Por Um Segredo escrita por Bruna Diniz


Capítulo 29
Capítulo 29: Enigma


Notas iniciais do capítulo

Galerinha...
Apenas com um dia de atraso...
Espero que gostem...
Boa leitura...



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Pov. Bella:

Isso não era bom.

Definitivamente nada bom.

Como assim minhas roupas não serviam mais?

Acabara de completar cinco meses de gestação e nenhuma das peças do meu antigo guarda roupas parecia querer colaborar comigo nesta manhã.

Ou melhor: em nenhuma manhã.

_ Droga, droga, droga..._ Murmurei irritada.

_ Já está pronta, Bella?_ Edward perguntou, entrando no quarto e encarando meu olhar frustrado através do espelho.

_ Não. Minhas roupas não servem._ Eu disse irritada, jogando a calça que eu segurava no chão.

Ele riu e se aproximou, me abraçando por trás.

_ Já disse para ir às compras. Porque ainda não fez isso?_ Ele questionou enquanto dava pequenos beijos em meu pescoço.

_ Odeio compras!_ Eu declarei._ E além do mais, não tem sentido comprar um montão de roupas, sendo que eu as usarei por apenas alguns meses.

_ Pra mim, tem todo o sentido. Suas roupas não servem mais e você, definitivamente, não pode sair nua na rua. Então...

O encarei através do espelho e ele me olhava com expressão divertida.

Realmente eu não poderia sair nua na rua.

Suspirei vencida, e me separei de seus braços indo na direção às suas roupas no armário.

_ Vou pedir para Alice me acompanhar. Pelo jeito não tenho alternativa. Mas como hoje preciso sair, terei que vestir uma camisa sua.

_ Sem problemas, Sra. Cullen. Eu as divido com você.

Revirei os olhos e comecei a vasculhar o guarda-roupa em busca de algo que me agradasse.

_ Eu não entendo porque eu tenho que ir com você, Edward. Você é o médico contratado. Eu sou apenas a esposa._ Eu disse enquanto procurava uma camisa que não parecesse ridícula em mim.

_ Você é o principal motivo por eu estar em Forks. A peça chave e, portanto, muito importante.

Eu suspirei e vesti uma camisa xadrez que encontrei.

Olhei-me no espelho criticamente e decidi que estava bom.

Melhor que sair nua pelas ruas geladas de Forks.

_ Você fica sexy usando minhas roupas._ Edward disse enquanto me olhava.

Eu gargalhei e o encarei incrédula.

_ Com esse barrigão? Não usaria o adjetivo sexy para me definir. Nunca.

Ele se aproximou novamente e me tomou nos braços.

_ Não subestime a beleza de uma mulher grávida. Não subestime a SUA beleza.

_ Ok, Dr. Cullen. Vou terminar de me arrumar, caso contrário chegaremos ao hospital amanhã._ Eu disse beijando de leve os seus lábios.

Ele sorriu e se afastou.

_ Vou ver se as nanicas estão prontas._ Disse referindo-se a Carlie e Renesmee que se arrumavam no quarto ao lado.

Já fazia duas semanas que havíamos retornado a Forks.

As coisas finalmente andavam bem.

A livraria estava ótima e a partir de amanhã eu voltaria a trabalhar.

Contra a vontade de Edward, é claro.

Por ele eu ficaria o tempo todo em casa, cuidando das meninas e fiscalizando a reforma que se iniciara a cerca de cinco dias.

Precisávamos de mais espaço para o novo bebê e para nós mesmos, já que a casa que foi de minha avó fora feita para uma família pequena, e a nossa já estava ganhando proporções astronômicas.

Sorri com o pensamento.

Eu adorava estar carregando outro bebezinho, fruto do meu amor com Edward, no ventre.

Amava o fato de ser mãe de suas filhas e a mulher escolhida para estar ao seu lado, formando uma família.

Minutos depois que Edward saíra, senti um cutucão em minha barriga e paralisei por um momento.

Era a primeira vez que sentia nosso bebê mexer.

Em cinco meses, ele não fizera nenhum movimento perceptível.

Até agora.

Depois do acidente e do sequestro que desencadeara em um coma de duas semanas, ficamos em Boston por um longo tempo para que eu pudesse concluir o tratamento com o fisioterapeuta e garantir que minha gravidez era saudável.

Seth sempre dizia que apesar da falta de movimentos, meu bebê estava perfeitamente bem e crescia normalmente.

Mas eu queria senti-lo.

Saber que ele estava ali.

Uma lágrima solitária desceu por meu rosto e eu encarei minha imagem emocionada no espelho.

Levei as mãos ao ventre, acariciando suavemente o lugar onde o bebê chutara.

_ Oi, bebê..._ Eu disse baixinho, tentando conter a emoção.

_ Bella, Renesmee quer saber..._ Edward entrou no quarto de repente e parou novamente atrás de mim, me encarando confuso e preocupado quando notou minhas lágrimas. _ O que foi?

_ Ele mexeu..._ Eu sussurrei ainda emocionada, acariciando minha barriga.

Edward sorriu lindamente e se aproximou, pousando a mão em meu ventre dilatado.

_ Sério? Eu sempre quis senti-lo em seu ventre._ Ele disse acariciando o lugar onde antes estavam minhas mãos.

_ Ele é preguiçoso. Foi a primeira vez que o senti.

Ele encarava minha barriga, sério.

_ As meninas eram preguiçosas também?

Eu sorri ao me lembrar das minhas pequenas em meu ventre.

_ Oh, não! Elas estavam sempre fazendo malabarismos em minha barriga. Nos últimos meses, dormir era impossível, pois quando uma se acalmava a outra acordava. O espaço era pequeno demais para as duas.

Ele ergueu os olhos e me encarou.

_ Gostaria de tê-la visto grávida._ Ele disse tristonho.

_ Gostaria que você pudesse ter estado ao meu lado. Muito. Mas você pode estar agora._ Falei enquanto tocava seu rosto.

Ele suspirou e beijou minha mão.

_ Parece que o rapaz aí só vai dar o ar da graça para a mamãe._ Ele disse magoado, depois de uns minutos com a mão em minha barriga, esperando que o bebê chutasse.

“Vamos lá bebê, mexa para o papai. Para que ele possa senti-lo também!”_ Pensei enquanto encarava o rosto concentrado de Edward.

Edward já estava desistindo quando nosso bebê chutou o lugar exato onde sua mão estava pousada.

_ Uau! Essa foi forte... Oi pra você também, filhão._ Edward disse contente e visivelmente emocionado.

_ Pode ser uma menina, Edward. Nesse caso ela se sentirá ofendida.

Ele abriu a boca para retrucar, mas nesse momento Renesmee apareceu, seguida por Carlie.

_ É um menino, mamãe._ Nessie declarou.

A olhei por um momento e estreitei o olhar em sua direção.

_ E como você sabe?_ Perguntei desconfiada.

_ Eu só sei, ué. É um irmãozinho que você tem aí na barriga. É o Ethan.

_ Ethan?_ Perguntei, encarando os três. Um de cada vez.

Que história era essa de Ethan?

_ Sim, mamãe._ Carlie se pronunciou._ Foi o nome que eu, Nessie e papai escolhemos.

_ Sério? E ninguém pensou em consultar a mamãe também? Afinal, é a mamãe que está carregando o irmãozinho. _ Disse ironicamente.

Edward sorriu culpado e beijou meu rosto.

_ Sabíamos que poderíamos convencer a mamãe que o nome é bonito. Confiamos no nosso poder de persuasão.

Eu os encarei por um momento e depois suspirei derrotada.

_ Ok. Se for um menino, o nome será Ethan._ Concedi.

_ Oba!_ Nessie e Carlie gritaram juntas.

_ Sabia que podia convencê-la._ Edward disse convencido.

Eu ri e o abracei.

Eu havia realmente gostado do nome e dar a oportunidade a Edward de escolhê-lo era deixá-lo partilhar ainda mais as coisas que não compartilhamos na gravidez das meninas.

_ Estão todos prontos?_ Perguntei assim que terminei de prender o cabelo em um rabo de cavalo.

_ Sim..._ Esme e Carlie disseram juntas, pulando de minha cama onde estavam deitadas e segurando as mãos de Edward.

_ Você fica engraçada com as roupas do papai, mãe._ Carlie disse enquanto me olhava atentamente.

_ No momento, são as únicas que servem, meu anjo. Engraçada ou não, terão que ser essas.

_ Ela está linda, Carlie._ Edward disse enquanto me encarava com um sorriso nos lábios.

Eu revirei os olhos e segurei nos pequenos ombros das meninas, guiando-as para fora.

_ Então vamos. Estamos todos lindos._ Eu declarei e descemos as escadas em direção a saída rindo.

XXXXX

_ Então é isso, Dr. Cullen. Pode começar imediatamente se quiser. Nos sentimos muito honrados de tê-lo em nossa equipe.

Edward sorriu contente e apertou a mão do médico que o recebera tão calorosamente.

A formação de Edward e seu histórico na carreira eram impecáveis e qualquer equipe médica sentir-se-ia orgulhosa de trabalhar ao seu lado.

_ Obrigada, Dr. Stanlley. Se me permiti, iniciarei meu trabalho a partir de amanhã. Hoje prometi um passeio especial a minha família.

Carlie e Renesmee pularam imediatamente da cadeira onde estavam sentadas balançando os pezinhos e correram para o nosso lado ao ouvirem a palavra passeio.

_ Oh... Claro! Eu entendo. Aproveitar a família é algo muito prudente a se fazer. E o senhor, Dr. Cullen, tem uma bela família._ O médico disse enquanto nos analisava.

Edward sorriu amplamente e apertou minha cintura de leve.

_ Eu sei, Dr. Eu sei.

_ Bom, então até amanhã. O esperaremos a partir das nove.

Edward assentiu.

_ Estarei aqui.

Depois disso nos despedimos do simpático médico e nos dirigimos à saída.

E é claro que eu não pude deixar de notar o olhar de interesse das muitas enfermeiras que circulavam pelo local.

Fechei minha mão em punho e fuzilei uma loira aguada com o olhar quando ela encarou Edward descaradamente.

Ultimamente desenvolvi uma aversão quase mortal à enfermeiras.

_ Porque não existem enfermeiros homens?_ Perguntei irritada.

_ Como?_ Edward me olhou confuso, quando já estávamos do lado de fora do hospital nos dirigindo ao carro.

_ Enfermeiros, Edward. Por que só existem enfermeiras assanhadas dando bolas aos médicos casados?

Antes que ele pudesse se pronunciar, Renesmee deu seu parecer.

_ A mamãe está com ciúmes, papai.

Ele olhou para mim divertido e chegou mais perto, me abraçando.

_ Minha bobinha ciumenta! Não ligo para nenhuma enfermeira. Já lhe disse isso.

_ Mamãe, o papai é seu. Ninguém vai roubar ele de você._ Nessie disse convicta e Carlie assentiu em concordância.

Eu suspirei e abri a porta do carona, me acomodando no carro.

_ Ok. Mas se alguma enfermeira tocar em nele, eu... Mato.

Eles riram e também se acomodaram no carro.

Edward queria levá-las para conhecer a casa de praia que ele havia comprado para nossa lua de mel e para nossos finais de semana em família.

Pensar em voltar àquele lugar fazia meu coração disparar dentro do peito e acalmava a raiva momentânea que eu sentia das tais enfermeiras.

Naquele lugar eu fora do céu ao inferno dentro de poucas horas.

Depois de tantos anos, voltara aos braços de Edward para viver novamente os melhores momentos da minha vida.

Para ser completa outra vez.

No tempo em que ficamos separados, eu apenas sobrevivia.

Suportava os dias pelo bem de Nessie.

Mas ao lado de Edward, minha vida vibrava.

Meu corpo ganhava vida.

E agora, além dele, o destino me devolveu minha filha  e juntos, Eu, Edward, Nessie, Carlie e o bebê que estava a caminho formávamos a mais perfeita família e seríamos felizes enquanto o nosso para sempre existisse.

_ Papai, podemos levar o Jacob?_ Nessie perguntou enquanto passávamos em frente a livraria e notei que Carlie ficou bastante atenta a resposta do pai.

Ela havia se encantado por Jacob, assim como Nessie.

E é claro que Jacob, ao se dar conta que existiam duas garotinhas iguais, ficara ainda mais fascinado e não parou de rodear as meninas, para a irritação de Edward.

O olhei de lado e vi que ele apertava o volante antes de responder a pergunta de Nessie.

_ Não, querida. Seremos apenas nós.

Nessie suspirou e se recostou no banco.

_ Porque você não gosta do Jake, papai?_ Carlie perguntou inocentemente.

Ele me olhou por um momento e depois encarou o rostinho ansioso de nossas filhas pelo retrovisor.

_ Eu... Eu gosto do Jacob, meninas. É que...

_ Você é um mentiroso, papai._ Nessie disse estreitando os olhos em direção ao pai, enquanto eu mordia os lábios, fazendo força para não rir.

_ Claro que eu não sou um mentiroso, Nessie. Eu apenas quero um momento em família.

_ Jake é da família papai. Vai ser meu namorado._ Nessie declarou.

_ E o meu também._ Carlie imitou a irmã.

Edward pisou no freio de repente e eu não contive a gargalhada.

_ Nessie Cullen e Carlie Cullen... Está bastante cedo para falarmos em namorados._ Edward disse, depois de respirar fundo e colocar o carro em movimento outra vez._ E a senhora, Isabella, pare de rir. Isso não é engraçado._ Ele disse em um tom de voz mais baixo, enquanto com muito custo eu tentava conter o riso.

_ Claro que é engraçado. Você precisava ver sua cara.

_ Àquele garoto, Bella... Como assim ele encantou nossas duas filhas?_ Ele me perguntou irritado._ Não sei se foi uma boa ideia voltar à Forks.

_ Deixa de ser bobo, Edward. São crianças. Tenho certeza que quando crescerem serão apenas amigos e nem se lembrarão dessas coisas. Você é muito ciumento.

_ São minhas filhas._ Ele disse teimoso e eu pousei minha mão em seu perna.

_ Eu sei, amor. Mas deixe para se preocupar com namorados quando realmente chegar a hora.

Ele assentiu de leve e se concentrou na estrada que nos levaria a La Pusch.

Fomos o caminho todo cantando canções infantis e rindo a toa quando um de nós errava a letra.

Cerca de meia hora depois, Edward estacionava o carro em frente a nossa casa de praia e as meninas saltaram contentes, correndo pela praia.

_ Cuidado, vocês duas. Mantenham-se longe do mar._ Eu gritei preocupada, as observando.

_ Elas estão seguras, amor._ Edward disse enquanto me abraça por trás e beijava meu pescoço._ Eu queria muito trazê-la de volta aqui.

Eu sorri e me aconcheguei em seus braços.

_ Eu também queria muito voltar aqui, Edward. Relembrar o dia que voltei a viver.

Ele suspirou e me virou para encarar meus olhos.

_ Eu quero te pedir perdão pelas coisas horríveis que lhe disse naquela noite e pelo canalha que eu fui tantas vezes depois._ Pediu emocionado.

_ Eu já disse que lhe perdoei. Eu te amo e isso supera qualquer coisa._ Eu falei e depois beijei seus lábios suavemente.

_ Eu também te amo e vou amá-la para sempre.

_ Eu sei._ Respondi sorrindo e ele me beijou de verdade, fazendo com que nossas línguas se entrelaçassem e eu fosse capaz de sentir seu gosto único e especial.

Nesse momento o bebê resolveu se manifestar e Edward foi capaz de sentir o seu toque, já que estávamos muito próximos.

_ Olha só, que danadinho!_ Edward disse sorrindo, ainda ofegante pelo beijo.

_ Está decidido a manter seu pai na linha._ Eu respondi e ele riu mais ainda.

_ Será que é mesmo preciso? Era apenas um beijo._ Ele disse fingindo tristeza e acariciando meu ventre.

_ Pode me dar quantos beijos quiser. Eu deixo.

Ele riu e voltou a me beijar.

_ Porque você pode beijar a mamãe e nós não podemos namorar o Jake?_ Nessie perguntou se aproximando e Edward respirou fundo, enquanto revirava os olhos.

_ Eu e a mamãe somos casados. Beijos são permitidos. Vocês são crianças e ponto final._ Ele respondeu decidido e eu ri.

_ Eu e a Carlie não seremos crianças para sempre, papai. E aí vamos namorar.

_ Deus!_ Edward passou as mãos pelo cabelo irritado, e eu o olhei em advertência._ Certo, Nessie. Quando forem adultas conversaremos sobre isso.

Ela olhou desconfiada para Edward, mas depois deu de ombros e correu para a casa, seguida de perto por Carlie.

_ Se essas duas não me enlouquecerem nada mais terá esse poder._ Ele disse enquanto as observava.

Eu sorri e enganchei o braço no seu, e também seguimos em direção à casa.

_ Deixa pra se preocupar quando chegar a hora._ Declarei.

Teríamos anos para isso.

XXXXX

_ Eu acho que você tem que vir deitar, Edward._ Eu disse pela milésima vez naquela noite.

Já fazia horas que ele tentava concertar a lâmpada do abajur do nosso quarto sem nenhum sucesso.

_ Já estou terminando, amor. Só mais alguns detalhes.

Eu bufei exasperada e me virei na cama.

Depois de um delicioso jantar preparado por Edward, decidimos dormir ali mesmo na casa de praia e voltar para Forks na manhã seguinte.

Era incrível, que mesmo longe, Edward conseguira manter a casa em ordem e pronta para nos receber a qualquer momento.

Sem que eu soubesse, Alice havia sido contratada para decorar o quarto de Nessie, que agora ganhara mais uma cama e outros detalhes, combinando com a personalidade meiga de Carlie.

Tudo estava perfeito.

E eu adoraria reprisar a manhã de amor que tivemos naquele quarto após nosso casamento, mas Edward não parecia querer cooperar.

_ Eu acho que como eletricista você é um ótimo médico, Dr. Cullen.

Ele riu e me encarou por um momento, deixando o abajur de lado.

_ Eu realmente não sei consertar abajures._ Ele falou enquanto se deitava ao meu lado._ E tenho que trabalhar amanhã. Acho melhor aproveitar a calmaria das nanicas e dormir.

Eu encarei o teto, extremamente irritada.

Então ele ia simplesmente dormir?

Quando ficara grávida das meninas não pensava em minha aparência.

Eu me preocupava simplesmente em sobreviver a cada dia e não me afundar em uma depressão, para manter minhas filhas saudáveis.

Mas agora, Edward estava comigo e eu queria me manter bonita para ele.

Desejável.

Mas ao que parecia eu não era mais desejada por Edward.

Desde que sofrera aquele sequestro ele jamais voltara a tocar em mim.

Era sempre carinhoso, não cansava de repetir que me amava, mas nunca mais quisera fazer amor, e de certa forma isso me magoava.

Muito.

Sem que eu percebesse, lágrimas desceram por meu rosto e eu afundei ainda mais no travesseiro.

_ Bella?_ Edward me chamou quando percebeu que eu chorava._ Amor, o que foi?

_ Nada._ Eu respondi irritada.

Ele deveria saber... Não deveria?

_ Bella, eu..._ Ele tentou me virar em sua direção._ Olhe pra mim..._ Ele pediu.

_ Me deixa em paz._ Respondi, me afastando.

_ Bella, me diga o que eu fiz de errado. Por favor.

Eu respirei fundo e o encarei.

_ Você não fez NADA, Edward. Esse é o problema.

Ele me olhava confuso.

_ Eu não entendo, Bella.

Eu revirei os olhos exasperada e virei novamente para o outro lado.

_ Não precisa. Deita e durma.

_ Não. Não posso dormir enquanto você chora sem motivo.

Eu suspirei irritada e me sentei na cama.

_ Você ainda me acha bonita, Edward?

_ O que? Claro que você é bonita. Por que está me perguntando isso?

_ Mesmo grávida?_ Eu insisti.

_ Claro que sim, Bella. Acho-a ainda mais bonita porque está grávida.

Eu respirei fundo e olhei bem dentro dos seus olhos.

_ Então porque não quer mais fazer amor comigo?

Ele me encarou e nos seus olhos transpareciam incredulidade e compreensão.

_ E que disse que eu não quero fazer amor com você?

_ Nunca mais tocou em mim, Edward._ Constatei.

Ele respirou fundo e aproximou-se, me abraçando e fazendo com que minha cabeça descansasse em seu ombro.

_ Eu apenas não quero machucá-la.

_ Edward... Você é médico. Sabe perfeitamente bem que sexo durante a gravidez não me machucaria.

Pude sentir ele sorrindo.

_ É claro que eu sei disso.

_ Então não venha com esse papo de não me machucar._ Eu disse enquanto mais lágrimas desciam por meu rosto.

Apesar de estar chateada com tudo isso, eu não entendia o porquê das lágrimas. Deviam ser os hormônios.

_ Bella, eu não queria lhe perguntar isso, mas dada as circunstâncias..._ Edward disse meio constrangido.

_ Perguntar o que?

Ele respirou fundo e começou a acariciar meus cabelos.

_ Quando te resgatamos de Carlisle você estava bastante machucada. E... E tinha lesões nas cochas... Lesões e sangue e ... E eu pensei que talvez...

Ele não terminou a frase.

E nem precisava.

Eu já tinha entendido o que ele queria me perguntar.

_ Não, Edward._ Disse simplesmente.

_ Tem certeza?_ Ele perguntou, me apertando ainda mais em seus braços.

_ Sim. Ele não fez nada.

Ele suspirou aliviado e me beijou no rosto.

_ Você não tem ideia do quanto é bom saber disso.

Eu o encarei e beijei suavemente seus lábios.

_ Você foi o único homem que me tocou. O único que vai me tocar.

Ele sorriu e me deitou de leve sobre os lençóis.

_ Isso é ótimo, porque eu sou bastante possessivo.

Dito isso ele me beijou, me transportando a um mundo mágico, onde existiam apenas nós dois.

_ E sim... Eu te desejo muito. Sempre.

Suas mãos foram lentamente tirando minhas roupas, enquanto ele beijava cada pedacinho do meu corpo que ia se revelando.

Eu suspirava e acariciava seus cabelos, incentivando-o a continuar com os carinhos.

Quando estávamos ambos nus, ele deitou-se sobre meu corpo e nos encaixamos perfeitamente.

E eu poderia morrer nesse momento.

Morrer entre seus braços, sentindo meu corpo se desfalecer de tanto prazer, ouvindo seus gemidos e seus suspiros, combinados com os meus, que eu morreria feliz.

Morreria satisfeita.

Sua boca era desesperada sobre a minha enquanto ele investia fundo em meu corpo e eu o acompanhada, erguendo os quadris em sua direção.

Ele beijava meus lábios, meus olhos, meu rosto, pescoço, seios e a cada momento o prazer se intensificava mais.

_ Linda... Eu te amo._ Ele sussurrava.

Não sabia precisar o momento exato que eu alcancei o ápice, mas era a melhor sensação do mundo.

Sentia-me em um abismo sem fim, caindo de alturas extremas. Sentia-me poderosa.

Eram sensações difíceis de descrever.

Impossíveis de definir.

Chegamos juntos.

Seu prazer alimentando o meu.

Seu amor completando o meu.

Ali éramos apenas dois corpos sedentos e duas almas que não sabiam existir uma sem a outra.

Éramos perfeitos.

Depois de algum tempo eu descansava satisfeita em seus braços e ele acariciava suavemente meus cabelos.

_ Você é linda, Bella. Nunca duvide disso. E eu vou desejá-la para sempre. _ Ele sussurrou em meu ouvido.

_ Você é lindo, também. Eu te amo._ Disse, deixando me vencer pelo cansaço, e me entregando ao um sono tranquilo, me sentindo amada.

Me sentindo mulher.

XXXXX

_ Me deseje sorte._ Edward pediu enquanto ajeitava o jaleco impecavelmente branco em frente ao pequeno espelho que ficava perto da porta de entrada da nossa casa em Forks.

Nos levantamos muito cedo para dar tempo das meninas irem para a escola e Edward ir para o hospital sem atrasos.

_ Boa sorte, amor._ Disse dando-lhe um selinho carinhoso nos lábios._ Mas você não precisa. Tem talento e dedicação. Isso basta.

_ Sorte nunca é demais._ Disse alcançando a pequena maleta que estava no sofá._ Bom... Eu já vou. Nada de estripulias dona Bella. Você prometeu. Apenas quatro horas por dia de trabalho na livraria.

Eu revirei os olhos e o empurrei em direção à porta.

_ Está bem. Eu sei. Apenas quatro horas.

Ele riu e virou-se para me beijar mais uma vez.

_ Estarei de olho._ Me avisou sério._ Pode deixar que eu pego as meninas na escola.

_ Certo. Cuidado com as enfermeiras. Estarei de olho._ Imitei sua voz ao dizer a última frase e ele saiu rindo.

Fiquei olhando enquanto ele entrava no carro e ia para o seu primeiro dia de trabalho.

Orgulho era o começo do que eu sentia nesse momento.

Edward Cullen era o marido da menina que chegara a Forks grávida e que todos faziam questão de ignorar por ser mãe solteira.

Era pai das meninas que todos insistiam em dizer que não tinham pai. Que eram filhas de uma joven irresponsável que havia se tornado a vergonha da família. A desgraça de um pai.

Respirei fundo e enviei para o undo da mente essas lembranças dolorosas.

Fechei a porta, evitando que o frio da manhã invadisse a sala e rumei para a cozinha a fim de lavar a louça do café.

Alda viria para me ajudar apenas quando o bebê nascesse e depois que a reforma se concluísse, pois não havia espaço para todos.

Mas como já estava acostumada com serviços domésticos, não me importava em ficar algum tempo sem ajuda.

Algum tempo depois ouvi alguém bater a porta e fui atender, pensando que talvez Edward tivesse esquecido alguma coisa.

Poderia ser Alice também, já que desde que voltamos de Boston ela vinha me ver todos os dias.

Mas quando abri a porta, não era Edward quem estava lá.

Tão pouco Alice.

_ Oi, Bella.

Prendi a respiração e fiquei olhando assustada para minha visita.

Não esperava vê-lo tão cedo.

Ou melhor, não esperava vê-lo de novo.

Respirei fundo, endireitei o corpo, o encarando dentro dos olhos.

Olhos cor de chocolate, como os meus.

Os olhos do meu pai.

_ Oi, Charlie._ Disse educadamente.

A pergunta era: O que ele estava fazendo ali?


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Notas finais do capítulo

E então?
O que será que Charlie quer?
Quem se arrisca?
Agradeço aos comentários e espero que fiquem comigo até o fim de Por um segredo...
Gostaria de convidá-los a ler minha nova fic: Eu, você e nosso amor.
https://www.fanfiction.com.br/historia/209938/Eu_Voce_e_Nosso_Amor...
Tenho certeza que vão se apaixonar...
Preciso apenas de leitores ávidos por romance para poder continuar postando...
Para quem gosta de Por um segredo, tenho certeza que irão adorar a nova história...
Espero encontrá-los lá também...
Beijos e até o próximo capítulo, onde saberemos qual o propósito da visita de Charlie...
Beijos!