Por Um Segredo escrita por Bruna Diniz


Capítulo 17
Capítulo 17: Rancor


Notas iniciais do capítulo

Pessoal...
Desculpem a demora...
Minhas aulas começaram novamente e tive uma certa dificuldade em escrever devido a correria...
Espero que gostem!
Quero agradecer aos comentários e às pessoas que recomendaram a fic...
Obrigada!
Boa leitura!!!
Beijos!



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Pov Edward:


Cheguei ao hospital meia hora depois e me dirigi imediatamente para o consultório de Seth.

Precisava conversar com meu amigo e investigar como as coisas estavam para o meu lado.

Desde que deixara Boston não dera mais nenhuma notícia à direção do hospital.

Sabia que, de certa forma, isso era uma tremenda irresponsabilidade de minha parte, mas como se concentrar na vida profissional passando por tantos problemas pessoais?

Poderia até ser uma grande loucura deixar minha vaga no Massachusetts General Hospital, uma vez que se tratava de um dos melhores hospitais dos Estados Unidos e um dos mais conceituados do mundo, mas não podia simplesmente chegar e mudar radicalmente a vida de minha filha.

Nessie tinha raízes e parecia adorar a vida que levava em Forks e eu me encantara pela pequena cidade a ponto de desejar ardentemente viver definitivamente lá.

Candidatara-me a vaga no hospital local e tinha vinte dias para retornar e assumir o cargo.

Esperava que até lá as coisas já tivessem se resolvido.

Abri a porta cuidadosamente e Seth levantou a cabeça do prontuário que preenchia.

_Edwrad..._ Ele me olhou incrédulo e sorriu, levantando-se._ Graças a Deus você voltou. Seu pai está a ponto de ter um ataque.

_ Não ligo para que o meu pai pensa._ Disse enquanto retribuía ao abraço que ele me dava._ Mas preciso resolver a situação aqui no hospital para poder seguir com minha vida.

_ Vai mesmo deixar seu cargo aqui?

_ Vou, Seth. Eu estudei para ser médico e não administrador. Embora o salário seja bem mais vantajoso eu me sinto imensamente melhor atendendo em cidades pequenas onde a população precisa desesperadamente de bons profissionais.

_ Bom... Como eu já disse antes, você sabe o que faz._ Ele suspirou e voltou a sentar-se e eu fiz o mesmo._ Como está à vida de casado?

Eu sorri ironicamente e ele gargalhou.

_ Edward, Edward... Ainda continua com aquele plano maluco de vingança? Esperou tantos anos para reencontrá-la e agora desperdiça os bons momentos com sentimentos ruins.

_ Ela me escondeu minhas filhas, Seth.

_ Espera aí..._ Ele me olhou confuso._ Filhas? Pensei que fosse apenas uma garotinha.

_ Por enquanto sim._ Falei enquanto passava as mãos pelo cabelo, nervosamente.

_ Edward, pode ser mais claro?

_ Ela teve gêmeas.

Seth me encarou incrédulo.

_ E onde está a outra menina?

_ É o que eu pretendo descobrir. Bella acredita que ela morreu, mas algo me diz que ela pode estar viva em algum lugar e acho que Alda sabe de alguma coisa.

_ Alda? Sua funcionária?

Alda. Por mais incrível que isso pudesse parecer, eu tinha quase certeza que se realmente a outra bebê não morreu, Alda saberia onde ela está.

Sua reação ao conhecer Renesmee foi totalmente inesperada e inesplicável.

Eu simplesmente não conseguia entender e também acho que não poderia perdoá-la caso estiver mesmo envolvida nessa trama suja.

Justo ela que sempre foi como uma mãe pra mim!

Era decepcionante não poder confiar mais nas pessoas que diziam te amar.

Encarei Seth que ainda esperava por uma resposta e respirei fundo.

_ Sim. Alda. Ela teve uma reação muito estranha ao conhecer Renesmee. Alda sempre foi uma mulher misteriosa e de uns anos pra cá eu sempre desconfiei que ela escondesse algum segredo. E sua atitude de hoje só veio para comprovar essa teoria.

_ Mas nesse caso, sua família pode estar envolvida no sumiço da outra criança.

“Bingo!” Pensei ironicamente.

_ Pois é. Mas isso não me espantaria, já que Carlisle sabia sobre Renesmee e nunca me disse nada.

_ Mas isso é muito grave. Um crime. Ninguém pode tomar um bebê da mãe assim!

_ Eu também acho Seth. Mas se fizeram isso, vão pagar muito caro.

Seth me olhou muito sério.

_ Seu pai anda muito estranho, Edward. Muito nervoso.

Eu suspirei e não disse nada.

Tinha certeza que seu nervosismo se devia ao fato de eu ter me casado com Bella e descoberto sobre Nessie.

Tudo me levava a crer que Carlisle tinha como saber das nuances da vida de Bella e já devia saber que ela se tornara minha esposa.

E era claro que ele não aprovara minha atitude. No fundo Carlisle ainda esperava que eu me unisse a Tânia.

Mas agora isso não seria mais possível.

Imagino que ele temia ter os seus segredos sujos expostos, agora. Me dar mais motivos para odiá-lo.

_ E sua mãe esteve aqui me perguntando sobre você.

_ Seth..._ Fechei os olhos tentanto bloquear a culpa que me tomava sempre que pensava em Esme.

_ Você deveria dar-lhe algumas satisfações. Esme continua sendo sua mãe, mesmo que agora seja independente e um pai de família.

_ Eu sei, Seth. Mas tudo aconteceu muito rápido. Eu reencontrei Bella, descobri que tinha uma filha, que meu pai me enganara... Isso pode parecer horrível, mas a última coisa que pensei nesses dias foi minha mãe.

_ Como médico posso dizer que sua mãe estava com uma aparência bastante saudável. Mas, como seu amigo tenho que lhe dizer que ela estava bastante aflita com seu sumiço.

_ Ela deve mesmo estar saudável. Carlisle não pode mais dopá-la com uma infinidade de antidepressivos inúteis. Ao que parece, mamãe se fortaleceu nos últimos tempos e não vive mais como fantoche do meu pai.

Seth me encarou com um olhar de pena.

_ Tenho muita pena de sua mãe. Ela parece ser uma boa pessoa e não merecia sofrer assim nas mãos do seu pai. Esme merecia ser feliz com um homem que realmente a amasse.

Eu suspirei cansado.

Os assuntos que envolviam meus pais geralmente me traziam lembranças muito dolorosas.

_ É... Talvez. Mas o fato dela conseguir se libertar das garras do meu pai já é um grande avanço.

Ficamos em silêncio por um longo momento. Seth voltou à atenção para seus prontuários e eu olhava para a janela sem nada ver.

_ Er Edward... Vai mesmo colocar Bella e seu pai frente a frente?_ Perguntou algum tempo depois.

O olhei por um momento e suspirei cansado.

Só de me lembrar que Carlisle sabia sobre Nessie fazia com que uma fúria cega tomasse conta de mim.

Sem contar que ele perto de Bella...

Bufei de ódio.

Lembrava-me perfeitamente bem o ninfomaníaco que Carlisle sempre fora.

Bella era uma mulher bonita e certamente capaz de mexer com a libido do meu “querido” pai.

Imaginá-lo desejando-a, ou mesmo tocando-a me fazia ter vontade de matá-lo.

Se eu pudesse evitar esse confronto, certamente eu o faria.

Mas apenas tê-los frente a frente me faria chegar até a verdade.

_ Com certeza. Só assim descobrirei que segredo é esse que ela se recusa a contar, os seus motivos por ter fugido e ter me escondido que eu era pai. Seth, eu não compreendo o porquê dela ter ido embora. Eu a amava. Éramos felizes juntos e tínhamos planos para o futuro... Bella não poderia ter me deixado assim...

_ Bella é uma boa pessoa, Edward. Não tem medo das consequências que ela pode sofrer com esse confronto? Não tem medo do que Carlisle pode fazer com ela?

_ Eu a protegerei do meu pai. E quanto às conseqüências, são inevitáveis. O que ela fez foi muito errado. _ Passei a mão pelos cabelos me sentindo frustrado._ Seth, eu amo minha filha. Amo o fato de Renesmee ser fruto do amor sincero que sentíamos, mas volto a repetir que Bella não poderia ter nos separado assim.

_ Ela deve ter tido seus motivos. O fato de o seu pai estar envolvido nisso só prova que Bella agiu dessa forma por sentir medo.

Levantei-me e fiquei de costas para Seth. Eu sabia que ele tinha razão, mas ainda não estava pronto para perdoá-la.

Muitas vezes, na verdade, eu não sabia se queria beijá-la ou agredi-la.

O fato era que Bella me tirava do sério de todas as formas possíveis. Nos momentos que eu a desejava ardentemente, ou mesmo nos momentos em que parecíamos dois combatentes inimigos em uma guerra de vontades sem fim.

Meus sentimentos por ela eram uma grande contradição e o único que ainda se destacava era o desejo de vingar-me por tudo o que ela me fez passar. Eu queria puni-la pela dor que eu senti quando ela foi embora, quando ela sumiu da minha vida, quando ela destruiu os sonhos de um homem que cresceu sem amor e que aprendeu amá-la incondicionalmente. Quando ela confiou minha filha ao homem que ela sabia que eu desprezava.

_ Como ele descobriu Nessie?

_ Eu não sei. Ele nunca me disse. Simplesmente apareceu dizendo vir visitar a neta.

_ E você deixou ele entrar?

_ Acha que eu seria capaz de impedir seu pai?

Lembrava-me perfeitamente bem da conversa que tivemos na cozinha depois que contei a Nessie que ela era minha filha.

Bella não sabia dizer como Carlisle descobriu sobre Renesmee, mas eu podia imaginar como. Ele estava envolvido na nossa separação, sem sombra de dúvida.

E eu o odiava ainda mais por isso.

Nesse momento a porta se abriu e, para minha surpresa, Carlisle entrou na sala.

_ Ora, ora... Não é mesmo que o caro Dr. Edward Cullen resolveu dar o ar da graça...

Eu respirei fundo e o encarei.

_ Olá, papai.

_ Até que enfim. Pensei que estivesse se esquecido de suas responsabilidades. Já não sabia mais que desculpas inventar para a direção.

_ Nunca pedi que mentisse em meu nome._ Falei friamente.

_ Você tem um nome a zelar e já que não se preocupa com isso eu tenho que tomar certas atitudes.

_ Você vive tomando certas decisões sobre minha vida que eu não aprovo nem um pouco.

Ele me encarou entre surpreso e debochado.

_ Vejam só... Ele adquiriu garras bem afiadas nesse tempo em que ficou fora.

Odiava esse tom irônico e debochado que ele usava para se referir a mim.

_ Gente, por Deus! Isso aqui é um hospital. Vocês não podem ter essa discussão aqui._ Seth nos disse, certamente prevendo o que seria uma grande discussão.

_ Cale a boca Seth! Você é um nada nesse lugar. Eu decido o que se passa ou não aqui._ Carlisle disse o olhando como se ele fosse um nada.

_ Cale a boca você, Carlisle. O que VOCÊ pensa que é aqui?_ Eu disse friamente olhando pra ele. Jamais admitiria que ele tratasse Seth assim outra vez._ É um médico como qualquer outro.

_ Sou bem mais que um médico colegial, garoto. Sou um dos maiores médicos dos Estados Unidos. E sim, eu mando aqui._ Ele me olhou desafiadoramente.

_ Você acha que manda em tudo e em todos, não é mesmo? O seu dinheiro, quer dizer, o dinheiro da mamãe pode comprar tudo pra você, não é?

Ele riu cinicamente, mas não disse nada. Continuava me encarando com aquele ar debochado e minha ira crescia a cada momento.

_ Sabe, filhinho... Sua mãe está muito preocupada. O bebezinho dela some sem dar nenhuma notícia. Desnaturado esse menino!

_ Odeio suas ironias._ Disse entre dentes. Estava difícil conter a fúria.

Ele riu debochado.

Desgraçado!

_ Fiquei sabendo que você casou.

Então ele sabia.

Maldito!

Perguntava-me qual o seu acesso total a vida de Bella e Renesmee.

_ Não duvido que tenha ficado sabendo. Ao que parece você sabe muito sobre a vida da minha esposa.

_ Realmente. Sei muuuuitas coisas ao seu respeito. Coisas até, que eu nunca sonhei em saber. E coisas que eu ADOREI tomar conhecimento.

O que?

O que esse desgraçado estava falando?

Que coisas eram essas que ele dizia saber?

Senti meu sangue ferver e minhas mãos ficaram trêmulas de ódio.

Eu juro que se descobrisse que este crápula encostou um dedo sequer em Bella eu o mato com minhas próprias mãos.

Seth certamente vendo que eu estava prestes a voar no pescoço de Carlisle, segurou meu braço me fazendo olhá-lo.

_ Vai embora, Edward. Você está nervoso e não vai resolver nada dessa maneira.

Eu encarei Carlisle e ele ainda me olhava com um sorriso debochado, certamente se vangloriando por saber que tinha acertado o alvo ao se referir a Bella daquela maneira.

_ Deixa ele, Seth. Esse é o preço que se paga por unir-se a uma vagabunda desclassificada.

Foi a gota d’água.

Avancei para cima dele, na intenção de matá-lo, mas Seth me segurou a tempo.

_ Maldito! Jamais se refira a ela dessa forma outra vez! Desgraçado!

_ Edward, não! Saia doutor Carlisle... Por favor, saia!

_ Eu vou sair, Seth, mas porque eu quero e não porque você está pedindo._ Ele me olhou por um momento e depois esboçou um sorriso sádico._ Veja se procure a diretoria, Dr. Cullen. Você ainda deve satisfação a eles.

Ele foi à direção a porta e de repente voltou-se como se tivesse se lembrado de algo importante.

_ Ah... E antes que eu me esqueça: sua mãe ainda não conhece sua digníssima esposa. Sugiro que as apresente. Mas tome cuidado. Esme tem a saúde debilitada e não pode ter emoções fortes. Misturar-se com gente da laia daquela mulherzinha pode não fazer-lhe bem.

_ Já disse para não referir-se a Bella dessa forma._ Gritei.

Ele saiu gargalhando e fechou a porta atrás de si.

_ Desgraçado!_ Gritei e dei um murro sobre a mesa.

_ Ele quer te provocar, Edward. Não pode ceder a esse joguinho barato.

_ Ele me irrita. Você ouviu o que ele disse sobre Bella?_ Eu respirei fundo, tentando acalmar-me._ Eu juro que se souber que ele encostou um dedo nela sou capaz de matá-lo. E se ela permitiu...

_ Não fale besteiras, Edward. Lembro-me muito bem que quando namoravam Bella morria de medo do seu pai. Ela jamais permitiria algo assim. Ela é uma mulher decente e honrada. Não desceria tão baixo a ponto de ter um caso com seu pai.

Seth tinha razão.

Apesar de tudo que acontecera eu confiava em Bella nesse sentido.

Ela jamais teria um caso com meu pai.

E com nenhum outro homem.

Ela foi e seria somente minha.

Para sempre.

_ Se acalme e mantenha-se longe do seu pai. Ele é um homem perigoso.

_ Não era o que me dizia há algum tempo atrás.

Ele me olhou culpado.

_ Ele era seu pai, oras. Você deveria no mínimo respeitá-lo ou sei lá... Não odiá-lo.

_ Mas você viu que não dá. Ele é desprezível.

Seth não disse mais nada. Apenas assentiu e voltou para sua mesa.

Eu suspirei.

Precisava me resolver com a diretoria e voltar para casa.

_ Vou falar com a equipe da diretoria. Quero ir pra casa.

Seth me olhou por um momento e depois suspirou.

_ Ótimo! Faça isso. Mas, cuidado. Vê se não suma outra vez e pegue leve com sua esposa.

Eu assenti de fui em direção a porta.

_ Obrigada por tudo, Seth. Até mais!

Sai andando pelos corredores do hospital em direção à sala da diretoria.

Torcia para não encontrar Carlisle, pois dessa vez ou não conseguiria manter o controle e acabaria agredindo-o.

xxxxx

Horas depois eu dirigia de volta para casa, ansioso por poder encontrar Renesmee e... Bella.

Por mais que sempre acabássemos brigando sempre que estávamos juntos eu sentia muita falta de sua presença.

Do seu cheiro.

Dos seus olhos.

Do seu sorriso.

Bufei exasperado.

Odiava ser tão fraco em relação à Bella.

Ainda estava bastante nervoso devido ao confronto que tive com Carlisle no hospital.

Suas palavras não me saíam da cabeça.

Não queria imaginar a cena, mas era impossível conter minha mente.

Ele, certamente, desejara Bella alguma vez e poderia ter conseguido algo com ela.

Bella não teria forças pra ir contra vontade do meu pai.

E eles poderiam ter tido um caso.

Apertei o volante com força.

Não, isso não seria possível.

Certa vez, Nessie me dissera que todas as vezes que Carlisle as visitava, Bella chorava.

Imaginava o tipo de pressão que Le fazia sobre ela. As chantagens, as ameaças.

Maldito!

Estacionei o carro na garagem e fui rapidamente em direção a casa.

Entrei pela porta da cozinha e me deparei com Alda cochichando no telefone.

_ Não. A senhora nunca me disse. E eu tinha o direito de saber.

Estranhei seu tom de voz.

Ela parecia irritada, sendo que ela era uma pessoa muito tranqüila e paciente.

_ Não posso guardar isso comigo para sempre. Algo assim acabaria me matando!

Sobre o que ela estava falando?

_ Prazos, senhora. Eu quero prazos. Caso contrário, conto tudo!

Contar o que? Para quem?

Algo me dizia que essa conversa misteriosa estava relacionada com sua reação ao conhecer Renesmee.

Deus!

Quantos problemas ainda teria que enfrentar?

_ Ótimo. Espero que dessa vez cumpra o prometido. Passar bem!

Dito isso ela bateu o telefone e bufou.

Virou-se em direção a porta e quase desmaiou a me ver parado à porta da cozinha, a encarando sério.

_ Edward, que susto!

_ Quem era no telefone?_ Perguntei desconfiado.

_ Era... Era... Hum...

_ Papai!

Me virei assustado em direção a voz de Renesmee e pude perceber Alda suspirando de alívio.

_ Oi, bonequinha._ Falei enquanto a segurava em meu colo.

_ Você demorou!_ Ela disse fazendo um biquinho adorável, igual ao de Bella quando ficava brava.

_ Eu sei, meu anjo. Precisava resolver uns problemas. Onde está sua mãe?_ Perguntei quando não notei sinal de Bella. Ela geralmente estava onde Nessie estivesse.

_ Está deitada, Edward._ Alda respondeu._ Disse que não estava se sentindo bem.

_ Sabe o que ela tem?_ Indaguei preocupado.

_ Não, menino. Ela apenas disse que estava passando mal e me pediu para cuidar de Renesmee enquanto ela descansava.

Ela realmente não deveria estar bem, caso contrário não teria deixado Renesmee sob os cuidados de Alda.

Bella era uma pessoa que demorava a confiar em alguém, principalmente no que dizia respeito à sua filha.

_ Vou ver como ela está._ Disse seguindo em direção aos quartos.

Minha conversa com Alda ficaria para depois.

Precisava descobrir que mistério era esse.

_ Posso ir também?_ Nessie me perguntou com um olhar ansioso e preocupado.

_ Espere um momento, querida. Quando puder entrar eu te chamo.

Ela fungou, mas assentiu em concordância.

_ Cuida dela, papai. Ela é a única mãe que eu tenho.

Tive que rir de suas palavras. Abaixei-me e dei um beijo em seus cabelos macios.

_ Pode deixar, princesa. Vá assistir TV e daqui a pouco eu te chamo.

Ela saiu pulando em direção à sala e eu entrei no quarto. Bella dormia encolhida entre as cobertas.

Me aproximei da cama e por um momento, me permiti apenas admirá-la.

Como era linda!

Sacudi a cabeça de leve para afugentar esses pensamentos perturbadores e toquei suavemente seu rosto.

Não queria assustá-la.

_ Bella..._ Sussurrei.

Ela se mexeu e abriu os olhos devagar.

_ Edward..._ Disse enquanto se sentava na cama.

_ O que você tem? Está doente?

Notei as olheiras profundas que se destacavam em sua pele pálida.

Sua roupa estava amarrotada e seus cabelos uma desordem, mas ainda sim estava adorável.

Ela me encarou por um momento e, para meu desespero, começou a chorar.

_ O que... Porque está chorando?_ Perguntei incrédulo.

Ela não respondeu, continuando a chorar e seus ombros eram sacudidos pelos soluços desesperados.

_ Bella!_ A repreendi.

Porque diabos ela estava chorando?

Ela parecia tão desamparada, seu choro era tão sofrido.

Senti meu coração se apertando.

Não resisti e a abracei.

_ Acalme-se. Porque está chorando?_ Disse entre seus cabelos enquanto a embalava como uma criança.

_ Estou com medo._ Balbuciou contra minha camisa.

_ Do que?_ Perguntei confuso.

_ Do que vai acontecer comigo... Com a gente.

_ Nada vai acontecer. Vamos apenas esclarecer algumas coisas, desvendar alguns segredinhos... Tudo muito básico._ Não pude evitar o tom irônico. Apesar de seu sofrimento me incomodar aquele desejo de vingança ainda permanecia em mim.

_ Porque faz isso comigo? Deus! Não agüento mais! Estou a ponto de enlouquecer!_ Disse enquanto me afastava. Eu a soltei.

_ Porque eu faço isso? Tenho mesmo que repetir a história toda? Porque eu tenho certeza que você conhece meus motivos.

_ Já disse que você não é Deus! Nem um vingador justiceiro. Então, pare com isso._ Ela gritou.

_ Sorte sua, Bella, que não sou o que sugeriu. Caso contrário a faria pagar bem caro pelos seus erros.

Ela me encarou por um longo momento e depois colocou a mão na cabeça, gemendo.

_ O que foi?_ Perguntei alarmado.

_ Nada. Apenas uma dor insuportável na cabeça. Mas não se preocupe. Isso tem nome: Edward Cullen.

Eu sorri ironicamente com sua afirmação.

_ Já tomou algum medicamento?

_ Sim. Mas está difícil de passar.

_ Renesmee está preocupada._ Eu também estava, mas não ia dizer isso a ela.

_ Faz tempo que vim para o quarto. Estava doendo muito.

Eu assenti e a observei enquanto ela massageava as têmporas.

_ Tudo certo no hospital. Em breve não serei mais funcionário do Massachusetts General hospital e estarei pronto para assumir meu cargo em Forks.

Ela me olhou por um momento.

_ E se as coisas não sair como espera?

_ Vão sair, Bella. Cuidarei pessoalmente para que tudo saia como o planejado.

_ Seu pai...

Eu me irritei a menção do meu pai.

_ O que tem meu pai?

_ Ele é capaz de atrapalhar qualquer plano.

_ Pelo jeito conhece meu pai melhor do que imagino._ Falei usando toda a ironia de que fui capaz.

Ela estreitou os olhos e me encarou com raiva.

_ O que está insinuando?
_ Me diga Bella: Qual o grau de intimidade entre vocês?

_ Intimidade? Ficou louco? Não existe intimidade nenhuma entre nós._ Gritou.

_ Não é o que ele diz!_ Rebati

_ Seu pai é louco! Aliás, todos vocês são!

_ Vai negar que ele já tentou alguma coisa?

Ela desviou o olhar muito vermelha, mas não respondeu.

_ Vamos, Bella... Estou esperando. Negue!

E novamente ela não disse nada.

Avancei para cima dela e a segurei pelo braço.

_ Quantas vezes ele tocou em você?_ Um ódio absoluto me dominava.

Ela não podia negar, porque ele já tinha tentado algo.

Bella não sabia mentir.

_ Você está me machucando?_ Disse tentando se soltar.

_ Vou machucar muito mais se não me responder.

_ Me solta! Não tenho nada pra falar!

_ Não se contentou com o filho e teve que ir pra cama com o pai? Responda!

Ela me deu um violento tapa no rosto e com o susto eu a soltei.

_ Não sou burra o bastante pra me envolver com dois Cullen. Um só já me dá dor de cabeça o bastante. Mas continue assim, Edward... Me acuse. Faça isso, se sente bem. Um dia vai descobrir que não sou eu quem merece todo esse ódio e aí vai ser tarde demais, pois quem está começando a odiar aqui, sou eu!

Dizendo isso ela seguiu em direção a porta.

_ Ah, e outra coisa. Devia pensar bem antes de dar crédito às coisas que seu pai diz. Ele já provou que não tem caráter.

_ Você também provou._ Falei friamente.

_ Talvez. Mas quando se erra por amor, fica difícil julgar o caráter. Pense nisso!

Ela abriu a porta e saiu rapidamente do quarto.

Não queria agredi-la. Nem ofendê-la.

Era Carlisle que eu odiava no momento.

Maldito! Maldito! Maldito!

Eu precisava parar com isso.

Suspirei e passei a mão pelos cabelos.

Amanhã seria outro dia e quem sabe, finalmente, eu conseguisse entender essa história com Bella e Carlisle frente a frente.

Teria que protegê-la, é claro. Carlisle era muito perigoso.

Mas esse confronto aconteceria.

Amanhã.

E quem sabe, de quebra, eu descobriria onde estava minha outra filha.

Porque eu tinha certeza que ela existia.

Certeza absoluta!







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Notas finais do capítulo

Bom, pessoal...
Ele tem certeza...
Mas ainda vai um tempinho pra ele confirmar...E se ele confirmar! ;)
O confronto entre Bella e Carlisle é no próximo capítulo que já começou a ser escrito...
Não se esqueçam que tudo que eu escrevo é essencial para a continuação do enredo...Nada está aqui por acaso!
Não posso adiantar a história pois assim quebraria a sequência, mas garanto que vcs não perdem por esperar...
Vem muita emoção ainda por aí...
Pelo menos quando eu leio uma fic gosto de detalhes...
Por isso a minha é tão minuciosa nesse aspecto...
Espero que gostem assim! :)
Próximo Capítulo, POV de Bella...
Preparem os corações...
Continuem comentando e se puderem recomendem a fic...
Beijos e até o próximo Capítulo...
Spoliers do Capítulo 18:
_ Olá, Isabella... Sinto um prazer imenso em revê-la._ Carlisle disse enquanto beijava minha mão. Tinha uma vontade imensa de puxá-la e ficar o mais longe dele, mas Esme nos observava atentamente.
Ele era puro veneno e eu sentia nojo só em olhá-lo.
Renesmee estava apoiada nas pernas de Edward e também observava atentamente a cena.
Ela se preocupava com minha reação a Carlisle. Nessie sabia o quanto ele me perturbava.
Mas eu precisava ser forte.
Por ela.
Por Edward.
Por nós.
_ Olá, senhor Cullen._ Disse baixinho.
Eu me sentia gelada por dentro.
Desde o momento em que coloquei meus pés nessa casa, o olhar ameaçador de Carlisle me sondava a todo segundo.
Tinha medo do que ele poderia fazer.
Eu descumpri suas regras.
Eu voltei.
Me casara com Edward.
Olhei discretamente para Edward e ele também me encarava, analisando cada um dos meus movimentos.
Sua vida estava em jogo ali, e eu faria tudo para protegê-la...
Qualquer coisa!
Beijos!!