Por Um Segredo escrita por Bruna Diniz


Capítulo 38
Capítulo 38: Rio de Mel


Notas iniciais do capítulo

Galerinha, com apenas algumas horas de atraso.
Este capítulo está bem grande, mas espero que vcs gostem.
Boa leitura.



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Pov. Bella

Esse lugar era, definitivamente, o paraíso.

O Rio de Janeiro, um dos principais cartões postais do Brasil, era um dos lugares mais incríveis que eu tive o prazer de conhecer.

Não que eu conhecesse muitos cartões postais mundiais, mas esse, sem dúvida seria um dos meus preferidos, mesmo que eu viesse a conhecer o mundo inteiro.

Isso porque eu havia visto apenas alguns lugares da janela do avião.

Imagine andar pelas ruas ensolaradas, pelas praias maravilhosas, pelos pontos turísticos principais...

Estava tão empolgada quanto uma criança na véspera do natal, que só faltava começar a dar pulinhos de alegria.

Eu sempre quis conhecer o Rio.

Era um sonho de infância.

Tinha a meta de me formar e fazer uma viagem, junto com minha avó, trazendo-a para conhecer a “cidade maravilhosa”.

Uma pena nunca ter conseguido realizar esses sonhos.

Eu não me formara e minha avó morrera antes de ter a oportunidade de vir para o Brasil.

Pensar em minha avó sempre me trazia uma saudade opressora.

Ela fora a mulher mais incrível que eu conhecera e cuidara de mim como só uma verdadeira mãe poderia fazer.

Ela sempre se orgulhou de mim, mesmo eu tendo cometido tantos erros e não ter me tornado a doutora que ela queria que eu fosse.

Vovó sempre me dizia que um dia eu iria viver uma linda história de amor.

E ela tinha razão.

Eu seria capaz de apostar que não existe ninguém mais feliz do que eu nesse momento.

Edward voltou para minha vida, eu tenho minhas gêmeas fortes e saudáveis ao meu lado, um bebê maravilhoso, fruto do meu reencontro com a felicidade, uma família linda, amigos, saúde...

O que mais eu poderia desejar?

Às vezes eu penso que o dom de Nessie foi uma herança de minha avó.

Dona Marie sempre fora muito perceptiva e chegava a fazer algumas previsões, assim como minha pequena.

E ela não poderia estar mais certa quanto à volta do meu amor.

Eu e Edward estávamos juntos outra vez, e agora, seria para sempre.

Ao desembarcarmos no aeroporto do Rio, muitas horas após termos saídos de Seattle, eu estava incrivelmente cansada, mesmo tendo dormido por toda viagem.

O lugar era bastante movimentado e tinha pessoas de todos os jeitos, personalidades e nacionalidades diferentes.

Os brasileiros pareciam ser pessoas totalmente sorridentes e simpáticas.

Fomos direto para o hotel, o que eu agradeci imensamente.

Precisava muito de um banho e de uma refeição decente.

Aproveitei enquanto Edward buscava por um taxi e liguei para casa.

Precisava saber como meus pequenos estavam.

Esme me tranquilizou, dizendo que estava tudo certo e que era para eu aproveitar no máximo minha lua de mel.

Corei ao imaginar que nesse momento, todos sabia o que eu e Edward viemos fazer nessa viagem.

Mandei um beijo para meus filhos e desliguei o telefone assim que vi meu lindo marido se aproximando.

Pude ver que algumas mulheres viravam o pescoço para olhá-lo e não pude deixar de sorrir.

“Podem olhar, babar, desejar, fantasia, mas só a mim foi dado o privilégio de tocar, beijar, abraçar e fazer amor com ele. Ele é MEU, queridas!” _ Pensei ironicamente e sorri mais ainda, me sentindo poderosa e triunfante.

Diante de todas as mulheres do mundo, eu fui a escolhida para estar ao seu lado, ser sua mulher e ter filhos com ele.

Definitivamente, eu era uma mulher de sorte.

_ Posso saber o motivo do sorriso?_ Ele perguntou, enquanto me abraça e me dava um beijo suave nos lábios.

_ Nada. Estava apenas pensando._ Falei simplesmente e ele estreitou os olhos em minha direção.

_ Não quer compartilhar?

_ Por enquanto, não._ Falei sorrindo e dei um beijo em seu rosto.

Ele revirou os olhos e segurou minha mão, me puxando em direção à esteira, onde nossas malas estavam.

Bagagens em mãos, fomos para o táxi que nos esperava e em pouco tempo estávamos a caminho do hotel.

As ruas eram largas, apinhadas de gente e veículos.

Era uma cidade bastante viva.

Passamos em frente às praias e eu não via a hora de me deliciar no mar.

A temperatura estava bastante elevada e eu tinha certeza que um banho de mar seria muito agradável.

Paramos em frente á um imenso hotel e eu estreitei meu olhar em direção ao meu marido.

_ O que?_ Ele perguntou com a expressão confusa, diante do meu olhar que eu sabia ser intimidador.

_ O quanto “cara” vai ficar essa viagem?_ Perguntei, estreitando o olhar em sua direção.

_ Não se preocupe com isso. Você é rica, agora, amor. Muito rica. Dinheiro é a menor de suas preocupações._ Ele falou sorrindo e eu revirei os olhos.

_ VOCÊ é rico, Edward. Não eu. Odeio que gaste quantias exorbitantes comigo. Sinto-me uma aproveitadora quando isso acontece._ Falei emburrada e ele riu, segurando meu rosto e beijando meus lábios.

_ Pare de ser boba. Você é minha esposa. TUDO que é meu é seu também. Portanto, você, Isabella Cullen, é rica. E eu quero mimá-la e cuidar de você. Para sempre e da melhor forma possível. E se para isso eu precisar gastar quantia exorbitantes, eu o farei. Sem sombra de dúvidas. Sem culpa. Então, aproveite.

Eu suspirei e desisti da discussão.

Eu jamais conseguiria me acostumar com o status de rica que eu adquiri ao me casar com Edward.

Eu ainda era a mesma garota humilde que sempre teve e adquiriu apenas o necessário para a sobrevivência.

Descemos do taxi e rumamos para a recepção do hotel, que era ainda mais luxuosa que a fachada.

Um funcionário encarregou-se de nossas malas e em pouco tempo estávamos acomodados em uma suíte presidencial, que era, sem dúvida, maior que minha casa em Forks antes da reforma.

_ Esse quarto é um exagero, Edward. Não precisamos de tanto espaço assim para apenas alguns dias de férias._ Falei e ele revirou os olhos.

_ Claro que precisamos. Quero fazer amor com você em cada canto desse quarto e se ele fosse muito pequeno, isso reduziria nossa prática sexual drasticamente._ Falou com a voz sedutora e eu senti meu rosto esquentar.

_ Eu, hein! Parece que você só pensa nisso!_ Falei, tentando diminuir o embaraço que eu sentia com seu comentário e ele riu abertamente, aproximando-se de mim.

_ Você não pensa NISSO? Dia e noite?_ Ele me perguntou sedutoramente e eu senti meu rosto esquentar ainda mais.

Mas não respondi à sua pergunta.

Não conseguia formular frases coerentes quando ele me olhava assim.

_ Você é encantadora quando fica envergonhada e eu me surpreendo muito com isso, afinal, somos casados e temos três filhos juntos._ Ele disse enquanto acariciava meu rosto.

Eu suspirei e me inclinei em direção ao seu toque.

_ Acho que falar em sexo, nunca vai ser natural pra mim. Nem quando tivermos dez filhos e formos casados por cinquenta anos._ Expliquei.

_ Não é apenas sexo, Bella. É amor._ Senti beijos suaves em meu pescoço e não consegui conter um gemido._ Trata-se do amor mais lindo que a terra já conheceu. O mais sincero, o mais intenso e o mais eterno. O sexo é apenas uma consequência desse amor. Uma forma de unirmos nossos corpos e torná-los um só. É a forma mais intensa de se dizer eu te amo.

Há tanto tempo eu não o sentia assim tão próximo.

Há tanto tempo eu não ouvia palavras românticas ao pé do ouvido.

Há tanto tempo eu não me sentia desejada.

Mulher.

Sua mulher.

Ergui seu rosto e o beijei apaixonadamente, como há muito tempo eu desejava fazer.

Nossas línguas se tocaram, e o fogo que me consumia desde que Ethan nascera tomou conta do meu corpo, fazendo com que eu me agarrasse em Edward como se minha vida dependesse disso.

Pouco tempo depois, rolávamos nus pela grande cama como dois desesperados e eu finalmente me senti completa.

Não fazia a menor ideia de como minhas roupas haviam abandonado meu corpo.

E eu não ligava à mínima.

Estávamos cansados da viagem, suados, esgotados... Mas a saudade que sentíamos um do outro era maior que qualquer outra necessidade.

Virei nossos corpos na cama e me sentei sobre ele, o admirando por um longo momento.

Desci meus lábios até seu pescoço e o beijei, sentindo seu cheiro único, que sempre foi muito atrativo para mim.

Dei leves mordidas em seu pescoço, ouvindo seus gemidos e suspiros e ficando cada vez mais excitada.

Esqueci por um momento da vergonha que sentia do meu corpo, que já não era mais o mesmo desde a gravidez de Ethan.

Estávamos em plena luz do dia e o olhar de Edward não abandonava meu corpo por nenhum minuto.

Ele não parecia preocupado com a aparência do meu corpo.

 Pelo contrário.

Ele me olhava como se eu fosse alguma coisa de comer.

E pensando no sentido literal da palavra, era isso que realmente eu representava para ele no momento: algo comestível.

Corei com o meu pensamento e Edward acariciou meu rosto em brasas.

_ Do que está com vergonha?_ Ele me perguntou com a voz rouca e eu balancei a cabeça, não querendo quebrar o clima com meus pensamentos e comentários estranhos.

Arqueei meu corpo em direção a ele e o beijei mais uma vez, encerrando o assunto.

Desci minhas mãos lentamente sobre seu corpo, sentindo cada músculo, cada pelo que cobria sua pele, indo lentamente em direção à sua barriga.

Eu sentia tanta falta de tocá-lo.

Minha mão alcançou seu membro ereto e eu o apertei delicadamente, sentindo sua textura suave e firme e soltando um gemido involuntário, enquanto ouvia Edward prender a respiração.

Eu nunca havia ido tão longe.

Sempre fui muito tímida e tradicional na hora do sexo.

Preferia ser tocada, a tomar qualquer iniciativa mais atrevida.

Mas hoje eu estava com vontade se sentir o seu gosto.

Ir além dos limites que já fui capaz.

Mas quando pensei em levar minhas ideias adiante ele nos virou na cama, ficando por cima de mim, enterrando a cabeça em meus cabelos.

_ Você me deixa louco, Bella. Eu queria prolongar esse momento, mas eu a quero demais._ Ele falou em um sussurro desesperado.

Eu gemi e senti Edward me penetrando lentamente.

E não existia, no mundo, melhor sensação que essa.

Nós nos encaixávamos tão bem, que não tinha como duvidar que fomos feitos um para o outro.

Edward investia em meu corpo e a cada simples contato era como se eu pudesse realmente alcançar as estrelas.

Ele beijava meus lábios, meu pescoço e meus seios sensíveis. Passava as mãos pelo meu corpo de forma desesperada, como se estivesse decorando cada pedaço da minha pele, cada curva, cada pequena imperfeição e matando a saudade de me tocar, de me sentir.

Nossos gemidos preenchiam o quarto e eu cheguei a me preocupar que alguém pudesse ouvi-los.

Mas meu corpo e minha mente estavam conectados apenas às sensações que as mãos, os lábios e o membro de Edward provocavam que qualquer outra preocupação era passada para o plano secundário, sendo que eu não conseguia me concentrar em nada mais.

Em pouco tempo alcançamos o clímax e eu poderia morrer naquele momento, que certamente iria feliz para qualquer lugar que me fosse destinado.

E eu poderia apostar que com Edward era a mesma coisa.

Ficamos abraçados, esperando nossa respiração voltar ao normal.

_ Estava com tantas saudades de fazer amor com você._ Ele falou, me apertando suavemente em seus braços.

Eu sorri sonolenta e dei um beijo em seu peito.

_ Ah, é? E posso saber, então, porque eu tive que esperar tanto tempo para ser tocada de novo por você?_ Pergunte, encarando-o séria.

Ele me olhou por um momento e depois suspirou, sentando-se na cama e afastando-se do meu toque.

_ Edward? Qual o problema?_ Perguntei preocupada.

_ Alice._ Ele falou simplesmente e eu o olhei, confusa.

_ Alice?_ Perguntei.

_ Sim._ Respondeu sem me encarar.

Mas que droga era essa?

O que Alice tinha haver com isso?

Eu sabia que ela o havia ajudado com a viagem, afinal, além de minha avó ela era a única que sabia da minha paixão pelo Rio de Janeiro. Mas daí a ter relação com minha vida sexual era outra coisa.

E eu não estava entendendo nada.

_ O que Alice tem haver com o fato de não fazermos amor por mais de três meses?_ Perguntei já me sentindo extremamente irritada.

Embrulhei-me no lençol que há pouco tempo cobria a cama e me sentei, encarando-o.

_ Bella, eu... _ Ele respirou fundo e me encarou muito sério._ Há muito tempo eu quero viajar com você em lua de mel, mas... Mas eu não tinha ideia de onde levá-la. Então eu pedi ajuda para Alice, mas ela me fez prometer que eu e você não faríamos amor até estarmos aqui e...

_ O que? Eu fiquei três meses sem sexo porque você fez um trato com a Alice?Edward, que palhaçada é essa?_ Meu nível de irritação já havia alcançado o pico máximo.

Saber que durante esse tempo, eu me sentira rejeitada e abandonada por ele, porque Alice e suas ideias malucas o atingiram me deixava furiosa.

Que espécie de amiga ela era?

_ Amor, fique calma. O importante é que já estamos aqui. Farei com que você esqueça esses três meses. Eu prometo.

Respirei fundo, tentando conter o nó que se instalara em minha garganta e olhei para minhas mãos, pois se continuasse encarando-o, eu certamente choraria.

Só não sabia se seria de tristeza ou de raiva.

_ Bella, me desculpe. Eu sei que sou um idiota. Eu sempre fui um idiota, na verdade. Sinto muito. Mas eu queria apenas deixá-la feliz. Eu achei que fosse um bom plano. Eu... _ Ele falou enquanto aproximava-se e segurava minha mão com delicadeza.

Eu não sabia definir o que estava sentindo no momento.

Eu estava furiosa, é claro.

Mas ia muito além disto.

Era como se Edward tivesse me traído.

Eu me senti tão mal durante esse tempo.

Tão sem importância para ele.

Era como se o desejo que ele sentia por mim houvesse desaparecido.

Eu cheguei até mesmo ter ciúmes da atenção que ele dispensava para nossos filhos.

E isso para uma mulher era extremamente humilhante.

_ Bella, amor... Eu te amo. Me perdoe, por favor.

Eu suspirei e encarei seu olhar desesperado, não sabendo o que lhe dizer.

Eu estava confusa e magoada.

Levantei-me da cama e fui em direção a minha mala que estava próxima à porta.

Retirei de lá uma roupa leve e meus produtos de higiene e rumei para o banheiro.

Eu precisava ficar longe dele por um momento.

_ Vou tomar um banho. Depois a gente termina essa conversa.

Eu sabia que estava sendo um pouco infantil, mas era inevitável não me sentir magoada e enganada.

Deixei Edward plantado aos pés da cama, com uma cara de culpado e entrei no banheiro, trancando a porta.

Tomaria um bom banho, me alimentaria e só depois conversaríamos.

Só depois que minhas necessidades físicas fossem sanadas eu poderia conversar com meu marido sem querer assassiná-lo.

A ele e a uma baixinha que se dizia minha melhor amiga, mas que tinha feito um trato com meu marido, me deixando três meses sem sexo.

Suspirei e entrei no chuveiro, tentando me acalmar.

Mas eu sabia que seria difícil esquecer este episódio.

Bem difícil.

XXXXX

Pov. Edward

Eu era um completo idiota.

Tinha certeza que essa história de abstinência sexual não terminaria bem, mas mesmo assim concordei com a ideia absurda de Alice.

Passei as mãos pelos cabelos, me sentindo imensamente frustrado e soltei um longo suspiro.

Olhei para a cama desarrumada e não pude conter um sorriso.

Tê-la em meus braços outra vez fora como um sonho.

Eu sentira tanta sua falta.

Todas as noites eu a abraçava e dormia colado ao seu corpo, sentindo seu cheiro de frésias, tão típico dela, e me queimando de desejo, querendo me enterrar em seu corpo e não podendo.

Eu tinha certeza que ela ficaria furiosa quando descobrisse.

Mas imaginei que eu conseguiria seu perdão. Que eu seria capaz de fazer com que ela entendesse meus motivos.

Mas aparentemente eu me enganara.

Mais uma vez.

Ela já estava há muito tempo trancada naquele banheiro, e minha vontade era colocar a porta abaixo e exigir que ela me ouvisse e deixasse de ser tão cabeça dura.

Eu sabia que tinha errado, mas tudo que eu fizera fora com a intenção de deixá-la feliz.

Eu queria comemorar nosso primeiro ano de casamento em grande estilo, mas tudo o que conseguira fora provocar uma briga.

Ouvi o clique da porta do banheiro e olhei em sua direção.

Ela vestia um vestido azul de um tecido leve, seus cabelos estavam molhados e sua pele corada.

Uma tentação.

Mas eu, um tapado completo, não poderia tocá-la até que ela resolvesse me perdoar.

Bella andou até a janela e ficou observando a paisagem, sem me dirigir sequer um olhar.

Suspirei e andei em direção ao banheiro.

Tomaria um banho e depois tentaria conversar com ela.

_ Como faço para conseguir comida?_ Ela perguntou baixinho, entes que eu entrasse no banheiro e eu virei para olhá-la.

_ Ligue para a recepção e peça ao serviço de quarto que traga uma refeição. Os cardápios estão sobre a mesa, na sala ao lado. Peça algo para eu comer também.

Ela assentiu, mas em nenhum momento me olhou.

_ Eles falam inglês?_ Ela fez outra pergunta, mas continuou olhando para a janela.

_ Sim. Não se preocupe._ Falei e me dirigi de uma vez para o banheiro.

Pelo jeito nossa conversa seria muito longa.

Mas se ao final eu conseguisse ser desculpado, conversaria até por um século.

XXXXX

Quando terminei o banho e saí do banheiro, ela não estava no quarto.

Andei lentamente pelo grande aposento e fui até a sala.

E lá estava ela.

Sentada e comendo lentamente, com os pensamentos perdidos em algum lugar.

Fui até a mesa e me sentei a sua frente.

Ela me olhou por um momento, mas continuou concentrada em sua refeição.

Comemos em completo silêncio.

A comida estava uma delícia, mas eu não era capaz de apreciar nada no momento.

_ Você vai fazer greve de silêncio?_ Perguntei irritado e ela me olhou calmamente.

_ Você fez greve de sexo, porque eu não posso fazer greve de silêncio?_ Perguntou friamente e eu perdi a fala com sua resposta.

A encarei incrédulo e respirei fundo para conter a irritação.

_ Bella, eu já falei que eu apenas queria agradá-la. A ideia de ficar sem sexo foi da Alice e eu...

_ Ok, Edward. Isso eu já entendi. E, embora não compreenda porque você deve alguma obediência à Alice, eu agradeço por sua boa intenção.

Eu fiquei calado, só esperando o que estava por vir.

Ela estava magoada, eu podia sentir.

Talvez se ela desabafasse eu poderia finalmente me explicar e tudo ficaria bem outra vez.

Era o que eu mais queria.

_ Quando eu tive as meninas, estava tão deprimida com a suposta morte de Carlie e com nossa separação forçada, que em nenhum momento eu me preocupei com minha aparência e com o fato de ser ou não desejada por um homem. Até porque, o único homem que eu queria que me desejasse, não poderia nunca estar ao meu lado. O tempo foi passando e meu único interesse era fazer minha pequena feliz. Seu pai me atormentava dia após dia e, por isso eu queria e precisava me manter afastada de qualquer homem. Nós finalmente nos reencontramos. Você jurou vingança, transformou minha vida em um inferno, mas conseguimos nos entender. Descobrimos que nos amávamos e que nossa vontade de ficarmos juntos era maior do que qualquer outro sentimento._ Ela desabafou, e eu vi uma lágrima solitária descer por seu rosto, fazendo com que eu me sentisse um crápula._ Mais uma vez eu fiquei grávida. Jamais vou me esquecer da sensação de carregar um filho seu em meu ventre. Ethan é a maior prova de que um amor pode vencer qualquer obstáculo. E aí, quando nosso bebê nasceu eu me preocupei, sim, em me sentir bonita e desejável. Pra você.

_ Bella, eu..._ Tentei me explicar, mas ela me silenciou com o olhar.

_E você não me olhava. Não me tocava. Continuava a ser o mesmo homem carinhoso, mas simplesmente não me desejava. E eu me sentia frustrada. Eu queria confrontá-lo, mas tinha medo de que você pensasse que eu era uma maníaca por sexo. Então, eu fiquei calada. Perguntava-me todos os dias porque você não me queria mais. E isso pode parecer bobagem, mau eu sofri todo o dia imaginando que você tivesse se esquecido do meu papel de mulher em sua vida e que só me visse como a mãe dos seus filhos.

_ Eu sempre te desejei. Era só essa maldita ideia da Alice que me mantinha longe de você._ Gritei desesperado e ela me olhou com os olhos castanhos faiscantes.

_ Quando você desejar uma mulher, faça-a saber disso, Edward. Principalmente se essa mulher acabou de passar por uma gravidez e está sensível. Principalmente se ela passou por problemas a vida toda e por mais imbecil que pareça, sente-se insegura com relação ao amor de um homem que ela acredita não merecer._ Ela gritou as últimas palavras e eu a encarei, assustado.

Bella se debruçou sobre a mesa e chorou, e eu me senti a pior de todas as criaturas.

_ Bella, eu te amo. Pelo amor de Deus, eu prometo nunca mais ser idiota assim, mas me perdoe. Por favor._ Implorei mais uma vez, enquanto acariciava seus cabelos úmidos._ Eu não fazia ideia que você se sentisse assim. Eu fui um imbecil, mas eu fiz tudo pensando em deixá-la feliz. Quis trazê-la ao Rio, pois sabia que você queria muito conhecer esse lugar. Eu preparei tudo com muito carinho. Alice me ajudou e por mais absurda que tenha sido sua ideia, tenho certeza que ela quis apenas ajudar. Não chore mais. Não fique triste. Por favor.

Ouvi um suspiro e ela levantou o rosto, me encarando com os olhos vermelhos.

_ Nunca mais faça isso. E não digo por ficar sem sexo. Só nunca mais me esconda nada. Não se deixe levar pelas ideias absurdas da Alice, que por melhores que sejam sempre trazem confusão. Faça-me saber o quanto você me ama e me deseja sempre. Por favor._ Ela pediu com a voz baixa e eu me ajoelhei aos seus pés, encostando minha cabeça em seu ombro.

_ Eu juro. Jamais farei uma coisa assim outra vez. Desculpa-me.

Ela sorriu tristemente e acariciou meu rosto.

Eu a tomei nos braços e a levei outra vez para cama.

Precisava fazer amor com ela outra vez. Várias vezes se fosse preciso, para fazê-la entender que eu a amava mais do que tudo e que meu desejo por ela jamais teria fim.

Muito tempo depois ela dormia tranquila em meus braços, e eu soube que tudo ficaria, finalmente, bem.

Adormeci com um sorriso no rosto, me sentindo leve por ter sido perdoado e ansioso para a chegada do dia seguinte, onde eu iniciaria minha missão de fazer de Bella a mulher mais feliz e satisfeita do mundo.

XXXXX

Pov. Bella

Admirei a paisagem magnífica do Rio, e sorri feliz.

Estava aos pés do famoso Cristo Redentor, e me sentia leve e satisfeita.

Olhei para Edward que não se cansava de tirar tantas fotos e me senti um pouco culpada pela cena que protagonizei na noite passada.

Mas eu estava com tanta raiva dele e de Alice que eu precisava extravasar de algum jeito.

Tudo que eu senti durante esses meses de rejeição viera à tona e eu não pude me controlar.

Suspirei e encarei mais uma vez a bela vista a minha frente.

Fizemos um amor tão desesperado depois de nossa briga, que em alguns momentos eu cheguei a sentir dor.

Mas não me importei.

Eu precisava muito dele naquele momento.

Dormi tranquila em seus braços após uma noite turbulenta e quando acordei me senti envergonhada das coisas que disse a ele.

Edward já não estava mais na cama, mas antes que eu pudesse me levantar para procurá-lo, ele apareceu com uma imensa bandeja, com os mais diversos tipos de alimentos e me presenteou com um lindo sorriso.

E qualquer sentimento de culpa ou raiva que eu sentia, dissipou-se como fumaça.

Tomamos café e conversamos sobre os mais diversos assuntos.

Tomamos banho, e fizemos amor na banheira, agindo, de fato, como um casal em lua de mel.

Ele passou protetor solar em cada parte do meu corpo, e eu fiz o mesmo com o ele, tornando uma tarefa tão inocente algo sensual e provocante.

Saímos sem rumo pelas ruas do Rio e em pouco tempo viemos parar no Cristo.

Andávamos o tempo todo de mãos dadas e vez ou outra ele parava para me beijar.

Eu estava muito feliz e, aos poucos, ia conseguindo esquecer o episódio da noite anterior.

Almoçamos em um restaurante especializado em frutos do mar e eu achei tudo uma delícia.

Tomei uma bebida chamada caipirinha e gostei tanto que se Edward não estivesse ao meu lado o tempo todo, certamente eu teria tomado umas cinco.

O gosto era simplesmente sensacional.

Voltamos para o hotel e eu dormi o resto da tarde.

Segundo Edward, o sol após o meio dia era muito quente, por isso deveríamos ir à praia depois das quatro.

Fui acordada com beijos suaves no ombro e, depois de muito tempo, finalmente descemos para a praia.

A areia era fina e clara e a água do mar tinha um tom azulado e uma temperatura extremamente agradável.

Algumas mulheres insistiam em olhar para Edward e o que eu achara engraçado ontem no aeroporto, já estava começando a me irritar hoje.

Tinha uma loira sentada próxima a nossas cadeiras que estava me tirando do sério.

Ele era casado, pelo amor de Deus!

A grossa aliança em seu dedo não deixava dúvida alguma a esse respeito.

Andei decidida ao encontro de Edward que me observava de longe e joguei meus braços em seu pescoço, aproximando nossos rostos para que pudéssemos nos beijar.

Mostraria para essa loira idiota quem era a dona desse homem!

Olhei-a outra vez e vi que ela disfarçava e tentava arrumar a toalha na espreguiçadeira.

_ O que foi isso?_ Ele me perguntou e eu estreitei meu olhar em direção a loira que teve a ousadia de olhá-lo mais uma vez.

_ Queria apenas deixar claro quem é a dona do bonitão, aqui._ Falei, dando um tapinha em seu peito e ele soltou uma gargalhada.

_ Ciúmes, senhora Cullen?_ Ele me perguntou divertido e eu revirei os olhos.

_ Não. Apenas cuidando do que é meu._ Ele riu mais ainda e eu me sentei na espreguiçadeira, colocando os óculos escuros e puxando sua mão, para que ele se sentasse ao meu lado, o mais longe possível da loira peituda.

Ficamos sentados ali, de mãos dadas, apenas observando o mar por um longo momento.

Voltamos para o hotel e ele me levou para jantar em um restaurante muito elegante.

Comemos e dançamos e depois, andamos de mãos dadas pelas areias geladas até a porta do hotel.

Subimos em silêncio e quando chegamos ao quarto eu o ataquei.

Precisava desesperadamente senti-lo dentro de mim.

Tinha uma imensa necessidade de sentir seus beijos e seu toque em minha pele quente.

Tirei nossa roupa apressadamente e o empurrei em direção à cama.

Subi sem seu colo e o beijei com sofreguidão.

Edward tinha um gosto maravilhoso de quero mais, que era praticamente impossível parar de beijá-lo.

Deitei-o na cama e comecei a beijar seu torso.

Desci em direção ao abdômen e não parei quando cheguei ao seu membro ereto.

O segurei delicadamente e o levei aos lábios pela primeira vez.

Edward arfou e vi suas mãos agarrarem o lençol da cama, numa tentativa desesperada de se conter.

Eu nunca havia feito isso.

Só de me imaginar fazendo sexo oral, já sentia meu rosto em brasa.

Não sabia como proceder, mas resolvi seguir meus instintos.

Fazia movimentos leves com a boca, chupava, lambia, dava pequenas mordidas, me guiando pelos gemidos e suspiros que Edward emitia.

Ele parecia estar gostando.

Na verdade, ele estava descontrolado.

E eu continuava descobrindo seus segredos com dedicação.

_ Bella... Eu... Eu vou..._ Ele gemia e gaguejava, mas não conseguia formular nenhuma frase.

Eu sabia que ele estava prestes a gozar e queria que eu afastasse minha boca do seu membro.

Mas como eu havia começado, iria até o final.

Me mantive firme em minha posição e em poucos segundos senti um jato quente em minha boca.

Não senti nojo.

Mas apenas satisfação.

Engoli tudo, olhando-o nos olhos.

Ele me abraçou, me aproximando do seu corpo suado e enterrou o rosto nos meus cabelos.

_ Meu Deus! Preciso te trazer ao Rio mais vezes._ Ele falou com a voz rouca e eu ri.

_ De nada._ Gracejei e ele deu um beijo em meu pescoço.

De repente, ele me virou na cama e me olhou com os olhos maliciosos.

_ Agora é a minha vez de se divertir.

Senti um arrepio de antecipação e enlacei minhas mãos em seu pescoço, aproximando-o do meu rosto para poder beijá-lo.

Logo ele seguia uma trilha de beijos por meu corpo, se demorando nos seios.

Ele sabia que devia ter cuidado, pois meus seios estavam sensíveis e como eu tive que tirar leite com a bombinha, estavam muito doloridos.

Mas ele foi extremamente delicado e tudo que eu consegui sentir foi prazer.

Ele seguiu com as carícias por minha barriga e alcançou o ponto mais sensível de minha anatomia.

Senti seus lábios em minha entrada úmida e mordi os lábios para conter um grito de prazer.

Ele fazia movimentos estimulantes com a língua, sugando, mordendo e massageando, me fazendo delirar lentamente.

Enquanto sua boca estava ocupada em minha entrada, uma de suas mãos acariciava meu seio e a outra meu clitóris.

Eu sentia que estava a ponto de enlouquecer a qualquer minuto.

Coloquei minhas mãos entre seus cabelos e fechei os olhos, gemendo alto.

O orgasmo chegou com uma força arrasadora e eu já não era capaz de sentir meu corpo.

Tudo ao meu redor pulsava, inclusive eu mesma.

Ele me olhou sorridente e me deu um beijo delicado nos lábios, enquanto eu tentava controlar as batidas do meu coração e minha respiração acelerada.

_ Eu te amo. Muito._ Beijou minha testa e saiu da cama.

E eu estava tão fora de órbita que nem me dei ao trabalho de perguntar aonde ele iria.

Ele voltou pouco tempo depois com uma caixinha azul de veludo nas mãos e um lindo sorriso nos lábios.

Eu estava recostada sobre o travesseiro e ele sentou-se ao meu lado, me oferecendo a caixinha.

_ Eu queria dar-lhe amanhã, mas acho que esse é um bom momento. Abra.

Sentei-me contra a cabeceira da cama e peguei o objeto de suas mãos, abrindo-o.

Dentro tinha uma delicada pulseira de ouro com pequenos pingentes pendurados.

Três deles eu sabia que representavam nossos filhos, já que se tratava de duas menininhas com uma pedrinha rosa e um menininho com uma pedrinha azul.

Sorri emocionada ao segurá-los entre os dedos, me lembrando dos nossos filhos e me sentindo imediatamente saudosa e triste por não tê-los ao nosso lado.

Um dos pingentes era um pequeno coração cravejado, com o que eu podia jurar serem diamantes e ele se destacava entre todos os outros pingentes.

_ Esse coração representa o nosso amor. Ele é feito de ouro e diamantes. O ouro representa a eternidade e os diamantes à beleza. Combina perfeitamente com nosso amor._ Ele falou com a voz suave e eu podia jurar que ele estava emocionado também.

Eu sorri e olhei o próximo pingente.

Era algo parecido com um capelo de formatura e eu o olhei interrogativamente.

_ Esse capelo representa Harvard. Foi lá que nos conhecemos. Foi nesse lugar que eu comecei a viver de verdade.

O Outro pingente tinha o formato de uma gota. Era todo feito em diamante.

_ Essa gota representa Forks. Uma gota porque lá chove bastante. Achei que seria adequado._ Eu ri levemente e ele me acompanhou._ Forks não podia estar de fora. É lá que eu vivi e vivo os melhores dias da minha vida. Com você.

Sorri e o beijei de leve nos lábios.

_ E essa chupeta?_ Perguntei me referindo ao pequeno pingente em forma de chupeta que acompanhava os demais, mas antes que ele me desse à resposta eu já sabia qual era.

_ Essa chupeta representa os filhos que ainda teremos e todas as crianças que participam e participarão de nossa vida.

_ Não sei se quero ter mais filhos. Não quero correr o risco de ter que enfrentar outra greve de sexo._ Falei brincalhona e ele fez uma careta adorável.

_ Isso não vai mais acontecer. Eu garanto.

Eu sorri e acariciei seu rosto.

_ Eu sei. Estou brincando.

Olhei novamente para a pulseira em minhas mãos e não pude deixar de sorrir.

Era uma peça pouco convencional, mas ainda sim linda.

E para mim que conhecia o significado de cada pingente ela valia muito.

Mais do que qualquer joia de grifes famosas.

Estendi meu pulso direito em sua direção e pedi para que ele colocasse a pulseira.

Ele prendeu o fecho em meu braço e ficou admirando seu presente preso a mim.

_ É linda, Edward. Muito obrigada._ Falei suavemente e ele me encarou, sorrindo.

_ Você é linda. Obrigada por me amar, Bella. Por estar comigo. Eu te amo e quero estar ao seu lado para sempre. Independentemente do que vir a acontecer. Eu serei seu para sempre. Mesmo que o sempre não exista.

Eu o abracei e enterrei meu rosto em seu pescoço.

_ Também te amo, Edward. Desculpe se eu só teimosa e cabeça dura, às vezes. Obrigada por estar comigo, por cuidar de mim, por me amar. E eu também serei sua pela eternidade. Eu prometo.

Nos beijamos outra vez e em pouco tempo rolávamos pela cama apaixonados.

Quando ele me penetrou, estava olhando dentro dos meus olhos e eu pude sentir nosso amor nos unindo ainda mais.

Chegamos ao ápice no mesmo momento e eu senti suas lágrimas pingando em meu rosto, fazendo companhia para as minhas, que desciam abundantes, dando vazão aos meus sentimentos tão puros e intensos.

Edward era meu e isso jamais mudaria.

Nos amaríamos até que o mundo não existisse mais para nenhum dos dois.

Pois é assim que tem que ser.

Está escrito.

XXXX

Nossa lua de mel foi um tempo roubado do paraíso.

Conhecemos praticamente todo o Rio de Janeiro.

A Lapa, o Corcovado, o Pão de Açúcar, Copa Cabana, o Cristo Redentor, Búzios, Parati e tantos outros que era difícil até de lembrar o nome.

Transitamos pelos restaurantes mais conhecidos e pelas casas de show mais cheias de gente que eu já vi.

Quando chegávamos ao hotel, estávamos exaustos, mas isso não nos impedia de fazermos amor apaixonadamente, descobrindo ainda mais um ao outro e intensificando cada vez mais os laços da nossa paixão.

Eu ligava todos os dias para casa, querendo notícia dos meus pequenos.

Todos estavam bem, mas minhas filhas não se cansavam de repetir que sentiam saudades de nós.

Eu também estava morta de saudades, mas me empenhava em aproveitar cada momento ao lado de Edward.

Eu estava imensamente feliz.

Nem me lembrava mais da nossa briga sobre seu trato com Alice.

No fundo, acho que ela tinha razão.

Tanto tempo sem nos tocar só serviu para intensificar ainda mais nosso desejo e tornar nossa lua de mel ainda melhor.

Compramos uma infinidade de presentes e aos poucos eu começava a aceitar minha condição de rica.

As mulheres continuavam a olhar Edward com cobiça, mas eu já não me importava.

Afinal, era comigo que ele estaria ao fim do dia, nu e cheio de desejo.

Ele achava graça do meu ciúme, mas não achou nada engraçado quando um homem me tirou para dançar em uma das muitas boates que visitamos.

Eu tentava gentilmente declinar o convite, mas como o cara não entendia o que eu falava acabei me deixando levar.

Afinal, ele parecia ser gente boa.

Os brasileiros dançavam bem próximos um dos outros e imagino que isso seja normal, mas Edward ficou furioso quando viu as mãos do homem em minha cintura.

Ele aproximou-se rapidamente e tratou de me tirar dos braços do gentil brasileiro.

Olhei para o homem, me desculpando silenciosamente pelos modos brutos de meu marido e ele deu de ombros, me lançando um sorriso simpático.

Sorri de volta, enquanto Edward me arrastava pela pista de dança, mas meu ato gentil pareceu deixá-lo mais furioso.

Tratei de beijá-lo para acalmar os ânimos e deixar bem claro qual era o único homem naquele recinto que eu desejava.

Meu beijo pareceu acalmá-lo.

Pelo menos por um tempo.

Eu não havia notado, mas assim como as mulheres pareciam extremamente interessadas em meu marido, alguns homens não tiravam os olhos de mim.

Edward estava bastante incomodado com esse fato e, portanto, não ficamos quase nada no lugar.

Adorei vê-lo provar do doce veneno do ciúme.

Quem sabe assim ele pararia de rir todas as vezes que eu mostrava um pouquinho de antipatia por grande parte das mulheres que eu conhecia.

A semana passou com um flash.

Mal chegamos e já tínhamos que arrumar as malas para voltar para Forks.

Eu estava doida de saudades dos meus filhos, mas uma parte de mim queria permanecer na cidade onde eu fui tão feliz.

Fiz uma nota mental para voltarmos em breve para o Rio.

Olhei pela última vez para a bela vista que eu tinha da janela da nossa suíte e suspirei tristemente.

_ Podemos voltar em breve, se você quiser._ Edward ofereceu e eu sorri.

_ Você sabe que eu quero. Mas da próxima vez, traremos nossos pequenos.

Ele sorriu e me abraçou por trás.

_ Como quiser, meu amor. Sabe? ... Esse lugar tornou-se um dos meus preferidos no mundo inteiro.

_ Engraçado! Aconteceu o mesmo comigo._ Eu falei com uma falsa surpresa e nós dois rimos.

_ Eu te amo, Bella. Para sempre._ Ele falou baixinho e eu me virei em seus braços, encarando seus olhos.

_ Também te amo. Para sempre._ Beijei levemente seus lábios e foi assim que nos despedimos do Rio.

Nos beijando na janela, enquanto o sol se punha, pintando assim, a mais bela imagem de nossas vidas.

XXXXX

Encarei o saguão lotado do aeroporto de Seattle, e me encolhi em meu casaco.

Que saudade do calor do Rio.

Edward tinha ido retirar nosso carro de onde ele estivera guardado por todos esses dias e eu o espera impacientemente, louca para chegar em casa e ver meus filhos.

A saudade era tanta que chegava a doer.

Ele acenou de longe para mim e eu fui em sua direção apressadamente.

Ele segurava as chaves em uma mão e não outra uma mala pequena.

Ao que parece toda a imensidão de bagagens que trouxemos do Rio já estava devidamente guardada no porta-malas.

_ Vamos?_ Perguntei animada e ele assentiu sorridente.

_ Filhos, aí vamos nós._ Ele falou fazendo graça e eu ri.

Segurei em seu braço, e nos viramos em direção à saída, mas antes que pudéssemos dar mais um passo, uma voz melodiosa chamou por Edward.

Ele parou abruptamente e arregalou os olhos, certamente reconhecendo a voz.

Me virei lentamente na direção da voz e fiquei pasma ao olhar para uma loira belíssima o encarando com muito interesse.

Edward também se virou e soltou um suspiro cansado.

_ Edward, querido, quanto tempo._ A loira falou e aproximou-se sorridente, me ignorando completamente e abraçando Edward pelo pescoço.

“Qual o problema dessas loiras?” _ Pensei irritada, enquanto a vida dar um beijo na bochecha de Edward, bem próximo aos lábios.

Edward a afastou delicadamente e me encarou por um momento, como se pedisse desculpas e depois voltou a encará-la.

_ Como vai Tânia?_ Ele falou gentilmente e eu senti o chão fugindo dos meus pés.

Tânia Denali?

Então era essa a mulher que deveria, segundo os desejos de Carlisle, tornar-se esposa de Edward?

Fechei os olhos com força e coloquei a mão na cabeça, sentindo-a latejar e me perguntando quando os fantasmas do passado deixariam de me assombrar e eu seria realmente feliz ao lado da minha família.

Aparentemente, seria difícil.

Bem difícil.


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Notas finais do capítulo

Bom, pessoal, é isso.
Antes que eu seja apedrejada, quero dizer que, por mais que sonhamos com uma vida perfeita, nem tudo são flores.
Sempre aparece um probleminha ou um problemão para atrasar nossa felicidade.
E é isso que eu quis retratar na fic.
Mas fiquem calmos, que Tânia nenhuma vai atrapalhar a felicidade do nosso casal.
Eles são maduros o suficiente para lidar com quantos problemas aparecerem.
Espero que tenham gostado.
Comentem bastante.
Próximo capítulos, algumas surpresinhas.
Beijos!