Por Um Segredo escrita por Bruna Diniz


Capítulo 27
Capítulo 27: Fuga


Notas iniciais do capítulo

Galerinha...
Desculpe a demora...
Mas espero que gostem...
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/191035/chapter/27

Pov Edward:

Passei as mãos pelos cabelos, nervoso e olhei pela milésima vez no relógio.

Já fazia horas que Bella tinha sido levada e ninguém me dava uma notícia sequer.

Seth não me deixara entrar no pronto socorro, certamente com medo da minha reação ao vê-la machucada e também porque eu não podia deixar Carlie e Renesmee sozinhas.

Minhas filhas precisavam de mim e do meu apoio.

Mas eles podiam, ao menos, me dar um parecer, qualquer notícia que fosse, antes que eu pirasse de vez.

A porta da recepção se abriu de repente e minha mãe entrou, olhando freneticamente para todos os lados.

Assim que me viu, veio apressadamente em minha direção, com os olhos marejados de lágrimas.

_ Edward, Meu Deus, filho! Como isso foi acontecer?_ Ela me perguntou enquanto me abraçava.

Eu aceitei seu apoio, pois precisava dela nesse momento, como jamais precisei na vida.

_ Não sei, mãe. Não sei. Ela estava bem e de repente..._ Não concluí a frase, pois um nó se formou em minha garganta.

Minha mãe me soltou depois de um tempo e seus olhos recaíram sobre minhas filhas adormecidas nas cadeiras da recepção.

_ Ah, Edward. Pobrezinhas! Vou levá-las para casa. Nessie e Carlie são muito pequenas para ficarem em um hospital e Carlie odeia lugares assim.

Olhei enternecido para as meninas encolhidas e pensei na vida de Carlie.

Apesar de tão pequena ela já tinha passado por inúmeros problemas.

Nessie crescera sem mim, mas pelo menos tivera a mãe para dar-lhe amor e carinho.

Bella era uma mãe maravilhosa e, de certa forma, Renesmee sempre fora feliz ao seu lado, mesmo sem o pai.

Já Carlie, tivera que se contentar com uma família que não incluía pai e mãe e apesar de ter sido muito bem cuidada, sentira-se rejeitada e só agora podia desfrutar do carinho e do amor de uma família de verdade.

Gostaria de impedir que minhas princesas sofressem, mas ao que parecia era impossível.

Todas as vezes que pensava que as coisas ficariam bem, uma bomba estourava.

Bella estava em algum lugar naquele hospital recebendo atendimento por um acidente que até agora eu não entendia como tinha acontecido e nossas filhas estavam ali, adormecidas em cadeiras depois de terem chorado até a exaustão, preocupadas com a saúde da mãe.

Meu estado também era lamentável.

Nem sequer uma notícia em três horas.

Tentei inúmeras vezes saber do estado de Bella, mas a única coisa que me diziam era que eu tinha que aguardar.

Por experiência própria, sabia que quanto mais se demorava a dar notícias aos familiares, mais grave era o estado do paciente.

E isso me desesperava.

Muito.

Precisava saber de Bella e do bebê, caso contrário enlouqueceria.

Se algo acontecesse a eles...

_ Edward?_ Minha mãe chamou, colocando a mão em meu ombro.

_ Desculpa mãe. Estava distraído. Diga.

_ Vou levar as meninas. Darei-lhes um banho, farei com que comam e depois as colocarei na cama. Mantenha-me informada, por favor.

Eu assenti e fui acordar as meninas.

Logo já estavam acomodadas no carro, mesmo sob muitos protestos dizendo que queriam ficar ao lado da mãe.

Não dei ouvidos, pois sabia que precisavam de assistência e que estariam seguras com minha mãe.

_ Bom, eu já vou. Qualquer coisa me ligue._ Minha mãe pediu enquanto me abraçava.

Voltei lentamente para a recepção do hospital e peguei o celular, discando o número de Alice.

Ela sabia que chegaríamos hoje em Forks e nesse momento deveria estar bastante preocupada com nossa demora.

_ Alô?_ Ela atendeu depois de alguns toques.

_ Alice? Alice, aqui é Edward.

_ Edward? Meu Deus! Até que enfim vocês resolveram me dar alguma notícia. Onde estão? Em Forks?

_ Não, Alice. Estamos em Boston ainda. Estou ligando por que..._ Mas ela não me deixou falar.

_ O que? Como assim em Boston? Vocês não chegavam hoje?_ Ela perguntou irritada.

_ Sim. Mas aconteceu um imprevisto e tivemos que adiar a viagem. Bella..._ Respirei fundo tentando dar firmeza a minha voz._ Bella sofreu um acidente.

Um silêncio mortal se fez entre nós e eu até achei que a linha havia caído.

_ Alice?

_ Diz que isso é brincadeira... Pelo amor de Deus, fala que a minha amiga está bem. E Nessie? Onde está Nessie? Edward me responda.

_ Calma Alice. Bella está sendo atendida e Nessie está com minha mãe. Estou te ligando para pedir-lhe que venha à Boston. Nessie não está acostumada a ficar sem a mãe e tenho a impressão que ela precisará de alguém que goste e confie. Nesse caso, você. Porque eu não pretendo sair desse hospital sem minhas esposa completamente recuperada.

_ Claro, claro... Estou pegando o primeiro voo. Cuide delas até eu chegar.

_ Obrigado, Alice._ Agradeci aliviado.

_ Não tem que agradecer. Nessie e Bella fazem parte da minha família e eu faço qualquer coisa por elas.

_ Não se preocupe com as despesas. Faço questão de arcar com todas.

_ Depois a gente vê isso, Ed. Tenho apenas que acertar alguns detalhes e logo estarei aí._ Disse com firmeza.

_ Ok. Ficarei esperando. Assim que chegar a Boston entre em contato comigo por esse telefone.

_ Certo. Até mais.

Desliguei o telefone e fiquei olhando para o aparelho, perdido em pensamentos.

Quando descobrimos sobre Carlie, Bella e eu decidimos que não deveríamos contar nada a ninguém. E mesmo Alice sendo sua melhor amiga, preferimos não contar-lhe a novidade.

Foi uma medida desesperada para proteger nossa princesinha e agora, eu ficava imaginando qual seria a reação de Alice ao se deparar com a gêmea de Renesmee.

Suspirei e olhei novamente para o relógio.

Pensaria nisso quando chegasse a hora.

Minha preocupação no momento era Bella.

Quando será que alguém me daria notícias?

Horas depois, quando já estava prestes a invadir o hospital, vi Seth saindo da sala do pronto socorro e fui rapidamente em sua direção.

_ Seth? Como ela está?_ Perguntei segurando seu braço evitando que ele se afastasse.

_ Edward?_ Ele me olhou espantado._ Faz horas que eu disse que você poderia entrar para vê-la. Ela está bem. Foi apenas um susto.

Olhei furiosamente na direção da recepção e voltei a encarar Seth.

_ Eu estou pedindo notícias desde que Bella foi levada ao pronto socorro e todos dizem que não sabem de nada. Como é possível que tenha me liberado para vê-la e eu não tenha ficado sabendo disso?_ Falei extremamente irritado.

_ Fique calmo, Edward. Você pode entrar agora. Estou deixando o plantão hoje, mas eu o acompanho até o quarto.

Segui Seth pelos corredores o hospital, fazendo cara feia para as recepcionistas incompetentes.

Em pensar que eu poderia estar ao lado de Bella há horas, fazia com que eu lhes desejasse a morte.

Malditas!

_ Só porque não trabalho mais aqui, não posso transitar livremente pelo hospital. Isso não está certo.

_ Foi você quem quis assim, Edward._ Ele disse rindo.

Ver Seth assim tão tranquilo me tirava um peso das costas.

Era sinal que Bella estava realmente bem.

_ Ela está mesmo bem?_ Perguntei preocupado.

_ Sim. Foram apenas alguns arranhões.

_ E o bebê?_ Prendi a respiração à espera da resposta.

_ Está tudo bem, Edward. Seu filho está seguro. Ela desmaiou devido a uma leve pancada na cabeça, advinda da queda, mas não foi nada grave. Já lhe darei alta amanhã. Ela está perfeitamente bem.

Assenti de leve e suspirei aliviado.

Quando chegamos ao quarto, meu coração batia na garganta em expectativa de ver Bella a salvo.

_ Bom, ela está aqui. Quando pedi que o avisasse ela estava sedada, mas imagino que agora já esteja acordada.

_ Obrigada, Seth.

Ele sorriu e se afastou.

Respirei fundo e abri a porta, mas quando entrei no quarto Bella não estava.

Um medo mórbido tomou conta do meu corpo.

Fui até o banheiro e nada de Bella.

Liguei para a recepção e me disseram que ela não havia passado por lá.

Onde Bella poderia estar?

Sai para o corredor e segui correndo na direção em que Seth fora há alguns minutos atrás.

Cheguei ao estacionamento e o vi colocando suas coisas no carro.

_ Seth, ela não está lá._ Gritei enquanto me aproximava ofegante.

_ O que?_ Ele perguntou confuso._ Ela tem que estar lá, Edward. Eu só assinarei a alta dela amanhã.

_ Mas ela não está, Seth._ Passei as mãos pelos cabelos, nervoso.

_ Calma, Edward. Ela tem que estar em algum lugar nesse hospital. Vamos procurá-la. Vai ver ela apenas foi dar uma volta._ Ele tentava me tranquilizar, mas era visível sua tensão.

Eu não queria pensar no pior.

Precisava acreditar que ela estaria segura.

Pelo bem de minha sanidade mental.

Pelo bem do meu coração.

XXXXX

Nós vasculhamos cada canto daquele lugar, mas Bella não estava em nenhum deles.

Perguntamos a equipe médica, mas absolutamente ninguém nos sabia dizer onde ela estava.

Eu ainda não queria cogitar as possibilidades.

Mas Bella não estava em condições de sair sozinha do hospital, isto era um fato incontestável.

Certamente alguém a tinha levado.

E esse alguém tinha acesso aos prontuários médicos e a todo o hospital.

Deus!

Sentei-me em um banco no corredor do hospital e chorei.

Um desespero sem tamanho tomou conta de mim e tudo que acontecera até agora, desde que eu reencontrei Bella me veio à mente.

Eu nunca tive palavras para descrever a dor que eu senti quando ela fora embora.

A falta que ela me fizera fazia com que eu me enterrasse em um mundo sombrio, desprovido de qualquer tipo de felicidade.

Mas eu, jamais, deixei de amá-la.

Eu quis vingar-me, senti muita mágoa por ela ter me deixado de fora de sua vida e da vida de nossas filhas, mas eu sempre a amara.

Quando descobri que ela, na verdade, não era culpada de nada do que eu a acusara me sentira o pior dos homens.

Ela era a coisa mais importante da minha vida, e fora a pessoa que eu mais magoara.

Tentei me redimir de muitas formas e cheguei a pensar que poderíamos ser felizes, mas ao que parece isso não era possível.

_ Edward?_ Ouvi a voz baixa de Seth.

Ergui o olhar e o encarei.

_ Carlisle a levou._ Disse enquanto me olhava com pena.

Senti um medo súbito ao ouvir o nome do meu pai.

Eu já desconfiava dessa possibilidade, mas eu não queria pensar nela como um fato.

Aquele desgraçado estava com Bella e com certeza queria lhe fazer muito mal.

A ela e ao nosso filho.

E eu precisava encontrá-la.

Rápido.

XXXXX

Estava rodeado de polícias e agentes que eu nem mesmo sabia de onde tinham saído.

Eles investigavam toda a ala do hospital onde Bella estivera e tentavam encontrar alguma pista que nos levasse até ela.

Já fazia horas que eu não dormia, não comia e não conseguia nem ao menos raciocinar.

Tudo que eu queria era encontrar Bella sã e salva.

Queria segurá-la, abraça-la, beijá-la, senti-la próxima a mim.

Eu precisava dizer o quanto eu a amava e o quanto queria ser feliz ao seu lado e ao lado dos nossos filhos.

Meu telefone não parava de tocar.

Minha mãe queria notícias, Alice queria notícias e a única coisa que EU queria era Bella.

Olhei desanimado para a tela do celular que vibrava incessantemente e estranhei ao ver um número que eu não conhecia.

Atendi ao telefone e o levei lentamente até a orelha.

Não sabia dizer por que, mas tinha a impressão que esse telefonema poderia me dar às respostas que eu tanto buscava.

_ Alô?_ Falei calmamente.

_ Edward?_ Quando a voz de Bella invadiu meu ouvido, senti meu coração acelerar e minhas mãos suarem. _ Edward... Socorro!_ Ela implorou.

_ Bella? Bella, onde você está? Você está bem? Está ferida?_ Perguntei nervoso e todos os policiais e agentes que estavam a minha volta pararam o que faziam ao ouvir o nome dela.

Ela chorava e eu queria de alguma forma, entrar naquele telefone e protegê-la de todo o mal.

_ Eu não sei onde estou..._ Respondeu baixinho. _ Estou em uma casa grande, afastada do centro de Boston.

_ Meu pai está com você? Foi ele que a tirou do hospital?_ Apesar de ter certeza, eu precisava perguntar. Um ódio frio tomou meu corpo ao imaginar aquele maldito com ela.

_ Sim... Edward, ele está louco. Me ajude... Por favor.

Seu desespero fazia com que eu me sentisse impotente.

Ela chorava e eu não sabia o que fazer para ajudá-la.

Um dos policiais se aproximou e colocou um aparelho pequeno na entrada USB do meu celular.

_ É um rastreador. Você precisa mantê-la na linha por pelo menos mais um minuto._ Ele disse baixo e eu assenti levemente.

_ Eu vou encontrá-la, Bella. Fique calma. A polícia já rastreou a ligação. Eu já estou chegando, amor. Bella..._ Eu lhe disse, tentando transmitir a segurança que ela precisava.

Eu iria encontrá-la.

Nem que eu tivesse que descer ao inferno para trazê-la de volta.

_ Vem logo... Pelo amor de Deus, vem logo...

_ Sim, meu amor. Eu já estou indo. Fique calma._ De repente escutei um grito agudo e um baque surdo, fazendo com que o telefone ficasse mudo.

_ Bella? Bella? Bella, fala comigo._ Eu gritava desesperado, mas só escutava o silêncio.

_ Fique calmo, senhor Cullen. Rastreamos a ligação._ O policial me disse, tirando o pequeno aparelho do meu celular.

Eu suspirei aliviado e limpei as lágrimas que desciam por meu rosto.

Bella ia ficar bem.

Nós a encontraríamos e em breve ela estaria segura em meus braços.

_ Ao que parece, sua esposa está ao norte do grande centro, mas existem muitas interferências no local para saber exatamente o endereço._ Disse o policial depois de analisar o aparelho em suas mãos.

_ Você disse que tinha rastreado a ligação._ Eu gritei irritado.

_ Rastreamos. Mas temo que demoraremos para chegar até o local certo.

Deus!

Ela estava em perigo e esse estrupício me dizia que demoraríamos a chegar até ela?

Quando esse tormento iria acabar?

Meu telefone começou a tocar outra vez e eu o atendi rapidamente, pensando que poderia ser Bella outra vez, mas era minha irmã.

_ Edward?

_ O que quer, Rosalie?_ Perguntei irritado.

Não estava com humor para aguentar suas birras.

_ Eu... Bella foi sequestrada?_ Ela perguntou incerta.

Estranhei sua pergunta e sua preocupação.

Rosalie não gostava de Bella e jamais havia escondido isso de alguém.

_ Olha, Rose, eu..._ Mas ela não me deixou continuar.

_ Eu sei onde ela está._ Rose disse simplesmente, me calando.

_ O que?_ Perguntei assustado.

_ Há pouco tempo papai comprou uma casa de campo em Boston e eu ajudei a decorá-la. Ele disse que queria a casa para ser feliz. Na época achei estranho, mas relevei. Pensei que finalmente ele e a mamãe houvessem entendido que não nasceram para estarem juntos. Pensei que fosse se separar e que o papai iria morar naquela casa. Mas agora eu sei, que na verdade, a casa era para que ele levasse Bella. Ele tem uma obsessão por sua esposa e a deseja para si. Edward, eu temo que papai tenha enlouquecido.

Deus!

Quando Rosalie havia vindo à Boston ajudar meu pai com decoração e eu não ficara sabendo?

Quantas coisas aconteciam ao meu redor, envolvendo minha família, que eu não tomava conhecimento?

Meu pai passara anos chantageando Bella, depois de nos separar. Minha mãe levou embora uma das minhas filhas e minha irmã a criava escondida.

Perguntava-me quantas surpresas restavam para eu descobrir.

Passei as mãos pelos cabelos, nervoso e mais lágrimas desceram por meu rosto.

_ Onde ela está?_ Perguntei aflito, deixando os pensamentos perturbadores de lado.

_ Anota o endereço.

Gesticulei para que Seth me desse um papel e assim que estava com o endereço em mãos o entreguei para o chefe de polícia responsável pelo caso.

_ Obrigada, Rosalie.

_ Tudo bem. Senti que era minha obrigação. Vá logo encontrá-la. Não deixe que papai a machuque. Apesar de tudo, ela é a mulher que você ama e a mãe de suas filhas. Carlie não merece perder a mãe agora que a encontrou. Ela precisa muito da mãe. Agora eu entendo isso.

Dito isso, ela desligou o telefone e eu suspirei aliviado.

Finalmente sabia onde minha Bella estava e iria encontrá-la imediatamente para arrancá-la das garras doentias de Carlisle.

XXXXX

Chegamos a grande propriedade cerca de dez minutos depois.

Apesar de afastada da cidade, o trânsito estava tranquilo e com a velocidade dos carros da polícia, foi bem rápido o percurso.

Seguranças enormes guardavam o local e assim que avistaram a polícia, colocaram-se em guarda, com as armas a punho.

_ Temos um mandato de busca para o doutor Carlisle Cullen._ Disse o policial, mostrando o documento que continha o mandato de prisão para meu pai.

_ Sinto muito, senhor, mas não pode entrar na propriedade.

Eu o olhei por um momento e decidi agir por conta própria.

Bella estava em perigo e ao que parecia ninguém iria cooperar para salvá-la.

Peguei a arma que estava com o policial ao meu lado, saltei do carro e dei um tiro no motor do portão.

Os seguranças tentaram me deter, mas eu invadi a propriedade e corri em direção a grande casa.

Estava escuro e eu não sabia ao certo o que eu encontraria, mas eu precisava estar perto da minha esposa o mais rápido possível.

Alguns policiais me seguiram, conseguindo impedir que eu invadisse a casa, me posicionando atrás deles.

Era uma emboscada e Carlisle não teria como escapar das garras da polícia.

Aquele desgraçado pagaria por todo o mal que fez a mim e a Bella.

_ Doutor Carlisle Cullen, sabemos que está aí. Saia com as mãos sobre a cabeça imediatamente._ Gritou o chefe da equipe, apontando uma arma para a porta.

Todos os policiais estavam a postos para qualquer eventual ataque de Carlisle.

Eu tinha certeza que ele não se entregaria sem lutar.

_ Vão embora. Não tem nada aqui que lhes interesse._ Ouvi sua voz atormentada, abafada contra a porta fechada.

Os policiais se encaram e foram aproximando-se lentamente da porta.

_ Solte-a, Carlisle. Eu sei que Bella está aí. Solte-a._ Gritei, enquanto seguia os policias. Uns tentaram me impedir, mas eu segui em frente.

_ Ela é minha, Edward. Ela quer ficar ao meu lado._ Carlisle gritou irado, enquanto nos aproximávamos mais da porta.

A arma que eu havia pegado do policial ainda estava em minhas mãos e eu tinha uma necessidade absurda de descarregá-la na cabeça daquele desgraçado.

Os policiais trocaram acenos e avançaram em direção a porta, arrombando-a.

Foi um momento de confusão, mas em alguns segundos eu vi Carlisle apontando uma arma em minha direção.

Meus olhos foram diretamente para Bella parada ao pé da escada, olhando para porta com os olhos apavorados.

Ela gritou de repente e Carlisle voltou-se em sua direção apertando o gatilho.

Vi quando o tiro atingiu seu braço e ela caiu no chão.

Gritei desesperado e corri em sua direção.

Carlisle tentou me impedir, mas eu fui mais rápido.

Apertei o gatilho e atingi sua perna com um tiro.

Ele urrou de dor e caiu no chão, abrindo passagem para que eu chegasse até Bella.

Meu foco era ela.

Nesse momento eu nem me importava de ter atirado em meu próprio pai.

A única coisa que me importava era ter a certeza de que Bella estava bem.

Os policiais dariam um jeito nele.

Ajoelhei-me próximo ao seu corpo caído no chão e a peguei nos braços.

Ela estava bastante machucada.

Em seu rosto havia vários hematomas, arranhões e cortes.

Seus lábios estavam inchados, assim como seus olhos, marcados por lágrimas já secas.

_ Bella? Bella? Fala comigo... _ Eu pedi desesperado.

Ela parecia tão frágil, tão machucada que eu senti um aperto no coração.

_ Você veio..._ Ela balbuciou fracamente. Seu corpo estava inerte em meus braços e eu senti lágrimas se acumulando no canto dos meus olhos ao vê-la ao debilitada.

_ Claro que eu vim. Eu prometi que ia ficar tudo bem. Jurei que estaria ao seu lado. Acabou agora. Carlisle será preso e nunca mais chegará perto de você ou dos nossos filhos.

Ela sorriu debilmente e perdeu os sentidos.

_ Bella, fica comigo... Eu preciso de você. Eu te amo...

Me abracei ao seu corpo pequeno e chorei.

Estava aliviado por tê-la comigo, mas precisava levá-la imediatamente de volta ao hospital.

Não arriscaria perdê-la.

Seth chegou pouco tempo depois com a ambulância e logo Bella estava recebendo o atendimento necessário.

Carlisle também precisava de atendimento, pois o tiro em sua perna havia desencadeado uma grave hemorragia.

Mas ele não iria na mesma ambulância que Bella, e imagino que Seth sabia disso, uma vez que pediu duas.

_ Foi você quem atirou?_ Seth me perguntou, evitando olhar em meus olhos.

_ Foi em legítima defesa. Ele me atacou, tentando impedir que eu chegasse à Bella.

Ele suspirou pesadamente.

_ Ele é o teu pai, Edward. Por pior que seja. Não devia ter feito isso.

_ Ele não morreu, Seth. Vai ficar bem e será preso, para pagar por todo o mal que nos fez.

_ Mas..._ Eu o interrompi.

_ Eu atirei e atiraria outra vez se fosse para proteger minha esposa. Fiz e não me arrependo._ Disse enquanto me afastava.

Já fazia bastante tempo que eu não considerava Carlisle sendo meu pai e eu não me importava que tivesse sido eu a dar o tiro.

Ele tivera apenas o que fizera por merecer a vida toda.

Aproximei-me da ambulância onde Bella estava e entrei, me sentando ao seu lado.

Ela estava inerte, adormecida.

Passei a mão por seus cabelos e suspirei pausadamente, tentando conter o choro.

Ela ficaria bem.

Eu precisava acreditar nisso para não desmoronar

XXXXX

Olhei para expressão cansada de Seth enquanto aproximava-se de mim na sala de visitas do hospital e o encarei preocupado.

_ Como ela está?_ Perguntei aflito.

_ Edward... Ela... Ela está muito machucada. Teve uma costela fraturada e tem hematomas e cortes pelo corpo todo.

Eu dei um soco na parede.

Maldito!

_ Aquele desgraçado...

_ Acalme-se, Edward. Ela foi medicada, mas...

_ Mas..._ Incentivei.

_ Edward, eu temo que Bella tenha entrado em uma espécie de coma.

_ O que?_ Perguntei aturdido.

_ Fiz exames neurológicos precisos que apontaram uma leve lesão cerebral. Aquelas dores de cabeça tão intensas que ela sentia eram provenientes dessa lesão. Ao que parece, quando criança, Bella levou um pequeno tombo que resultou nesse problema. Os sintomas nunca tinham se manifestado até agora.

_ Mas coma? Por quê?

_ Imagino que foi a forma que sua mente encontrou para fugir de tantos problemas. Trata-se de algo passageiro, tenho certeza. Mas você terá que ter paciência e ser forte para apoiar as meninas. Mas acredito que em uma semana ela estará de volta.

Passei as mãos pelos cabelos, nervoso.

Deus!

_ E o bebê?_ Perguntei depois de alguns segundos, tentando absorver todas as informações.

_ Ele está bem. Por incrível que pareça ele conseguiu se safar. Os nutrientes necessários para a gestação serão lhes dado de forma intravenosa, portanto não se preocupe. Seu filho ficará bem. E Bella também. Ela precisa apenas de um tempo. Aconteceu coisa demais em sua vida nos últimos tempos.

_ E o tiro?

_ A bala foi retirada e conseguimos estancar a hemorragia. Não houve danos mais graves.

_ Obrigada, Seth.

_ Pode sempre contar comigo, Edward. Imagino que queira vê-la. Ela está na UTI, mas você pode entrar.

Eu assenti e o segui até a ala das UTIs.

Seth me deixou sozinho com ela e eu me aproximei da cama lentamente.

Ela estava bastante pálida devido à perda de sangue e parecia fraca.

Ficaria ao seu lado esperando que acordasse e voltasse para mim.ei um beijo suave em seus lábios e deitei meu rosto em seu peito, sentindo sua respiração compassada e deixando que as lágrimas invadissem minha face.

Precisava desesperadamente que ela ficasse bem, caso contrário não teria forças para continuar vivendo.

XXXXX

Duas semanas depois

_ Papai, acorda. Anda papai, abra os olhos.

Abri lentamente os olhos e olhei para Renesmee sentada sobre minha barriga, me encarando com o rostinho ansioso.

_ Diga princesa._ Pedi enquanto me sentava.

Já fazia duas semanas eu Bella estava no hospital e somente na noite passada eu me permiti dormir em casa.

Estava exausto e precisava de descanso, caso contrário meu corpo não suportaria e eu precisava de forças para cuidar de Bella.

_ A vovó ligou e pediu para você ligar pra ela quando acordasse.

Eu suspirei e tirei Nessie do meu colo.

Joguei as cobertas para o lado e me levantei.

_ Onde está Carlie?_ Perguntei olhando para os lados.

Renesmee e Carlie eram inseparáveis. Uma estava onde a outra estivesse.

_ Preparando o café com a Alda e com a tia Alice.

Alice havia chegado dois dias após o sequestro de Bella.

Ela sofrera intensamente ao ver o estado da amiga e quase tivera um infarto ao conhecer Carlie.

Tirando isso, ela estava sendo de grande ajuda, já que como eu previra, Renesmee precisava de alguém em quem confiasse para suportar ficar tanto tempo sem a mãe.

_ Ok, Nessie. Vá se trocar e me espere para o café.

Ela me olhou por um momento, suspirou e se dirigiu até a porta.

_ Papai..._ Ela disse, virando-se rapidamente.

_ Diga, Nessie.

_ Vamos buscar a mamãe.

Eu respirei fundo e fui até ela, me abaixando à sua frente.

_ Querida, a mamãe está doente. Iremos buscá-la quando ela açodar.

Ela colocou a mão em meu rosto, me fazendo encará-la.

_ Ela acordou.

Eu prendi a respiração e a encarei assustado.

_ O que?

_ Ela acordou. Hoje.

Dito isso, ela virou-se e correu para fora do quarto.

Levantei-me lentamente e fui em direção ao telefone, discando o número de Seth.

_ Alô?_ Ele atendeu prontamente.

_ Seth, aqui é o Edward.

_ Até que enfim consegui falar com você.

_ Seth, Bella...

_ Ela acordou, Edward. Ela acordou e chama desesperadamente por você.

Uma alegria imensa invadiu meu coração.

Finalmente Bella tinha voltado pra mim.

_ Diga a ela que eu já estou indo.

_ Mas venha rápido. Ela está impaciente.

Eu ri e desliguei o telefone.

Hoje uma nova vida se iniciaria para nós.

Bella, eu e nossos filhos estaríamos juntos para sempre.

Enquanto o sempre existir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, é isso...
Próximo capítulo Pov de Bella e saberemos finalmente o que aconteceu com nosso vilão.
Posto esse capítulo em ritmo de despedida, mas adianto que em breve outra Fic está pintando no pedaço.
Tentarei postar a continuação até domingo...
Beijos!