Por Um Segredo escrita por Bruna Diniz


Capítulo 19
Capítulo 19: Fatos


Notas iniciais do capítulo

Oie, galera...
Já era pra eu ter postado antes, mas o site estava em manutenção...
:/
O pov de Edward e Bella como eu prometi...
Divirtam-se!!



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Pov Edward:

_ Você não sabe como eu o odeio nesse momento, Carlisle.

Disse após minha mãe ter deixado a sala com Renesmee.

Bella tinha razão em se preocupar com nossa filha.

Aparentemente Renesmee gostava do avô e não podíamos confrontá-lo em frente a uma criança de quatro anos.

Carlisle apenas sorriu debochado à minha declaração e foi em direção à biblioteca.

Segurei a mão de Bella e o seguimos.

Aquele maldito não ia escapar dessa vez.

Ele tentara acusar Bella a pouco para tentar livrar-se da culpa, mas eu sabia perfeitamente com quem estava lidando.

Conhecia Carlisle bem de mais para cair em seus truques.

_ Vamos, Carlisle. Isso aqui não é uma visita de cortesia. Vim aqui em busca de respostas.

_ Meu querido filho, não tenho nada a responder a você._ Ele disse calmamente.

_ Pare com esse cinismo. Você sabe perfeitamente bem o que fez. Quero que comece me dizendo o que fez para Bella me deixar.

_ Ela apenas decidiu que não o queria mais. Você não era bom o bastante para ela. Entende? Você não era o Cullen certo.

_ Isso é mentira!_ Bella gritou enquanto avançava em Carlisle. Eu a segurei. Precisava mantê-la a uma distância segura daquele homem. _ Pare de insinuar que eu tive algo com você, porque eu não tive. Tenho nojo de você.

_ Não era isso que você dizia quando estava em meus braços.

_ Pare!_ Bella colocou as mão na cabeça e eu temi que aquela dor estivesse voltando.

_ Chega, Carlisle. Eu sei perfeitamente bem que nada aconteceu entre vocês. Então pare de dizer essas coisas. Eu confio nela e sei perfeitamente a  espécie de homem que você é. _ Disse irritado enquanto amparava Bella e a ajudava sentar-se em uma poltrona longe o suficiente do meu odioso pai. Ela mantinha a mãos nas têmporas, indicando que a dor tinha voltado.

_ Está doente, Bella? _ Carlisle perguntou com uma falsa preocupação._ Uma pena que não tenha uma doença terminal ou que não tenha morrido mesmo naquele acidente. Teria me poupado muitos problemas.

_ Acidente que você planejou, não é? Conta para o seu filho que ofereceu um milhão de dólares para que Sammy e James me matassem e que ainda planejou um acidente para destruir as provas. Para matar as testemunhas.

Pela primeira vez em todos esses anos que convivo com meu pai eu o vi empalidecer.

E isso só podia significar uma coisa: Bella dizia a verdade.

_ Não diga besteiras, garota. Nunca planejei sua morte.

_ Planejou sim. Não tente negar. Eu ouvi Sammy dizendo que você ofereceu dinheiro em troca da minha vida. Eu já tinha concordado em desaparecer. Porque queria minha morte? Ah, deixe me adivinhar a resposta: Eu não fui pra cama com você. Não me tornei mais uma de suas vagabundas. Foi por isso, não foi? Pois saiba, doutor Cullen, que eu preferia a morte a fazer sexo com você. _ Ela gritou, as palavras carregadas de ironia.

Quanto mais Bella falava, mas eu descobria como Carlisle era baixo.

Ele quis matá-la porque ela não quis transar com ele?

Carlisle planejou acabar com a vida da minha namorada. Da única mulher que eu amei.

Ele a queria para si?

Desgraçado!

Sua maldade não tinha limites!

_ Porque Carlisle? Eu a amava. Era feliz com ela. Porque quis separar-nos? Porque não se contentou com suas vagabundas e desejou a mulher que eu amava?

Perguntei angustiado.

Minha cabeça girava.

Minhas mãos tremiam.

Não era possível que eu fosse filho desse ser desprezível.

_ Você não deveria ficar com ela. Tinha alguém muito melhor preparada especialmente pra você. Eu tinha planos desde que nasceu. Essa garotinha desclassificada não podia atrapalhar._ Ele gritou, aparentemente perdendo um pouco do controle que ele tentava manter a todo custo.

Eu senti o poder do ódio correndo em minhas veias.

_ Não tinha esse direito. Era minha vida e Bella era a mulher que eu tinha escolhido. Era a única que eu queria.

_ Ela não servia pra você._ Ele gritou.

_ E pra você, papai, servia?

Carlisle sorriu ironicamente.

_ Nos divertimos bastante juntos.

_ Mentira. Pare de mentir, Carlisle. Já causou dor e destruição de mais._ Bella gritou e novamente levou as mãos à cabeça, gemendo.

_ Fique quieta, Bella. Você nunca deveria ter nascido. Edward jamais deveria tê-la encontrado. E quer saber de uma coisa: se sua amiga não fosse tão burra e tivesse feito o serviço direito teria sido melhor pra todos. Sua morte seria apenas motivo de alegria!

_ Melhor pra quem, Carlisle? Pra você? Uma vez você me disse que seu eu não fosse sua não seria de mais ninguém. Na época eu pensei que indo embora você deixaria essa loucura de lado. Mas vejo que o subestimei!_ Bella dizia com ódio. Nunca imaginei que ela enfrentaria meu pai assim.

_ Você desobedeceu às regras do jogo, Bella. Volto a repetir que Edward jamais deveria tê-la encontrado. Não tem medo das conseqüências?_ Carlisle gritou.

_ Seu desgraçado..._ Bella gritou e mais uma vez foi para cima de Carlisle._ Eu odeio você... Odeio!_ Eu a segurei novamente.

_ Bella, não. Deixe-o comigo._ Encarei Carlisle._ Eu a encontrei. A ela e a minha filha, que eu nunca fiquei sabendo que existia._ Disse enquanto me aproximava mais dele. Não deixaria que ele continuasse atormentá-la dessa forma.

Carlisle gargalhou.

_ E acha realmente que essa criança é sua filha? Ela poderia ser sua irmã, caro Edward.

Um sentimento mais intenso que o ódio me tomou.

Cólera.

Revolta.

Olhei para Bella e ela encarava Carlisle com tanto ódio que por um momento eu me preocupei com sua reação.

_ Você é nojento, Carlisle. Até agora, eu não contei nada ao Edward para evitar que ele o odiasse ainda mais e para protegê-lo de suas ameaças. Mas você não merece minha consideração. Não merece nada de ninguém._ Bella aproximou-se dele, o encarando com os olhos faiscantes._ Você nunca tocou em mim e sabe disso. Embora tenha tentado inúmeras vezes.

_ Nessie é minha filha, Carlisle. Eu tenho certeza absoluta deste fato._ Disse com voz firme. Jamais duvidara desse fato e não ia começar agora.

Ele limitou-se a sorrir debochado.

_ Porque nunca me disse? Porque permitiu que eu ficasse longe da minha filha?_ Gritei. Seu sorriso cínico me deixando cada vez mais exaltado.

_ Você deveria casar-se com Tânia e esquecer definitivamente essa garota. Nem eu sabia que ela estava viva até ir verificar uma paciente que quase morreu no parto a pedido de um amigo meu que trabalhava em Seattle. Quando cheguei a Forks, descobri que a tal grávida era Bella.

_ Você é cirurgião plástico, Carlisle. Porque deveria consultar uma grávida?

Ele suspirou exasperado.

_ Já disse, a pedido de um amigo.

Estreitei meus olhos enquanto o encarava.

Não conseguia acreditar nas palavras de meu pai, por mais que tentasse.

Olhei para Bella e ela parecia atônita com essa revelação.

Aparentemente ela também não sabia como Carlisle a tinha encontrado.

_ E porque nunca me disse?_ Perguntei tentando manter a calma.

_ Porque eu não quis. Simples assim.

_ Nada é tão simples quando se esconde a filha de alguém._ Gritei irritado.

De repente uma idéia me ocorreu.

Se Carlisle sabia sobre Renesmee ele poderia saber também sobre a outra gêmea.

_ Onde está minha outra filha, Carlisle?

Ele me olhou confuso e Bella arregalou os olhos surpresa com minha pergunta.

_ O que? Que outra filha?

Carlisle encarou Bella e por um momento eu cheguei a acreditar que ele realmente não sabia sobre o que eu estava falando.

_ Chega de meias verdades. Eu sei bem que a outra menina não morreu e eu quero saber onde ela está?

Ele me olhava como seu eu fosse louco.

_ Eu não sei sobre o que você está falando. A única criança que eu conheço chama-se Renesmee.

Ele parecia estar sendo sincero então eu olhei para Bella e ela encarava Carlisle, e seu olhar transmitia medo e receio.

_ Ele não sabe?_ Perguntei seco.

_ Não._ Ela sussurrou.

_ Posso saber sobre o que vocês dois estão falando.

Eu e Bella o encaramos e respondemos em uníssono:

_ Não!

Ele se enfureceu ainda mais.

_ Vocês são dois idiotas. Ela..._ Ele apontou para Bella._ Idiota por ter desaparecido de sua vida e você um completo tapado por nunca ter ido atrás dela. Então, não me culpem por seus problemas.

_ Você me chantageou. Ameaçou a vida de Edward e de sua esposa caso eu não desaparecesse e sempre me dizia que se Edward descobrisse sobre Renesmee você a levaria de mim. Eu nunca tive escolha com relação a Edward. Você decidiu tudo por mim._ Ela gritava e avançava em Carlisle._ Estou farta das acusações do seu filho, estou cansada de levar a culpa pelo que eu não fiz. Eu o amava. E por sua culpa tive que deixá-lo. Por sua culpa ele me odeia._ Eu a segurei quando ela desabou em um choro convulsivo e a abracei.

Suas palavras iradas, de certa forma, tocaram fundo meus sentimentos.

Pela primeira vez desde que eu a reencontrara eu percebia que ela realmente podia não ser culpada de tudo que eu a acusava.

_ Poupe-me, Isabella. Você acha mesmo que eu ameaçaria a vida da minha família? Cuidado com essa mulher, filho. Penso que ela pode sofrer de sérios problemas mentais.

_ É a verdade Edward... Eu não estou mentindo._ Ela sussurrava contra minha camisa. Estava mortalmente pálida e parecia muito fraca.

_ Eu sei, eu sei... Calma._ Não queria deixá-la mais nervosa.

_ Que comovente. Além de se casar com uma desclassificada ainda escolhe uma que está estragada. Perfeito!_ Carlisle disse ironicamente.

Lancei-lhe um olhar irado na tentativa de fazê-lo calar a boca.

_ Cale-se._ Disse simplesmente.

_ Você está em minha casa, garoto.

_ Não, Carlisle. Minha casa._ Esme disse entrando na biblioteca._ Minha casa.

_ Já estou farto de sua intromissão, Esme. Saia daqui e fique quieta antes que sofra as conseqüências._ Carlisle gritou apontando para a porta.

_ Que conseqüências podem ser piores do que as que eu já sofri? O que pode ser pior do que ver minha família destruída? Meus filhos sofrendo?_ Esme gritou.

Eu e Bella a olhávamos assustados e, até Carlisle, parecia surpreso.

_ Olha que emocionante!_ Carlisle disse debochado._ Você é louca, Esme. Ninguém dá crédito a você.

_ Pode ser Carlisle, mas tem umas coisinhas que eu queria esclarecer aqui._ Ela me encarou._ Seu pai desejava sua namorada, filho. A queria na cama dele. Planejou durante semanas como faria para conseguir seu intento. O que ele não sabia era que eu ouvira uma conversa sua no telefone com um detetive de New York que passava informações da vida de Bella e sua avó e ele lhe contou o que queria. Aparentemente eram amigos. E Carlisle disse claramente que a desejava em sua cama.

Carlisle a olhava como um assassino olha para sua vítima e Bella continuava a soluçar em meus braços.
            _ Depois disso ele dedicou-se a fazer da vida de Bella um inferno. Não sei bem como ele conseguiu chantageá-la, mas só pode ter ameaçado sua vida e a vida de sua avó. Apenas isso a faria desistir de você. Eu não tinha nada contra ela, querido, mas eu sabia o risco que ela corria ficando aqui. Portanto, preferi que ela fosse embora. Foi melhor assim. Mas ela o amava. Muito.

_ Melhor pra quem, mãe? Pra mim que fiquei sem a mulher que amava e sem minhas filhas? Pra Bella que sofreu com as ameaças desse filho da puta por todos esses anos?

Esme me olhava com pena enquanto eu desabafava.

Essa história tornava-se pior a cada momento.

_ Nunca mais quero que se aproxime da minha família. Maldito, desgraçado. Era você quem merecia morrer._ Disse entre dentes olhando para Carlisle.

Saber que ele desejava Bella só fazia com que eu o odiasse ainda mais.

Ele trapaceou, chantageou, ameaçou e tudo porque a queria.

Se o demônio realmente existia, ele era o Carlisle em pessoa.

_ Seu amor por mim me comove, Edward._ Carlisle disse sarcasticamente._ Eu te fiz um favor. Graças a mim é um médico de renome. Caso contrário estaria preso a uma vagabunda grávida que nem podia dar-lhe garantias de que o filho era seu.

_ Renesmee é minha filha._ Gritei.

_Basta. É melhor essa história terminar por aqui. Bella não está bem._ Esme falou.

Olhei para Bella e ela mantinha os olhos fechados e se agarrava em minha camisa com dedos decididos. Sentia seu corpo todo tremer e tinha certeza que sua cabeça doía intensamente.

_ Tem razão, mamãe. Vou levá-la até meu quarto._ Dito isso eu a levantei em meus braços e saí da biblioteca, verificando antes se minha mãe nos seguia.

Depois de confrontar Carlisle da forma que ela fez, não era seguro ficar sozinha com ele.

Subi as escadas que levavam em direção aos quartos e depositei Bella em minha cama.

Ela parecia muito frágil.

E eu tive medo.

Não poderia imaginá-la doente.

Não poderia perdê-la gora que a encontrei novamente.

Agora que descobri que essa vingança não tinha sentido.

Ela me alertara tantas vezes.

Disse que eu me arrependeria de tudo o que estava fazendo com ela.

E agora, contrariando tudo que eu acreditava, descobri que ela estava certa.

Deus!

Passei a mão suavemente pelos seus cabelos e ela abriu os olhos me encarando.

_ Me perdoa?_ Pediu com uma voz fraca.

_ Shiii... Durma. Falamos sobre isso depois._ Disse acariciando seu rosto pálido.

Ela assentiu de leve e fechou os olhos, se entregando ao sono.

_ Ela está exausta, filho. Exaurida mentalmente. Sei bem como é isso. Deixe-a dormir e vá acalmar Renesmee. Ela também precisa de você nesse momento.

_ Mamãe, nós precisamos conversar. E eu não quero deixá-la sozinha.

_ Sei que precisamos. Mas não agora. Vá até sua filha, por favor. Eu cuido de Bella.

Suspirei e me levantei. Dei um beijo suave no rosto de Bella e me afastei em direção ao antigo quarto de Rosalie, onde Renesmee se encontrava.

Precisava cuidar da minha bonequinha.

Acalmá-la e garantir que sua mãe estava bem e ficaria assim enquanto eu vivesse.

xxxxx

Pov Bella:

O que estava acontecendo comigo?

Nunca em toda minha vida eu me sentira tão mal.

Talvez, depois de anos de convivência eu tivesse desenvolvido uma espécie de fobia a Carlisle que fazia com que meu corpo reagisse assim, na tentativa de me alertar do perigo.

Fazia alguns minutos que Edward me deixara no quarto e fora encontrar-se com Renesmee.

Eu não tinha forças para abrir os olhos.

Estava presa em um limbo entre os sonhos e a realidade.

E nunca, em toda minha vida eu odiei mais Carlisle do que agora.

Maldito!

Depois de tudo que ele fizera, ele ainda colocava toda culpa em mim.

Em mim, que viveu a vida toda a mercê de suas chantagens e maldades.

Escutei ao longe o barulho de um telefone e percebi, segundos depois, que se tratava do celular de Esme.

_ Ah... Oi, Alda. Não, não... Está tudo bem. Não, ainda não..._ Esme sussurrava._ Não posso falar agora.

Alda estava ligando para Esme?

Por quê?

_ Não vou contar assim, de uma hora pra outra. Tenho que prepará-los.

Contar o que pra quem?

Tentei abrir os olhos, mas minha cabeça latejava mais a cada segundo.

_ Já disse que não. Precisamos pensar em Carlie. Apenas ela importa nesse momento.

Carlie? Quem é Carlie?

_ Ok, Alda. Já entendi. Depois conversamos.

Me mexi na cama e senti minha cabeça latejar. Gemi de dor.

_ Calma, querida. Descanse._ Esme disse com voz suave.

Ouvi seus passos se distanciarem e quis gritar.

“Não! Volte! Não me deixe sozinha aqui, por favor!”

Mantive meus olhos fechados e tentei me entregar ao mundo dos sonhos, mas não conseguia.

_ Desgraçada. Acha que se livrou de mim? Está enganada._ Ouvi a voz de Carlisle bem próxima a mim algum tempo depois de Esme ter saído do quarto._ Pensa que eu não posso machucá-los? Pois se engana. Eu ainda posso. E antes que me pergunte isso não é apenas uma ameaça. É um fato. Prepare-se para sofrer as conseqüências.

“Não, não... Deixe-os em paz!”

Porque a droga da minha voz não saía?

Deus!

_ Sei que pode me ouvir, vagabunda. Terá notícias minhas em breve._ Ele acariciou meu rosto e eu não consegui nem ao menos me desviar do seu toque nojento.

Escutei sua risada diabólica e estremeci de medo.

Ouvi seus passos se afastando e mais uma vez tentei abri os olhos.

Precisava levantar-me e proteger Edward e Renesmee.

Mas de onde tirar forças?

Meu estômago dava voltas e minha cabeça parecia que ia se partir no meio.

Eu queria morrer!

Mas nem isso eu poderia fazer, uma vez que precisava proteger Edward e Renesmee.

Senti lágrimas escorrendo por meu rosto.

Será possível que minha outra filha não havia morrido?

Será que eu teria a oportunidade de conhecê-la?

Suspirei cansada e mais uma vez tentei abrir os olhos e me mover.

Meu corpo parecia pesar uma tonelada.

Porque minha vida tinha que ser tão complicada?

Vó, onde a senhora está?

Porque não pode me ajudar como antes?

Mais lágrimas desceram por meu rosto.

Se eu chorasse a vida toda não seria o bastante para me lamentar sobre tudo que eu vivi.

Quando fugi de Boston e encontrei minha avó em New York, escondi muitas coisas dela.

Não podia lhe dizer que sua vida estava ameaçada, caso contrário ela não concordaria em ir comigo.

Diria que sabia como se cuidar e jamais deixaria sua casa. E nem me permitiria abandonar a faculdade.

Nos mudamos pra Forks sem eu saber que estava grávida e quando eu descobri, ao  invés de me acusar ela me apoiou.

_ Calma, querida. Não chore! Um bebê é sempre uma alegria e não motivo de tristezas._ Disse enquanto me abraçava.

Eu entrei em pânico ao descobrir sobre a gravidez.

Jamais poderia voltar a Boston e como nenhum dos Cullen poderiam saber do meu paradeiro, Edward jamais saberia que tinha um filho.

Me doía saber que a criança que eu carregava jamais poderia conhecer o pai.

Edward seria um pai maravilhoso, carinhoso e dedicado.

Muitas vezes ele demonstrava uma imensa vontade ser pai. De ter filhos comigo.

Em alguns alarmes falsos ele chegara a ficar triste por eu não estar realmente grávida.

Os meses se passaram e a saudade que eu sentia dele me deixava muito triste, mas eu tinha que ser forte e lutar pelo meu bebê.

Como sabia que Carlisle e Edward podiam ter acesso aos registros de hospitais de todo o país eu mantive minha gravidez em segredo até da equipe médica de Forks.

Fora uma surpresa saber que algum médico o chamou para me consultar.

Mas eu já imaginava o por que.

No meu delírio na hora do parto, eu devo ter dito o poderoso sobrenome Cullen e o médico deduziu que poderia lucrar com essa história.

Sinto náuseas só de imaginar a quantia absurda que o tal “amigo” de Carlisle ganhou por contar onde eu estava.

Uma enfermeira fazia meu pré-natal todos os meses, mas não tínhamos acessos a ultrassonografias e outros exames mais elaborados e, portanto, eu só fiquei sabendo que teria gêmeas quando sofri um pequeno acidente.

Tudo isso para me manter incógnita. Coloquei até mesmo a vida das minhas filhas em risco.

Depois do parto e da morte da minha outra bebê a única coisa que me mantinha viva era Renesmee. Eu precisava cuidar bem da minha princesa e dar-lhe todo amor que ela não receberia do pai.

_ Ela precisa de você, Bella. Tem que amá-la pelo pai também. Ela é o pedacinho mais lindo do amor de vocês._ Era o que minha avó sempre dizia.

E foi o que fiz. A amei incondicionalmente.

Meses depois Carlisle me encontrou.

Ele chegou a minha casa numa tarde e entrou, dizendo ter vindo conhecer a neta.

_ Sentiu saudades, Bella querida?_ Ele disse enquanto me encarava com aquele olhar superior se divertindo com o pânico que via estampado em meu rosto.

Eu quase morri do coração. Um medo gelado correu por minhas veias.

Ele nunca deveria saber sobre Renesmee.

Se ele fora capaz de ameaçar o próprio filho, o que ele não seria capaz de fazer com a neta?

E outra vez as chantagens começaram.

Ele ainda me queria em sua cama e me ameaçava dizendo que machucaria Renesmee e Edward.

Um dia sem que eu soubesse, ele levara Renesmee para um passeio.

Nem mesmo minha avó tinha visto ele pegá-la.

Foi o pior dia da minha vida.

Contactei a polícia, mas ao que parecia Carlisle já tinha comprado a todos na cidade.

Ele apareceu ao anoitecer, cheio de presentes e com uma Renesmee, na época com dois anos, muito feliz.

_ É apenas um aviso, Bella. Eu a tiro de você antes que possa piscar os olhos._ Ele dissera antes de sair.

Meu tormento parecia que nunca teria fim!

Em todas as suas visitas travávamos uma batalha verbal, da qual não tinha vencedores.

Vê-lo me fazia extremamente mal, mas eu não sabia como evitá-lo.

Mas eu consegui resistir as suas chantagens todos esses anos, e isso de certa forma, veio me fortalecer.

Ele sempre deixou muito claro que eu não deveria voltar à vida de Edward e embora eu sentisse uma saudade tremenda dele e ainda o amasse com loucura eu nunca cogitei a possibilidade de me aproximar outra vez.

Tudo o que acontecera fora uma coincidência. Foi o destino brincando mais uma vez comigo.

O motivo de eu nunca ter contado a Edward a verdade era o simples fato de precisar protegê-lo. Proteger até mesmo sua mãe. Proteger Renesmee.

Não sabia se eu dia ele iria me perdoar, mas eu morreria tentando.

_ Mamãe?_ Escutei a voz suave de Renesmee e senti seu toque quente em meus cabelos._ Papai, ela morreu?_ Perguntou chorosa.

Eu queria abrir os olhos e acabar com sua preocupação, mas eu simplesmente não conseguia.

_ Não, querida. Ela só está cansada._ Edward lhe explicou suavemente.

_ Mamãe, abra os olhos. Por favor!_ Eu podia perceber o choro em sua voz e mais lágrimas desceram pelo meu rosto.

_ Bella, tente abrir os olhos, por favor. Abra esses lindos olhos castanhos e veja sua filha. Por favor._ Agora era Edward quem pedia. Sua voz demonstrava preocupação.

Forcei meus olhos a se abrirem e me deparei com dois pares de olhos me encarando preocupados.

_ Graças a Deus!_ Edward disse enquanto beijava minha testa._ Vamos para casa.

_ Carlisle..._ Balbuciei.

_ Ele não vai mais lhe fazer mal. Eu prometo. Nem a você e nem a ninguém.

Eu balancei a cabeça, na tentativa de fazê-lo entender que mais uma vez seu pai me ameaçara.

_ Calma, Bella. Vamos para casa. Você precisa descansar.

Dizendo isso ele me levantou em seus braços e me levou para o carro. Olhei para os lados para ver se Renesmee nos seguia.

Esme a conduzia com as mãos em seus pequenos ombros e logo estávamos todos no carro.

_ A vovó vai com a gente pra cuidar de você, mamãe.

Eu apenas assenti.

_ Filho, eu tenho algo pra contar a vocês. Mas eu preciso que Bella esteja bem.

Ouviu-se o silêncio por um momento.

_ O que é, mamãe?

_ Algo muito importante.

Eu não tinha dúvidas sobre o que era.

Esme sabia sobre minha outra filha.

Fechei os olhos com força na tentativa de conter as novas lágrimas.

Deus!

Quando esse pesadelo terminaria?

Meu corpo e minha mente não suportariam mais tanta tensão.

Suspirei e me entreguei finalmente ao sono.

Precisava dormir ou não suportaria o novo round.


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Notas finais do capítulo

E aí?!?
O que acharam?!?
Próximo capítulo será bem curtinho, com o POV de Carlisle e depois finalmente vamos saber o que Esme tem a dizer ao nosso casal...
Preparem os corações...
E antes que me perguntem, a fic está entrando na reta final...
Mas ainda faltam muitos acontecimentos importantes...
Precisamos descobrir o que Bella tem, se a outra gêmea morreu ou não, o que o futuro reserva para nossos heróis... Enfim,muitas emoções pela frente!!!
Beijos e até o próximo...
Comentem, hein!!!
;)