ela assentiu._ Você chegou rápido._ Comentei e ela revirou os olhos.

_ Jasper conseguiu negociar a entrada no carro com a Julya e ficou com Judie até eu voltar. Só ele consegue se entender com aquela garotinha. _ Sorri de leve com suas palavras e ela olhou atentamente para o rostinho amuado de Ethan, me encarando em seguida. _ Deve ser só um resfriado. Como ele nunca ficou doente, imagino que tenha vindo com força total. Não se preocupe.

_ Espero que sim. Odeio vê-lo assim._ Respondi, enquanto beijava os cabelos do meu pequeno.

_ Vou levar as crianças, pois já estão atrasadas. Qualquer coisa me ligue._ Ela falou e beijou o rostinho de Ethan, enquanto se afastava em direção à porta.

_ Obrigada, Alice._ Falei baixinho e ela apenas sorriu, afastando-se.

_ Tchau, maninho... Fique bem._ Carlie falou, aproximando-se. Ela deu um beijo no rosto do irmão e outro no meu e seguiu Alice.

_ Até mais, amorzinho. Logo a gente volta._ Nessie falou e também beijou o irmão e a mim.

_ Boa aula, meninas. Comportem-se._ Falei, vendo-as desaparecerem pela porta, seguidas por Jake e sentindo um pequeno vazio por não tê-las ao meu lado.

Eu temia que algo acontecesse a elas se ficassem longe de mim, mas era necessário deixá-las crescerem. Fazia parte da vida e do meu papel de mãe.

Mas o fato de eu ter passado tanto tempo longe de Carlie e não ter aproveitado todos os momentos que eu queria ao lado das minhas gêmeas era o que mais me incomodava nessa separação gradativa.

Era muito difícil vê-las tornando-se independentes.

Saber, que em breve eles não precisariam mais de mim, doía.

E por mais que eu tivesse outros filhos para cuidar, eu não queria me separar das minhas pequenas.

Nunca.

Suspirei e olhei mais uma vez para Ethan, agora adormecido em meus braços e fiz uma prece silenciosa.

“Que não seja nada grave... Por Deus!”

XXXXX

_ Ele vai ficar bem, não é, Edward?_ Perguntei insegura, enquanto Edward examinava Ethan e ele me encarou com o olhar suave.

_ Sim. É apenas um resfriado e a febre é provavelmente devido a uma amidalite.

Olhei para Ethan e senti um alívio tomar conta de meu copo ao se dar conta de que ele estava realmente bem.

_ Acho que podemos pensar em uma cirurgia para breve._ Edward falou calmamente, enquanto retirava a roupa do nosso filho.

_ Cirurgia?_ Perguntei amedrontada e ele me olhou, sorrindo de leve.

_ Sim. Para a retirada das amídalas. Provavelmente, elas só lhe darão problemas como esse. Trata-se de um procedimento bastante simples e rápido. Creio que daqui uns dois anos seria o ideal._ Explicou-me com calma e carregou Ethan até o nosso banheiro, mergulhando seu corpinho pequeno na banheira com água morda e um pouquinho de álcool para baixar sua febre e trazer-lhe algum conforto.

_ Não gosto dessa idéia. Pensar em meu filho sendo cortado não me agrada nem um pouco._ Falei séria, observando Edward banhando nosso filho.

_ É para o bem dele, Bella. Mas vou conversar com Seth e com um otorrinolaringologista, que é amigo meu. Quero saber de suas opiniões antes de tomar qualquer decisão.

Respirei fundo e peguei a toalha, assim que percebi que Edward acabara.

Envolvi Ethan com o tecido felpudo e o levei para minha cama, secando-o com cuidado.

Edward trouxe um pijama limpo e enquanto ele o trocava, fui mudar as roupas de cama de Ethan.

Pouco tempo depois, ele dormia tranquilamente, fresquinho e sem febre e eu sorri ao contemplar seu rostinho tão lindo e sereno.

_ Prontinho, senhora Cullen. Seu filho está perfeito._ Edward falou, enquanto me abraçava por trás apertado e depositava um beijo em meu pescoço.

_ Graças a Deus! Odeio ver meus filhos doentes._ Falei emburrada e ele sorriu.

_ Dos males, o pior. Infelizmente, mesmo sendo médico, não posso evitar que nossos filhos fiquem doentes. Mas, posso cuidar deles com competência e carinho para que sarem depressa.

_ Você é perfeito... Como pai, marido, filho, irmão, amigo... E eu te amo._ Falei suavemente, virando-me para beijá-lo e ele me prendeu em seus braços, retribuindo meu carinho.

Beijamos-nos até que ouvimos um choro fraco vindo do quarto ao lado e tivemos que nos separar.

_ Quer ajuda?_ Edward perguntou, enquanto colocava uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

_ Não precisa. Eles são calmos. Pode voltar a trabalho._ Falei baixinho, abraçando-o pela cintura e apertando-me contra ele.

_ Certo. Vou pedir para que a farmácia entregue alguns remédios para ser ministrado em Ethan e voltarei para o almoço mais cedo para saber como ele está. _Eu assenti de leve e me separei dele, indo em direção ao quarto dos gêmeos.

Edward me seguiu, dando um beijo em cada um dos bebês e voltando para o trabalho em seguida.

Dei um banho bem gostoso nos meus bebezinhos e os amamentei, antes de descer e ajudar Alda com o almoço.

_ Olá, querida._ Ela falou assim que me viu e eu dei um beijo em seu rosto.

_ Bom dia, Alda._ Falei, já pegando uma travessa, que foi prontamente retirada de minha mão.

_ Nem pensar. Vá descansar, dormir, dançar... Fazer o que quiser, mas não se atreva a mexer nessa cozinha. Estou aqui para isso._ Alda falou zangada e eu a encarei, incrédula.

_ Mas, eu sempre ajudei._ Falei baixinho e ela me encarou sorrindo.

_ Eu sei, meu anjo e agradeço. Mas, já está na hora de assumir seu papel de rica e deixar esses afazeres para mim, que sou paga para isso. Vá curtir seus bebês, cuidar de Ethan ou ler, que eu dou conta de tudo aqui.

Encarei-a por mais alguns segundos e quando vi que ela não me deixaria ajudá-la, dei de ombros e fui em direção ao escritório.

As crianças estavam dormindo, as meninas na escola e já que Alda dispensara minha ajuda, eu tinha algum tempo livre.

Meus dias, geralmente, eram bastante calmos.

Ao não ser quando algum imprevisto acontecia, como hoje.

Confesso que tivera um medo terrível de dar à luz a crianças agitadas e choronas, mas Tyler e Mallory eram uns amores.

Embora, Ethan também tivesse sido um amor quando nasceu.

Dei um largo sorriso ao pensar em meu pequeno.

Ultimamente ele estava mais calmo, mas ainda sim aprontava muitas travessuras.

Ele ainda tinha um ciúme absurdo dos irmãos mais novos, principalmente com relação a Edward, mas jamais os tratara mal.

Ele apenas não gostava de ver o pai com os bebês no colo.

E Edward, como prometera, me ajudara em todos os momentos, desde que os gêmeos nasceram.

Quando eu voltara do hospital, trazendo comigo Tyler e Mallory, me sentira um pouco deprimida por saber que minha vida demoraria um tempo considerável para voltar ao normal.

Eu teria que ficar em casa durante algum tempo, já que tinha dois bebês que dependiam totalmente de mim.

Eu queria dar início a minha carreira, pois tinha percorrido um caminho muito longo para alcançar minha formação, mas isso, mais uma vez, teria que esperar.

Edward percebera meu estado de espírito e fizera de tudo para me animar.

Com o tempo, eu passei a sentir um ínfimo prazer em ficar em casa e acabei me conformando com a situação.

Muitas vezes, ele me lançava olhares culpados, certamente pensando que a culpa por minha infelicidade era dele, já que insistira tanto para que tivéssemos outro bebê.

Mas eu não o culpava por absolutamente nada.

Estava feliz com meus filhos e plenamente satisfeita com a família que constituímos.

E há cerca de dois meses eu iniciara um projeto pessoal que me deixara bastante animada.

Apesar de ser formada em psicologia eu era uma amante fiel da literatura e possuía um talento, ainda que tímido, para a escrita.

Resolvi que deveria escrever um livro.

Sim.

Uma autobiografia.

Minha história era digna de um livro e imaginava que outras pessoas deveriam conhecê-la, para que pudessem tirar alguma lição dos muitos momentos que eu vivera.

Não contara para ninguém sobre minha idéia, nem mesmo para Edward.

Queria que tudo estivesse bem encaminhado, antes de apresentar minha escrita a alguém.

Talvez isso fosse apenas uma idéia tola, mas eu queria tentar.

Abri o notebook que Edward me dera no natal e digitei a senha que impedia que alguém descobrisse meu mais novo segredo.

A foto dos meus cinco pequeninos apareceu como plano de fundo, e eu fiquei observando minhas mais que perfeitas obras de artes.

Mesmo que alguém jamais lesse meu livro, muitas pessoas conheceriam alguns dos meus maiores tesouros, que eram, sem dúvida alguma, meus filhos.

Abri o documento que continha meus escritos e continuei minha narração de onde havia parado.

Eu seria capaz de ficar horas perdida em meus pensamentos e palavras, mas precisava ficar atenta a qualquer chamado dos meus pequenos.

Escrevi por cerca de uma hora e resolvi me levantar para verificar as crianças.

Fechei o computador e fui até o andar de cima.

Ethan ainda dormia. Verifiquei sua temperatura, mas estava tudo certo.

Fui para o quarto dos gêmeos e eles estavam acordados, brincando com os pés e as mãos.

_ Oi, meus amores... Tudo bem?_ Ambos viraram o rostinho em minha direção assim que ouviram minha voz e sorriram.

Apesar de não serem gêmeos idênticos como Carlie e Renesmee, eles tinha uma sincronia surpreendente. Se um chorava, logo o outro acompanhava. Se um sorria, logo o outro sorria também. Era até engraçado de se ver.

_ Que tal darmos uma verificada no banheiro pessoal de vocês?_ Perguntei com a voz suave, tirando Mallory do berço e colocando-a sobre o trocador.

E como eu imaginei, ela estava suja.

Troquei rapidamente sua frauda e me sentei com ela sobre a poltrona para alimentá-la.

Encostei meu nariz em sua cabecinha e absorvi seu cheiro suave.

_ Você é muito linda, minha princesinha... E cheirosa._ Disse suavemente, acariciando seu cabelinho com o dedo e ela me olhou com desinteresse, mais concentrada em obter seu sustento.

Minha filha seria uma moça muito bonita.

Sua pele clara e seus cabelos escuros em contraste com seus olhos verdes, fariam dela uma criatura estonteante.

Eu tinha muito orgulho da beleza dos meus filhos.

Todos, sem exceção, eram perfeitos.

Terminei de alimentá-la e a coloquei na cadeirinha, pois em breve seria hora do almoço e eu gostava que todos estivessem juntos nesses momentos.

Entreguei um mordedor colorido a Mallory e fui até o berço de Tyler, retirando-o de lá e levando-o até o trocador.

E como era de se imaginar, ele também estava com a frauda suja.

_ A sincronia de vocês é impressionante, não é amor?_ Perguntei, beijando sua barriguinha e sentindo suas mãos pequenas puxando meus cabelos.

Terminei de trocá-lo e me sentei outra vez na poltrona para amamentá-lo.

Era uma pena que as crianças crescessem tão rápido.

Sentiria falta dos meus bebês, quando eles já estivessem correndo e aprontando por aí.

Vê-los crescer e se desenvolver era uma experiência única que não tinha preço, mas passava rápido demais.

Beijei os cabelinhos loiros de Tyler, e fiquei admirando-o enquanto ele mamava.

Seus olhos jamais deixariam de me impressionar.

Em pouco tempo eu já carregava meus anjinhos para o andar de baixo e os depositava sobre o tapete felpudo da sala de TV.

Voltei para o andar de cima, levando comigo os remédios que deveria dar a Ethan e fui até o seu quarto, despertando-o suavemente.

Ele me encarou com os olhinhos inchados pelo sono e abriu um sorriso tímido.

_ Oi, amor. Vamos levantar, ir ao banheiro e tomar remédio para sarar. Certo?

Ele riu e sentou-se na cama, me oferecendo a mão para que eu o ajudasse se levantar e ir até o banheiro.

Dei o remédio a ele sem muita dificuldade, pois não gostar de tomá-los não era um dos seus defeitos.

Troquei-lhe o pijama por uma roupa confortável e o levei para o andar debaixo.

Alda colocava a mesa enquanto eu brincava no tapete com meus pequenos e esperava as meninas chegarem da escola.

E quando elas e Edward chegaram, a festa estava formada.

Ethan ficou mais animado em ver o pai e as irmãs que parecia nem se importar com a provável dor de garganta que estava sentindo.

Carlie e Renesmee contavam suas muitas histórias de tudo que se passara na escola e meus bebês balbuciavam sozinhos enquanto observavam toda a agitação ao seu redor.

Fomos para a mesa, em meio a todo esse clima de alegria e o almoço transcorreu tranquilamente, com conversas, sorrisos, alguns choros e muitas brincadeiras.

Eu e Edward trocávamos sorrisos cúmplices por presenciar mais um dia perfeito entre nossa família, que apesar de possuir problemas como qualquer outra, nos fazia imensamente felizes.

XXXXX

Um ano depois.

Ouvi gritos desesperados vindos do quarto das meninas e levantei de um pulo.

Corri assustada pelo corredor escuro e escancarei a porta, me deparando com Nessie sentada e chorando desesperadamente.

_ O que foi, meu anjo?_ Perguntei a ela, enquanto me sentava e a puxava para meu colo.

Ela se agarrou em mim e eu senti seu corpo pequeno ser sacudido por soluços desesperados.

_ Pede pra ele ir embora, por favor. Diga a ele para não voltar nunca mais._ Ela murmurava entre os soluços e eu olhei em volta, a procura de quem estaria tirando o sono e a tranqüilidade de minha filha.

_ De quem está falando, amor?_ Perguntei suavemente, enquanto acariciava seus cabelos dourados e ela me encarou.

_ Do vovô Cullen, mãe._ Nessie respondeu, fazendo com que um arrepio tomasse conta do meu corpo inteiro.

Olhei para a cama de Carlie, que ainda dormia tranquilamente, apesar de toda confusão a sua volta e encarei Nessie outra vez.

_ Pensei que esses pesadelos já tivessem acabado._ Disse, beijando sua testa e a apertando contra meu peito.

Há muito tempo Nessie não sonhava com o avô.

Sua última previsão fora quando eu ficara grávida de Tyler e Mallory.

Depois disso, ela passara a ser uma garotinha absolutamente normal.

Ela ainda era bastante sensível e perceptiva, mas isso fazia parte de sua essência.

O fato era que Carlisle jamais voltara a nos perturbar, nem mesmo nos sonhos.

Até agora.

_ Eu não tinha mais sonhado com ele. Mas, hoje ele voltou._ Ela falou triste e eu beijei sua testa mais uma vez.

_ E porque está tão assustada? Pensei que gostasse do vovô?_ Falei suavemente e ela fungou.

_ Eu gostava dele. Mas tem coisas que ele diz que me deixam com medo.

_ E o que ele disse?_ Perguntei, entre amedrontada e curiosa.

Ela suspirou e deitou a cabeça suavemente entre meus seios.

_ Mãe, nós podemos ser felizes para sempre, não podemos?

_ É claro que sim, amor. Somos uma família linda, nos amamos e nos respeitamos muito. E isso só pode trazer felicidade. Mas porque está me perguntando isso?

_ O vovô Cullen disse que nossa felicidade tem prazo de validade e que logo, algo vai acontecer para atrapalhar essa harmonia._ Nessie respondeu, voltando a chorar e eu a abracei forte.

_ Foi apenas um pesadelo, meu anjo. Eu prometo que nada vai atrapalhar nossa felicidade. Eu, você, papai e seus irmãos seremos felizes para sempre._ Tentei consolá-la, mas no fundo eu me preocupava com esse sonho.

Renesmee jamais errou em uma previsão e muitas delas vinha dos sonhos que ela tinha com o avô.

Mas, no momento eu não conseguia imaginar um problema tão grande, que conseguisse destruir nossa felicidade.

Nossa vida, apesar dos problemas rotineiros normais, era perfeita.

Edward e eu nos amávamos a cada dia mais.

Nossos filhos cresciam saudáveis e felizes e nos dávamos perfeitamente bem com nossa família e amigos.

Edward tinha um trabalho muito bom no hospital, e há pouco mais de quatro meses eu começara a atender como psicóloga em uma escola, levando a diante meu projeto de envolver as crianças com a literatura.

A livraria ia muito bem e nossa rotina era bastante normal e harmoniosa.

Não havia motivos para preocupações e eu morreria tentando me convencer disso.

_ Ele falava com tanta certeza, mamãe. Eu tenho medo. Não quero ser uma menina sem papai outra vez e nem quero ficar longe de você ou dos meus irmãos._ Ela sussurrou baixinho e eu senti um aperto no peito ao ouvir suas palavras.

_ Isso não vai acontecer, Nessie. Somos uma família e família não se separa. Jamais. Foi apenas um pesadelo. Seu avô está morto e não poderá nos fazer mal. Nunca mais.

_ Ele era muito mal, não é mamãe?_ Ela perguntou baixinho e eu a apertei ainda mais conta mim.

_ Porque está me perguntando isso?

_ Porque todas as vezes que ele nos visitava você chorava e, só quando ele foi embora o papai chegou._ Ela constatou e eu suspirei._ Eu gostava dele, sabe? Mas os melhores momentos da minha vida só aconteceram quando ele estava longe.

Eu suspirei pesadamente e a deitei suavemente na cama, beijando seu rosto em seguida e acariciando seus cabelos de leve.

Não gostava de falar mal de Carlisle para Nessie. Apesar de tudo ele nunca lhe fez mal e ela sempre gostou dele.

Mas ela estava certa.

Tudo de bom que aconteceu em nossas vidas, só foi possível quando Carlisle estava longe.

No entanto, Nessie conheceu uma façanha do avô nunca vista por ninguém e, imagino que pelo menos essa imagem não deveria ser manchada com más lembranças.

_ Seu avô gostava muito de você, princesa. Não manche a imagem que você tem dele com lembranças ruins. Ele me fez sofrer, mas isso não importa mais, porque hoje eu sou imensamente feliz. Durma e se esqueça desse sonho que teve hoje. Nós somos felizes e seremos sempre. Basta que fiquemos juntos.

Ela sorriu fracamente e acariciou meu rosto com as mãos pequenas.

_ Eu te amo para sempre, mamãe._ Falou com a voz sonolenta e fechou os olhos em seguida.

_ Também te amo, Renesmee. Mais do que minha própria vida._ Respondi e a beijei outra vez, esperando até que ela estivesse completamente adormecida para levantar-me.

Fui até a cama de Carlie e beijei seu rostinho sereno, tão idêntico ao da irmã e tão igualmente perfeito.

Ela se mexeu, perdida em seu sono profundo e sorriu, me fazendo sorrir de volta.

Era tão bom saber que Carlie não tinha esses pesadelos malucos.

Ela era normal nesse sentido, o que me deixava bastante aliviada.

Minha pequena já estava completamente adaptada a nossa família, e o tempo que passamos separadas já nem era lembrado.

Carlie tratava Rosalie como uma tia especial e a mim era dedicado todo o amor que ela tinha a oferecer para uma mãe.

Sai do quarto das meninas, acendi a luz fraca do corredor e andei lentamente até o quarto de Ethan, cobrindo-o melhor e dando-lhe um beijo na testa.

Meu pequeno homem crescia saudável e, quanto mais o tempo passava, mais ele se parecia com o pai.

Ethan era a miniatura perfeita de Edward e seguia o pai para todos os lugares.

Era simplesmente encantador vê-los juntos.

Deixei a porta entreaberta e me dirigi ao quarto dos gêmeos.

Tyler e Mallory também dormiam tranquilamente e, portanto, pude voltar para meu quarto, para tentar dormir também.

Meus gêmeos já estavam grandinhos e graças aos céus, dormiam a noite toda.

Eles eram calmos e quase não me davam trabalho.

Exigiam o mínimo de atenção necessária para duas crianças de pouco mais de um ano, o que tornava meus dias bem menos complicados.

Olhei para Edward que dormia tranquilamente e o beijei suavemente nos lábios, fazendo com que ele se mexesse e me prendesse deliciosamente em seus braços.

Eu adorava dormir assim: agarrada a ele.

Mas embora eu estivesse extremamente confortável, não conseguia simplesmente dormir.

Eu não conseguia parar de pensar nas palavras de Renesmee e no sonho que ela tivera.

Nesse momento, eu temia que algo acontecesse e viesse atrapalhar a felicidade da minha família. Dos meus filhos.

Jamais seria capaz de explicar com palavras o imenso amor que eu sentia pelos meus pequenos.

Eles eram a melhor parte de mim mesma e a prova irrevogável de que se o amor for verdadeiro pode vencer qualquer obstáculo.

Edward e eu tínhamos construído uma família maravilhosa e eu lutaria com unhas e dentes para que nossa felicidade não fosse jamais perturbada.

Mesmo que não soubesse contra o que estava lutando.

Mas eu jamais desistiria de nossa felicidade.

Jamais.

XXXXX

Algum tempo depois.

Fui acordada por beijos molhados em minha barriga e abri meus olhos lentamente.

_ Bom dia._ Edward sussurrou, assim que notou que eu estava acordada e eu acariciei seus cabelos preguiçosamente em resposta.

Ele desceu lentamente a calça do meu pijama, tirando também minha calcinha no processo e eu suspirei, adorando cada sensação que seus lábios causavam em minha pele.

_ Edward, você sabe que dia é hoje?_ Perguntei, com a voz rouca pelo sono e pelo desejo e ele me encarou sorrindo.

_ Sim._ Respondeu simplesmente, puxando a blusa do meu pijama por minha cabeça e beijando meu colo desnudo em seguida.

Ele não ia desistir.

_ E você tem noção que daqui a pouco, cinco crianças vão entrar pela aquela porta e que eles não devem ver o que está acontecendo aqui agora, não é?_ Perguntei, tentando conter os gemidos, enquanto sentia a boca dele sobre um dos meus seios.

_ Vai dar tempo. E essa é a minha maneira especial de te dizer feliz natal._ Ele falou suavemente e me beijou, fazendo com que eu esquecesse qualquer argumento que eu ainda tinha para não continuarmos o que ele havia começado.

Entreguei-me em sues braços e me deixei levar pelas sensações maravilhosas que só suas mãos e seus lábios conseguiam me proporcionar.

Hoje era manhã de natal e as crianças estavam muito animadas com essa data.

Era a primeira vez que passávamos esse feriado em Forks, acompanhados de toda nossa família e amigos.

Nos natais anteriores, nós sempre íamos para Boston, comemorar essa data na companhia de Esme, mas desta vez decidimos que o melhor seria ficar aqui, já que viajar com cinco crianças, sendo três delas menores que cinco anos, era uma missão um pouquinho difícil demais.

E, desta forma, vieram todos para nossa comemoração.

Esme e Seth trazendo a pequena Kristen, Rosalie e Emmett com Nicolly, Charlie e Sue com Enzo e Alice com seus três pimpolhos.

O pessoal de fora teve que se dividir entre as casas disponíveis para poder dormir, mas nossa ceia tinha sido um verdadeiro sucesso.

E minha manhã de natal estava sendo melhor ainda.

Gemi baixinho quando Edward penetrou meu corpo lentamente e revirei os olhos, sentindo uma letargia maravilhosa tomar conta do meu corpo, enquanto um orgasmo fantástico se aproximava.

Ele afundou o rosto em meus cabelos, na tentativa de ser silencioso e eu arranhei suas costas e mordi seu ombro, tentando a todo custo não chamar a atenção para àquele aposento. Não queria, de forma alguma, ser interrompida agora.

Eu, definitivamente, adorava ser acordada assim.

_ Anda logo, Edward..._ Falei entre suspiros e ele me encarou debochado.

_ Não era você quem não queria fazer isso agora?_ Ele perguntou entre beijos e eu revirei os olhos, irritada por ter que dar explicações enquanto fazia amor com ele.

_ Mas, já que começou, termine._ Respondi, sentindo-me cada vez mais perto do êxtase.

Ele riu, e graças a todos os céus, não me desobedeceu.

Movi meus quadris de encontro a ele, para alcançar depressa a satisfação que ele estava me negando de propósito e dentro de pouco tempo chegamos juntos ao ápice, caindo exaustos sobre o colchão e com a respiração bastante difícil.

_ Uau..._ Ele exclamou depois de um tempo e eu ri.

_ Feliz natal._ Falei enquanto o abraçava e enterrava meu rosto em seu pescoço.

_ Feliz natal, amor._ Ele respondeu e me abraçou de volta.

Ficamos em silêncio por um tempo, apenas curtindo a presença um do outro.

O bom de estar apaixonada e ser correspondida é não precisar preencher todos os momentos com conversas vazias.

Por vezes, o silêncio era bom e agradável.

Como agora.

_ Eu acho que temos que nos levantar. Tenho a impressão de que daqui a alguns segundos nossa cavalaria infantil vai invadir esse aposento._ Edward falou de repente e eu ri, jogando as cobertas de lado e me levantando rapidamente.

_ Vamos logo, então. Temos hóspedes e precisamos atendê-los. E além do mais, não quero que nossos filhos nos vejam nus._ Falei, enquanto recolhia meu pijama embolado ao lado da cama e me dirigia rapidamente para o banheiro.

Edward me seguiu e em pouco tempo estávamos prontos para nosso dia de natal.

E como um passe de mágica, bastou que pisássemos no quarto para que a porta se abrisse e nossos pequenos invadissem o aposento, trazendo um misto de alegria e confusão.

Ethan veio na frente e se jogou nos braços do pai, antes que Tyler ou Mallory fizessem exatamente isso.

Carlie e Renesmee traziam os pequenos seguros pelas mãos e os quatro sorriam lindamente para nós.

Procurei abraçar os filhos restantes e notei que meus braços já não eram suficientes para tantas crianças.

Ri quando cai sentada no chão e eles subiram em cima de mim, me enchendo de beijos e carinhos.

Edward e Ethan uniram-se a bagunça e em pouco tempo éramos um bolo de pais e filhos no chão.

_ Feliz natal, mamãe._ Nessie falou, beijando suavemente meu rosto e eu a apertei em meus braços.

_ Feliz natal, amor._ Respondi emocionada e ela me olhou compreensiva.

Era sempre assim.

Todas as vezes que ela me desejava feliz natal, depois que eu me casara com Edward, eu me emocionava, pois me lembrava dos natais solitários que eu e ela passávamos principalmente depois que vovó Marie morrera.

Alice nos acolhia em sua casa, mas não era a mesma coisa, afinal éramos apenas nós duas em nossa família.

Mas, a partir do momento em que Edward voltara para nossas vidas, tudo mudara.

Eu tive que viver um tormento muito grande para chegar a esse grau de felicidade que estava hoje, mas ao olhar para meus filhos e para o único homem que eu amei, concluía que tudo valera à pena e que eu viveria tudo de novo se preciso fosse.

Edward nos observava atentamente e me abraçou de lado, entendendo meu momento e compartilhando dos meus sentimentos.

Apesar de sempre ter tido uma família tradicional ao seu lado, ele só fora feliz quando nos encontramos outra vez e pudemos compartilhar nosso amor e nossos filhos.

Ele e eu nos completávamos da maneira mais plena e bonita que existia.

_ Pesente..._ Ethan exigiu e nós rimos de sua impaciência.

_ E você foi um bom garoto esse ano para merecer presentes, parceiro?_ Edward lhe perguntou e ele sorriu lindamente, assentindo.

_ Ele foi perfeito!_ Falei ironicamente._ Fugiu da escola, quase matou Bart afogado em uma bacia, derrubou o bolo de aniversário de Tyler e Mallory no chão e deixou Júlia roxa com uma mordida porque ela não quis dividir os biscoitos com ele... E esses são apenas alguns dos exemplos de travessuras que esse menininho lindo aprontou. Eu não sei não, mas acho que ele vai ficar sem presentes por enquanto._ Falei séria e Ethan me olhou com os olhinhos verdes mais lindos e pidonhos e eu não tive coragem de negar-lhe nada. O fato de ele ser tão parecido com Edward seria minha perdição.

_ Feliz natal, mamãe._ Carlie falou baixinho e abraçou minha cintura assim que eu me levantei. Beijei seus cabelos e a apertei em meus braços, tentando de alguma forma, compensar todos os natais que passamos separadas.

Ela era uma criança maravilhosa e eu não me cansava de agradecer a Deus por tê-la mantida viva e a devolvido para mim, mesmo que tardiamente.

Carlie era especial, assim como os meus outros filhos, mas eu não participara de todos os seus estágios de desenvolvimento, assim como acompanhava dos seus irmãos e isso às vezes me entristecia. Mas, o importante é que ela estava ao meu lado agora e me amava e me reconhecia como sua mãe.

Ela foi desejar feliz natal ao pai e eu peguei Mallory no colo. Ela me beijou e escondeu o rosto nos meus cabelos, mostrando que tinha sido acordada contra sua vontade.

Minha caçula era quieta e tímida e, enquanto Tyler já soltava várias palavras ela preferia ficar observando tudo com seus grandes olhos verdes, como se dessa forma pudesse entender a essência das pessoas a sua volta.

Ela era bastante apegada a mim e preferia ficar em meu colo enquanto Tyler corria e brincava com os irmãos e com o pai.

Mallory gostava muito de letras e passava horas observando livros e revistas, preferindo as páginas que tinham poucas figuras e mais palavras.

Quase nunca chorava, mas era bastante séria, tanto que quando sorria deixava todos abobalhados. Ela tinha uma beleza rara e uma personalidade única, que com certeza, fariam dela, uma linda e encantadora mulher.

Eu sempre imaginei que Mallory seria mais agitada que o irmão, porque, pelo menos na hora de amamentá-la ela era bastante impaciente.

Mas vejo que me enganara.

Tyler era o oposto da irmã no quesito personalidade. Ele não era nada tímido e parecia se divertir com qualquer coisa. Tudo era motivo para que meu pequeno distribuísse sorrisos. Assim como Ethan, Tyler não sabia ficar quieto. É claro que ele não chegava perto de aprontar as travessuras do irmão, mas aprontava das suas também e, quando me olhava com os olhinhos mais azuis do mundo eu perdia a coragem de dar qualquer bronca.

Tentava ser firme nas horas necessárias, mas a fofura e a beleza dos meus filhos seriam minha perdição como mãe disciplinadora.

Descemos todos juntos para o andar debaixo e nos encontramos com Seth, Esme e Kristen tomando café da manhã, já preparado por Alda.

Depois que os gêmeos nasceram, tivemos que fazer uma nova reforma na casa, pois o espaço adquirido na última obra não foi o suficiente para o aumento significativo de pessoas na família.

Edward fez questão de ampliar todo o espaço inferior, construindo praticamente outra casa e deixando todos os cômodos do andar de cima livres para os quartos. E com isso, veio uma sala de jantar completamente nova e espaçosa, com uma mesa que tinha doze lugares. Ou seja, cabiam todos devidamente sentados a cada refeição.

Ganhamos também uma imensa sala de brinquedos, uma área para TV e vídeo game e até mesmo um pequeno salão de festas, onde acontecera a ceia na noite anterior. E é claro que não podia faltar uma enorme piscina interna aquecida, para que nossos filhos tivessem toda a diversão e conforto necessários.

Edward não era exagerado.

Imagina!

Revirei os olhos com os pensamentos e sorri para Esme que tentava, a todo custo, segurar Kristen sentada.

A menina se contorcia e lançava caretas adoráveis em direção à mãe.

Kristen era o que podia se chamar de criança rebelde.

Ela e Mallory eram muito parecidas, ao não ser é claro, na personalidade.

Kristen era explosiva e voluntariosa.

Fazia o que queria e quando queria, não se deixando dominar pelas regras.

Mallory era calma e doce, mas tinha os olhos verdes no tom exato aos da tia.

Era estranho pensar em alguém tão pequeno como Kristen sendo tia.

Mas, era exatamente o que ela era: tia dos meus filhos.

Assim como Enzo, filho de Charlie e Sue e meu irmão, era tio de toda essa garotada, embora fosse mais novo que Renesmee e Carlie e tivesse quase a mesma idade de Ethan.

Coloquei Mallory na cadeirinha e fui pegar Tyler que não parava de correr atrás de Ethan.

Edward segurou o mais velho e o prendeu na cadeirinha e eu fiz a mesma coisa com meu furacão caçula.

Suspirei satisfeita quando todos os filhos estavam devidamente presos e me sentei para, finalmente apreciar meu café da manhã.

_ Essa maratona se repete diariamente?_ Seth perguntou divertido e eu apenas assenti, fazendo com que ele risse a vontade.

_ Não me admira que vocês dois estejam em tão boa forma física._ Esme falou, entrando na conversa e eu ri de seu comentário.

_ Pois é. Aqui, nessa família, não precisamos investir em academia. Basta correr atrás dos filhos que está tudo certo._ Edward falou, olhando para Ethan que já se melecava com mel e balançando a cabeça.

_ Mas, tenho que admitir que vocês tem uma bela família._ Esme disse, olhando para as crianças e eu sorri orgulhosa.

_ Realmente. Uma linda família. Eu investiria em um time de futebol, mas Bella não quer mais filhos. Tenho que me contentar apenas com as cinco crianças que já temos._ Edward falou, me olhando de lado e eu revirei os olhos.

_ É fácil pedir mais filhos quando não se tem que pari-los, não é bonitão?_ Perguntei e ele riu descarado._ Além do mais, eu não acho que agüentaria mais travessuras na minha rotina. Eu preciso de paz. Pelo amor de Deus.

_ Eu penso que cinco é um número satisfatório, querido. Você já provou que manda bem na cama e sabe mesmo como fazer filhos lindos e saudáveis. Está tudo bem. Deixem que outros casais povoem o mundo também._ Esme falou e todos nós, Edward, Seth, Alda e eu a encaramos incrédulos.

Ela nos olhou por um momento e sorriu triunfante.

_ O que foi, gente? Eu também sei conversar sobre sexo._ Ela falou e eu engasguei com o morango que eu mastigava.

Seth continuou a encarando e Alda foi para a cozinha dando risada.

_ Mamãe! Não fale essas coisas perto das crianças._ Edward falou sem graça e nós explodimos em uma gargalhada.

Ver Esme fazendo referência a sexo era inusitado.

Muito estranho, na verdade.

Mas, a melhor parte era ver Edward constrangido.

Essa cena, não tinha preço.

_ É... Ele realmente manda muito bem._ Falei, como quem não queria nada e Edward ficou ainda mais vermelho e sem graça.

Foi à vez de Esme e Seth explodirem em uma gargalhada e Edward me encarou com os olhos mortais. Sorri docemente pra ele e me concentrei mais uma vez em minha refeição, deixando que ele lidasse sozinho com sua vergonha.

Terminamos o café em meio a uma conversa amena e divertida e fomos para a árvore de natal abrir os presentes.

As crianças estavam super empolgadas com a imensidão de caixas e sacos coloridos e pareciam não se conter de alegria.

Trocamos os presentes e ficamos olhando nossos pequenos se divertirem entre os brinquedos, jogos e roupas que ganharam.

Mallory folheava um livro infantil bastante colorido e parecia super satisfeita com sua atividade.

Esme a observava atentamente e depois me olhou, sorrindo.

_ Mallory é diferente, não é Bella? Ela parece ter um QI mais elevado do que os das outras crianças. É como se as atividades infantis não a atraíssem.

_ Eu já notei isso. Ela parece ter mais idade do que aparenta. Mallory é mais madura do que Tyler e até mesmo do que Ethan. Uma criaturinha bastante especial._ Falei orgulhosa e Edward se aproximou, me abraçando por trás.

_ Nossa caçulinha herdou sua paixão para os livros. Ela nem liga para brinquedos._ Edward falou, apoiando seu queixo em meu ombro e eu sorri.

_ Realmente. Ela adora livros e isso é muito bom. Pelo menos eu penso assim.

Carlie e Renesmee estavam sentadas afastadas das outras crianças, enquanto brincavam com seus notebooks, presentes que ganharam do pai contra a minha vontade.

Eu era uma mãe tradicional e queria que minhas filhas brincassem e se divertissem sem muita interferência do mundo virtual.

Por esse motivo, Edward dera-lhes o presente com regras e horários de uso. Se elas desobedecessem, perderiam os computadores.

E só assim eu concordei.

Ethan e Tyler se divertiam com uma bola e Kristen arrancava os cabelos de uma boneca.

E eu... Bem... Eu não ganhei nenhum presente.

Achei o fato bastante estranho, já que Edward jamais deixava uma data passar em branco.

Eu dei a ele um relógio novo, pois o dele Ethan jogou na privada em um momento de raiva.

Esme ganhara um lindo colar de brilhantes de Seth e dera a ele a chave de uma nova moto.

Ele parecia uma criança contemplando seu presente.

Eu comecei a recolher os papéis que as crianças espalhavam e senti Edward segurando minha mão.

_ Vem comigo._ Ele falou baixinho e eu o segui para o jardim.

E quando olhei para o carro estacionado na porta da garagem com um laço vermelho extravagante eu prendi a respiração e encarei Edward, incrédula.

_ Eu... Eu..._ Gaguejei e ele sorriu, me entregando a chave de um carro pequeno, preto e adorável.

_ Esse é o meu presente para você. Está na hora de abandonar aquela lata velha e ter um carro só pra você. Afinal, é uma psicóloga agora e precisa ter um carro decente.

_ Não desmereça minha caminhonete._ Falei emburrada e ele riu, me abraçando.

_ Não estou desmerecendo-a. Apenas quero que você tenha mais conforto para ir ao trabalho e lidar com seus assuntos diários._ Ele disse com a voz suave e eu me virei em seus braços, encostando meu rosto em seu ombro.

_ Obrigada. Eu não gosto que gaste tanto dinheiro comigo, mas eu aprecio seu gesto. Adoro ter você cuidando e se preocupando comigo. Apesar de estarmos juntos há algum tempo, eu ainda preciso a me acostumar com isso. Sempre fui apenas eu cuidando de mim e das pessoas ao meu redor. Eu me acostumei ser solitária e ter você ao meu lado é um presente maravilhoso._ Falei emocionada e ele me abraçou forte conta seu peito.

_ Você também é o meu presente mais lindo. Tudo que eu sou e vivo eu devo à mulher mais linda e perfeita de todas. Eu sobrevivi antes de ter você em minha vida, Bella. Hoje, eu sou feliz. Tenho uma família perfeita, que eu amo e sou completamente apaixonado por você. Cuidar da sua felicidade e do seu bem estar é o meu maior prazer. Portanto, acostume-se. Isso é para sempre. E, a minha concepção de para sempre é verdadeira. Jamais a deixarei. Isso é um fato._ Edward falou e beijou meus lábios de leve.

_ Nossa. Um carro. E eu que achei minha moto um máximo._ Seth falou, aparecendo na porta com Kristen no colo e eu sorri para ele.

_ Pois é. Acho que a generosidade é uma herança genética nessa família._ Respondi de bom humor e todos riram.

Fui conhecer meu carro novo e me encantei com tanta modernidade em um espaço tão pequeno.

Aposentaria de vez minha velha caminhonete, mas não me desfaria dela, afinal, fora meu primeiro carro.

Logo, todos os outros chegaram para o almoço, que seria servido na área interna da piscina. Eu não era muito adepta a essa idéia, pois temia que Ethan se jogasse na piscina ou matasse alguém afogado, mas com tanta gente ao redor, eu imaginava que seria possível controlar o extinto destruidor do meu pequeno.

Contratamos um Buffet para o almoço de hoje, pois eu achara justo que Alda tivesse folga e aproveitasse o feriado ao lado de quem ela tanto ama. Seus filhos viriam para o ano novo e ela não se cabia em si de tanta felicidade.

Tudo estava uma delícia.

O dia, em si, estava sendo perfeito.

As crianças corriam para lá e para cá e deixavam todos malucos, mas acabamos nos divertindo com as travessuras dos pequenos.

_ Não me deixe ter mais filhos, pelo amor de Deus! _ Alice falou, enquanto suspirava e sentava-se pesadamente ao meu lado.

Eu ri e olhei para a pequena Julya que era um dos maiores motivos para Alice desistir da maternidade e Rosalie acompanhou meu olhar.

Julya parecia entrosada com as crianças e sorria o tempo todo.

Parecia uma menina bastante doce para quem não a conhecia realmente

_ Ela parece ser tão calma._ Minha cunhada comentou e Alice revirou os olhos.

_ Quem vê cara não vê coração, Rosalie. Julya ainda vai me enlouquecer.

_ Eu acho que o Ethan é muito mais levado do que sua filha, Alice e Bella não parece estar enlouquecendo. Pelo contrário, ela se animou em ter mais dois bebês._ Rosalie falou e eu sorri, olhando para meus pequenos que se divertiam em uma brincadeira com o pai.

_ O animado desta história é o seu irmão, Rosalie. Eu apenas fui a mulher com que ele resolveu formar uma grande família. Mas, apesar de Ethan ser eletrizante, eu não estou enlouquecendo. Muitas vezes, me divirto com toda essa bagunça. Meus dias jamais são monótonos._ Falei divertida e elas riram.

_ Eu quero ter outro filho, mas não sei se consigo engravidar. Meu ginecologista falou que será bastante difícil._ Rosalie falou, parecendo triste e eu encarei a pequena Nicolly, que ria aninhada no colo do pai.

A beleza da filha de Rosalie sempre me deixaria impressionada.

Meus filhos eram lindos, mas Nicolly era algo fora do normal.

Simplesmente encantadora.

Sua pele clara contrastava perfeitamente com os cabelos cor de areia e com os olhos azuis. Ela tinha uma boquinha incrivelmente perfeita e vermelha, cílios espessos e longos e bochechas rosadas. Muito doce e incrivelmente delicada, conseguia deixar todos que a conheciam fascinados.

Eu duvidava que Rosalie conseguiria ter outra filha tão linda.

Nicolly era uma encomenda única, de uma beleza rara.

_ Já pensaram em adotar?_ Perguntei de repente e Rosalie me olhou com interesse._ Vocês foram ótimos com Carlie e tenho certeza que podem fazer uma criança muito feliz. Eu sei que a experiência de estar grávida é maravilhosa, mas oferecer carinho para uma criança sem pais é um ato abençoado.

_ Eu já tinha pensado nisso, mas ainda não conversei com Emmett. Acho que seria bom para Nicolly ter um irmão ou irmã. Ela parece tão feliz ao lado dos primos e da Kristen. Não quero que ela cresça egoísta e mimada como eu. Minha filha precisa conviver com outras crianças para saber compartilhar._ Rosalie explicou.

_ Só digo uma coisa: pense bem. Crianças são lindas, cheirosas e rosadinhas, mas dão um trabalho tremendo. Eu, com três filhos, já encerrei a fábrica. Jake nunca me deu trabalho e Judie é bastante calma, mas Julya ainda vai me fazer pirar. Sem contar que os gastos são exorbitantes. Ainda bem que a livraria está lucrando, caso contrário, só o trabalho de Jasper não sustentaria nossa família. Eu não estou reclamando, é claro. Meus filhos são o que eu tenho de mais importante, mas tenho que ser realista. Na maternidade, nem tudo são flores._ Alice desabafou, fazendo uma careta e eu e Rosalie rimos.

Jasper era capitão da polícia local e fora promovido a esse cargo há pouco tempo. Antes, só com seu salário como policial, eles realmente passavam por alguma privação. A vida nos Estados Unidos era bastante cara e, famílias sem uma estrutura financeira sólida sofriam um pouco.

Quando abrimos a livraria, tanto Alice como eu, tivemos que abrir mão de muitas regalias para dar conta das primeiras dívidas e necessidades.

Com o tempo tudo foi melhorando e agora, tínhamos um negócio sólido e bastante rentável.

Alice, como minha sócia tinha participação em sessenta por cento dos lucros, pois apesar de tudo ser nosso, igualmente, ela se dedicava em tempo integral a livraria, enquanto eu tinha meu trabalho como psicóloga na escola.

Desde que se casaram, Alice e Jasper pagaram aluguel.

Ao comprarmos o ponto onde instalamos a livraria, eles puderam morar nos fundos, pois o imóvel tinha uma localização ótima e estava em perfeitas condições. O dono do lugar fez um desconto significativo no aluguel e eles começaram a levar uma vida melhor.

Hoje, graças a Edward e ao nosso trabalho duro, Alice e Jasper compraram uma casa na mesma rua que a minha e deixaram Ângela com o imóvel nos fundos da livraria.

Dessa forma, Ângela, que também estava começando a vida de casada agora, tinha um desconto significativo no aluguel, já que o imóvel agora pertencia a Edward e a mim, e era responsável por abrir e fechar a livraria, deixando mais tempo livre para que eu e Alice cuidássemos das nossas crianças.

_ Jacob só dá trabalho ao meu irmão, não é Alice?_ Rosalie perguntou maliciosa e, deixei meus pensamentos de lado, me virando para observar Edward, que encarava o primogênito de Alice com um olhar assassino.

Jacob estava sentado com um livro nas mãos e Nessie e Carlie estavam encostadas em seu ombro. Uma de cada lado, para a alegria de Edward.

_ Edward odeia meu filho. E eu, simplesmente, não entendo isso. Jake não faz nada. Ele apenas gosta demais das meninas, mas é coisa de criança._ Alice explicou e eu e Rosalie rimos.

_ Ele tem ciúmes, Alice. Tem medo que Jacob queira namorar as meninas. Ao mesmo tempo. _ Falei, ainda rindo e Alice revirou os olhos.

_ Seu marido é estranho. Avisa pra ele que não se pode fugir do destino. Jacob adora Nessie desde que ela nasceu. Isso é um fato. E ele gosta muito de Carlie também. Suas filhas namorarão um dia. Seja com Jacob ou com qualquer outro. Ao não ser, é claro que vocês as prendam em uma masmorra. O que eu não duvido, tratando-se de Edward. Jacob não faria mal a elas, porque ele as ama. Ele é o garotinho mais indicado para namorá-las. Disso eu tenho certeza._ Alice falou decidida e foi minha vez de revirar os olhos.

_ Namorar as duas?_ Rosalie perguntou incrédula e Alice sorriu triunfante.

_ Deve existir um bom motivo para que Deus tenha feito duas meninas iguais. E, quem sabe, esse motivo não seja a sorte do meu filho? Nesse caso, as duas seriam o número de namoradas ideais para ele. Estamos no século XXI minha gente. Temos que pensar modernamente._ Alice esclareceu e Rose gargalhou, olhando de Edward para mim.

_ Não se esqueça, Alice querida, que você também tem filhas. Duas, por sinal. Quero ver se esses pensamentos modernos continuarão quando elas forem namorar._ Falei levemente irritada com suas idéias estranhas e ela apenas sorriu.

Alice seria sempre a Alice.

No fim do dia, eu estava exausta, mas muito feliz.

O natal havia sido simplesmente perfeito.

O triste era ver todos se despedirem.

_ Filha, nós já vamos. Amanhã tenho que acordar cedo para trabalhar. A vida pós natal não é fácil. Gostaria muito que vocês passassem o ano novo conosco em Seattle. Afinal, vocês ainda não conhecem nossa casa._ Charlie falou, enquanto colocava Enzo adormecido no carro e eu o encarei sorridente.

_ Obrigada pelo convite, pai, mas Edward preparou uma surpresa para nós. Parece que vamos viajar com as crianças. Mas, prometo ir a Seattle em breve. Teremos bastante tempo para isso._ Expliquei e Charlie meneou a cabeça sorrindo.

_ Viajar com cinco crianças?_ Sue perguntou e eu assenti, fazendo uma careta._ Boa sorte, querida. Mas tenho que acrescentar: vocês dois são loucos. De qualquer forma, o convite está de pé. Nossa casa não é tão glamorosa quanto a sua, mas estará de portas abertas caso queiram se juntar a nós. O natal foi perfeito e eu espero que reuniões assim, se repitam mais vezes._ Sue falou contente e eu a abracei.

Charlie me deu um beijo no rosto e um abraço de despedida e entrou no carro, dando partida e seguindo logo seu caminho.

Ele, assim como eu, odiava despedidas.

Esme e Seth estavam de saída também, pois iriam para a Austrália, visitar a família de Seth, que eles não viam desde o casamento.

Era muito estranho ver todos partirem.

E triste também.

Eu me acostumara com a bagunça e com a movimentação ao meu redor.

_ Bom, nós já vamos. Não podemos perder o vôo de forma alguma. Foi muito difícil conseguir essas passagens._ Esme explicou, me abraçando e eu retribuí seu gesto._ Adorei o natal, querida. Estava tudo perfeito.

_ Obrigada por ter vindo, Esme. Foi muito bom tê-los conosco._ Respondi e ela sorriu docemente, olhando em direção a Edward que tinha a irmã nos braços e conversava animadamente com Seth.

_ Você fez um bem tão grande ao meu filho, que é quase impossível ver traços do antigo Edward nele. E eu sou extremamente agradecida a você por isso. Ele é muito feliz ao seu lado e ao lado dos filhos. E eu te peço: continue cuidando dele. Por favor.

_ Eu jamais o deixarei, Esme. Ele também me faz muito feliz. Acho difícil encontrar uma mulher tão realizada como eu.

_ Não é tão difícil querida. Eu estou extremamente realizada. Tenho filhos perfeitos, netos maravilhosos, um marido amoroso, gentil e carinhoso, uma nora sensacional e um genro muito especial. Sem contar nos amigos que adquiri que são maravilhosos. Não preciso de mais nada._ Ela falou com os olhos brilhantes e eu apenas concordei.

_ Eu sei como se sente, Esme._ Falei sorridente e ela me abraçou mais uma vez, chamando Seth para que fossem logo.

_ Cuida do garotão aqui, Bella._ Seth falou, enquanto me abraçava._ Não deixe que a tropa de crianças que vocês produziram o enlouqueça.

_ Eles não vão fazer isso, Seth. Nossos filhos são uma graça. Nem dão tanto trabalho assim._ Edward falou emburrado e todos rimos de suas palavras.

_ Eu sei, amigão. Estou só brincando. Até porque, minha menininha será mais capaz de enlouquecer do que seus cinco filhos juntos. Ter uma Kristen para disciplinar não é nada fácil. Pode ter certeza._ Seth falou divertido e Esme revirou os olhos com seu drama.

Mas, talvez ele tivesse razão.

A personalidade de Kristen não era nada fácil.

E, se já era assim enquanto ela era apenas uma garotinha, imagine mais para frente?

Suspirei com o pensamento e pedi silenciosamente que Deus os ajudasse.

Rosalie e Emmett iriam para o aeroporto também, mas viajariam para Boston, onde passariam o fim de ano com os pais de Emmett.

Parece que eles resolveram se entender, desde que Nicolly nascera, pois não queriam ficar longe da neta.

Eu achei isso ótimo e Emmett parecia super animado em estar ao lado da família outra vez.

_ Foi tudo ótimo. Eu nunca comi tanto em minha vida._ Emmett falou, passando a mão no estômago levemente dilatado e nós rimos de sua expressão satisfeita.

_ Que bom. Não gosto que meus hóspedes passem fome._ Falei brincalhona e ele sorriu.

_ Agora é a vez de vocês irem para a Suíça. Quero recebê-los em minha casa e mostrar a vocês os encantos daquele lugar. Carlie precisa voltar lá também. Tenho certeza que ela adoraria rever o lugar onde viveu os primeiros anos de sua vida._ Rosalie falou enquanto me abraçava e eu olhei para Edward.

Nossas viagens eram todas por conta dele.

_ Iremos em breve, Rose. Prometo._ Ele falou, me abraçando pela cintura.

Logo todos foram embora e a casa, antes tão barulhenta, ficou praticamente silenciosa.

_ Ufa! Ainda bem que os natais só acontecem uma vez por ano. Estou exausta._ Alice apareceu, trazendo Judie adormecida nos braços e Jasper veio logo atrás, puxando Julya e Jacob pelas mãos.

_ Eu gosto de natais. Por mim, teríamos mais vezes, assim ganharíamos mais presentes_ Nessie declarou, surgindo de Deus sabe onde e abraçando minha cintura.

_ Eu super apoio._ Jacob respondeu sorrindo para nossa filha e Edward o olhou de cara feia.

_ Pare de olhar para meu filho assim, Edward. Já irei levá-lo embora._ Alice falou séria e eu e Jasper rimos.

_ Papai não gosta dele porque eu e Carlie vamos namorá-lo._ Nessie explicou e eu olhei para Edward de lado, vendo que ele estava ficando vermelho.

_ Eu sei, querida. Seu pai é um bobo._ Alice falou e Edward respirou fundo, certamente fazendo força para não ser mal criado com minha amiga.

Eu já estava começando a me preocupar com essa idéia fixa das minhas filhas de namorar Jacob.

Elas eram apenas crianças, e por enquanto, isso não faria mal a ninguém. Mas, Jacob não poderia namorar as duas e isso, mais tarde, certamente causaria problemas.

Mas eu deixaria para lidar com isso no momento certo.

E esse momento seria mais tarde. Bem mais tarde.

Alice e Jasper se despediram e logo Edward, Nessie e eu entramos, nos escondendo do frio de dezembro.

Ethan estava adormecido no sofá da sala, todo sujo de chocolate e eu já havia levado os gêmeos para o quarto há algum tempo.

Carlie estava concentrada em um filme de princesas que ganhara da tia e Renesmee foi se juntar a ela.

Segui para a cozinha, pois precisava guardar as sobras de comida e dar um jeito na louça acumulada.

_ A empresa de faxina virá amanhã._ Edward falou de repente e eu me virei assustada em sua direção, pois não o tinha visto me seguir.

_ Que bom. As crianças fizeram um pequeno estrago no chão da nossa casa._ Falei distraída, enquanto colocava alguns copos e pretos na máquina de lavar.

_ Nós viajamos na quinta._ Ele declarou, me ajudando a separar a comida das travessas.

_ E para onde vamos, senhor Cullen?

_ Rio._ Ele respondeu e eu me virei para ele com os olhos brilhando.

_ Sério?_ Perguntei empolgada e ele sorriu largamente.

_ Sim. Mas só ficaremos na cidade alguns dias. Depois, vamos ficar hospedados em uma ilha. Só nós sete.

_ Ilha?_ Perguntei confusa, sentindo um pequeno frio na espinha e não sabendo exatamente o porquê.

_ Sim. Uma pequena propriedade que eu acabei de adquirir na América do sul. Imaginei que você fosse gostar, já que ficou completamente apaixonada pelo Rio de Janeiro. Eu queria levar nossos filhos, mas ficar com eles na cidade daria muito trabalho. Então..._ Edward disse inocentemente, como se comprar uma ilha em outro continente fosse a coisa mais natural do mundo.

_ Edward, você comprou uma ilha?_ Parei o que estava fazendo e o olhei seriamente.

_ Sim. Para os nossos filhos._ Respondeu, dando de ombros e eu bufei._ Você está brava?_ Perguntou amedrontado e eu revirei os olhos.

_ Não, Edward. Mas, às vezes você me assusta. Nossos filhos não precisam de uma ilha. Bastava apenas que você alugasse uma casa por uma temporada, para que nós passássemos as férias.

_ Eu sou rico, Bella. Carlisle me deixou muito dinheiro. Muito mesmo. E essa foi a única coisa boa que ele fez, uma vez que posso usar esse dinheiro para o conforto da minha família. Você adorou o Rio. Nada melhor do que termos uma casa lá. É cômodo. Prático para um casal que tem cinco filhos.

_ Só não quero que você exagere, amor. Nossos filhos precisam aprender que o fato de terem dinheiro não torna tudo tão fácil pra eles. É preciso lutar pelos objetivos e não esperar que o papai compre tudo.

_ Não vai ser assim, Bella. Nossos filhos aprenderão valores. Mas não vou negar que se eu puder facilitar o caminho para eles, eu farei exatamente isso. Por que esse é o meu papel e por que eu os amo demais para fazer diferente.

_ Eu sei que você os ama, Edward. Desse fato ninguém pode duvidar, mas tente ser mais moderado com os luxos que oferece a eles, amor. É só o que eu peço._ Falei com a voz suave e ele sorriu lindamente.

_ Eu prometo não exagerar. Mas, a ilha já e nossa. Será nosso lugar especial. Quando quisermos fugir de nossa realidade, iremos para lá.

Olhei para Edward por um momento e não me contive. Corri para seus braços e o beijei animadamente. Ele me abraçou de volta, rindo da minha reação e logo me sentou sobre o balcão da cozinha, me abraçando e me beijando de forma nada sutil.

Era, simplesmente, impossível não amá-lo.

Apesar dos seus exageros em relação aos filhos, Edward era perfeito.

Jamais deixava de se preocupar com o conforto, saúde e bem estar dos nossos pequenos e não importava quão cansado estivesse, ele sempre arrumava tempo para brincar e se divertir com as crianças.

E eu era a mãe que devia dosar seus exageros, para tentar deixar meus filhos menos mimados e consumistas.

De qualquer forma, minha vida era um esboço da perfeição e eu não tinha motivos para reclamar.

E acho que nunca teria.

XXXXX

Algum tempo depois.

Sim.

Nós viajamos naquele fim de ano.

Levamos nossos filhos para o Rio de Janeiro e em seguida seguimos para a nova propriedade da família, a ilha Bella.

E, deixando de lado a associação com meu nome, o lugar era realmente belo.

Eu imaginava uma pequena choupana no meio da mata atlântica, mas o que existia lá na verdade era uma mansão de dois andares maravilhosa.

Muito bem decorada e equipada para qualquer eventual emergência que pudesse surgir.

Tínhamos, além da propriedade, um pequeno iate para que pudéssemos nos mover entre a ilha e o continente.

E é claro que Edward insistira que aquilo era necessário, já que nossos filhos precisavam de conforto, segurança e espaço para o pequeno trajeto.

E eu começara a me acostumar com minha condição de rica.

Pra falar a verdade, era ótimo não ter que me preocupar com contas no fim do mês e poder oferecer aos meus filhos muito mais do que eu tivera um dia.

É claro que eu ainda me preocupava com os exageros, mas decidi que o melhor era relaxar e curtir a sorte que foi me dada.

Muitas mulheres se matariam para ter a vida e a família que eu tinha agora.

Isso era fato!

Divertimo-nos muito naquele lugar, com brincadeiras na praia, dentro da casa e na mata que ficava aos arredores da propriedade.

E a noite, quando as crianças dormiam exaustas nos seus quartos depois de um dia cheio, eu e Edward nos entregávamos um ao outro, como se aquele fosse nosso último momento.

Meu marido era um amante maravilhoso e eu me sentia muito bem em seus braços, sendo amada e cuidada como jamais imaginei ser possível.

Foi um mês maravilhoso, mas logo tivemos que voltar para a fria realidade de Forks.

Nossos filhos cresciam lindos e saudáveis e cada dia que passava, eu tinha certeza que o sonho que Nessie tivera com Carlisle, não passara de um pesadelo e que nada seria capaz de atrapalhar nossa felicidade.

Tyler e Mallory já estavam com pouco mais de três anos de idade e a cada dia que passava, ficavam mais diferentes entre si. Eles não pareciam ser gêmeos na verdade e sim, apenas colegas de útero.

Mallory tinha uma inteligência anormal e era muito doce e educada. Falava pouco e preferia ficar imersa no mundo da leitura.

Sim, minha caçula já era capaz de ler algumas frases com apenas três anos de idade e se divertia com livros e revistas.

Eu achara isso incrível, assim como todo mundo que a conhecia, mas essa sua peculiaridade só a tornava ainda mais especial.

Tyler era totalmente o oposto, preferindo brincadeiras agitadas e barulhentas.

Ele era muito parecido com Ethan, mas não aprontava nem um terço das travessuras do irmão, pois este era simplesmente imbatível.

No entanto, Tyler e Mallory se completavam de uma forma bastante curiosa.

Ele gostava da companhia da irmã e parecia mais calmo ao seu lado.

Na verdade, todos ficavam calmos ao lado de Mallory.

Até mesmo Ethan.

Renesmee e Carlie já estavam com dez anos e ficavam mais lindas a cada dia.

Edward logo começaria a perder os cabelos devido aos muitos gaviões que rodeariam nossas meninas.

Elas eram encantadoras e muito parecidas entre si.

Nessie era mais agitada e Carlie ainda continuava bastante tímida, mas essa diferença só as fazia serem mais unidas.

Eu continuava me dividindo entre a escola e a livraria, mais apesar de às vezes me sentir sobrecarregada, estava bastante satisfeita com o rumo da minha carreira.

Era muito bom ser alguém.

Ser respeitada por seu trabalho e reconhecida por seus esforços.

Ninguém mais me tachava como a mãe solteira que só dava desgostos para o pai e para a avó.

Agora eu tinha um nome. Uma família. Uma profissão.

E era muito respeitada por isso.

As mulheres da cidade ainda eram loucas por meu marido. A população feminina de Forks continuava a inventar doenças que as aproximassem do Dr. Cullen e eu me divertia com tudo isso.

Enquanto elas rançavam as calcinhas pela cabeça, se imaginando na cama nuas com o MEU marido também nu, eu o tinha todinho para mim. Só para mim.

Mas, mesmo com todo o assédio, Edward continuava a ser um profissional impecável e era bastante reconhecido no que fazia.

Há pouco tempo ele começara a atender nos hospital municipal de Port Angeles duas vezes por semana, o que tornava sua rotina mais pesada e deixava menos tempo para nos vermos. Mas como ele estava muito feliz com seu novo desafio profissional, eu me sentia feliz também.

E a vida seguia assim.

Atribulada, mas perfeita.

No meu aniversário de 30 anos Edward me dera uma linda surpresa.

Eu estava bastante preocupada com a chegada desta idade.

Devido às neuras que a sociedade impunha, eu imaginava que com 30 anos eu não seria mais a mesma mulher que sempre fora.

Meu corpo continuava o mesmo e meu rosto, aparentemente também, mas talvez alguma coisa estivesse mudando de fato.

Edward notara que eu estava estranha, mas não dissera nada.

O que eu achei bem estranho, já que ele tinha uma neura estranha de sempre me fazer sentir-se bem.

Ele andava misterioso e eu tinha certeza que aprontaria algo.

Tentei investigar, mas pelo visto todos se uniram contra mim e ninguém me dava nem mesmo uma pista.

Fomos convidados para jantar na casa de Alice, que se prontificara em me oferecer uma festa.

Eu vetara a idéia, mas ela dissera que não deixaria a data passar em branco e eu fui obrigada a aceitar.

Convidei algumas professoras do colégio onde trabalhava e algumas amigas que fizera nesses poucos anos de profissão. Inclusive Lauren, que já fazia algum tempo que eu não via.

Ela tinha montado sua própria clínica e, embora estivesse muito bem na profissão, sentia-se incomodada pela falta de contato entre nós.

Edward se encarregou de produzir as crianças e quando todos ficaram prontos, poderíamos facilmente ser confundidos com uma família famosa de Hollywood.

_ Para que tudo isso?_ Perguntei, olhando Ethan e Tyler vestidos com smokings idênticos ao do pai. Eles estavam lindos, eu não podia negar, mas estava achando toda essa produção um excesso.

As meninas estavam com vestidos rodados e elegantes e com os cabelos devidamente penteados, parecendo vindas diretamente de um conto de fadas.

Edward me dera um vestido preto maravilhoso e fizera questão de trazer cabeleleira, manicure e maquiadora para cuidar da minha aparência.

Como minha auto estima estava um pouco baixa, aceitei de bom grado os mimos, mas sinceramente estava achando tudo um exagero.

_ Você verá, amor._ Edward falou simplesmente e nos conduziu para o carro.

Como nossa família era maior que o normal, não cabíamos todos em um carro tradicional e por isso, Edward comprara um modelo com sete lugares, muito bonito e extremamente confortável.

E assim, podíamos nos locomover sem maiores problemas.

Seguimos em direção à casa de Alice e eu imaginei que estávamos indo de carro porque sair na rua vestido de gala chamaria um pouco a atenção dos vizinhos, mas quando vi que passamos direto pela propriedade da minha amiga, olhei Edward com estranheza.

_ O jantar não seria na casa de Alice?_ Perguntei e ele sorriu, dando de ombros e me fazendo bufar.

_ Odeio quando você fica misterioso assim._ Declarei irritada e ele sorriu mais ainda.

Poucos minutos depois, ele parava em frente à livraria e ao olhar para a fachada da minha loja eu quase tive um treco.

_ Você... Você não..._ Eu gaguejei, mas não consegui formular uma frase completa.

_ Sim. Eu fiz isso. Você merece todo o sucesso do mundo e, as pessoas devem conhecer o seu talento.

Deus!

Edward publicara meu livro.

Isso não era possível.

Ele não sabia sobre ele... Certo?

_ Como você descobriu?_ Perguntei baixinho, me virando para encará-lo e ele sorriu, acariciando meu rosto de leve.

Notei com minha visão periférica que meus filhos estavam sendo tirados do carro por alguém, mas minha atenção estava toda voltada para Edward.

Eu precisava entender como aquilo estava acontecendo.

_ Eu sei tudo sobre você, Bella. Mas, eu vi seus escritos por um acaso. Um dia, eu cheguei do hospital e você estava adormecida com o computador no colo. Eu a coloquei na cama e voltei para desligar o notebook e aí eu vi seu livro. Li alguns trechos e constatei que àquelas palavras foram escritas com muito amor e precisavam ser compartilhadas. E então eu fiz isso. Eu publiquei e hoje você está aqui para divulgá-lo. Hoje, no dia 13 de setembro, você é a estrela da noite por vários motivos. Pelo seu aniversário, pelo lançamento do seu livro e por que eu amo você. Amo você de uma maneira doentia e de uma forma que ninguém jamais irá amar._ Ele declarou e eu não pude fazer nada, ao não ser beijá-lo.

_ Obrigada, Edward. Eu também te amo. Muito._ Falei emocionada, não querendo me separar dele e enfrentar a multidão de pessoas que me esperavam lá fora.

_ De nada. Agora vá até lá e curta sua noite. Aprecie seu sucesso._ Ele falou, beijando meus cabelos e me empurrando levemente em direção à porta do carro.

Então, eu fui.

Desfilei pelo tapete vermelho ao lado do meu marido e dos meus cinco filhos.

Todos vieram para me prestigiar e a noite foi maravilhosa.

Minha família e meus amigos pareciam orgulhosos de mim e eu não conseguia conter as lágrimas de felicidade.

Ver meu livro impresso era um sonho tornando-se realidade. Eu sonhara com isso, mas acreditava que seria impossível de acontecer.

No entanto, Edward realizara meu desejo.

Todos os meus desejos, na verdade.

Eu jamais seria capaz de expressar em palavras o tamanho da minha felicidade.

Olhando para minha família e para meus amigos eu via o quanto eu era uma pessoa afortunada.

Eu não estava livre de problemas, mas eu tinha a confiança e o amor necessários para lidar com eles de maneira sábia, conduzindo minha vida de forma tranqüila.

Acho, que na verdade, o que realmente importa é o amor.

Porque, enquanto o meu amor estava fora do alcance das minhas mãos, eu não conseguira ser feliz. Era impossível.

Mas a partir do momento em que nos encontramos outra vez, tudo se acertara.

A menina pobre do Brooklyn encontrara seu lugar no mundo. Finalmente.

E para sempre.

Pelo menos enquanto o meu para sempre durar.

Enquanto eu e Edward vivermos.

O livro fora um sucesso absoluto.

Um dos melhores presentes que eu recebera.

Minha história poderia parecer insignificante para o resto do mundo, mas o fato de ser tão importante para mim e para àqueles a quem eu amava faziam dela uma jornada bastante especial.

Era bom saber que na vida real o amor também pode vencer.

Que o fim só existe para quem não sabe amar.

E isso, eu sei fazer muito bem.

Aprendi da melhor forma possível.

Da única forma que existe.

Amando e sendo amada.

Para sempre.

FIM.














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Notas finais do capítulo

É isso galera....
Espero que tenham gostado do meu final...
Demorei muito para escrever esse capítulo, mas gostei bastante do resultado.
Acho que é um bom final para todos.
O capítulo extra será com os pequenos da Bella e do Edward um pouco maiores.
Pode ser que demore um pouco para sair, pq estou em época de prova na faculdade, mas ele virá.
Podem esperar...
Obrigada a todos que me acompanharam até agora.
Escrevo para vcs.
Desculpem se esse não é o final que muitos esperavam, mas fiz o melhor que pude.
E, quero pedir aos meus leitores que não me abandonem.
Publiquei outra história no Nyah e quero que vcs me acompanhem.
Prometo muitas emoções por lá tb...
Essa foi minha primeira fic, mas espero que venham muitas outras, pois eu adoro escrever.
De verdade...
Beijos a todos e até o extra.
=D
E para quem quiser ver, tem foto da criançada no meu face...
http://www.facebook.com/media/set/?set=a.492686534076818.119706.100000064288460&type=3
Divirtam-se...