Por Um Segredo escrita por Bruna Diniz


Capítulo 18
Capítulo 18: Revelações


Notas iniciais do capítulo

Galerinha...
Outro capítulo para vocês se deliciarem...
Boa leitura!



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Pov Bella:

_ Nós vamos à casa do vovô amanhã, mamãe?_ Renesmee me perguntou enquanto eu a colocava para dormir algum tempo depois que Edward voltara.

Fora uma noite muito difícil, mas graças a Deus estava chegando ao fim.

Engoli em seco ao ouvir sua inocente pergunta.

Se eu pudesse evitaria esse encontro a qualquer custo. Mas ao que parecia Edward estava decidido a dificultar minha vida o máximo que conseguisse.

Suspirei cansada, enquanto me sentava na beirada da grande cama onde Nessie estava deitada.

_ Sim, meu amor. Amanhã.

O meu tom de voz parecia de alguém que ditava uma sentença de morte e acho que Renesmee percebeu, já que ela me olhou atentamente e tocou meu rosto de leve.

_ Você não vai chorar, não é?_ Perguntou preocupada.

Senti meus olhos marejados ao destacar esse sentimento em sua voz suave.

Nessie sempre se preocupava quando me via na presença de seu avô. Apesar de sua pouca idade ela era bastante perceptiva e notava os estragos que Carlisle deixava sempre que se aproximava de mim.

_ Não Nessie. Prometo que vou chorar._ Disse tentando acalmá-la.

_ O papai te protege agora, mamãe._ Respondeu com um sorriso.

“Claro que protege.”_ Pensei ironicamente enquanto revirava os olhos.

Edward tornara-se o maior herói de Renesmee em pouco tempo.

Para ela o pai era capaz de proteger-nos de qualquer perigo.

Sabia que, em partes, isso era uma verdade. Edward Cullen protegeria sua filha de qualquer perigo. Mas não a mim. Ele era meu carrasco, alguém que se dedicava em me fazer sofrer.

Olhei para Nessie e percebi que ela havia adormecido.

Fora um longo dia para ela. E para todos, eu acredito.

Dei-lhe um beijo suave na testa e me afastei em direção a porta.

De repente parei de andar e percebi que não queria dormir no mesmo quarto que Edward. Hoje não. E talvez nunca mais. Não quando ele continuava me ofender, me destratar, me ferir com suas dúvidas absurdas e me acusar o tempo todo de coisas das quais eu nem tinha culpa.

É claro que ele não sabia disto. Antes, eu precisava contar tudo a ele e explicar os motivos que me levaram a agir como agi. Enquanto isso ele continuaria a me culpar por todos os seus problemas.

Mas isso não significava que eu precisava suportar seus insultos e provocações. Já estava farta!

Voltei novamente para cama e me deitei ao lado de Renesmee.

Minha dor de cabeça só piorava e eu não estava em condições físicas ou mentais para suportar outro confronto com Edward. Não sabia de onde vinha essa dor, mas ela estava tornando-se insuportável a cada minuto.

Eu imaginava que era devida a tensão que eu passara nos últimos dias e ao medo do que ainda estava por vir.

Só de pensar em estar no mesmo ambiente que Edward e Carlisle eu tinha calafrios.

Eu possuía um medo absurdo de Carlisle. Ele era perigoso e eu o odiava com todas as forças do meu ser.

Lembro-me perfeitamente bem do dia que chegara da faculdade e encontrara um belo homem parado à porta do quarto que dividia com Sammy.

Ele me medira de cima abaixo enquanto eu me aproximava e vi seus olhos brilharem perigosamente.

_ Isabella Marie Swan?_ Ele perguntou-me com uma voz firme, me encarando

_ Quem quer saber?_ Seu olhar e sua postura me intimidavam, mas algo me dizia que eu não deveria baixar a guarda.

_ Doutor Carlisle Cullen, às suas ordens._ Disse com um leve toque de ironia enquanto beijava minha mão esquerda em um gesto galante.

Senti um impulso de puxar a mão, mas não o fiz.

_ O pai de...

_ Sim, o pai de Edward. Eu já a conheço. A vi no apartamento de Edward quando fui até lá com minha esposa e filha.

Eu também me lembrava dele, agora.

Olhando-o atentamente nesse momento era possível detectar muitas semelhanças entre pai e filho.

Os mesmos olhos, cabelos, tom de pele...

Mas sinceramente eu preferia esquecer a tarde a qual ele se referia.

Os olhares que ele e Rosalie, a irmã de Edward, me lançaram me faziam sentir como se eu fosse a pior criatura da face da terra. Alguém que merecia morrer. Que merecia ser pisada e humilhada.

_ Não me convida para entrar?_ Perguntou calmamente depois de um tempo em silêncio.

_ Eu acho melhor não._ Disse decidida.

_ Por quê? Tem medo de mim?

Eu olhei-o atentamente.

_ Deveria?_ Perguntei estreitando os olhos, desafiando-o na verdade.

Não sei o que dera em mim. Eu não era nenhuma idiota e sabia perfeitamente bem que essa vinda de Carlisle na minha casa não se tratava de uma visita de cortesia.

Enfrentá-lo talvez não fosse uma boa idéia.

Mas não ia esmorecer sem antes saber o que ele queria realmente.

_ Talvez._ Ele sorriu debochado e se aproximou mais de mim.

_ O que você quer doutor?_ Resolvi ser direta, mas mesmo assim um medo absurdo me gelava por dentro.

_ Você._ Disse enquanto tocava em alguns fios do meu cabelo que se desprenderam do coque mal feito.

Sobressaltei-me ao ouvir sua resposta e dei um passo para trás fugindo do seu toque.

_ O que?_ Balbuciei confusa.

Ele não podia ter dito o que eu achara que ouvira.

_ Você escutou... Eu quero você.

_ Não pode me querer. Sou namorada do seu filho. Eu o amo._ Gritei desesperada.

Ele soltou uma gargalhada ao ouvir minha afirmação. Nunca em minha vida ouvi um tom mais maldoso ou cruel.

_ Eu posso qualquer coisa, Bella. Ouso até dizer que posso tudo.

_ Não pode ter a mim._ Disse friamente.

_ Quem disse?_Ele ergueu as sobrancelhas.

_ Eu estou dizendo. Sou mulher de um homem só.

_ Bella, Bella... Ou faz o que eu quero ou não vai ser mulher de homem nenhum.

_ Porque faz isso? Não tem respeito pelo seu filho? Pela sua família?

_ Respeito não me trás o que eu quero e nesse momento eu desejo você.

Deus!

O que eu faria agora?

_ Essa conversa é absurda. Não vai nos levar à lugar nenhum.

_ Eu concordo. Vamos logo ao que interessa._ Ele disse enquanto se aproximava ameaçadoramente de mim._ Você não vai continuar namorando meu filho. Tenho planos pra ele que não incluem uma desclassificada e pobre coitada que cresceu na periferia de New York. Mas não sou ruim o suficiente para privá-la dos prazeres de ter um Cullen. Portanto, você termina com ele e fica comigo. Simples, simples.

Não existia nada simples ali.

Minha cabaça girava enquanto eu tentava absorver os absurdos que ele dizia.

Olhei para os lados na tentativa de encontrar uma forma de fuga.

_ Não adianta fugir, Bella querida. Eu a encontraria nem que fosse no inferno.

Eu o olhei novamente e não pude evitar que lágrimas de desespero caíssem pelo meu rosto.

Respirei fundo.

_ Por favor, me deixe em paz._ Sussurrei desesperada, na tentativa de fazê-lo ir embora.

_ Você vai deixar meu filho?_ Ele perguntou, estreitando os olhos.

_ Não posso...

_ Vai ser minha?

_ Não. Nunca._ Eu gritei.

Ele sorriu cinicamente e balançou a cabeça de um lado para outro.

_ Pobre Bella. Então você ama o meu filho?

_ Amo. Só a ele. Sou apenas dele._ Respondi convicta.

_ E imagino que não quer nada de ruim acontecendo com ele, não é?

Eu não o respondi. Apenas o encarei tentando adivinhar onde ele queria chegar com essa pergunta.

_ Pois muito bem. Ou você desaparece da vida dele ou logo, logo Edward será apenas uma doce lembrança.

_ Vai matá-lo?_ Perguntei alarmada. O medo de imaginar alguma coisa acontecendo a Edward me sufocava.

_ Já ouviu falar em Ricina?

Balancei a cabeça negativamente e ele sorriu diabolicamente.

_ Trata-se de uma proteína isolada de sementes de mamona. Veneno. Pode ser letal se tomado em dose única, mas se administrado diariamente, a pessoa vai morrendo aos poucos, apresentando sintomas quase imperceptíveis. Um crime perfeito, eu diria.

_ Não teria coragem de matar seu próprio filho._ Disse com voz estrangulada, mas a convicção em suas palavras me fez concluir que ele teria sim essa coragem.

_ Para que quero um filho se ele não serve para meus propósitos? Edward deveria ser um médico famoso e casar-se com Tânia Denalli, para que assim minha fortuna fosse aumentada. Eles me dariam netos e estariam ligados para sempre. Mas aí..._ Ele aproximou-se e segurou meu braço com força._ Você apareceu e estragou tudo. Portanto, caso não desapareça, quem vai desaparecer é o seu querido Edward. Vai fazer companhia para o capeta mais antes do que imagina.

_ Não!_ Eu gritei tentando me soltar._ Você não pode fazer isso. Por favor!

_ Faço. E outra coisa... Já ouviu falar de uma senhora chamada Marie Swan?_ Paralisei ao ouvir o nome de minha avó._ Pois então. Aquela pobre velhinha de setenta anos, tão desamparada... Ela também pode sofrer gravas conseqüências pela teimosia da neta.

_ Deixe minha avó em paz!

_ Deixo. Mas existem condições: Você deixa o Edward e se torna minha. Dessa forma ele e sua querida avó estarão a salvos.

Fechei os olhos com força tentando conter a náusea que me tomava.

Isso não podia estar acontecendo.

Eu não queria concordar com isso, mas a vida de Edward e da minha avó estavam em risco.

Eu faria qualquer coisa para protegê-los.

Desceria ao inferno se fosse preciso e me entregaria ao próprio diabo.

_ Se eu concordar você os deixa em paz?

_ Quando concordar eu os deixo em paz._ Dizendo isso ele me soltou._ Te dou um prazo de uma semana. Se não me der uma resposta nesse tempo sua querida avozinha sofrerá as primeiras conseqüências e depois eu vou machucar seu precioso namorado. Sem dó, nem piedade. E acredite: eu falo muito sério.

Dito isso ele foi embora.

 Entrei no quarto e nem sei como consegui chegar até a cama, pois minhas pernas pareciam gelatinas.

No fundo eu sempre soube que minha relação com Edward não tinha futuro.

Histórias assim tinham finais felizes apenas em filmes e livros. Não na vida real.

O que eu nunca imaginei é que seria o pai de Edward a destruir esse sonho.

Edward me dissera muitas vezes que não gostava do pai.

Eu sempre dizia que ele precisava ser tolerante e aceitar seu pai como ele era.

Entretanto, eu não conhecia Carlisle Cullen. Não sabia do que ele era capaz.

Depois de sua “visita” eu vivia com um medo terrível que ele fizesse mal ao Edward.

Todas as vezes que ele me dizia que não se sentia bem eu tremia de medo.

Medo de Carlisle cumprir as ameaças e envenenar Edward.

Uma semana se passou sem que eu tivesse notícias de Carlisle. Nesse tempo eu tentei planejar algo que me mantivesse o mais longe possível dele. Sairia da vida de Edward, mas jamais me entregaria a ele.

Falava com minha avó todos os dias para garantir que ela estava bem.

Não podia sequer imaginar algo acontecendo a ela.

Quando Carlisle veio me ver para saber qual tinha sido minha decisão, eu procurei ser bem clara.

_ Vou embora e deixarei Edward em paz, mas não serei sua.

Ele me olhou com um ódio frio, me fazendo estremecer de medo.

_ Espero que saiba o que está fazendo. Mas saiba de um pequeno detalhe: o que não é meu não será de mais ninguém.

Senti um pavor surreal com sua ameaça, mas não voltaria atrás.

Vivi momentos maravilhosos com Edward em nossas últimas semanas.

Era uma despedida e eu queria ter o melhor dele em nossos últimos momentos.

Numa tarde Edward me ligara bastante nervoso e me dissera que sua mãe estava internada.

_ Envenenamento, Bella. Minha mãe tentou se matar.

Prendi a respiração ao ouvir sua voz apavorada.

Veneno.

Fechei os olhos com força e tentei mandar para longe minha desconfiança.

Carlisle não faria isso... Faria?

Quando cheguei ao hospital Edward e sua irmã estavam na sala de espera e ele correu para me abraçar assim que me viu.

_ Ela não pode morrer, Bella. Não pode._ Ele chorava e eu senti meu coração apertado ao ver o quanto ele sofria.

Eu o abracei forte, tentando consolá-lo e no momento em que nos abraçávamos Carlisle apareceu.

_ Esme vai ficar bem, garotos._ Ele disse me encarando. Frieza, ódio, ameaça... Era isso que seu olhar me transmitia.

_ É tudo culpa sua!_ Edward gritou e avançou para cima do pai, mas eu o segurei

_ Minha? Claro que não._ Ele disse me olhando friamente._ A culpa pode ser de muitas pessoas, inclusive daquelas em quem você mais confia.

Nesse momento eu não tive dúvidas.

Carlisle envenenara Esme para me alertar.

Era isso que ele faria com Edward caso eu não me afastasse e não cedesse aos seus caprichos.

Muitas vidas dependiam de mim e eu não podia ignorar esse fato.

O jeito era desaparecer.

E foi o que eu fiz.

Desapareci.

Mas não fui para longe o suficiente, já que quando Renesmee nasceu ele me encontrou.

Maldito!

Levei a mão à cabeça que latejava intensamente. Parecia ficar pior a cada momento.

Uma dor aguda no estômago também me incomodava.

Levantei-me de um pulo e corri ao banheiro, abaixando-se no vaso e vomitando violentamente.

Graças aos céus consegui chegar ao vaso antes que fizesse um estrago no quarto.

Nesse momento Edward apareceu à porta e me encarou preocupado.

_ Saia daqui..._ Eu murmurei enquanto voltava a vomitar.

_ Na saúde e na doença, lembra Bella_ Disse enquanto de aproximava e afastava meus cabelos do rosto._ Além do mais eu sou médico e posso, realmente, ajudar.

_ Não quero sua ajuda._ Tentei afastar suas mãos de mim, mas ele já me ajudava a levantar.

Edward fechou a tampa do vaso e me sentou nele, erguendo meu rosto em direção a luz e me encarando atentamente.

_ Você está bastante pálida... Sua dor de cabaça melhorou?

Balancei a cabeça em negativa, mas esse movimento só fez piorar a dor. Parecia que meus miolos estavam soltos na caixa craniana.

_ Vem comigo. Vou medicá-la e a senhora vai dormir. Precisa descansar.

_ Não. Vou me deitar com Nessie.

_ Não discuta, Bella. Não sabemos exatamente o que você tem e se por acaso for contagioso pode transmitir a Nessie. É isso que você quer? Além disso, quero ficar de olho em você, caso piore.

Não tinha como discutir esses termos. Não queria colocar em risco a saúde de Renesmee.

Escovei os dentes e fui para nosso quarto. Mal cheguei perto da cama e desabei.

Senti vagamente Edward se aproximando para medir minha temperatura. Logo em seguida ele me fez beber dois comprimidos e eu me entreguei a um sono agitado, não sem antes senti-lo deitando-se ao meu lado e me abraçando.

E eu pude fingir que tudo estava bem.

Eu pude sonhar.

XXXXX

Estávamos parados em frente ao imponente portão da mansão Cullen já na manhã seguinte.

Minha cabeça ainda doía levemente, mas eu estava melhor.

Edward disse que poderíamos deixar essa “visita” para outro dia, mas eu achei melhor terminar com isso de uma vez.

Eu dormi a noite toda e quando acordara já não me sentia tão mal.

Pensar em Carlisle ainda fazia com que meu estômago se revirasse, mas graças a Deus eu não vomitara mais nenhuma vez.

Aparentemente o remédio que Edward me dera fizera efeito.

_ Deve ser apenas uma virose. Vou levá-la ao hospital para colhermos algumas amostras de sangue e urina. Só assim teremos certeza._ Ele dissera quando eu garantira a ele que estava bem.

Eu dissera que não precisava, mas ele insistira.

Fomos ao hospital antes de ir à casa de seus pais e agora era só aguardar o resultado dos exames.

Esperava que não fosse nada grave.

Renesmee me lançava olhares apreensivos a todo o momento. Parecia bastante preocupada com o que estava por vir.

Minha pobre criança! Tão novinha e vivendo em meio a um turbilhão.

_ Chegamos._ Edward disse, soltando um suspiro.

Ele me encarou, mas recusei-me a olhá-lo.

_ Tem certeza que está mesmo bem?_ Indagou preocupado.

Eu respirei fundo e assenti, abrindo a porta do carro para descer.

Minutos depois a porta da frente se abriu e uma Esme muito sorridente veio abraçar Edward que já estava ao lado de fora do carro, abrindo a porta para Renesmee.

_ Filho! Eu nem acredito... Meu amor._ Disse abraçando-o.

Edward retribuiu o gesto e parecia realmente feliz em vê-la.

_ Olá, mamãe.

_ Nunca mais faça isso. Jamais desapareça outra vez sem dar notícias.

Esme era uma mulher bastante jovem e bonita. Uma pena que tenha se casado com aquele verme.

Ela parecia gostar bastante dos filhos também.

Edward sempre se referira a ela como uma mulher doce e carinhosa, mas também bastante fraca em relação às vontades de seu pai.

De certa forma, eu sentia uma pena imensa dela, mesmo tendo sido também rejeitada por ela na época em que namorava seu filho.

_ Não vou fazer isso, mãe. Prometo._ Ele virou-se para mim e segurou minhas mãos. Esme me olhava como se estivesse vendo um fantasma._ Mamãe, eu e Bella nos casamos.

Ela continuava me encarar e só quando Renesmee saltou do carro que ela desviou o olhar.

_ Meu deus!_ Ela sussurrou e levou a mão aos lábios.

_ Mamãe, essa é Renesmee... Minha filha e... Sua neta.

Esme olhava para Renesmee com um olhar assustado e ao mesmo tempo muito carinhoso e... Saudoso.

Era como se já a conhecesse.

Impossível!

_ Oi Renesmee... Tudo bem?_ Ela perguntou com a voz embargada, enquanto aproximava-se da neta. Nessie me olhou, como se perguntasse se deveria responder ou fugir.

Eu assenti de leve e ela sorriu suavemente para Esme.

_ Tudo bem... Você é minha vovó?

Esme pareceu sufocar por um momento e apenas assentiu.

_ Eu gosto de ter uma vovó... Mas você não parece com minha bisavó Marie. Ela era velhinha e a senhora é tãooooo bonita.

Todos nós rimos e Esme parecia a cada momento mais encantada com Renesmee.

Eu juro que esperava por outra reação.

Esperava por gritos, espantos e até mesmo dúvidas quanto à paternidade de Edward .

Mas ao que parecia, eu me enganara.

_ Posso te abraçar?_ Esme perguntou a Renesmee enquanto se abaixava a sua frente.

_ Pode..._ Nessie respondeu enquanto abria os bracinhos.

Esme a abraçou emocionada.

Edward e eu trocamos olhares aliviados.

Ele parecia bastante emocionado em assistir a cena.

Era muito bom vê-lo expressar outros sentimentos além do ódio e do rancor.

_ Pensei que nunca fosse conhecê-la..._ Esme disse baixinho.

O que?

Olhei novamente para Edward e ele não parecia ter ouvido o que sua mãe acabara de dizer.

Como assim pensei que nunca fosse conhecê-la?

Isso significava que Esme sabia sobre Renesmee?

Mas como?

Ela soltou minha filha, limpou as lágrimas e respirou fundo na tentativa de recompor-se.

_ Vamos entrar. Seu pai está nos esperando.

Meu coração acelerou-se e senti minhas mãos trêmulas.

Deus!

A seguimos para dentro e mesmo estando nervosa não poderia deixar de admirar a beleza da residência dos Cullen.

Uma construção moderna que parecia gritar riqueza cada vez que você a olhasse.

_ Vovô!_ Renesmee gritou enquanto corria até Carlisle.

_ Olá, pequena._ Ele disse enquanto a abraçava.

Sua falsidade me deixava enojada, mas infelizmente não podia fazer nada.

Apesar de não morrer de amores por Carlisle, Renesmee desenvolveu um carinho por ele.

De certa forma ela sempre fora o único contato que ela teve com o pai. A única prova de que seu papai não era apenas fruto de sua imaginação.

Esme me encarava com cuidado, certamente avaliando minha reação e tentando descobrir o que eu pensava na atitude de Renesmee com relação à Carlisle.

E mais uma vez sua reação me surpreendeu.

Ela, aparentemente, sabia que Carlisle conhecia Renesmee.

A pergunta era: Porque ela jamais tentou algum contato com a neta?

Edward encarava Renesmee nos braços de Carlisle e eu podia sentir sua tensão.

Ele, assim como eu, queria afastar as garras odiosas daquele monstro de nossa filha. Mas não podíamos fazer nada.

Depois de cumprimentar Nessie, ele me encarou.

_ Ora, ora... Vejam só que apareceu com o vento... A namorada desaparecida... _ Carlisle disse aproximando-se.

_ Olá, Isabella... Sinto um prazer imenso em revê-la._ Disse enquanto beijava minha mão. Tinha uma vontade imensa de puxá-la e ficar o mais longe dele, mas Esme nos observava atentamente.
Ele era puro veneno e eu sentia nojo só em olhá-lo.
Renesmee estava apoiada nas pernas de Edward e também observava atentamente a cena.
Ela se preocupava com minha reação a Carlisle. Nessie sabia o quanto ele me perturbava.
Mas eu precisava ser forte.
Por ela.
Por Edward.
Por nós.
_ Olá, senhor Cullen._ Disse baixinho.
Eu me sentia gelada por dentro.
Desde o momento em que coloquei meus pés nessa casa, o olhar ameaçador de Carlisle me sondava a todo segundo. Eu podia sentir.
Tinha medo do que ele poderia fazer.
Eu descumpri suas regras.
Eu voltei.
Me casara com Edward.
Olhei discretamente para Edward e ele também me encarava, analisando cada um dos meus movimentos.
Sua vida estava em jogo ali, e eu faria tudo para protegê-la...
Qualquer coisa!

_ Vejo que está muito bem. Torna-se uma Cullen fez com que você ficasse ainda mais bela._ Ele disse perigosamente, enquanto ainda segurava minha mão.

_ Solte-a, Carlisle. Já a cumprimentou e, portanto, não precisa segurá-la mais._ Edward disse friamente enquanto se aproximava e me puxava para seu lado.

_ Ciúmes, Edward?

Eu prendi a respiração ao ouvir a pergunta insolente de Carlisle.

_ Não preciso ter ciúmes. Bella não me dá motivos.

_ Tem certeza? Não se pode confiar cegamente em uma mulher.

Meu estômago voltou a dar voltas e eu sentia que podia vomitar a qualquer momento.

_ Carlisle, pare com isso._ Esme disse com voz firme, surpreendendo a todos.

_ Esme... Eu estou apenas conversando. Fique quieta, minha querida._ Carlisle disse lançando-lhe um olhar ameaçador.

_ Pare de conversar, então. Não quero que constranja Bella ou Renesmee. Elas são da família agora.

_ Renesmee sempre foi da família, mamãe. E parece que apenas Carlisle conhecia esse detalhe.

“Eu acho que sua mãe também sabia, Edward.”_ Pensei olhando atentamente para Esme.

Mas aparentemente ele não tinha se dado conta desse detalhe.

_ Filho... Eu..._ Mas Carlisle não a deixou terminar.

_ Foi Bella que quis assim, filho. Ela queria mantê-lo longe. Me ofereceu muitas coisas para que eu não lhe contasse sobre a filha.

_ Mentira!_ Gritei irritada.

Não deixaria que ele colocasse a culpa de tudo em mim.

Eu era apenas uma vítima nisso tudo.

E não suportaria suas insinuações nojentas.

_ Verdade, Bella. Como ousa mentir assim? Não tem medo das conseqüências?

Ele estava me ameaçando, mas pela primeira vez na vida não funcionaria.

_ Não. Não tenho. Não pode mais fazer mal a Edward, a Nessie e tampouco a Esme. Ao que parece ela se libertou de você. Portanto, suas ameaças não me assustam mais.

Ele me olhava com muito ódio.

Pelo visto ele esperava me acuar como um gatinho assustado, assim como eu fizera a vida toda.

Mas acabou!

Cansei das suas chantagens e ameaças.

_ Ora, sua vagabunda..._ Ele avançou em mim, mas Edward o deteve.

_ Mamãe... _ Nessie gritou amedrontada e tentou vir até mim, mas Esme a segurou.

_ Não ouse encostar nela, papai. Ou eu o mato!

Me surpreendi ao ver Edward me defender.

Carlisle gargalhou e soltou-se de Edward.

_ Me poupe, Edward. Matar-me? Eu me divertiria bastante vendo-o tentar.

_ Edward..._ Eu toquei em seu ombro e olhei para Renesmee que parecia imensamente assustada._ Na frente dela não.

Ele respirou fundo e olhou atentamente para Renesmee.

_ Mamãe, leve-a. O que vai acontecer aqui não pode se dar na presença de uma criança.

_ Eu quero ficar com a mamãe._ Renesmee disse, cruzando os braços sobre o peito e fechando a cara.

_ Não querida. Isso será uma conversa entre adultos. Estaremos todos bem.

_ Você vai cuidar da mamãe?_ Ela perguntou chorosa.

Edward a olhou por um momento e depois me encarou.

_ Sempre._ Respondeu simplesmente e eu me senti segura.

Enfrentaria qualquer coisa agora, desde que ele estivesse comigo.

Sempre.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
A verdade está próxima, galera...
Ou melhor, parte das verdades...
Existem outros segredos a serem desvendados...
Próximo capítulo teremos Pov de Edward e Pov de Bella...
Vamos entender de vez essa história...
E para os mais desesperados estou preparando um pov de Carlisle revelador...
Continuem lendo e comentando...
Agradeço a que recomendou a fc...
Beijos!!!