Por Um Segredo escrita por Bruna Diniz


Capítulo 31
Capítulo 31: Bomba


Notas iniciais do capítulo

Gente...
Eu sei que estou super atrasada, mas a rotina está pesada...
Demorei bastante para escrever o capítulo, mas espero que gostem...
De verdade!
Boa leitura!



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Pov. Edward

Às vezes eu gostaria que minha vida fosse menos complicada.

Gostaria que ela tivesse uma dose pequena de normalidade.

Uma rotina simples, porém completa.

Mas aí não seria minha vida.

Respirei fundo e olhei para Carlie adormecida sobre os lençóis.

Já fazia uma semana desde sua crise respiratória, e ela ainda encontrava-se internada.

Não sabíamos exatamente como lidar com seu problema e por isso preferimos mantê-la sob observação, até entrarmos em contato com a equipe médica que cuidou dela na Suíça.

E nesse período, manter Bella longe do hospital tornara-se uma missão quase impossível.

Ela queria estar perto da filha o tempo todo e eu sabia o quanto isto a estava deixando cansada.

Mas Bella era teimosa.

Muito teimosa.

Eu queria protegê-la, poupá-la, mas ela tornava meus esforços inválidos.

E isso às vezes me irritava.

Muito.

Passei as mãos pelos cabelos e suspirei exasperado.

Essas garotas da minha vida acabariam por me enlouquecer.

_ Você está bravo, papai?_ Ouvi o sussurro suave de Carlie e virei meu rosto para olhá-la.

Ela já estava bem recuperada e hoje, se tudo corresse bem, teria alta.

Carlie já estava acostumada com os tratamentos e não dava trabalho algum nesse sentido.

Isso de certa forma era um alívio.

Vê-la sofrer acabava comigo e com Bella.

Gostaríamos de evitar novos sofrimentos por saber que nossa pequena já sofreu tanto em sua curta vida.

Mas algumas coisas pareciam estar fora do nosso alcance.

_ Claro que não, meu amor. Estou apenas cansado._ Respondi, me aproximando de sua cama e acariciando seus cabelos castanhos dourados.

Era incrível o quanto minhas filhas eram parecidas comigo.

O mesmo tom de pele, a mesma cor de cabelo, formato do rosto.

Tudo absolutamente igual, ao não ser pelos olhos que eram idênticos aos de Bella.

Nossas pequenas eram a mistura perfeita do nosso amor.

_ Você não precisa ficar aqui a noite toda, papai. Eu fico bem sozinha._ Ela disse acariciando meu rosto com a mãozinha pequena.

Eu sorri e peguei sua mãozinha, pousando um beijo na palma.

_ Precisa sim, princesa. Jamais deixaríamos você passar a noite sozinha e a mamãe precisa descansar por causa do bebê. E eu não me importo de passar a noite aqui, Carlie. Ficaria com você a vida toda se fosse preciso.

Ela sorriu e me abraçou pelo pescoço, aproximando nossos rostos.

_ Obrigada, papai. Eu amo muito você e a mamãe. Vocês são os melhores do muuuundo inteiro.

Eu ri e beijei sua face.

O amor que eu sentia por ela e Renesmee ultrapassava qualquer limite.

_ Obrigada, meu amor. Você também é a melhor filha do mundo.

Ela sorriu mais uma vez e sentou-se na cama, apoiando-se nos travesseiros.

_ Papai, eu estou morrendo de fome, mas eu não quero chá._ Ela disse fazendo uma careta adorável.

Eu ri e chamei uma das enfermeiras, para que providenciassem o café da manhã de Carlie.

Sem chá.

_ Sim, Dr. Cullen._ Uma enfermeira, da qual eu nem lembrava o nome, apareceu sorridente na porta.

Mesmo estando acompanhado de minha filha e vendo, todos os dias, minha mulher grávida pelos corredores, algumas funcionárias não desistiam de tentar me conquistar.

Isso, às vezes chegava a ser engraçado.

É claro que não era agradável ver os olhares mortais que Bella me lançava todas as vezes que alguma mulher se aproximava de mim.

Mas eu tentava contornar a situação, mostrando-lhe que para mim não existe outra mulher, ao não ser ela.

Seria hipocrisia, no entanto, dizer que eu jamais olhava para outras mulheres.

Acho até que se trata de algo instintivo.

Quando algo chama a atenção masculina, é inevitável não olhar.

Mas eu era apaixonado apenas por Bella.

Só a ela eu amava.

Somente ao lado dela eu seria feliz.

_ Peça o café da manhã de Carlie, senhorita Smith._ Disse, olhando seu nome no crachá pendurado em sua roupa._ Mas sem chá. Por favor. Minha filha não aguenta mais tomar tanto chá.

_ Claro que sim. Providenciarei um delicioso chocolate quente para ela._ A enfermeira falou e se afastou sorrindo.

_ Eba! Cho-co-la-te... Que legal!_ Carlie disse enquanto mexia-se animadamente na cama.

Eu ri e a ajudei ir até o banheiro, deixando-a sozinha para escovar os dentes e usar o vaso.

Quando Carlie já estava tomando seu café, Bella chegou.

Parecia bastante cansada, e eu me preocupei com seu estado de saúde.

Bella era frágil e eu não gostava de ver as olheiras em seu rosto e sua constante palidez.

Nessa manhã, parecia que uma nuvem negra pairava sobre sua cabeça, como se algo a perturbasse além do normal.

Sua expressão iluminou-se ao olhar para Carlie sentada sobre a poltrona devorando seu café da manhã e assistindo os seus desenhos favoritos.

Ela foi diretamente para Carlie, ignorando minha presença.

_ Bom dia, princesa. Dormiu bem?_ Ela perguntou dando um beijo suave na testa de Carlie.

_ Sim, mamãe. Muito bem._ Carlie respondeu com a boca cheia.

Bella estava evitando me encarar e eu não conseguia entender o porquê.

_ Eu não ganho um beijo?_ Perguntei me encostando a porta a olhando atentamente.

Ela sorriu e aproximou-se, colocando os braços ao redor do meu pescoço e beijando meus lábios.

_ Bom dia, Dr. Cullen._ Ela sussurrou entre os beijos e eu a abracei mais forte._ Estou com saudades_ Ela falou, descansando a cabeça na curva do meu pescoço.

Eu também estava.

Queria muito ter nossos momentos a sós de volta.

Poder curtir minha esposa.

Beijá-la, abraçá-la, cuidar dela.

Amá-la.

Realmente amá-la.

Mas isso em breve seria possível.

Carlie sairia do hospital e nossa rotina voltaria ao normal.

Assim eu esperava, pelo menos.

_ Algum problema?_ Perguntei baixinho.

Ela mordeu os lábios e negou com um movimento de cabeça.

Que não me convenceu.

Eu a conhecia muito bem e sabia perfeitamente quando estava mentindo ou tentando me esconder alguma coisa.

_ Bella, eu sei que você está me escondendo alguma coisa. O que é?_ Perguntei desconfiado.

E mais uma vez ela desviou o olhar e não respondeu.

_ Mamãe, eu vou embora hoje. O médico e o papai prometeram._ Carlie falou, enquanto empurrava sua bandeja para longe e aproximava-se de nós com seus passinhos incertos.

Bella separou-se de mim e abaixou-se para abraçá-la.

_ Vai sim, meu bem. Renesmee está morta de saudades e eu quero muito tê-la outra vez em casa._ Bella falou dando um beijo suave em sua face suja de chocolate.

_ Assim, o papai vai poder dormir na cama dele outra vez._ Carlie disse me encarando.

Sua preocupação com meu bem estar era tocante.

Mostrava o quanto ela gostava mesmo de mim.

Eu sorri e pisquei para ela que retribuiu meu gesto com um belo sorriso e uma tentativa frustrada de piscada.

_ Meninas, as deixarei sozinhas agora, pois preciso verificar alguns pacientes. Volto assim que o médico da Carlie chegar para podermos examiná-la e darmos alta._ Falei, dando um beijo em cada uma e seguindo em direção à enfermaria._ Depois a gente conversa._ Falei com voz séria para Bella, antes de deixar o quarto.

Tive a impressão de vê-la estremecer.

Passei a mão pela testa, numa tentativa inútil de conter a dor que começava a despontar.

Uma semana de plantões era o suficiente para deixar uma pessoa no limite da exaustão.

Eu também não via a hora de ficar algum tempo em casa, comer decentemente e dormir o suficiente.

Precisava examinar alguns pacientes, mas assim que tudo estivesse certo, iria para casa com minha família.

Pouco tempo depois, já havia terminado todo o meu serviço da manhã e não via a hora de dar alta a Carlie.

Sabia que minha pequenina odiava hospitais e eu gostaria de devolver um pouco de normalidade a sua vida.

_ Edward?_ Escutei o chamado de Charlie e detive meus passos pelo corredor, virando-me para olhá-lo.

Não sabia se aprovava sua aproximação de Bella nesse momento.

Desde que o pai voltara ela estava uma pilha de nervos.

Eles tiveram uma relação conturbada e Bella parecia decidida a não dar o mesmo destino ao seu irmãozinho que estava a caminho.

Mas ainda tinha dúvidas se perdoava ou não o pai.

Charlie também parecia disposto a reparar seus erros e aproximar-se da filha e das netas.

_ Olá, Sr. Swan._ Disse estendendo a mão para um cumprimento.

_ Como está Carlie?_ Ele perguntou visivelmente preocupado.

_ Recuperada. Irá para casa hoje.

Charlie sorriu satisfeito e eu fiz o mesmo.

Ele havia conhecido Carlie um dia depois do seu internamento.

Bella queria impedir a aproximação do seu pai de nossa filha, mas eu a convenci que isso era inviável.

Renesmee conhecia o avô e parecia gostar bastante dele, e mesmo Charlie tendo sido o principal responsável pela separação das gêmeas, ele tinha o direito de se arrepender e aproximar-se das netas.

Apesar de tudo, o Chefe Swan parecia ser um bom homem.

_ Sue, minha esposa, gostaria de conhecer as meninas. Quero pedir permissão para trazê-la até Forks.

_ Eu não vejo o menor problema, Sr. Swan. Peço apenas que espere mais alguns dias. Imagino que Bella gostará de curtir as filhas por um tempo.

 Ele assentiu e me seguiu pelo imenso corredor.

_ Gostaria de agradecê-lo pela ajuda com Bella. Sei que falou com ela a meu favor e pediu que me ouvisse. Tenho certeza que, caso contrário, ela não teria permitido minha aproximação.

_ Tudo bem, Sr. Swan. Sei o quanto faz a falta uma relação paterna. Bella precisa de um pai e tem um enorme coração. Sei que com o tempo a relação entre vocês irá melhorar consideravelmente.

Ele respirou fundo e não disse mais nada.

Na primeira noite em que Carlie ficou internada, eu a deixei sob os cuidados da equipe médica e fui para casa.

Tinha a impressão que Bella precisava de mim, e quando cheguei em casa e a encontrei aos prantos sobre a cama, vi que não me enganara.

_ Amor, o que foi?_ Perguntei aflito, sentindo meu coração apertar-se devido ao seu sofrimento.

_ Ela está grávida, Edward. Grávida._ Respondeu entre soluços.

Assenti em compreensão e sentei-me ao seu lado, puxando seu corpo frágil para meus braços.

Charlie havia me dito que sua esposa estava grávida e eu não sabia que tipo de reação essa notícia teria em Bella.

_ Fica calma, meu amor. Por favor. Pense no nosso bebê._ Sussurrei contra seus cabelos, embalando-a como se fosse uma criança.

_ Eu não queria ser egoísta. Não queria pensar assim, mas essa criança terá tudo que eu não tive. Charlie a ama de um jeito que nunca me amou.

_ Bella, não diga bobagens. Seu pai a amou, meu amor. Tenho certeza. É impossível não amá-la. Não se apaixonar por você.

_ Ele jamais esteve ao meu lado, Edward. Nunca apoiou meus projetos, minhas decisões. Ele nunca amou minha mãe e me via como uma obrigação. Mas agora, por causa desse filho, ele humilhou-se me pedindo perdão. Me implorando ajuda. Não o vejo fazendo algo assim por mim.

_ Amor, calma. Eu sei o quanto você sofreu, mas não pense mais nisso. Seu pai teve caráter para pedir-lhe uma segunda chance. Ele se arrependeu. Deixe-o concertar os seus erros e não permita que ele faça o mesmo que fez com você a essa criança.

Ela fungou e apertou o rosto contra meu peito.

_ Eu quero que meu irmão seja feliz. Quero que Charlie o ame como nunca me amou. Mas tenho medo de ser fraca. Tenho medo de odiar essa criança pela possibilidade de ela ter tudo o que eu não tive.

_ Uma vez, há muito tempo, você me disse que a vida é repleta de escolhas e renúncias. Eu sempre te achei uma garota bastante madura e adorava ouvir suas conjecturas a respeito da vida. Bella, escolha dar essa chance ao seu pai e renuncie esses sentimentos ruins. Eu tenho certeza que existiu uma pessoa que sentir-se-ia extremamente orgulhosa de você, caso fizesse isso.

_ Quem?_ Ela me olhou confusa.

_ Sua avó. Lembro-me que você sempre dizia o quanto ela havia sido boa com você. O quanto ela a amou. Nesse momento, Marie não está mais aqui, e, portanto, não cuidará do seu irmãozinho como cuidou de você. Deixe que seu pai faça isso. Ensine o caminho para que ele não erre mais. Você é uma mãe maravilhosa. Tenho certeza que pode ensiná-lo a ser um bom pai. Eu, pelo menos, me baseio em você para levar adiante minha paternidade.

Ela sorriu de leve e beijou meus lábios.

_ Você é perfeito, Edward. Às vezes me pergunto se realmente o mereço.

Foi a minha vez de sorrir.

_ Você é perfeita, Bella. Perfeita para mim. Feita sob medida para meu corpo. Para minha alma. _ Disse a apertando mais em meus braços._ Você é uma mulher maravilhosa e deve dar a chance ao seu pai de amá-la. De conhecer a pessoa encantadora que você é.

Ela respirou fundo e me encarou.

_ Eu tenho medo de sofrer outra vez. Medo que ele se canse de mim e volte a me tratar mal. Não quero mais sofrer. Não quero mais ser insegura com relação ao amor do meu pai.

_ Se teu pai a fizer sofrer, terá que se ver comigo._ Respondi sério, encarando as profundezas escuras de seus olhos.

Bella riu e afagou meu rosto.

_ Ele deve ter medo então. Não é agradável estar em sua linha de fogo._ Ela falou e eu pude notar um resquício de tristeza em seu olhar.

Lembrar-me da época que eu fui um completo idiota em relação a ela me causava um incômodo absurdo.

Apesar de me amar, Bella ainda demoraria bastante tempo para esquecer o que eu lhe fiz.

E eu só podia culpar a mim mesmo por ter sido um cafageste.

_ Eu fui um idiota tentando puni-la por algo que também foi minha culpa. Sinto muito por isso. Jamais vou me perdoar por tê-la feito sofrer.

_ Eu já o perdoei, Edward. Eu te amo._ Sussurrou enquanto aproximava-se mais do meu rosto.

Nos beijamos por um tempo considerável e naquele beijo, tentamos apagar nossas dores, medos e receios.

Era como se juntos, nossas almas solitárias e problemáticas encontrassem uma sintonia perfeita para realmente existirem.

Para serem completas.

Serem felizes.

_ Estou feliz que Bella tenha você, rapaz. Ela realmente parece feliz ao seu lado.

Voltei minha atenção para Charlie e notei que estávamos parados à porta do quarto de Carlie.

_ Eu amo sua filha, Sr. Swan. A amo mais do que a mim mesmo.

Charlie sorriu e colocou a mão sobre meu ombro.

_ Eu sei, meu rapaz. Hoje eu sei disso. Quando Bella apareceu grávida, a única coisa que eu pensava era que não queria que minha filha sofresse. Eu gostaria que ela fosse tudo que eu não fui. Gostaria que estudasse. Que fosse alguém na vida. Cheguei a odiá-lo. Não sabia quem você era, mas eu o desprezava por ter tocado em minha menina._ Ele me encarou sério por uns minutos e eu esperei a conclusão de sua fala, que eu sabia que certamente viria._ Fui atrás de você e finalmente descobri que o namorado misterioso era herdeiro de uma das maiores fortunas dos Estados Unidos. Eu queria abordar você. Perguntar o que faria a respeito de bebê que Bella esperava, mas sua mãe não permitiu. Ela veio comigo até Forks e me pareceu correto entregar-lhe Carlie.

_ Sr. Swan, eu...

_ Ela era doente. Frágil, e minha filha não tinha condições financeira e emocional para lidar com isso. Sei que eu errei, mas não me arrependo do que fiz. Eu queria apenas proteger minha filha e nesse caso, faria tudo outra vez.

Eu suspirei e encarei Charlie seriamente.

_ Eu o entendo, Sr. Swan. De verdade. Eu sei o quanto amo minhas filhas e tenho certeza que passaria por cima de qualquer coisa para protegê-las. Foi me tirada a oportunidade de estar ao lado de Bella quando nossas filhas nasceram e eu não pude apoiá-la o quanto deveria. Eu não o julgo pelo que fez. E tenho certeza que Bella irá perdoá-lo. Dê um tempo a sua filha. Respeite seu espaço e em breve poderão construir uma relação de pai e filha. Eu garanto.

Charlie sorriu esperançoso e eu me senti mais leve.

Não gostava de vê-lo sofrer.

Seu sofrimento fazia Bella sentir-se mal e isso eu não podia permitir.

­ _ Bom, Edward. Eu preciso ir. Passarei na sua casa hoje à noite para falar com Bella e despedir-se das meninas. Até logo.

_ Até logo, Sr. Swan._ Respondi, vendo-o afastar-se em direção à saída.

Ele ainda não sentia-se muito a vontade perto da filha, e querer parecia evitar tais confrontos.

Gostaria que as coisas se acartassem, mas sabia que os dois precisavam de tempo.

Sem contar, que não gostaria que Carlie percebesse o clima pesado entre sua mãe e o avô.

Isso não faria bem para ela.

Abri lentamente a porta do quarto de Carlie e vi que ela dormia sobre a cama.

Bella estava sentada na poltrona, com a cabaça inclinada no encosto e os olhos fechados.

Aproximei-me lentamente, e tirei alguns fios de cabelo que moldavam sua face delicada.

_ Bella?_ Chamei suavemente.

Ela dormia.

Bella estava no limite da exaustão, mas eu sabia que enquanto Carlie não voltasse para casa ela não se permitiria um descanso.

_ Oi..._ Ela sussurrou abrindo os olhos e sentando-se ereta na poltrona.

_ Vamos para casa daqui a pouco. O médico responsável por Carlie acaba de assinar a alta. Temos apenas que esperar o resultado do último exame.

Ela assentiu, suspirando e encarou Carlie que estava adormecida em sua cama.

_ Ela está mesmo bem, não é?_ Perguntou em dúvida.

_ Sim. Perfeitamente bem. Teremos apenas que tomar alguns cuidados, mas ela está ótima. Pronta para assumir sua rotina normal.

Bella sorriu satisfeita e aproximou-se, deitando a cabeça em meu peito.

_ Estou tão cansada. Queria ser mais forte para suportar essa rotina de hospital, mas eu simplesmente não consigo mais._ Disse com voz embargada e eu a separei do meu corpo encarando-a confuso.

_ Porque está chorando?_ Perguntei, enquanto secava suas lágrimas que não paravam de descer, manchando o rosto perfeito.

_ Eu sou uma péssima mãe. Eu não consigo cuidar das minhas filhas e não serei capaz de cuidar desse bebê também.

_ Bella... Bella, não diga bobagens. Você é ótima. Nossas filhas te adoram e tenho certeza que Ethan irá adorá-la também._ Falei a abraçando novamente.

_ Edward..._ E continuou chorando, deixando-me sem entender nada.

_ O que você tem? Está estranha desde que chegou.

Ela me encarou por um momento e depois desviou o olhar.

_ Bella..._ Falei em um tom de advertência.

Não gostava quando ela escondia as coisas de mim.

Isso não fazia bem para um relacionamento e eu queria toda a sinceridade do mundo entre nós.

_ Sua mãe nos ligou pela manhã._ Ela disse baixinho.

_ Sim. E..._ Falei confuso.

Desde que Carlie adoecera minha mãe ligava todos os dias.

Ela e Rosalie queriam notícias a todo o momento e suas ligações eram comuns na nossa rotina atual.

_ Seu pai irá a julgamento._ Ela falou de repente e eu senti um baque no peito.

_ O que?_ Balbuciei.

_ Seu pai será julgado. Os advogados entraram com o pedido de habeas corpus, que foi negado, e, portanto, pediram para adiantar o julgamento. Seu pai irá a juízo em uma semana._ Ela disse enquanto lágrimas rolavam por seu rosto outra vez.

Passei a mão pelo rosto e me afastei de Bella, olhando a paisagem úmida de Forks pela janela.

_ Eu tenho medo, Edward. Se seu pai for absolvido ele virá atrás de nós. Ele vai querer vingança.

Suspirei pesadamente.

Carlisle fora preso após o sequestro de Bella sob o efeito de muitas acusações.

Mas com o dinheiro que possuía, contratou excelentes advogados e eu sabia que existia a possibilidade de que ele saísse ileso desse julgamento.

_ Bella... Vai dar tudo certo. Carlisle é um criminoso. Seu lugar é na cadeia e é lá que ele vai ficar por muito tempo._ Declarei, fazendo um esforço sobre-humano para acreditar em minhas próprias palavras.

_ Teremos que depor, Edward. Somos testemunhas de acusação, mas eu não quero ver o seu pai outra vez. Não quero chegar perto dele. Não quero meu bebê perto dele. Nossas filhas... Você._ Ela disse chorando, desesperada.

Aproximei-me dela com passos largos e a tomei nos braços.

_ Você não vai precisar aproximar-se dele. Vou garantir que fique segura. Eu juro.

_ Eu tenho tanto medo. Queria que nossa vida fosse normal. Era só o que eu queria, mas parece que tudo resolveu desabar sobre minha cabeça. Não sei se vou suportar...

_ Dessa vez estaremos juntos. Que venham mais problemas, mas eu não sairei do seu lado. Somos imbatíveis juntos, Bella. Nosso amor nos torna fortes. Ninguém vai interferir na felicidade da nossa família. Dos nossos filhos. Isso é um juramento. Darei minha vida para garantir isso._ Disse enquanto a abraçava.

Ela agarrou meu pescoço e me beijou desesperadamente, como se sua vida dependesse daquele beijo.

_ Eu te amo, Edward e não quero que nada aconteça a nossa família. Quero o seu pai longe de nós.

_ Ele vai ficar, Bella. Eu garanto.

Só não sabia, se caso Carlisle fosse absolvido, como conseguir isso.

Em minha opinião, ele poderia desaparecer.

Não faria a menor falta.

Traria apenas um imenso alívio.

XXXXX

_ Quando ela vai poder brincar comigo outra vez?_ Renesmee me perguntou naquela noite enquanto observava a irmã adormecida no colo da mãe.

Eu sorri e sentei sobre minha perna.

Nessie estava morta de saudades da irmã e não via a hora de poder brincar livremente com ela, mas Carlie estava se recuperando e se cansava com bastante facilidade, dificultando a maioria das brincadeiras.

_ Em breve, fofinha. Os remédios a deixam sonolenta. Mas ela só vai tomá-los por mais alguns dias. Depois ela volta ao normal._ Falei enquanto acariciava seu cabelos macios.

_ Tive medo que ela não voltasse, papai. Não sei mais ficar sem minha gêmela._ Nessie disse chorosa e eu dei um beijo em seus cabelos.

_ Carlie vai ficar bem, amor. Não terá que se separar da sua irmã. Nunca.

Ela sorriu satisfeita e inclinou-se no sofá, dando um beijo suave na bochecha de Carlie.

Meu olhar encontrou com o de Bella e eu pude notar o quanto ela se emocionava em ver a relação de nossas filhas.

Assim como eu.

Fora uma comoção geral quando trouxemos Carlie para casa no meio da tarde.

Desde o internamento da irmã, Nessie ia visitá-la todos os dias, mas ficava na maioria do tempo, sob os cuidados de Alice.

Nessie, Alice, Jacob, Jasper e Charlie nos esperavam com um lindo bolo de boas vindas e Carlie sentia-se toda animada em voltar pra casa.

Bella, apesar de exausta, participou da “festinha” com animação, me deixando bastante aliviado.

Desde que me contara sobre o julgamento do meu pai, sua expressão estava carregada.

Sombria.

Ela conversou um pouco com seu pai, e permitiu que Sue viesse conhecer as meninas.

Charlie despedira-se de todos com uma felicidade notável e prometera voltar em breve.

Colocamos as meninas na cama e fomos nos deitar.

Eu estava com tanta saudade do nosso quarto, de dormir abraçado a ela, que nem esperei que se deitasse direito e já a agarrei.

_ Ei... Acalme-se. Sou uma mulher grávida. Tenho que me deitar devagar._ Ela disse rindo,deitando a cabeça em meu peito.

_ Eu sei. Mas estou com muitas saudades da minha mulher grávida. Preciso abraçá-la._ Falei enquanto acariciava seu ventre dilatado.

_ Também estava com saudades. Essa cama é muito grande e fria sem você.

Eu sorri e beijei seus cabelos.

Ficamos um tempo em silêncio, e eu senti o sono atrasado tomando conta do meu corpo.

_ Nosso garoto está tão calmo ultimamente. Não vejo a hora de conhecê-lo. De segurá-lo em meus braços. De amamentar._ Falou sonhadora, com voz suave, quebrando o silêncio.

_ Ele vai ser perfeito. Como nossas meninas.

_ Sim. E vai ser igualzinho a você. Não quero nenhuma interferência minha em sua aparência.

Eu ri beijei seus cabelos.

_ Ele vai ser lindo se tiver os seus olhos, cabelos, nariz. Eu acho que deve haver uma mistura. Bastante justo já que você o carrega e eu aguento seu mal humor.

Ela deu um soco em minha barriga e eu ri.

_ Não sou mal humorada._ Resmungou.

_ Você sabe que é, Bella. Sempre foi, na verdade. Principalmente de manhã. Lembro-me perfeitamente bem que quando namorávamos e você dormia no meu apartamento, demorava horas para sorrir depois que acordava. Mesmo quando a noite tinha sido maravilhosa. No outro dia você amanhecia carrancuda.

_ Não tem porque ficar sorrindo feito um bobo alegre. Na verdade, eu apenas demoro a pegar no tranco. Não é mal humor._ Disse indignada e eu não contive a gargalhada._ E agora, eu posso culpar os hormônios. Pronto! A culpa é toda deles.

Eu gargalhei mais ainda e a apertei entre os braços.

_ Você sempre foi regida por seus hormônios. Agora a coisa fica apenas mais aguda.

Ela riu esfregou o rosto em meu peito.

_ Meu desejo está agudo também._ Ela sussurrou._ Mas o sono não me deixa agir.

Eu ri e levantei seu rosto em minha direção, fazendo com que me olhasse.

_ Não tem problema. Teremos a vida toda para fazer amor. Eu sei que está cansada, e na verdade eu também estou. Vamos dormir. Descansar._ Falei e dei um beijo demorado em seus lábios rosados.

Bella era tão linda que era sempre muito difícil resistir ao apelo sensual que ela exercia sobre mim.

Mas eu estava realmente cansado e sabia que ela estava no seu limite.

Dormimos abraçados e pela primeira vez, em muitos dias, me permiti desfrutar de sua companhia perfeita.

XXXXX

Acordei com a claridade da manhã entrando pela cortina.

Apalpei a cama ao meu redor, e abri os olhos, confuso ao encontrá-la vazia.

Não gostava de acordar e não encontrar Bella ao meu lado.

Ela sempre deveria ser minha primeira visão matinal.

Olhei para o relógio e notei que passavam das onze da manhã.

Dei um pulo da cama e corri em direção ao banheiro para minha higiene.

Nunca havia dormido tanto na vida.

Desci as escadas e segui em direção a cozinha.

E lá estava ela.

Virada de frente para a pia, os cabelos presos em um coque mal feito e o pé descalço apoiado na perna.

Aproximei-me lentamente e dei um beijo suave em seu pescoço.

_ Olha só que resolveu acordar._ Ela disse sorrindo, enquanto sentia seu corpo inteiro se arrepiar ao meu contato.

_ Devia ter me acordado._ Falei, enquanto a virava em meus braços para poder beijá-la.

Eu estava com muitas saudades de senti-la próxima a mim.

De tocá-la.

_ Você estava cansado. Precisava dormir._ Ela respondeu enquanto me dava beijos leves nos lábios e em todo o rosto.

_ Onde estão as meninas?_ Perguntei quando notei a casa silenciosa.

_ Saíram com Alice. Eu não queria que Carlie fosse, mas ela parecia tão animada que não consegui negar. E Alice prometeu cuidar dela.

_ Sua amiga é meio maluca, mas cuida bem de crianças._ Declarei.

Bella riu e concordou com um aceno de cabeça, virando-se novamente em direção a pia.

_ Verdade.

Eu dei outro beijo em seu pescoço, apertando seu corpo contra o meu.

_ O que acha de aproveitarmos esse momento a sós para matarmos a saudades que sentimos um do outro?_ Falei em seu ouvido com voz maliciosa.

Ela virou-se em minha direção, e vi sua expressão ruborizada, enquanto ela mordia os lábios de maneira sensual.

Não esperei por sua resposta.

Segurei-a em meu colo e segui apressadamente em direção ao quarto.

Na verdade, eu estava desesperado.

Já fazia dias que eu não a tocava como gostaria e essa abstinência estava me matando.

Beijei seus lábios de maneira feroz, enquanto tirava a roupa que ela vestia com as mãos apressadas.

Ela fazia o mesmo com as minhas, correspondendo ao meus beijos com desespero.

Em pouco tempo estávamos nus, rolando pela cama apaixonados.

A necessidade que eu sentia de Bella, fazia meu membro arder e eu não via a hora de ser acolhido por sua intimidade quente e macia.

Quando a conheci e fizemos amor pela primeira vez, eu não conseguia ficar mais que 24 horas longe dela.

Não era possível naquela época, e não é agora.

Bella era meu vício.

A coloquei de lado, para não machucá-la, e beijei seus lábios, pescoço, colo, me demorando o máximo que podia em seus seios perfeitos.

Ela gemia e soltava frases desconexas, e cada som que escapava por seus lábios aumentava ainda mais meu desejo.

Introduzi dois dedos em sua intimidade e notei que ela estava incrivelmente molhada.

Pronta para me receber.

Ela gemeu alto e friccionou o corpo em direção à minha mão, me fazendo ter idéia da extensão do seu desejo.

Aproximei ainda mais nossos corpos e a penetrei suavemente, substituindo meus dedos por meu membro rígido.

Soltei um gemido de prazer ao ser acolhido por seu corpo e escutei Bella arquejando.

Investi uma, duas, três vezes contra seus quadris e em pouco tempo ela me acompanhava em um ritmo perfeito.

Em uma sincronia absoluta, que apenas nossos corpos, juntos, encontravam.

Sentia o descendo por suas costas e eu não conseguia parar de beijá-la.

De adorá-la.

Ela era tudo que eu sempre quis.

E era minha.

Somente minha.

Usei meus dedos para acariciar seu corpo e seu clitóris enquanto investia em seu quadril e em pouco tempo chegamos ao ápice, caindo exaustos sobre o colchão.

Abracei-a de lado e ela pousou um beijo leve em meu peito.

_ Uau... Isso foi incrível!_ Ela disse ofegante e eu não pude conter um sorriso presunçoso.

_ Realmente. Muito bom_ Falei, tentando controlar a respiração.

Todos os momentos ao seu lado eram incríveis.

Tudo era perfeito quando eu estava com ela.

_ Eu te amo, Bella._ Falei, a apertando em meu abraço.

_ Também te amo._ Ela respondeu baixinho e em pouco tempo ouvi sua respiração se suavizando, indicando que ela dormira.

Fiquei ali velando seu sono e aproveitando esses momentos roubados para estar ao seu lado. Para cuidar dela.

Senti um cutucão em seu ventre, já que estávamos muito próximos e sorri para nosso bebê que crescia perfeito em sua barriga.

_ Oi, Ethan. Eu sei que isso não é coisa para criança, mas eu precisava fazer amor com a mamãe. De verdade, carinha! Estava com muitas saudades dela. Não sou como você que pode estar com ela o tempo todo.

Me senti um idiota fazendo isso,  pois sabia que certamente ele não me ouviria, mas como senti ele mexendo outra vez, resolvi continuar.

_ Não vejo a hora de conhecê-lo filho. Preciso de ajuda. São muitas mulheres contra um pobre homem._ Falei enquanto acariciava o ventre dilatado de Bella.

Ela se mexeu em seu sono e eu inclinei meu rosto, dando um beijo em sua barriga volumosa.

_ Assim como suas irmãs, você é o fruto do amor mais perfeito que existe. Será muito amado, pequenino. O papai estará sempre ao seu lado. Eu prometo._ Falei emocionado, sentindo o amor que eu nutria por aquela vida me envolvendo de forma completa.

Jamais seria como meu pai.

Jamais faria meus filhos sofrerem premeditadamente.

Ouvi a porta da frente se abrindo e cobri Bella com o lençol, enquanto me levantava e colocava a calça que estava jogada no chão.

Recolhi todas as peças espalhas e coloquei a camisa no momento exato que uma Renesmee assustada aparecia na porta.

_ Papai..._ Ela disse com voz embargada, me encarando e eu senti as garras do medo tomando conta do meu corpo.

_ O que foi, princesa? Onde está Carlie?_ Indaguei preocupado, quando não vi minha outra pequena acompanhando a irmã.

Pela expressão assustada de Renesmee, eu sabia que tinha acontecido alguma coisa e temia que Carlie tivesse tido outra crise.

Não suportaria ver minha pequena doente outra vez.

_ Ela está com a tia Alice._ Ela sussurrou e me abraçou quando me abaixei a sua frente._ Papai..._ Falou outra vez, e pude sentir suas lágrimas molhando minha camisa.

_ O que foi, meu amor? Pode dizer._ Incentivei.

Ela fungou e se afastou, olhando dentro dos meus olhos.

_ O vovô Cullen morreu._ Ela declarou.

O que?

Ouvi um engasgo vindo atrás de mim e olhei para Bella, que nos encarava assustada, segurando o lençol conta o corpo.

Olhei novamente para Renesmee e senti meu mundo girar.

Meu pai morrera?

Como?

Porque?

Ouvi o telefone tocar e estremeci.

Eu sabia que Renesmee dizia a verdade.

Como ela sabia?

Senti um nó na garganta ao me lembrar que ontem mesmo desejei que ele desaparecesse.

E agora meu pai estava morto.

E eu não sabia o que deveria sentir com essa notícia.


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Notas finais do capítulo

Oie, gente...
Outra vez, peço mil desculpas pela demora...
E então, o que acharam?
Quero muitos comentários, se não vou demorar para postar de propósito...
kkkkkk
(Sim, eu sou má!!!)
Eu realmente não sabia o que fazer com Carlisle,mas acho que vão gostar da decisão.
Até o próximo, que eu espero não demorar para postar...
Beijos!!!