Por Um Segredo escrita por Bruna Diniz


Capítulo 35
Capítulo 35: Vida nova


Notas iniciais do capítulo

Galera...
Mais um capítulo da fic para vcs se divertirem...
Boa leitura e preparem os corações...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/191035/chapter/35

Pov. Edward

Olhei atentamente para Bella adormecida ao meu lado e não consegui conter um sorriso.

Ela era simplesmente linda dormindo.

Ou melhor, ela era linda de qualquer jeito.

Depois de tantos problemas, nós finalmente vivíamos em paz, como uma verdadeira família.

E não havia felicidade maior que essa.

A cada dia que passava eu me sentia mais completo.

A cada momento ao seu lado eu me sentia mais apaixonado.

Pensava nela e em nossa família todos os momentos do dia e quando dormia, sonhava com ela.

Bella era e seria meu vício eterno.

Recostei-me na cabeceira da cama e comecei a pensar em minha vida atualmente, enquanto esperava pacientemente que ela acordasse e me contemplasse com mais um de seus belos sorriso.

Eu estava bastante satisfeito com meu trabalho no hospital municipal de Forks.

Sempre foi meu sonho trabalhar em uma cidade pequena e a pequena cidade chuvosa do estado de Washington estava superando minhas expectativas.

A população havia me recebido bem e eu me sentia bastante satisfeito com o meu desempenho.

Nessie e Carlie iam para a escola regularmente e estavam a cada dia mais lindas e espertas.

E era incrível como se pareciam com Bella.

Quanto mais o tempo passava, mais elas assemelhavam-se com a mãe.

Tanto fisicamente, como na personalidade.

E eu ficava encantado com isso.

Mesmo quando elas me enlouqueciam com sua obstinação e perspicácia.

É claro que elas possuíam muitas características herdadas de mim, mas a genética de Bella era predominante.

Assim como o gênio forte e a teimosia.

Bella continuava cuidando da livraria por meio período.

Todos os dias.

E apenas essa parte não me agradava.

Suspirei e a olhei mais uma vez.

Apesar de tranquila, sua aparência demonstrava cansaço.

Sua gravidez já estava bastante adiantada e mesmo assim ela não desistia de ir pessoalmente à livraria diariamente.

O problema era que Alice também estava grávida e eu não podia deixar tudo sob sua responsabilidade.

 Não seria justo.

Conversei com elas e as convenci de que a melhor solução era contratar alguém que pudesse assumir a livraria quando os bebês nascessem.

Elas não gostaram muito da idéia, mas acabaram concordando que essa era a melhor solução.

Contrataram uma moça e há um mês começaram treiná-la.

Ângela era um amor de pessoa e já era conhecida de Bella e Alice. Parecia estar se adaptando muito bem ao trabalho e isso de certa forma me aliviava.

Bella poderia se dedicar tranquilamente ao nosso bebê se tivesse alguém de confiança administrando a livraria.

Ela se mexeu ao meu lado e eu não me contive em acariciar seus cabelos e seu rosto.

Olhei para seu ventre protuberante e imaginei que dentro de pouco tempo teríamos Ethan em nossos braços.

Estávamos todos ansiosos.

As meninas não agüentavam mais esperar para conhecer o irmão e eu não via a hora de conhecer meu filho.

Na última ultrassonografia pudemos constatar que nosso pequeno estava bem e crescia normalmente. Bella se emocionara ao ver o bebê na pequena tela e todos rimos quando o vimos chupando o dedinho.

Eu tinha certeza que ele seria perfeito.

Que seria tão lindo quanto minhas pequenas.

Tão perfeito quanto minha Bella.

Senti suas mãos pequenas em meu peito e sorri, enquanto ela se aconchegava em meus braços.

_ É possível uma pessoa dormir a noite toda e ainda sentir-se cansada?_ Ela perguntou com a voz sonolenta e eu sorri, beijando seus cabelos.

_ Claro que é possível. Levando-se em conta que essa pessoa abusa de sua condição de grávida, isso é totalmente possível.

Ela me olhou por um momento e mostrou a língua, me fazendo gargalhar.

_ Você é um chato. Eu não abuso de nada, Edward. Gravidez não é doença._ Ela falou emburrada.

_ Eu sei que não. Mas você já está na reta final da gestação. Deveria ficar em casa descansando._ Falei com a voz pausada, como se conversasse com uma criança teimosa.

_ E morrer de tédio aqui sozinha?_ Ela me olhou com as sobrancelhas erguidas._ Não, obrigada.

Eu suspirei e fiquei em silêncio.

Não tinha muito sentido discutir com Bella.

Ela geralmente não dava o braço a torcer.

_ Edward, eu prometo que quando não agüentar mais trabalhar eu ficarei em casa. Mas por enquanto eu estou realmente bem.

Eu continuei em silêncio, mas beijei suavemente seus cabelos, tentando acalmá-la.

Apesar de tudo, eu a entendia.

Bella precisava sentir-se útil e não gostava de ficar sozinha.

Eu precisava ir ao hospital todos os dias e Nessie e Carlie iam para a escola.

A livraria era uma forma de passar o tempo enquanto sua família ficava fora.

Ela depositou um beijo sobre meu peito e foi subindo até alcançar meu pescoço.

Deixei que ela continuasse com as carícias, adorando senti-la próxima a mim.

Durante a gravidez, sua libido aumentara consideravelmente.

E ultimamente estava muito difícil saciar minha esposa no âmbito sexual.

Mas ao mesmo tempo em que seu desejo aumentara, ela se cansava com facilidade. Então, era comum, muitas vezes, começarmos a fazer amor e ela desistir na metade.

Eu tentava ser compreensivo, mesmo que muitas vezes essas situações fossem desconfortáveis para mim.

Ela continuava com as carícias e eu me deliciava com a sensação dos seus lábios em minha pele. Segurei seu rosto delicadamente e a beijei.

Seu sabor único invadiu meus lábios e eu não pude conter um gemido.

Jamais me cansaria de beijá-la.

Ela sentou-se sobre minha cintura e puxou a camisola pela cabeça, revelando seus seios fartos devido à gravidez.

Sua barriga era um continente próprio, mas isso só fazia com que ela fosse mais linda aos meus olhos.

Saber que nosso filho crescia dentro de seu ventre me trazia uma emoção imensa.

Encarei seu rosto e notei que seu olhar brilhava.

Era desejo.

Luxúria.

Amor.

Carência.

Bella não se sentia mais atraente aos meus olhos devido ao peso extra da gravidez.

Mas ela era linda de qualquer jeito.

Sempre seria.

_ Você é linda._ Eu sussurrei e ela sorriu, inclinando-se sobre meu corpo e me beijando com loucura.

Eu correspondia as suas investidas com vigor, sugando seus lábios e dando leve mordidas, fazendo-a gemer.

Deitei-a suavemente na cama, virando-a de lado e passando a mão pelo seu corpo, tirando sua calcinha no processo.

Era difícil encontrar uma posição confortável devido ao tamanho de sua barriga, mas isso não era um empecilho para que nos amássemos.

Acariciei seu rosto suavemente e contemplei a perfeição da mulher que eu adorava.

_ Eu te amo, Bella._ Falei baixinho, dando um beijo em seus lábios.

_ Eu também te amo. Muito. Para sempre._ Ela disse sorrindo, e me puxou para perto, unindo nossos lábios outra vez.

Depois disso éramos apenas sensações.

Nossos corpos se enroscaram como se fossem peças de um único elemento e eu tinha certeza, que mesmo que eu vivesse outra vida, jamais encontraria o prazer de estar com ela.

Era só em seus braços que eu podia ser feliz.

Era só com ela que eu sentia esse prazer pleno e incrível.

Beijei seus seios e a ouvi gemer.

Ela retirava minha calça com os dedos pequeninos apressados e em pouco tempo nossos corpos se encaixaram, na forma de amor mais primitivo.

Nós gemíamos e suspirávamos em uma sintonia perfeita.

Eu acariciava cada pedacinho do seu corpo, apreciando cada arrepio, cada nuance de sua pele pálida, cada pequena imperfeição.

O gosto de sua pele era único.

Doce.

Viciante.

Passamos muito tempo perdidos um no outro.

Sabíamos que em breve as meninas estariam acordadas e nossos momentos a sós teriam fim.

Por isso aproveitamos ao máximo esse tempo roubado da eternidade.

Quando tudo teve fim, nos abraçamos e ficamos em silêncio, esperando nossa respiração voltar ao normal e nossos batimentos cardíacos se acalmarem.

Era bom estar assim com ela.

Era maravilhoso envolvê-la em meus braços depois de termos feito amor.

Estar ao seu lado era tudo o que eu precisava e tudo o que eu sempre quis.

_ Eu não sou mais a mesma._ Ouvi a voz suave de Bella, que ainda descansava em meus braços e beijei seus cabelos de leve.

_ Por quê?_ Perguntei com a voz sonolenta.

_ Eu me sinto tão cansada. Eu não era assim antes. Podia fazer amor por horas seguidas que não me cansava tanto._ Ela reclamou e eu ri.

_ Isso é normal, amor. Você está grávida. Quando nosso bebê nascer, tudo volta ao normal.

Ela ficou em silêncio e eu cheguei a pensar que houvesse dormido.

_ Se eu ficar gorda, você vai me amar e me desejar da mesma forma?_ Ela perguntou baixinho e eu tive a certeza que ela estava chorando.

_ Eu me recuso a responder essa questão._ Disse decidido.

Eu não gostava de vê-la tão insegura.

Não gostava quando ela duvidava do meu amor por ela.

_ Tenho medo que você prefira àquelas enfermeiras assanhadas quando eu não tiver mais o corpo que sempre tive. Quando eu não for mais bonita. Quando..._ Eu a separei de mim e coloquei o dedo em seus lábios, silenciando-a.

Seus olhos estavam molhados e eu tive certeza que ela acreditava mesmo em tudo o que estava dizendo.

Ela realmente achava que se algo mudasse em sua aparência eu a trocaria por outra mulher?

Isso era rídico!

E ela tinha que saber disso.

_ Pare._ Falei simplesmente e ela suspirou, recostando-se outra vez em meu peito._ Você é linda e eu te amo. O fato de amá-la jamais a deixará feia aos meus olhos. Você é minha mulher, amante, amiga, companheira, a mãe dos meus filhos. É perfeita. Pare de se diminuir.

Ela me olhou por um momento, como se duvidasse das minhas palavras, mas depois sorriu e me deu um beijo leve nos lábios.

_ Entendi. Prometo que quando você ficar velho, barrigudo e careca eu também continuarei te amando._ Ela falou fungando, tentando fazer piada e eu sorri.

Ela era assim:

Ao mesmo tempo em que estava triste e insegura, estava sorrindo e fazendo piadas pouco tempo depois.

E minha vida ao seu lado ficava cada dia melhor.

Ficamos mais algum tempo abraçados, desfrutando da companhia um do outro e reforçando ainda mais os laços do nosso amor.

Ouvi passinhos leves no corredor e cobri Bella com o edredom, ao mesmo tempo em que me levantava e colocava a calça do pijama que estava jogada no chão.

Renesmee apareceu descabelada e descalça e foi subindo na cama.

Carlie veio logo atrás e seguiu o caminho da irmã.

_ Bom dia, princesas._ Falei, enquanto beijava cada uma.

Elas se aconchegaram nos braços da mãe e me encararam com aqueles olhinhos que eu tanto amava, tão parecidos com os de Bella.

Bella estava nua, coberta apenas pelo edredom, mas as meninas não pareceram notar.

_ Podemos ficar em casa hoje?_ Nessie perguntou coçando os olhos.

_ Podem._ Falei e Bella me olhou com advertência. Ela não gostava que as meninas faltassem na aula. E nem eu. Responsabilidade é algo que se aprende desde cedo._ Podem ficar aqui depois que voltarem da escola.

Nessie e Carlie me encaram por um momento e depois reviraram os olhos.

Eu ri alto da expressão adorável de indignação das duas.

Quando faziam isso, elas ficavam muito parecidas comigo.

E isso me encantava.

_ Está frio pai. E chovendo. Queremos ficar aqui com a mamãe esperando o Ethan._ Carlie falou com a voz manhosa e Nessie concordou com um aceno de cabeça.

_ O Ethan vai demorar um pouquinho ainda para chegar, meninas. Não tem como esperá-lo em casa. E quanto ao frio e a chuva... Vocês estão em Forks. Isso é normal._ Falei, tentando transmitir alguma autoridade.

Elas olharam uma para a cara da outra, preocupadas, mas depois deram de ombro, como se soubessem de algo que eu e Bella não sabíamos e não disseram mais nada.

_ Vamos lá, gatinhas. Vão se trocar e colocar o uniforme, caso contrário chegarão atrasadas._ Bella falou e elas pularam da cama, correndo para fora do quarto.

_ Essas duas... _ Falei balançando a cabeça e Bella riu, levantando-se com dificuldade e encaminhando-se para o banheiro.

Fui até o armário e separei minha roupa, esperando Bella sair do banheiro.

Apesar de toda a intimidade que dividíamos, ela, ultimamente, não gostava que eu entrasse no banheiro com ela.

Imagino que fosse pelo fato dela não achar-se bonita grávida.

O que eu achava uma tremenda besteira.

Não conseguia ver nada feio nela.

Balancei a cabeça com o pensamento e sorri ao pensar que eu jamais entenderia como funcionava a mente de uma mulher.

Principalmente a mente complexa das minhas mulheres.

_ O banheiro é todo seu, senhor._ Bella falou, ao sair do banheiro, envolta pelo roupão.

Fui direto para o chuveiro, tentando ganhar tempo.

Eu não poderia me atrasar para o trabalho hoje.

Tinha uma cirurgia muito importante e toda a equipe contava com o minha experiência para realizá-la.

Quando terminei de me arrumar, desci diretamente para a cozinha e ouvi a risada suave de Bella e das minhas pequenas.

Nossas manhãs eram sempre mágicas, regadas de risadas, brincadeiras e carinho.

Tudo que eu nunca tive quando criança, eu havia alcançado agora e eu não imaginava algo que poderia atrapalhar nossa felicidade.

Pouco tempo depois estávamos tomando café da manhã e as meninas pareciam mais animadas em ir para a escola.

Bella estava linda, vestida com um vestido jeans e hoje, para minha satisfação, não parecia disposta a ir para a livraria.

_ Estou muito cansada hoje. Já liguei para Alice e ela me dispensou do trabalho. Acho que ela e Ângela dão conta do recado._ Ela falou enquanto verificava a mochila das meninas.

_ Tenho certeza que darão conta de tudo. A senhora fique bem quietinha aqui, descansando. Qualquer problema me ligue que eu venho na hora socorrê-la.

Ela revirou os olhos e aproximou-se, me abraçando e dando um beijo suave em meus lábios.

_ A culpa é sua por eu estar tão cansada. Se não fosse pela nossa atividade matinal, eu certamente estaria disposta a ir para o trabalho._ Ela falou, me encarando com o olhar repleto de malícia.

_ Faremos amor todas as manhãs se você fizer disso a desculpa perfeita para ficar em casa._ Falei e ela riu._ Eu tenho que ir agora, mas qualquer problema me ligue. Por favor.

_ Não haverá problema nenhum. Quero você tranquilo para realizar uma boa cirurgia. Estarei aqui, torcendo por você._ Ela falou com doçura e, de certa forma, conseguiu me tranquilizar.

_ Certo. Preciso mesmo me concentrar. Será uma cirurgia importante e trará credibilidade para a equipe médica de Forks.

Ela sorriu e me beijou outra vez, me fazendo pensar seriamente em ficar em casa desfrutando da sua companhia.

_ Vamos papai?_ Nessie desceu correndo as escadas e agarrou a cintura da mãe.

Era lindo observá-las juntas.

Carlie, depois de um tempo, desenvolvera uma grande intimidade com a mãe, mas nada se comparava com a incrível ligação que Bella e Renesmee desfrutavam.

Muitas vezes, as duas se comunicavam apenas com o olhar.

Elas tinham uma sintonia tão perfeita que às vezes era como se fossem uma só pessoa.

_ Mamãe, você nos espera voltar da escola para ganhar o Ethan?_ Nessie perguntou com sua voz suave e Bella me encarou surpresa.

_ Claro que espero, meu anjo. Faltam algumas semanas para seu irmãozinho nascer._ Ela disse com a voz doce.

Nessie encarou Carlie mais uma vez, como fizera no quarto, mas não disse nada.

Algo me dizia que mais uma vez Renesmee tivera suas estranhas previsões.

E isso já estava me assustando.

Ambas deram um beijo na mãe, dirigindo-se ao carro.

_ Não gosto dessas previsões estranhas da Nessie._ Falei preocupado e Bella sorriu.

_ Não se preocupe. Eu e Ethan estamos bem. Pode ir e bom trabalho.

Odiava deixá-la sozinha, mas não tinha alternativa.

Precisava trabalhar e não podia levá-la comigo.

_ Certo. Mas qualquer coisa, me ligue. Eu deixo tudo o que estiver fazendo e venho socorrê-la.

Eu estava falando muito sério.

Não hesitaria em deixar um paciente aberto em uma mesa de cirurgia se fosse para salvá-la de qualquer apuro.

_ Pode deixar. Se algo acontecer eu te aviso.Vá logo antes que todos se atrasem.

Dei-lhe um beijo nos lábios e fui em direção ao carro, com o coração apertado.

Definitivamente, essas previsões da Nessie me assustavam.

Ela já provou que dificilmente errava.

Só esperava que nada acontecesse hoje.

Se Bella passasse por qualquer problema, eu faria o impossível para ajudá-la.

Não suportaria mais tragédias interferindo em nossa felicidade.

XXXXX

Pov. Bella

Observei o carro partindo e suspirei.

Odiava ficar sozinha, mas hoje estava exausta para ir até a livraria.

Não queria me cansar ainda mais e deixar Edward irritado com minha teimosia.

Eu gostava de estar na livraria, de atender os clientes, organizar as prateleiras e os estoques.

Gostava de estar com as meninas, de me sentir útil.

Isso fazia com que eu me sentisse melhor.

Ultimamente eu estava muito sensível.

Sentia-me gorda, feia e pouco atraente.

Edward estava sendo muito paciente e sempre procurava me consolar, tentando contrariar meus pensamentos depressivos.

Às vezes, nem eu mesma me entendia.

Eu tinha todo o apoio de Edward, das meninas, dos meus amigos e até mesmo do meu pai.

Charlie viera nos visitar algumas vezes e parecia decidido a aproximar-se de mim.

Ele e Sue, sua esposa, mantinham contato constante e isso me deixava feliz.

Gostava de tê-los por perto.

Era muito bom, finalmente, receber o amor do meu pai.

Meu irmão nasceria em breve e acho que finalmente estava pronta para recebê-lo.

Ajudaria meu pai em sua criação para que esse pequenino jamais sofresse a rejeição que eu sofri.

Charlie fazia questão de deixar claro o quanto ele estava feliz com a chegada do neto.

Dessa vez, eu não estava sozinha.

Mas mesmo assim me sentia triste às vezes.

Deviam ser os hormônios!

Sorri com o pensamento.

Estava cada vez mais difícil me entender.

Voltei para dentro e me dirigi à cozinha.

 Depois de sentir o frio da manhã, eu até entendia a vontade das meninas de ficarem em casa.

Mas como Edward dissera: isso era Forks.

Lavei a louça e preparei uma torta para o almoço.

Edward não viria comer em casa, mas as meninas certamente chegariam famintas.

Aliás, elas estavam sempre famintas.

Eu adorava cozinhar para minha família.

Passava horas na cozinha preparando os mais diversos pratos, a fim de agradar Edward e minhas pequenas.

E isso me deixava muito satisfeita.

Às vezes, afastava os pensamentos depressivos que insistiam em me tomar.

Fui até o quarto do bebê e contemplei a decoração.

Tudo já estava pronto para a chegada de Ethan e eu não via a hora de segurá-lo em meus braços.

Esse bebê viria para unir ainda mais nossa família.

Ele seria a passagem definitiva para uma vida plena e feliz.

Olhei para o berço no centro do quarto e fui até ele, segurando o pequeno urso marrom que ficava encostado na cabeceira branca.

Fora o primeiro presente que Edward dera ao nosso filho.

Depois que voltamos de Boston, Edward iniciara a operação bebê.

A reforma da casa foi apressada e em pouco tempo o quarto destinado ao nosso pequeno estava pronto.

Depois disso, ele e Esme iniciaram a decoração.

Edward ainda não se acostumara com o namoro de Esme e Seth, mas mantinha uma relação educada com a mãe.

Ela e Alda me ajudaram bastante com os afazeres domésticos depois da reforma e graças a Deus tudo já estava pronto para a chegada do nosso príncipe.

Alice e eu nos encarregamos das roupas.

Ela estava grávida de uma menina e seu hobby preferido no momento era ir às compras.

Ela fazia questão de me ter ao seu lado para as sua aventuras no shopping e por esse motivo meu bebê tinha mais roupas do que certamente seria capaz de vestir em toda sua vida.

Ouvi o telefone tocar e andei lentamente até meu quarto para atendê-lo.

Eu já não possuía a mesma agilidade de outrora e por isso cheguei bastante ofegante até o aparelho.

Não via a hora de voltar a ser a mesma de antes.

_ Alô?

_ Bella, querida. Sou eu: Esme._ Ouvi a voz suave de minha sogra e não pude deixar de sorrir.

_ Oi, Esme. Tudo bem?_ Perguntei cordialmente.

_ Tudo certo, querida. Estou ligando para avisá-la que irei para a Suíça amanhã. Rosalie está dando um pouquinho de trabalho ao Emmett e ele ligou pedindo minha ajuda.

_ Rosalie está sendo uma grávida difícil?_ Perguntei sorrindo.

Mais uma vez Renesmee não errara em suas previsões.

Rosalie realmente estava grávida e em breve teria a família com a qual sempre sonhou.

Ela ficara muito surpresa quando descobriu que finalmente seria mãe e que Nessie previra isso e depois disso, transformara-se em outra pessoa.

Estava mais tranquila e feliz, mas acredito que jamais deixaria de ser a garota mimada que sempre foi.

Pobre Emmett.

_ Rosalie é... Bom, ela é ela._ Esme disse e nós rimos._ Vou dar uma força aos dois, mas pretendo estar de volta antes do nascimento do meu netinho.

_ Pode ir tranquila, Esme. Seu netinho está bem quietinho aqui e vai permanecer por mais algumas semanas._ Falei para tranquilizá-la.

_ Eu sei, meu anjo. Mas qualquer problema, me avise.

_ Pode deixar. Você irá sozinha?

_ Sim. Seth não seria bem vindo à casa de Rose por enquanto. Espero que essa situação mude em breve._ Esme falou com a voz triste.

_ Tenho certeza que vai passar. Logo tudo estará bem e Seth será aceito em todos os lugares como seu namorado.

_ Espero que sim. Bom... Eu já vou. Mande um beijo para minhas netas e para Edward. Estarei de volta em breve.

_ Pode deixar que eu mando sim, Esme. Até logo.

_ Tchau, querida. Até logo.

Desliguei o telefone e me deitei na cama.

Eu estava tão cansada e com tanto sono que minha cama nunca me pareceu tão convidativa.

Esperava que Esme voltasse logo.

Queria muito que ela estivesse ao nosso lado quando Ethan nascesse.

Ela estava sendo a mãe que eu nunca tive e nós havíamos desenvolvido laços que seriam difíceis de serem desfeitos.

Ela se tornara uma pessoa importante em minha vida.

Fechei os olhos e decidi que dormiria por algumas horas.

Esses momentos de descanso certamente fariam com que eu me sentisse melhor e menos cansada.

XXXXX

Acordei algumas horas depois me sentindo um pouco melhor e... Molhada.

Eu estava molhada?

Por quê?

Arregalei os olhos e olhei ao meu redor desorientada.

Passei a mão pelo lençol e vi que a água havia se espalhado por todo lugar.

Mas de onde viera essa água?

Eu não devia ter feito xixi na roupa... Pelo menos eu achava que não.

Levantei-me com dificuldade e senti uma leve pontada nas costas.

Notei que minha perna estava toda molhada e passei a mão levemente entre elas.

E quase desmaiei ao constatar que junto com todo o líquido havia sangue.

_ Meu Deus..._ Murmurei desesperada e estendi as mãos para alcançar o telefone.

Eu precisava de ajuda.

Enquanto discava o número da livraria, fiquei me perguntando o que haveria de errado.

Faltavam algumas semanas para meu bebê nascer.

Porque eu estava sentindo dores e sangrando?

Não conseguia entender.

O telefone tocou até a linha cair e ninguém atendeu.

“Que ótimo!”_ Pensei ironicamente.

Ninguém estava disponível quando se precisava de ajuda.

Fui lentamente até o banheiro e tirei o vestido.

Eu estava encharcada e suja de sangue.

Senti meus olhos marejados, mas respirei fundo tentando manter a calma.

Eu não poderia me desesperar.

Meu bebê precisava de mim.

Tomei um banho rápido, sentindo as dores indo e voltando.

A cada minuto que passava eu ficava mais preocupada.

Ethan mexia-se fracamente em meu ventre quando uma nova dor me atingia e por isso eu constatei que estava tendo contrações.

Meu medo aumentou.

O que eu faria sozinha em casa?

Liguei para a livraria outra vez e ninguém me atendeu.

Tentei o celular de Alice, mas estava sem sinal.

Não ligaria para o Edward, pois sabia que ele estava em cirurgia e eu não poderia atrapalhá-lo.

Outra dor atingiu minhas costas e eu me sentei na cama, aguardando que ela aliviasse.

Quando a dor passou, tirei os lençóis molhados e os coloquei no cesto.

Forrei a cama com lençóis limpos e tirei minha mala do armário.

Já fazia alguns dias que eu e minhas pequenas a havíamos preparado.

Fui até o quarto de Ethan e peguei a bolsa azul que estava dentro do pequeno guarda roupa.

Já estava tudo pronto para sua chegada e nada poderia dar errado.

Deixei tudo perto da porta de entrada e fui até o telefone.

Tentaria mais uma vez falar com Alice.

Caso não conseguisse, ligaria para a emergência do hospital.

Mais uma vez o telefone tocou até a linha cair e ninguém atendeu.

O jeito seria ligar para a emergência.

Não foi bem assim que eu imaginei o dia do nascimento do meu pequeno.

Enquanto discava para a emergência, ouvi um clique na porta e para meu alívio a figura do meu pai apareceu na porta.

_ Bella?_ Ele chamou e assim que me viu abriu um sorriso, que morreu em seus lábios ao notar minha expressão._ Algum problema?_ Ele perguntou preocupado.

_ Pai..._ Eu falei com a voz chorosa, não conseguindo mais conter as lágrimas._ Ajude-me.

_ O que foi, minha filha?_ Ele perguntou, aproximando-se e me sentando no sofá.

_ Meu bebê vai nascer. Eu preciso ir para o hospital._ Falei com a voz fraca e ele ficou me encarando por um tempo.

_ Vamos. Eu vou levá-la. Diferente de quando as meninas nasceram eu quero e vou apoiá-la, Bella. Vou estar com você até ter a certeza que meu neto e você estão bem.

Eu o abracei, emocionada e ficamos um tempo apenas nos sentindo, deixando que os laços de amor finalmente nos envolvessem.

Eu já o havia perdoado há bastante tempo, mas só agora eu me dava conta disso.

Quando eu senti outra contração, ofeguei por algum tempo e meu pai ficou me encarando assustado.

_ Acho melhor irmos logo._ Ele falou e eu assenti.

Eu realmente precisava de uma assistência médica.

O quanto antes.

Charlie levou minhas malas e eu fui andando lentamente até a viatura.

_ Onde está Edward?_ Meu pai perguntou enquanto eu atava o cinto de segurança.

_ No hospital. Ele tinha uma cirurgia importante para fazer.

_ Imagino que ele não saiba o que está acontecendo aqui._ Meu pai falou em um tom de advertência, enquanto dirigia apressado para o hospital.

_ Não. Eu não queria atrapalhá-lo. Mas está tudo bem._ Falei enquanto sentia outra contração. Charlie aguardou pacientemente minha respiração voltar ao normal.

_ Eu estou vendo como tudo está bem._ Ele comentou ironicamente e eu revirei os olhos.

_ Eu estou em trabalho de parto, Charlie. Isso é normal, afinal. O bebê entrou e em algum momento tem que sair.

Ele bufou e não disse mais nada.

Eu torcia para que chegássemos logo no hospital.

Apesar da calma que eu aparentava, estava morrendo de medo de que algo pudesse sair errado com meu bebê.

Eu não suportaria perdê-lo.

Enlouqueceria se tivesse que passar pelo mesmo pesadelo que passei com Carlie.

Isso não seria justo.

Mas algo me dizia que tudo ficaria bem.

Tinha que ficar.

Minha felicidade não me abandonaria outra vez.

Jamais.

Eu não deixaria.

Faria até o impossível para preservar o bem estar da minha família.

XXXXX

Quando cheguei ao hospital o tempo passou como um borrão.

Fui levada para uma sala de exames e a equipe médica constatou que eu realmente tinha entrado em trabalho de parto.

Nessie acertara outra vez.

_ Mas ele ainda não está pronto._ Eu disse chorando e a médica que acompanhou uma parte da minha gravidez me olhou sorridente.

_ Claro que está, Sra. Cullen. Se você entrou em trabalho de parto é porque seu bebê está pronto. Você já está com uma dilatação grande e vamos prepará-la para o parto. Avisaremos seu marido e dentro de instantes ele estará com você.

_ Eu não quero atrapalhá-lo.

_ A cirurgia já está no fim. Tenho certeza que ele não nos perdoaria se o bebê nascesse e ele não estivesse presente.

Eu a olhei em dúvida, mas não protestei.

Eu realmente precisava de Edward ao meu lado nesse momento.

Fui levada para a sala de parto e pediram para que eu colocasse àquela camisola ridícula.

Ligaram-me a alguns aparelhos que monitorariam os meus batimentos e os do bebê.

A médica me explicou que logo colocariam um soro para adiantar o processo, mas que por enquanto eu teria que aguentar as contrações bravamente.

E elas estavam cada vez mais fortes.

Fechei os olhos e respirei fundo, esperando outra delas passar e quando os abri Edward me encarava com um olhar preocupado.

Ele acariciou meus cabelos e beijou minha testa suavemente enquanto minha respiração voltava ao normal.

_ Oi._ Murmurei e ele sorriu.

_ Oi. Pensei que você tivesse entendido que se passasse por qualquer problema eu deveria ser avisado._ Ele falou em um tom de advertência e eu senti meu rosto ruborizar.

_ Não queria atrapalhá-lo.

_ Você é minha prioridade. Mas agora vai ficar tudo bem. Não sairei do seu lado enquanto Ethan não tiver em nossos braços. Alice ficará com as meninas e seu pai ficará na sala de espera até ver o neto no berçário.

Eu sorri e prendi a respiração ao sentir outra contração.

Edward segurou minha mão e eu apertei, na tentativa de aliviar a dor.

Não adiantou muito.

O tempo foi passando e dentro de algumas horas a dor tornara-se incessante.

Eu não aguentaria mais aquela tortura por tanto tempo.

Edward ficou ao meu lado o tempo todo. Tirara apenas o avental usado na cirurgia e se recusava a deixar o quarto onde eu estava.

Quando finalmente colocaram o soro para auxiliar o trabalho de parto eu já estava exausta. Pensei que a dor diminuiria, mas elas duplicaram.

Eu gemia e me contorcia na cama, mas procurava não fazer escândalo. Não adiantava muito gritar em horas como essa.

Desespero não fazia a dor passar.

Depois do que me pareceram séculos a médica veio finalmente para fazer um último exame e me preparar para o parto.

_ Chegou a hora. Dentro de poucos minutos você terá seu bebê em seus braços.

Eu tentei sorrir, mas foi impossível sentindo tanta dor.

Edward postou-se ao meu lado e segurou minha mão.

_ Fique calma. Em breve conheceremos nosso bebê.

Eu estava calma.

Mas estava com dor.

Comentários como esse às vezes me irritava.

Era fácil consolar alguém, quando não era você que estava sendo rasgado de dentro para fora.

Eu sabia que ele queria apenas me apoiar e por isso não disse nada.

Fui colocada em uma posição constrangedora e a médica pediu para que eu fizesse força como se estivesse remando.

1º- Eu nunca havia remado na vida.

2º - Eu não tinha mais forças.

3º - Eu estava a ponto de mandar todos para o inferno.

Respirei fundo e fiz o que ela pediu, engolindo minha revolta.

Olhei de relance para Edward e notei que ele chorava.

Devia ser de emoção, porque dor apenas eu sentia.

Deus não fora justo nessa parte.

Imagino que os homens poderiam dividir a dor do parto com as mulheres.

Seria perfeito.

Ninguém sofre muito e todos ficam satisfeitos.

_ Vamos lá, Bella. Já posso ver a cabeça. Quando sentir outra contração, empurre com toda a força que tiver e em poucos minutos terá Ethan em seus braços.

“Se fosse para acabar com essa dor, eu tiraria forças do além.”_ Pensei ironicamente.

É claro que eu estava ansiosa para ver meu bebê, mas estava bastante ansiosa para me ver livre dessa dor.

E como ela prometera, poucos minutos depois eu ouvi o choro do meu bebê.

Lágrimas de felicidade e alívio desceram por meu rosto ao ouvir este som tão perfeito.

Ethan foi colocado sobre meu peito e eu não pude deixar de notar como ele era parecido com Edward.

O mesmo tom de pele, os mesmos cabelos bagunçados, que agora estavam sujos de sangue, os mesmos olhinhos verdes dourados. Ele era perfeitamente igual ao pai.

_ Oi, Ethan. Bem vindo meu amor._ Falei com a voz embargada e senti o beijo de Edward nos meus cabelos. Ele acariciou o rostinho do nosso filho e Ethan agarrou seu dedo, nos fazendo rir.

_ Ele é perfeito. Obrigada, Bella._ Edward falou emocionado.

_ O papai quer ter a honra de cortar o cordão?_ A médica perguntou oferecendo a tesoura cirúrgica para Edward, que sorriu e se apressou para fazer o que a médica pedira.

Enquanto isso eu fiquei observando o meu bebê que parecia tão tranquilo em meus braços.

“Obrigada Senhor, por permitir que tudo saísse bem.”_ Agradeci silenciosamente e dei um beijo doce em meu bebê.

Depois disso, Ethan foi tirado dos meus braços para que os médicos pudessem finalizar os procedimentos pós-parto.

Eu estava exausta, mas muito feliz.

Toda a dor fora esquecida no momento em que Ethan fora colocado em meus braços.

Não me lembro muito bem o que acontecera depois, e nem me importei muito.

Eu queria descansar para acordar e curtir meu bebê.

Queria curti-lo ao lado de Edward e das minhas filhas, pois agora nossa família estava finalmente completa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então é isso...
Ethan finalmente chegou e como era de se esperar Nessie não errou em sua previsão.
Espero que tenham gostado.
E eu tenho uma ótima notícia:
Estou de férias e portanto logo tem outro capítulo na parada...
Beijos!!!