Pov Edward:

Quanto tempo duas mulheres podiam levar se arrumando?

Duas não.

Uma e meia.

Bella e Renesmee estavam naquele quarto há horas e a única missão que lhes foi dada era arrumar as malas.

Que complicação podia haver nisso?

Deus!

Nosso vôo sairia dentro de algumas horas e se elas não se apressassem só iríamos para Boston no ano que vem.

Suspirei exasperado e me sentei novamente no sofá.

O jeito era esperar.

Olhei para o porta-retratos que agora repousava sobre a lareira e coloquei o rosto entre as mãos, desviando rapidamente o olhar.

Frustrado.

Esse era o adjetivo perfeito para mim nesse momento.

Alice nos trouxera esse retrato na noite anterior dizendo ser nosso presente de casamento.

Era uma foto minha e de Bella durante a cerimônia civil. Estávamos tão concentrados no olhar um do outro que quem olhasse de fora podia jurar tratar-se de um casal completamente apaixonado.

Doce engano!

Levantei-me e fui até a janela.

Passara-se uma semana após o casamento.

E se eu não enlouquecera nesse tempo, certamente isso jamais aconteceria.

As coisas não estavam nada bem entre eu e Bella.

Nossa vida tinha se transformado em um inferno.

Tudo fora relativamente normal desde que nos casamos.

Apesar de minha noite de núpcias frustrada, havíamos conseguido nos entender e até mesmo fizemos um acordo.

Tivemos uma manhã de núpcias maravilhosa.

Nossos momentos juntos foram exatamente como eu me lembrava.

Delirante. Envolvente. Excitante. Maravilhoso.

Tê-la em meus braços outra vez era como um sonho bom e se eu pudesse, jamais acordaria.

Quando ela aparecera na sala de manhã, dizendo que seria minha, eu nem acreditei.

Bella era esperta e eu nunca conseguia decifrar o que se passava em sua mente. Enganar-me seria muito fácil.

Mas ela fora.

Completamente minha.

Por duas vezes naquele dia e as duas vezes foram simplesmente fantásticas.

Mas tudo mudara na segunda noite após o casamento.

Fomos buscar Nessie na casa de Alice e quando voltamos Bella disse que colocaria nossa filha na cama.

Fui tomar banho e depois me dirigi ao quarto de Nessie para desejar-lhe boa noite. Isso havia se tornado uma rotina desde que eu viera com elas de Boston. Precisava dar boa noite a minha princesinha para conseguir dormir bem.

Quando estava próximo à porta ouvi a pergunta que Nessie fazia a Bella:

_ Como se faz um bebê?

Eu estaquei no lugar e fiquei esperando ansiosamente pela resposta de Bella.

Eu mesmo não saberia como responder uma questão assim para uma simples criança, mas Bella era fantástica como mãe e certamente se sairia bem.

_ Já falamos sobre isso. Duas pessoas se amam, ficam juntas, casam e esse amor faz um bebê.

Eu sorri de leve.

Uma ótima saída para a tal pergunta.

O amor é o responsável por tudo.

E de certa forma isso era verdade.

Ela não precisava saber que o amor levava duas pessoas a ter intimidades como o sexo. Ela era muito nova para isso.

E se dependesse de mim Nessie só pensaria em sexo depois dos trinta anos!

_ Mas eu nasci antes de você casar com meu papai.

_ Sim, antes.

_ Então não foi o amor quem me fez.

Não foi uma pergunta. Foi uma declaração feita com um tom de voz muito triste.

Em sua cabecinha inocente, o fato de eu e sua mãe não termos seguido a ordem correta não fazia dela fruto de um amor.

"Está enganada, querida. Você é fruto de um amor intenso. Que não durou, mas foi pleno enquanto existiu.” _ Pensei enquanto continuava escondido na sombra do corredor para que elas não me vissem.

_ Oh, querida. Claro que foi. Eu amava seu pai e esse amor fez você, meu presente mais lindo._ Bella disse enquanto, certamente, fazia cócegas em sua barriga, já que ela gargalhava feliz._ Nem sempre quem se ama casa.

_ Mas você casou com o papai agora... Você ama ele?

Nesse momento eu entrei no campo de visão das duas. Precisava ouvir essa resposta olhando nos olhos de Bella.

Ela me encarou e por um momento cheguei a pensar que não responderia.

_ Amo._ Disse com um sussurro enquanto continuava me encarando.

Essa resposta causou um rebuliço em minhas emoções, já tão confusas.

Mas eu não poderia deixar que Bella me enganasse outra vez.

Um dia eu acreditara nesse amor e ela me traíra, fugira com minhas filhas, mentira, e agora eu estava disposto a me vingar.

Mesmo com o nosso acordo. Se ela fosse culpada, não hesitaria em castigá-la.

_ E você papai, ama a mamãe?_ Nessie perguntou enquanto pulava da cama e corria até mim.

Notei que Bella prendeu a respiração a espera da minha resposta.

Resposta que eu não daria, porque eu simplesmente não sabia qual era.

Simples assim.

E não queria saber.

Mais simples ainda.

Não me interessava mais pelo amor.

Uma garota com um lindo olhar cor de chocolate acabou com meus sonhos sobre amor.

Jamais amaria outra vez!

_ Eu acho que a senhorita devia parar de perguntas e ir para cama._ Disse enquanto desviava os olhos do olhar de Bella e me dirigia com Renesmee de volta para a cama.

Quase cheguei a sentir pena do olhar triste com que ela me encarou após eu não responder a pergunta de Nessie.

Quase!

Mas, afinal, o que ela queria?

Uma declaração de amor?

Depois de tudo que acontecera?

Preferia não misturar os sentimentos com essa necessidade de vingança.

Apesar da mágoa que sentia por Bella, não tinha dúvidas que se nos deixássemos nos envolver pelos sentimentos acabaríamos machucados e isso era algo que eu queria evitar.

Precisava evitar.

Demos boa noite a Nessie e fomos para o quarto.

Eu sabia que depois de tudo que havia acontecido entre nós naquela manhã eu não seria obrigado a dormir no sofá.

Mesmo assim fiz questão de perguntar.

Mas ela simplesmente dissera que eu podia dormir na cama, pois não queria Renesmme fazendo perguntas.

Pude ouvi-la chorando no banheiro.

Às vezes, como agora, me sentia um monstro.

Alguém muito pior que meu pai.

Eu sabia que ela chorava pelo que acontecera no quarto da nossa filha.

Mas eu não podia me deixar levar.

Precisava continuar frio 

Precisava resistir ao apelo que o simples olhar dela me causava.

Algum tempo depois ela voltou ao quarto vestindo um pijama flanelado e se deitou ao meu lado em silêncio.

Eu tinha uma necessidade tremenda de tocá-la e de repetir tudo o que acontecera entre nós naquela casa de praia.

_ Você não vai ser minha esta noite?_ Perguntei quebrando o silêncio do quarto.

Precisava de sua permissão, caso contrário ela teria a mesma atitude da noite de núpcias.

_ Você me quer?_ Sussurrou.

Sua voz era tão triste que por um momento eu quis abraçá-la e confortá-la até afastar todo seu sofrimento.

Mas, é claro, que eu não faria isso.

_ Eu sempre quero.

E isso era uma verdade absoluta.

Eu a desejei desde o momento que a vira naquele laboratório de anatomia há mais de cinco anos.

Eu a quis em todos os momentos que passamos juntos e em todo o tempo que ficamos separados.

Eu sempre ia querê-la. De qualquer jeito e em qualquer lugar.

Mas ela ainda não respondera.

_ Bella?_ A chamei baixinho.

Me virei para olhá-la e ela me encarou.  Notei algo úmido e brilhante em seus olhos.

Lágrimas.

Eu devia sentir-me feliz por fazê-la sofre, mas não me sentia.

Me sentia um miserável. Um covarde. Um nada!

_ Sim..._ Foi um sussurro quase inaudível. Pensei até ter me enganado, mas aí então ela me beijou. E imediatamente eu a abracei me esquecendo de qualquer pensamento coerente.

Era incrível tê-la em meus braços.

O prazer que sentia com ela era inigualável.

Seu corpo era perfeito.

Seus seios, sua barriga plana, suas pernas bem torneadas... Tudo nela me fascinava.

Sentia seu corpo estremecendo a cada carícia mais ousada e às vezes ela prendia a respiração, num gesto tão típico dela. Seu coração disparava vezes sem fim e o meu acompanhava suas batidas, perfeitas para esse momento.

Quando a penetrei, pensei tê-la machucado, mas ela apenas disse para que eu continuasse.

E foi o que fiz.

Continuei até me desmanchar de prazer em seus braços.

_ Não existe nada no mundo que se compare a ter você assim, Bella..._ Disse enquanto a penetrava profundamente.

_ Não?_ Disse ofegante e eu nunca a achei tão bonita.

_ Não...

E era a mais pura verdade.

Eu podia procurar onde quer que fosse, mas ela era a única a me proporcionar tanto prazer.

_ Você me ama, Bella?_ Perguntei depois de um longo momento. Pensei até que ela estivesse dormindo, mas eu precisava desesperadamente de respostas.

_ Porque quer saber?- Ela perguntou baixinho, o som abafado contra minha pele.

_Você disse a Nessie.

_ Disse.

_ E era verdade?

Se ela dissesse que sim, eu não saberia como reagir.

E se ela dissesse que não eu...

_ Não.

Eu a empurrei para longe, a encarando.

Então era tudo uma farsa.

Que tolo eu fui!

Começara a sentir pena dela quando na verdade a única coisa que ela fazia era mentir, enganar, trapacear.

Maldita!

_ Ótimo. Porque eu não hesitarei em me vingar de você caso seja a culpada por tudo o que aconteceu._ Eu disse entre dentes, tentando conter a fúria.

Ela respirou fundo.

_ O amor atrapalharia tudo, não é?

_ Sem dúvida.

“Você nem imagina o quanto!”

_ Mas o meu corpo você não hesita em tomar.

_ Não vou desprezar algo que me é oferecido de bandeja.

Eu queria feri-la. Tinha uma necessidade quase vital de fazê-la sofrer e pagar por tudo que me fizera.

_ Saia daqui, Edward. Pelo amor de Deus, saia!_ Gritou enquanto me empurrava.

_ Não. Fique quieta e durma. Amanhã será um novo dia. E eu jamais, sairei de sua cama outra vez.

Nunca.

Acabou esse joguinho.

Ela ia ter que aprender quem manda agora.

_ Eu odeio você!_ Disse entre dentes.

_ Ótimo. Esse sentimento eu também posso retribuir. Mas não era ódio que você sentia em meus braços há pouco.

_ Eu tenho nojo de você, desgraçado!

“Idem, Bella!”

_ Boa noite, querida._ Eu disse rindo e a apertando mais ainda em seus braços.

“Você não vai fugir Bella... Nunca!

Era o que eu acreditava.

Na manhã seguinte ela fizera questão de não me dirigir à palavra.

Tratou nossa filha com doçura e carinho, como sempre, ignorando totalmente minha presença.

Foi à livraria durante o dia e deixou Renesmee sob meus cuidados. Nós nos divertimos muito e a cada dia eu amava ainda mais a minha princesa.

No fim do dia Bella nos preparou o jantar e pouco tempo depois Nessie adormeceu no sofá onde assistíamos seu desenho favorito. A levei para cama e fui para meu quarto.

Nem sinal de Bella.

Tomei banho e quando voltei, ela estava deitada sob as cobertas.

Tomei meu lugar na cama e tentei abraçá-la, mas para minha surpresa ela se virou rapidamente pra mim e me deu um sonoro tapa no rosto.

_ Ficou louca?_ Perguntei extremamente irritado.

_ Se encostar em mim outra vez vai levar mais que um tapa.

_ Bella, não me venha com essa. Você é minha mulher e eu tenho todo o direito de tocá-la.

_ Quero que você e o seu direito vão para o inferno. Não vou mais me oferecer de bandeja a você, Edward. Acabou! A partir de hoje você só toca em mim quando aprender a me respeitar.

_ Olha, aqui...

_ Olha aqui você: Esse casamento é apenas um arranjo. Não posso ficar sem minha filha e não quero que ela fique sem o pai, tão pouco. Nós dois poderíamos nos entregar aos prazeres do sexo, caso me respeitasse. Mas já que parece ser impossível, então esquece!

_ Isso é um absurdo!_ Disse enquanto me levantava e ia até a janela.

_ Absurdo é você achar que pode me humilhar da maneira como vem fazendo._ Ela gritou enquanto se levantava._ Não pode! Eu já paguei o suficiente pelo que te fiz. Fugi, menti, enganei... Ótimo! Eu realmente fiz tudo isso, mas você não é Deus pra ficar me castigando. Eu não te devo nada!

_ Renesmee...

_ Duvido que a tire de mim. Faça isso e a terá odiando-o. Ela me ama. Sou a mãe dela e sua vingança absurda não pode mudar isso.

_ Você é uma...

_ Vamos lá, Edward, diga. _ Ela me interrompeu._ Uma vagabunda. Uma desgraçada. Uma mentirosa. Uma mercenária... Sou o que você quiser, só não serei a otária que você leva para a cama todas as noites.

_ Você não pode fazer isso.

_ Posso e vou. Encoste em mim e sofrerá as conseqüências.

Dito isso ela se deitou na cama e fechou os olhos com força.

A olhei por um momento e minha vontade era de sacudi-la até fazê-la entender minha raiva.

Suspirei irritado e me deitei, deixando-a em paz por essa noite.

Mas estava bastante enganado ao imaginar que ela facilitaria as coisas nos próximos dias.

Ela continuava a me ignorar e como se não fosse o bastante desfilava com camisolas provocantes e não me deixava tocá-la de forma alguma.

Imagino que essas sejam as peças que Alice lhe dera para a noite de núpcias e ela as estava usando para me enlouquecer.

Saber que ela vestia aquelas roupas me fazia ficar mais excitado do que quando a via nua.

E ela sabia o efeito que estava causando em mim, e se divertia com isso.

Maldita!

E maldito seja esse desejo absurdo que sentia por ela que me fazia ter que tomar banhos frios todas às noites para conseguir dormir.

Decidi voltar a Boston o mais rápido possível. Queria resolver essa situação absurda.

Sem contar que precisava pedir demissão do hospital para assumir a vaga de médico local de Forks. Esse sempre fora meu sonho. Trabalhar em uma cidade pequena bem longe da minha complicada família.

Essa era minha chance agora.

_ Estamos prontas, papai!_ Nessie gritou em quanto descia as escadas correndo.

Bella vinha logo atrás trazendo duas grandes malas.

Me apressei em ajudá-la.

_ Até que enfim! Pensei que teríamos que remarcar o vôo para amanhã.

_ É preciso tempo para arrumar malas femininas, Edward. Mas agora está tudo pronto._ Bella me disse, se posicionado em frente à porta._ Vamos?

Eu suspirei.

Finalmente!

_ Sim. Vamos.

_ Oba! Adoro andar de avião_ Nessie disse correndo até o carro e eu e Bella rimos.

Nossos olhares se encontraram e seu sorriso morreu, fazendo com que ela desviasse o rosto.

Era sempre assim agora. Ela não era capaz de sorrir comigo.

Segui Rensmee até o carro enquanto Bella se encarregava de trancar a porta.

_ Eu não acredito que iam embora sem se despedir de nós?_ Alice perguntou descendo apressadamente do seu carro enquanto colocávamos nossas bagagens no porta-malas.

_ Claro que não, Alice. Íamos passar pela livraria._ Bella disse enquanto aproximava-se para a abraçá-la.

_ Sei... Ah, eu vou sentir tantas saudades._ Ela deixou Bella e virou-se para mim. Ainda não estava totalmente acostumado com essas demonstrações de carinho de Alice, mas eu gostava sinceramente dela._ Você, Ed, trate de devolver minha amiga logo._ Disse me abraçando também.

Ed? Que intimidade era essa agora?

Tive que rir.

_ Ok, Alice. Voltaremos logo.

_ Acho isso muito bom. A Nessie não pode perder aula e nós precisamos logo dos serviços médicos de Edward Cullen. Sem contar que os clientes sentem falta da Bella.

_ Alice, sobre a livraria...

_ Nada disso, Edward. Bella lutou para tê-la assim como eu. Não acho justo ficar com ela agora, só para mim. Somos sócias e continuaremos assim.

Descobri, nesse pouco tempo de convivência, que poucas vezes tinha sentido discutir com Alice.

_ Ouça minha esposa, Edward. Bella adora literatura e seria muito triste vê-la abandonando seu sonho, assim._ Jasper disse pacientemente.

Olhei para Bella e ela me encarou.

Meus planos inicias eram levá-las para Boston comigo. Mas eu me apaixonara por Forks e agora que íamos ficar Bella poderia continuar na livraria.

_ Ok... Ela pode continuar. Mas acertamos isso na volta, pois já estamos atrasados.

Alice soltou um grito de animação e começou a dar pulinhos, parecendo uma criança. Todos rimos da cena.

_ Vocês vão mesmo voltar, não é pai da Nessie?

Era Jacob quem me perguntava.

Sabia que ele fazia isso porque não queria que eu levasse Nessie embora. A obsessão desse garoto por minha filha às vezes me irritava profundamente.

Mas, afinal, ele parecia ser um bom amigo para ela e no futuro poderia contar com ele para sua proteção.

_ Vamos sim, Jacob. Serão apenas algumas semanas e logo você terá Nessie de volta.

Ele sorriu largamente e correu de volta para Nessie que estava encostada no carro brincando com Bart.

_ Estávamos seriamente preocupados com Jacob pensando que levariam mesmo Nessie embora. Acho que ele adoeceria.

_ Porque ele é assim com ela?_ Perguntei confuso. Não era normal uma amizade assim entre duas crianças.

_ Ninguém sabe, Ed. Ele apenas a ama e a quer sempre por perto._ Alice me disse observando as duas crianças conversarem.

_ Bom, nós já vamos._ Disse enquanto ia até o carro e trancava o porta-malas.

_ Edward, entes de vocês irem, quero te pedir uma coisa._ Alice me disse baixinho olhando discretamente em direção a Bella e Jasper que conversavam sobre os cuidados de Bart nas próximas semanas.

_ Fale.

Ela respirou fundo e pareceu hesitar.

Estranho.

Alice jamais vacila no que faz.

_ Olha... Eu sei de tudo! Conheço toda a história de vocês e o que levou Bella a vir para Forks e esconder tudo de você. Portanto, tenho propriedades para lhe pedir cautela. Ela não é culpada pelos crimes que você a acusa.

_ Alice...

_ Não. Apenas escute._ Disse colocando as mãos em meu ombro para me silenciar._ Bella teve grandes motivos para fazer o que fez. De uma chance a ela pra que se explique. De uma chance ao relacionamento de vocês. Ela o ama e eu sei que também gosta dela. Então, não estrague tudo com uma vingança que ela nem sequer merece. E... Muito cuidado com seu pai. Ele é mais perigoso do que pensa.

Levante os olhos e notei que Bella nos observava desconfiada.

Suspirei.

_ Ok, Alice. Prometo pensar em tudo que me falou. Mas quanto ao meu pai...

Alice sorriu radiante.

_ Ótimo. É o que basta. Bella merece ser feliz. Ela já sofreu muito na vida. E quanto ao seu pai, apenas siga meu conselho.

Eu precisava saber o que ela queria dizer com isso.

Mas não tínhamos tempo agora.

Precisávamos pegar o avião.

_ Vamos, papai?

Desviei minha atenção para Renesmee enquanto Alice se posicionava ao lado do marido e do filho.

_ Claro. Vamos, Bella?

Ela assentiu de leve com a cabeça e entrou no carro.

Acenamos enquanto saímos e notei que Alice piscou pra mim.

Deus!

As coisas que ela me dissera ainda martelavam em minha mente.

_ O que você e Alice conversavam?

Olhei para Bella e ela me encarava, ainda desconfiada.

_ Nada. Ela apenas me pediu que cuidasse de vocês.

Eu tinha certeza que ela não acreditara, mas não disse nada. Apenas concentrou sua atenção na estrada.

Logo estaríamos em Boston e eu temia, sinceramente, os rumos que minha vida podia tomar.

Tinha certeza que essa viagem seria inesquecível.

Só esperava que de uma maneira positiva.

Para meu bem.

Para o bem da minha família.