O Erro de John Winchester escrita por AngelSPN


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Muitas emoções neste capítulo, espero que apreciem.



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Bobby saiu do quarto, não conseguiria ficar nem mais um segundo, para ele Dean ficaria para sempre em sua memória como seu garoto ativo, teimoso, caçador e paquerador. Aquele deitado naquele quarto não era ele, apenas um corpo repousando. Voltou para onde estavam ficando, tinha que ficar sozinho, chorar sozinho. Precisava urgentemente de uma bebida, só assim poderia tentar relaxar. Olhou para o embrulho sobre a mesa, aproximou-se sorriu ao ver a torta favorita de Dean.

- É, garoto. Você não conseguiu experimentá-la...- Bobby sentiu uma crescente raiva, não era costume do velho caçador perder a cabeça, mas precisava extravasar. Demoliu com uma cadeira que estava próxima, atirou o copo que estava em sua mão contra a parede.

- Porque, Dean! Como se deixou pegar! Como pôde me deixar neste mundo maldito! – Deixou-se cair no sofá. Lágrimas agora eram bem vindas, não tinha receio de deixá-las fluir. Ficou imóvel por vários minutos. Depois resolveu levantar-se pegou a sacola, colocou-a de lado, olhou os dois copos na mesa. Algo chamou-o a atenção, analisou o copo e percebeu que havia resíduo de alguma coisa branca, passou o dedo e depois esfregou. Passou o dedo na língua, tinha um gosto amargo. Que raios Dean ingeriu? Lembrou das palavras do médico. “Qual medicamento ele costumava tomar?”. Tudo fazia sentindo, e Bobby tiraria isso a limpo nem que tivesse que arrancar a pele de John.

Muitos dias se passaram após a morte do irmão mais velho, Sam sentado olhava para o horizonte, como fazia todas as tardes depois que Dean foi enterrado. Ficava horas a fio olhando o túmulo do irmão. Tentara de todas as formas para trazê-lo de volta, ainda desconhecia muitas coisas do mundo sobrenatural. Pouco falara com o pai, ele havia se fechado de tal forma que não havia como começar uma conversa, já fazia duas semanas que John desaparecera e não dava notícias. Uma voz cortou os pensamentos do mais jovem caçador.

- Sam, venha. Preciso de sua ajuda, filho. Os livros estão com as letras cada vez menores, e minha visão está cansando a cada dia que passa. – Bobby tentava de tudo para amenizar um pouco o clima, ele sabia, Dean lhe pedira para cuidarem de Sam. E ele cumpriria seu dever de “pai”. Coisa que John deixava a desejar.

- Só mais um pouco, Bobby. Por favor. – Sam era irresistível quando fazia aquela cara.

- Ok, filho. Mas não demore.

Bobby afastou-se, sentou-se na poltrona velha e a dias estava pensando em fazer uma loucura, uma loucura que traria seu “garoto” de volta. Isso consumia sua mente dia após dia, mas estava investigando todas as possibilidades, talvez John estivesse pensando o mesmo. Bobby lembrou da conversa que teve com John. Mas só ele falava, John estava em estado de choque, não havia como interrogá-lo, Bobby tinha tantas perguntas. Resolvera deixar passar um pouco o tempo, e então John não seria poupado, mas o homem havia sumido.

Bobby, não teve filhos. Mas esses garotos eram como sangue dele, lembrava-se dos dias felizes em que Dean mau podia carregar um rifle aproximou-se correndo de Bobby e mostrava com orgulho sua caça. Bobby olhou para o coelho em suas mãos, sorriu e disse:

- Dean, posso ser velho. Mas não sou burro garoto. Esse coelho está morto já fazem alguns dias e pelo visto por um predador com grandes presas.

Dean chegou bem próximo de Bobby, e com as pontas dos pés cochichou em seu ouvido.

- Eu sei tio Bobby! – Falou timidamente e olhou para trás vendo Sam aproximar-se tropeçando nas própria pernas. – É que...eu não queria que Sammy me visse atirando, sabe...ele não deve matar...desta forma eu disse que a caça já teria acabado e voltaríamos a brincar.

Uma lágrima discreta entre o sorriso do caçador caiu-lhe na face ao lembrar, da pureza e a preocupação de Dean pelo irmão desde pequeno. Certamente Sam estava sofrendo muito mais que ele, ambos se amavam.

A chuva chegou repentinamente, os primeiros pingos acordaram Sam de seu estado hipnótico, voltou o corpo em direção a casa. Ao entrar percebeu que Bobby, estava disfarçando que lia um livro. Sam compadeceu-se de Bobby e resolveu quebrar o silêncio.

- Bobby, o que você que aconteceu com o papai? Tentei várias vezes ligar, só cai na caixa de mensagens. – Sam perguntou sentando-se em outra cadeira.

- Seu pai passou por um momento muito difícil, quando encontrei ele e o...Dean, bem não parecia um ser humano. Ele deve estar se sentindo culpado por não ter podido salvar seu filho.

- É, se eu não tivesse ido embora...talvez...- Bobby não deixou o jovem completar a frase.

- Não Sam, você não poderia fazer nada, ninguém poderia...a culpa não recai sobre ninguém, e sim de um desgraçado. – Bobby virou-se para não deixar Sam perceber tamanha ira que o acometia.

- Escreve o que eu digo Bobby, ele pagará muito caro. E não desistirei de meu irmão, nunca! – A última palavra soou forte e alto.

- O que você quer dizer com isso? Não pretende fazer nenhuma besteira, não é? – Bobby sabia que Sam não ficaria quieto. Ele mesmo estava pensando centenas de coisas ruins em sua cabeça, mas ele já tinha vivido o suficiente, poderia fazer um pacto e tirar Dean do labirinto da morte.

Sam não respondeu, pegou um copo e encheu-o de uma bebida qualquer. Ficou olhando a chuva que caía fortemente.

Em um lugar distante dali, um homem desenhava símbolos no chão, depois cortou a pele da mão deixando o sangue escorrer por uma tigela, após alguns segundos seus lábios moveram-se para um linguajar estranho. Em poucos minutos a chuva cessou como por encanto dando lugar para um vento forte e havia um cheiro forte de enxofre no ar.

- Não..você me conjurando? Deve estar louco, John! – Os olhos amarelos apareceram naquele corpo como por encanto.

John apontou uma arma para a criatura, essa riu cinicamente. Passou a mão no queixo e começou a rir. John também sorria, e isso incomodou Azazel.

- A morte de seu filho...como era mesmo o nome dele? Ah, sim...Dean. Você o levou para uma emboscada, nem eu teria feito algo melhor. Sinceramente, John surpresas deveria ser seu nome.

- É, e tenho uma para você. E John disparou em um homem que estava amarrado atrás de Azazel.

Para espanto do demônio o homem de sua espécie demoníaca foi dizimado, por uma bala. Uma bala de uma colt especial, a colt de Samuel. Seus olhos agora sibilaram, não esperava que John a encontrasse.

- Brinquedo novo, John!

- É...tenho um acordo para você. Te dou a colt e minha alma...

- Em troca de seu filho? – O monstro sorriu.

- Sim.

- Sinto muito John, mas não há acordo. Seu filho está onde eu queria, há muitos anos.

- Do que você está falando? – John sentiu a arma tremer em seu punho.

- Você sabe sobre o Sam, não é? – Seu olhar brilhou ainda mais.

- Sei, a algum tempo. Mas meu menino não perecerá para o lado do mal. Eu o conheço.

- Você tem muito orgulho dele, mas sem o Dean para me atrapalhar...será questão de tempo. – Sorrindo a criatura deliciava-se com o momento, mas também sentia o poder daquela arma apontada para si. Aguardaria o momento certo para escapar.

- Você não está falando, coisa com coisa. Faça logo o pacto e você terá o que quer.

- E quem disse que quero você no inferno, prefiro seu garoto, sabe que ele grita seu nome entre algumas torturas e outras? – Azazel percebeu o espanto do caçador, era o momento certo para pôr sua fuga em prática. Mas antes, diria algumas coisas para atormentar aquele homem. John tentava achar as palavras certas, não queria demonstrar seu nervosismo, mas era visível.

- Que inferno? Dean não pode estar lá, você está blefando! – Seus gritos agora ecoaram.

- É, ele não fez pacto. É verdade, mas ao deixar o corpo...deixei meus rapazes de prontidão. Não foi difícil, já que brincamos um pouco com a mente dele.

John controlava-se, seu menino no inferno? Isso era demais para um ser humano agüentar.

- John, vou te contar, até morto seu garoto lutou bravamente, mas quando lhe falei que o próprio pai, colocou uma droga em sua bebida e entregou-o para mim em troca de ter Sam de volta para você...

- O quê você fez seu amaldiçoado! – John estava fora de controle, Azazel recuou cautelosamente e continuou.

- John, precisava ver a cara do menino, daí em diante não houve batalhas árduas. Ah, e da próxima vez que me invocar levarei Sam comigo! – Antes que John percebesse, Azazel havia transformado-se em uma fumaça escura.


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Notas finais do capítulo

Minhas histórias seguem um padrão...ou são de 1 capítulo ou de 10. E prometo, no próximo capítulo os Winchesters enfrentarão a ira de Azazel e seus subordinados. Por isso pode levar um tempinho para mim postar. Espero muito seus reviews!