Por Um Segredo escrita por Bruna Diniz


Capítulo 28
Capítulo 28: Retornando


Notas iniciais do capítulo

Galerinhaaaa...
Me desculpem a demora...
A vida tá corrida...
Provas, trabalhos, viagens...
Mas, em todo caso está aí...
Espero que gostem...
Beijos e Boa leitura...



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Pov. Bella

"O destino une e separa as pessoas,
mas nenhuma força é tão grande
para fazer esquecer pessoas
que, por algum motivo,
um dia nos fizeram felizes"...

Eu nunca havia parado para pensar no poder do amor.

Jamais analisara a força que esse sentimento exercia sobre as pessoas que se entregavam a ele.

Eu só fui submetida a esse poder quando precisei lutar por minha vida.

No momento em que senti que um abismo iria me engolir e que jamais veria Edward ou minhas filhas outra vez eu travei uma batalha com a morte e venci.

Abrir os olhos novamente era uma dádiva maravilhosa vinda dos céus e a única coisa que eu queria nesse momento era ver minhas filhas e meu marido.

Eu tinha uma imensa necessidade de contemplar os rostos perfeitos dos meus amores.

Isso era algo vital.

Meu corpo todo formigava e eu não sabia precisar a quanto tempo eu estava desacordada.

Olhei ao redor, tentando acostumar meu olhar à claridade do quarto.

Aos poucos, minha mente foi entrando em sintonia e eu sabia perfeitamente onde estava.

No hospital em Boston, me recuperando daquele maldito sequestro.

Coloquei a mão de leve em meu braço e pude sentir o curativo sobre o tiro que Carlisle me dera.

Senti meus olhos marejados e levei minhas mãos até o ventre.

Eu precisava saber como estava meu bebê.

Vivi fortes emoções e sofri traumas graves, e talvez, tivesse colocado a vida do meu filho em risco.

Jamais me perdoaria se algo acontecesse a essa criança.

Eu gostaria de esquecer o pesadelo que vivera ao lado de Carlisle no dia em que fui sequestrada.

Esquecer o seu toque asqueroso sobre minha pele, seus beijos nojentos, que me dera à força.

Eu queria apagar para sempre aquelas imagens da minha mente.

Mas para isso, eu precisava de Edward ao meu lado.

O mais rápido possível.

_ Edward..._ Balbuciei fracamente.

Tinha a impressão que durante todo o tempo que estive no hospital ele estivera ao meu lado.

Eu era capaz de sentir o seu cheiro sobre mim.

O seu cheiro no ar.

E eu precisava vê-lo.

Agora.

Sentir seu toque suave, sua voz doce e compassada, seu cheiro intoxicante e ver seu sorriso me acalmando e me fazendo feliz.

_ Edward..._ Chamei novamente.

Ele tinha que estar em algum lugar.

Ouvi o barulho da porta e virei meu rosto naquela direção.

Uma enfermeira entrava no quarto com uma bandeja de medicamentos e arregalou os olhos assustada ao olhar pra mim.

Certamente ela não esperava me encontrar acordada.

_ Sra. Cullen..._ Ela balbuciou e deu meia volta, correndo para fora do quarto.

Há quanto tempo eu estava no hospital?

Porque a enfermeira parecera tão surpresa ao me ver?

Na minha mente confusa eu imaginava que tudo acontecera há pouco tempo.

Algo como... Ontem?

Algum tempo depois a enfermeira que saíra apressadamente do quarto voltava acompanhada de Seth e eu suspirei aliviada ao vê-lo.

Ele certamente me daria às respostas que eu buscava.

_ Bella... Bem vinda ao mundo dos vivos outra vez._ Ele disse, sorrindo imensamente e piscando.

_ Oi..._ Forcei minha voz a sair da garganta, mas ao que parecia seria difícil.

Minha boca parecia estar cheia de algodão e eu sentia uma dificuldade imensa em falar.

Minha garganta estava seca e parecia que minha voz estava perdida em algum lugar dentro de mim.

Seth se aproximou da cama e começou a verificar todos os aparelhos que me rodeavam e só agora eu notei que estava presa a muitos equipamentos, que aparentemente monitoravam quase todos os órgãos do meu corpo.

_ Edward..._ Eu disse fracamente.

Ele precisava entender que eu queria Edward comigo.

Que eu precisava dele.

Logo.

Agora.

_ Já pedi que o avisassem, Bella. Ele esteve aqui durante todo o tempo, mas eu consegui convencê-lo a ir para casa. Edward precisava de um descanso. Mas assim que souber que você está acordada ele virá imediatamente._ Ele virou-se para a enfermeira ao seu lado. _ Lisa, por favor, peça ao neurologista de plantão que venha até a UTI onde a senhora Cullen está.

A enfermeira assentiu solicita e saiu rapidamente do quarto.

UTI?

Porque eu estava em uma unidade de terapia intensiva?

Eu levara apenas um tiro, mas ao que parecia tinha conseguido me recuperar logo.

E porque eu precisava de um neurologista?

_ Duas semanas, Bella. Você ficou desacordada por duas longas semanas. O neurologista precisa avaliar seu estado para saber se nada grave afetou o seu sistema nervoso._ Seth me disse, certamente entendo as dúvidas estampadas em meu olhar.

Continuei encarando-o assustada.

Meu Deus!

Eu estive em coma por duas semanas?

Uma dor aguda atingiu meu peito ao imaginar o quanto Edward, Carlie e Renesmee haviam sofrido durante todo esse tempo.

_ Lembra-se da lesão que detectamos em seu cérebro?

Assenti de leve, o olhando preocupada.

_ Imagino que tenha sido por isso e também foi uma forma de sua mente encontrar uma trégua em meio a tantos problemas.

As palavras de Seth, por mais assustadoras que fossem, faziam todo o sentido.

Quando soubera da pequena lesão alojada em meu cérebro, eu sentira um medo terrível.

Mas Seth me garantira que não se tratava de nada grave e que eu poderia levar uma vida perfeitamente normal, como vinha fazendo há mais de vinte anos.

Não me lembrava de ter sofrido nenhum acidente na infância, mas ao que parecia essa lesão me acompanhava desde menina.

As fortes dores de cabeça que eu sentia eram advindas desse pequeno problema e todas às vezes que me submetia a qualquer tipo de tensão a dor tornava-se insuportável.

_ Meu bebê..._ Sussurrei, na tentativa de conseguir um alívio para minha maior preocupação no momento: Meu filho.

Seth sorriu e se aproximou mais da cama, segurando minha mão.

_ Está ótimo. Crescendo saudável. E antes que me pergunte, Carlie e Renesmee estão ótimas, só aguardando a recuperação da mãe.

Eu sorri aliviada e lágrimas desceram por meu rosto.

Meu bebê estava seguro.

Minhas filhas estavam bem.

Ao que parecia, finalmente minha vida entraria nos eixos.

Minutos depois o neurologista veio me examinar.

_ Aparentemente, você está bem, Sra. Cullen. Não existem níveis elevados de incapacidade mental e como o seu coma foi curto, em breve estará completamente recuperada. Vou prescrever algumas sessões com o fisioterapeuta e com a fonoaudióloga e faremos mais alguns exames detalhados. Mas trata-se de procedimentos de rotina. Tenho certeza que antes do que imagina, estará correndo por aí.

Eu sorri feliz ao ouvir o diagnóstico do médico.

_ Viu, Bella?_ Seth me perguntou, contente._ Tudo perfeito. Edward ficará no céu com essa notícia.

Eu suspirei e senti meu corpo arrepiar-se em expectativa. Em breve eu veria Edward e não via a hora de tê-lo perto de mim.

_ Pedirei que a enfermeira lhe prepare um banho e que traga uma comida leve a você. Já faz algum tempo que está sendo alimentada pela sonda e eu organismo pode reagir a alimentos sólidos. Mas chega de alimentação intravenosa. Você necessita de normalidade agora.

Era tudo o que eu queria.

Normalidade.

Algum tempo depois, eu já estava limpa e alimentada, sendo inevitável adormecer outra vez.

O banho tinha sido difícil, uma vez que minhas pernas não tinham firmeza para me sustentarem, mas com a ajuda da enfermeira eu consegui banhar-me decentemente.

Sentia-me suja e o banho me fez parecer viva realmente. Confortável, eu diria.

Se é que era possível sentir-se assim em um hospital.

Me estômago reagiu um pouco à comida, mas eu forcei e consegui engolir tudo.

Precisava me recuperar o mais rápido possível. Queria ir para casa. Voltar para minha família.

Virei-me sonolenta na cama e fechei os olhos, que estavam pesados.

Queria esperar Edward acordada, mas o sono era incontrolável.

Mesmo tendo dormido por tanto tempo, eu sentia meu corpo cansado e necessitava de repouso.

Edward viria de qualquer maneira e quando eu acordasse outra vez ele estaria ao meu lado.

XXXXX

_ Oi... Bella? Meu amor?

Ouvi a voz suave de Edward e ordenei à minha mente que cooperasse.

Sentia seu toque suave em meus cabelos e beijos carinhosos em meu rosto.

Quando finalmente abri meus olhos, lá estava ele.

Lindo.

Perfeito.

_ Pensei que jamais teria o prazer de ver esses lindos olhos abertos outra vez._ Ele disse emocionado e eu ergui a mão, tocando-o no rosto.

_ Eu te amo..._ Sussurrei, enquanto ele virava o rosto e beijava minha mão.

_ Eu te amo mais._ Edward falou enquanto beijava suavemente meus lábios._ Eu daria minha própria alma para vê-la bem outra vez. Eu quase morri, Bella, quando soube que Carlisle a tinha levado. Eu nunca senti tanto medo. Eu...

_ Shiii... Já acabou._ Eu disse baixinho, acariciando seus cabelos eternamente bagunçados.

_ Já. Ele está preso e nunca mais vai sair da cadeia. Nunca mais será capaz de nos fazer mal.

Eu respirei fundo, aliviada.

Carlisle na cadeia era tudo o que precisávamos para sermos realmente felizes.

Para termos paz.

_ Edward, quero minhas filhas. Carlie e Renesmee...

_ Elas estão ansiosas para vê-la, meu amor. Foi bastante complicado vir aqui sem trazê-las.

Eu sorri de leve ao pensar em minhas pequeninas.

Não via a hora de abraçá-las e senti-las junto a mim.

_ Nosso bebê está bem._ Eu declarei calmamente depois de alguns minutos de silêncio.

Minha voz estava bem melhor agora, embora eu ainda tivesse que falar baixo para evitar uma dor aguda na garganta.

_ Eu sei._ Ele disse enquanto acariciava meu ventre ainda liso._ Ele vai crescer lindo e saudável. Em breve o teremos nos braços.

_ Já notou que nos referimos ao bebê apenas como ele? E se for ela?_ Eu perguntei divertida, erguendo as sobrancelhas.

Edward riu e meu deu um beijo suave nos lábios.

_ Se for ela, será muito bem vinda. Mas já existem mulheres demais nessa família. Eu preciso de um garoto para me ajudar a cuidar das irmãs e da mãe. Até porque, agora existem duas garotas pra tal Jacob cercar._ Ele disse fazendo uma careta adorável.

Eu ri e apertei suas mãos que seguravam as minhas.

_ Pare com esse ciúme bobo em relação ao Jake. Ele é apenas um garotinho.

_ Um garotinho que acha que minha filha pertence a ele.

_ Nunca entendi o porquê dessa obsessão de Jacob por Renesmee. Mas o fato é que ele sempre cuidou muito bem dela.

_ Ela não precisa mais de cuidados. Agora ela tem a mim._ Edward declarou decidido.

Eu o olhei por um momento e senti lágrimas descendo pelo meu rosto.

Saber que Edward se sentia tão protetor em relação a mim e a nossas filhas mexia muito com minhas emoções já tão sensíveis.

_ Ei... O que foi?_ Ele perguntou preocupado, secando delicadamente minhas lágrimas.

Balancei a cabeça de um lado por outro e puxei seus braços, indicando-lhe que eu queria um abraço.

Que eu precisava de um abraço. Do SEU abraço.

Necessitava desesperadamente da energia que só ele podia me transmitir.

Ele me tomou nos braços delicadamente e eu chorei ainda mais apoiada em seu ombro.

_ Bella... Amor, o que foi?_ Ele questionou enquanto acariciava meus cabelos._ Eu falei algo errado? Algo que te magoou?_ Ele me perguntou confuso.

Eu meneei a cabeça em uma negativa, e funguei em sua camisa, sentindo o seu cheiro, que me fazia tanta falta.

_ Eu nem acredito que você esteja finalmente ao meu lado... Que não me odeie mais... Que queira estar comigo e com nossas filhas.

_ Eu nunca te odiei, Bella. Jamais poderia... Eu era apenas teimoso demais pra reconhecer o quanto eu te amava e a queria ao meu lado.

Eu o abracei ainda mais forte.

_ Eu fui uma tola. Jamais deveria ter fugido. Nunca deveria ter escondido nossas filhas de você. Não deveria ter desistido do nosso amor.

_ Você foi obrigada a isso, meu anjo. Hoje eu entendo seus motivos e sei que em seu lugar eu teria feito a mesma coisa.

Eu me separei dos seus braços e encostei minha testa à dele.

_ Eu te amo. Muito. Mais do que a mim mesma. Você me deu o melhor de você: nossos filhos. E eu serei eternamente grata a você e ao destino que me colocou em seu caminho.

Ele beijou meus lábios e pude sentir seu rosto úmido pelas lágrimas emocionadas que ele derramava.

_ Antes de você eu nem acreditava no amor. Minha vida era um caos, um verdadeiro inferno. Minha família era uma fraude e eu nunca poderia imaginar que um dia eu amaria tanto alguém. Você trouxe alegria para meus dias. Me ensinou a amar. Me deu nossas filhas e me aceitou ao seu lado mesmo com toda minha imperfeição. Você disse que me ama? Eu acredito. Mas eu te amo muito mais. Infinitamente mais.

Eu o beijei desesperadamente e ele retribuiu afoito.

Era incontestável nosso amor.

Depois de tantos problemas, vencemos, e estávamos finalmente juntos.

_ Eu te amo, eu te amo... _ Ele murmurava sem parar enquanto me dava selinhos nos lábios.

Eu ria divertida e retribuía o carinho.

_ Eu acho que já chega de tantos beijos, vocês dois!_ Seth disse em algum momento e eu levei um sobressalto ao ouvir sua voz.

Não o tinha visto entrar.

Corei envergonhada e escondi meu rosto na curva do pescoço de Edward.

_ Olá, Seth. Desculpe, amigo, mas eu penso que nosso beijos jamais serão o bastante._ Edward disse enquanto acariciava meus cabelos e olhava divertido para o amigo.

_ Eu imagino o tamanho da saudade de vocês, mas Bella precisa descansar. Ela acaba de acordar de um coma e precisa de repouso._ Seth disse enquanto me encarava.

_ Estou enjoada de tanto dormir, Seth. Quero que Edward fique comigo._ Disse teimosa.

Poderia parecer infantilidade, mas eu simplesmente odiava a ideia de ser deixada sozinha naquele hospital.

_ Eu ficarei aqui, meu anjo. Mas Seth tem razão. Precisa descansar para voltar o mais rápido possível para casa.

_ Mas eu não estou cansada._ Protestei.

_ Mas terá que descansar, Bella. Isso é uma ordem._ Edward replicou decidido e não me restou alternativa ao não ser obedecer.

_ Eu ficarei com você._ Ouvi Edward sussurrar em um determinado tempo, depois que Seth já havia saído do quarto.

Podia não parecer, mas eu estava realmente cansada.

Dormi em pouco tempo e tive sonhos tranquilos, pois sabia que Edward estava ali.

Do meu lado.

XXXXX

_ Eu ainda acho que você precisa de uma maquiagem._ Alice declarou enquanto ajudava a me arrumar para voltar para casa.

Edward tinha ido buscar nossas filhas para que saíssemos juntos do hospital e eu estava imensamente feliz por poder voltar pra casa.

Já fazia quase duas semanas que eu havia acordado do coma e não via a hora de ir para casa.

Alice ficara encarregada de ajudar a arrumar minhas coisas, mas desde que chegou não parava de insistir que eu deveria ficar bonita.

_ Não preciso não, Alice. Você sabe que eu odeio essas coisas._ Respondi fazendo uma careta para o pequeno espelho que segurava em minhas mãos.

_ O marido bonitão merece uma esposa sexy... Vai lá Bella, só uma corsinha nesse seu rosto tão pálido.

Eu suspirei e a olhei de lado.

Alice seria sempre Alice.

_ Ok, Alice. Vai lá. Mas nada de exageros.

Ela deu um gritinho de felicidade e começou a dar pulinhos, parecendo uma criança de cinco anos.

Às vezes, até minhas filhas eram mais maduras que ela.

Minha aparência não estava tão ruim, apesar de tanto tempo internada nesse hospital, mas acho que uma corsinha realmente não faria mal.

Eu gostava de me sentir bonita para Edward.

_ Eu nem acredito que você esteja finalmente bem, Bella. Quando Edward me contou do acidente eu vim imediatamente para Boston. E quando chego aqui, o que encontro? Você em coma depois de ter sido sequestrada pelo sogro demoníaco._ Ela disse depois que começara a me maquiar.

Eu senti meu corpo estremecer ao lembrar o sequestro.

_ Graças a Deus já acabou, Alice. Carlisle está preso e eu finalmente poderei ser feliz ao lado de Edward e dos nossos filhos.

_ Filhos, é? Eu queria apenas entender porque você não me contou sobre Carlie. Poxa... Eu sou sua melhor amiga e acompanhei todo o seu sofrimento com a morte da gêmea de Nessie. Eu, Alice, deveria ser uma das primeiras pessoas a tomar conhecimento dessa descoberta.

Eu respirei fundo e segurei suas mãos, impedindo-a de continuar com a maquiagem e fazendo com que ela me encarasse.

_ Desculpa, ok? Eu queria lhe fazer uma surpresa e por algum tempo eu quis ter Carlie só pra mim. Curtir a minha princesinha e tentar matar a saudade que eu senti a vida toda dela. Eu e Edward precisávamos desse tempo para nos adaptar a ela. Eu juro que não fiz por mal.

Ela me olhou por algum tempo e sorriu de leve, deixando os instrumentos que segurava sobre a cama e me abraçando.

_ Tudo bem, Bella. Eu perdoo você. Mas jamais esconda segredos de mim outra vez. Se não eu fico chateada, achando que não sou mais sua melhor amiga.

Eu ri e retribui seu abraço.

_ Você sempre será minha melhor amiga._ Eu declarei convicta.

Ela se separou de mim e voltou a se concentrar na maquiagem que fazia.

_ Então vocês terão outro filho?_ Ela perguntou algum tempo depois e eu instintivamente levei a mão ao ventre.

_ Sim. Outro filho.

Ela respirou fundo e me encarou.

_ E você também não ia me contar?_ Perguntou zangada.

Eu gargalhei e a abracei.

_ Claro que ia. Só estava esperando chegar a Forks. De qualquer forma, gravidez é uma coisa que não tem como esconder.

_ Sei..._ Ela se soltou do meu abraço e deu uma olhada crítica em meu rosto.

_ Está perfeita. Prontinha pra quando o bonitão chegar._ Ela declarou orgulhosa do seu trabalho.

_ Você poderia, por favor, para de chamar meu marido assim? Ele tem nome.

_ Ora, ora, ora... Ok, Sra. Cullen. Eu paro. Só fico surpresa em saber o quanto você o defende. Marido, hein? Se bem me lembro, ouvi alguém me dizer que esse casamento não seria de verdade e agora temos até um bebê a caminho.

Eu corei e sorri sem graça.

_ As coisas mudaram, ué.

_ É... Eu notei. Ele te ama, Bella._ Ela disse em tom sério._ Nunca vi alguém tão desesperado como ele quando soube que você estava em coma. Ele foi capaz de atirar no próprio pai para defendê-la.

Eu a olhei confusa.

Que história era essa de atirar no próprio pai?

_ Ele atirou em Carlisle?_ Eu sussurrei baixinho.

Ela me olhou por um momento e depois se sentou à cama ao meu lado.

_ Sim. No dia do teu resgate. Ele deu um tiro na perna do pai, quando Carlisle tentou impedi-lo de chagar até você.

Meu Deus!

Um dos motivos pelos quais eu fugira foi para que Edward não odiasse o pai, pois apesar de ser um monstro, Carlisle era seu pai. Isso era um fato incontestável.

Saber que Edward fora capaz de atirar em Carlisle para me defender fazia com que eu me sentisse mal pela relação arruinada dos dois.

De certa forma, se eu jamais tivesse entrado em cena, pai e filho teriam uma relação mais amena.

É claro que o meu lado egoísta sentia-se lisonjeado pela coragem de Edward em me defender.

Mas esse lado jamais deveria sobressair ao lado coerente.

O que Edward fizera foi errado, mesmo tendo feito para me defender.

Para proteger nosso amor.

_ Não se culpe, Bella. Mais cedo ou mais tarde algo assim acabaria acontecendo. Eles se detestam e Carlisle nem morreu. Pelo menos agora ele está preso e os deixara em paz._ Alice disse, certamente traduzindo a expressão culpada em meu rosto.

Ela me conhecia bem.

_ Ele está mesmo preso?

_ Sim. Ele perdeu bastante sangue com o ferimento e precisou ser levado ao hospital. Edward exigiu que ele fosse para outro lugar, pois não confiava nele perto de você. Assim que ele se recuperou a polícia entrou em ação e o prendeu pelo teu sequestro e tentativa de homicídio. Carlisle esperará o julgamento preso. E eu penso que mesmo com os melhores advogados, ele não conseguirá se safar dessa.

Eu suspirei aliviada.

Eu também esperava que ele não conseguisse se safar.

Era muito bom saber que ele estava incapacitado de nos atingir.

_ Pra quando é o bebê?_ Alice me perguntou após algum tempo em silêncio, querendo mudar de assunto.

_ Para daqui mais ou menos sete meses.

Alice sorriu e colocou a mão sobre o próprio ventre.

_ Quem bom! Assim nossos bebês crescerão juntos.

Eu a encarei surpresa.

_ Você está grávida?_ Perguntei.

_ Sim._ Ela respondeu feliz._ Gravidíssima. Jasper ainda não sabe, pois descobri quando já estava em Boston. Mas tenho certeza que ele e Jacob vão ficar muito contentes.

_ Alice, isso é ótimo. Parabéns, amiga!_ Eu disse a abraçando mais uma vez.

_ Obrigada, Bella. Já faz tempo que eu venho tentando. Eu e Jasper queremos outro filho há tempos. Parece que finalmente acertamos o alvo. Já você e Edward são mais do que certeiros. Será que são gêmeos outra vez?

_ Creio que não. Eu já fiz um ultrassom e Edward não disse nada a respeito de gêmeos.

_ Seria legal se fossem gêmeos outra vez. Você teria a oportunidade de vê-los crescer juntos.

_ Minhas filhas já me bastam, Alice, e mesmo eu não tendo as visto crescerem juntas, não importa. Agora elas estão ao meu lado e jamais nos separaremos outra vez.

Ela sorriu com a minha declaração, enquanto terminava de guardar as maquiagens na pequena bolsa que trouxera.

_ Agora que você está bem outra vez, eu voltarei a Forks. Meus garotos precisam de mim._ Ela declarou depois de tudo guardado.

_ Creio que iremos em breve, também. As meninas não podem perder aula.

_ Acho bom, mesmo. Jake não para de me perturbar dizendo estar com saudades de Nessie. Quero ver qual será sua reação ao conhecer Carlie.

Rimos juntas e nesse momento a porta se abriu e dois pequenos furacões entraram por ela correndo.

_ Mamãe, que saudade!_ Nessie disse enquanto corria em minha direção e me abraçava.

_ Oi, princesa. Eu também não aguentava mais esperar para vê-la._ Disse retribuindo o abraço e beijando o topo de sua cabeça.

Logo em seguida eu peguei Carlie nos braços e a apertei, sentindo seu cheirinho delicioso e matando a saudade que eu tanto sentia da minha pequena.

_ Mamãe, promete que nunca mais vai ficar doente?_ Ela perguntou sob meus cabelos e eu a apertei um pouco mais.

_ Prometo, meu anjo. Nunca mais vou me separar de vocês.

_ Vamos, Garotas. Vamos levar a mamãe para casa?_ Edward perguntou aparecendo à porta e nos encarando com um sorriso nos lábios.

_ Sim. Vamos levar a mamãe e nunca mais a deixaremos ir embora outra vez._ Nessie declarou enquanto agarrava-se em minha mão e me puxava para fora do quarto, seguida por Alice e Carlie.

Encontramos Seth no corredor e ele me olhou contente.

_ Prontinho, Bella. Pode ir para casa ficar com sua família. Apenas não se esqueça das últimas sessões de fisioterapia e do pré-natal. Nada de estripulias. Não quero ter que interná-la outra vez._ Ele disse sério.

_ Pode deixar, Seth. Eu não quero ser internada outra vez e, portanto seguirei suas recomendações.

_ Vou garantir que ela realmente cumpra todas, Seth._ Edward disse em tom autoritário, me olhando nos olhos.

Eu o olhei emburrada e ele sorriu, beijando meus lábios.

_ Então ótimo. Até mais. Tchau gatinhas..._ Ele disse dirigindo-se às meninas e seguindo apressado pelo longo corredor.

A competência e o amor de Seth pela profissão eram coisas que me deixavam impressionadas.

Seguimos rumo à saída e enquanto passávamos uma infinidade de enfermeiras e secretárias cumprimentavam Edward.

Senti um ciúme frio e uma imensa vontade de arranhar essas assanhadas.

Para mim elas nem olhavam.

Claro, eu era a esposa insignificante.

Mas Edward era meu, de qualquer forma.

Essas vagabundas não colocariam as mãos em meu marido.

Nunca.

Alice me olhou debochada e eu respirei fundo, contendo a fúria.

Não era hora de brigar.

Mas me lembraria de deixar Edward longe desse hospital.

Bem longe.

Quando chegamos à rua o carro já nos esperava e eu semisserrei os olhos, tentando me acostumar com a claridade.

Ver a luz do sol novamente foi uma sensação maravilhosa.

Contemplar o céu, as árvores, as pessoas... Essa movimentação me fazia sentir viva outra vez.

Carlie e Renesmee tagarelaram durante todo o caminho e eu apenas sorria feliz e satisfeita por estar voltando para casa.

Quando chegamos, Esme, Alda e até Rosalie nos esperavam.

Fiquei bastante surpresa ao vê-la, mas Edward me disse que ela se oferecera para cuidar de Carlie enquanto eu tivesse no hospital e que fora ela que dera a Edward o endereço de onde Carlisle tinha me levado.

Mesmo não concordando com muitas atitudes de Rosalie ela mostrara um caráter surpreendente e finalmente eu poderia iniciar uma relação amigável com ela.

Edward me levou imediatamente para o quarto e me obrigou a descansar durante a tarde toda.

Carlie e Renesmee deitaram-se comigo e acabaram dormindo também.

Eu me sentia imensamente feliz por tê-las ao meu lado.

Estava um clima bastante frio e o descanso até que me fez bem.

Eu acordei bastante disposta.

Alice me ajudou com o banho e conversamos por longas horas.

Brinquei com as meninas e Edward, Alice e Rosalie também se juntaram a nós.

Jantamos todos juntos e logo as meninas quiseram me colocar na cama, invertendo os papéis.

Diziam que precisavam cuidar de mim para que eu não ficasse mais doente.

Contaram-me uma história, me encheram de beijos e foram dormir em seu quarto.

Pouco tempo depois Edward entrou no nosso quarto e fechou a porta, ficando parado no lugar, me encarando com um sorriso nos lábios.

_ Você não imagina como eu estou feliz em vê-la aí, outra vez. Na nossa cama, ao meu lado.

Eu retribuí o sorriso e o convidei para deitar-se na cama junto comigo.

_ Eu também estou muito feliz por estar em casa._ Disse deitando a cabeça em seu ombro, assim que ele sentou-se ao meu lado.

_ Não imagina o inferno que eu vivi pensando que jamais a teria em meus braços outra vez._ Ele disse depois de algum tempo em silêncio.

_ Eu estou aqui, Edward e nunca mais vou deixá-los.

_ Alice me disse que contou a você sobre o tiro que dei em meu pai._ Ele disse triste. Parecia envergonhado.

_ Ela contou. Não devia ter feito isso._ Eu disse em voz baixa.

Ele suspirou e me encarou, segurando meu rosto delicadamente em suas mãos.

_ Talvez não. Mas eu fiz e não me arrependo. Fiz para protegê-la, para salvá-la. Não atirei nele como uma forma de vingança por todo o mal que ele nos fez. Foi apenas a forma que eu encontrei de chegar até você.

Eu respirei fundo e senti lágrimas descendo por meu rosto.

_ Eu entendo. Mas ele é o seu pai. Por pior que ele seja. Prometa que jamais voltará a agredi-lo de qualquer forma que seja?

Ele sorriu e me deu um beijo suave nos lábios, secando minhas lágrimas com os dedos cumpridos.

_ Prometo. Prometo qualquer coisa que quiser.

Eu ri e o abracei.

Assim, com todos esses cuidados, ficaria mal acostumada.

Em poucos minutos estávamos nos beijando e rolando afoitos pelo colchão.

Tentei tirar sua camisa, para que minhas mãos tivesse livre acesso por seu peito largo, mas ele imobilizou minhas mãos sobre a cabeça, e me encarou com os olhos baços de desejo e com a respiração difícil.

_ Não..._ Ele sussurrou ofegante.

_ Por que não?_ Eu perguntei levemente irritada, tentando soltar-me.

_ Você precisa de repouso e isso não inclui sexo._ Ele disse decidido, ajeitando minha camisola com a mão livre, cobrindo meu ventre e minhas pernas.

_ Cansei de repousar._ Eu disse teimosa, tentando beijá-lo.

_ Tenha calma, amor. Em breve poderá ter de volta a vida que levava. Eu também quero fazer amor com você, mas agora não é possível.

_ E quando vai ser possível?_ Perguntei derrotada.

Quando tratava-se da minha segurança, nada poderia convencer Edward do contrário.

_ Assim que você se recuperar completamente. Logo. Pelo menos espere até tirar o curativo do braço.

Olhei para a faixa ao redor do meu antebraço e fiz uma careta.

Eu não morreria por esperar algum tempo.

Pelo menos eu achava que não.

_ Estou achando que prefere o exército de mulheres apaixonadas por você que trabalham naquele hospital.

Ele me encarou surpreso e soltou uma sonora gargalhada.

_ De onde tirou isso?

_ Não pensa que não notei os olhares assanhados que elas lhe lançaram enquanto saíamos do hospital. ? "Já vai Dr. Cullen? Sentiremos sua falta. Esse hospital não é o mesmo sem você."_ Disse imitando a voz aguada de uma enfermeira.

_ Pare de ser boba._ Ele disse rindo descaradamente, enquanto me abraçava._ Nenhuma outra mulher me interessa. Nenhuma outra, além de você, chamou minha atenção. Eu te desejo muito nesse momento, mas para o seu bem não vamos fazer amor. Não posso me permitir machucá-la.

O encerei por um momento com as sobrancelhas levantadas e dei de ombro.

_ Tudo bem. Mas eu repito: Cansei de tanto repousar._ Eu disse irritada e me deitei sobre os travesseiros fechando os olhos.

Eu estava realmente cansada de repousar.

Esperava apenas que isso não demorasse muito.

Edward sorriu e beijou minha bochecha de leve.

_ Durma, meu amor. Estarei ao seu lado velando seu sono e cuidando de você. Para sempre.

Eu sorri satisfeita e me aconcheguei ao seu peito.

_ E eu sou apenas seu. Você é o meu único amor.

_ Eu também te amo._ Sussurrei.

Minha vida nunca fora tão perfeita.

Só esperava que continuasse assim por um bom tempo.

Para sempre se possível.












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Notas finais do capítulo

E então... O que estão achando?
Finalmente a calmaria na vida dos nossos queridos, não é mesmo?
Reviews?
Recomendações?
Agradeço muito às leitoras fiéis, aos comentários e recomendações...
Mas é sempre bom conseguir mais...
Próximo capítulo, muitas emoções, amor e muita fofura...
Beijos, galera...
Até o próximo!!!
(Prometo, de coração, tentar postar até domingo...)
Torçam para que eu consiga!!!
Beijos!