John dirigia sem importar-se com os buracos que encontrava na estrada empoeirada, há alguns minutos atrás havia ligado para Joseph e o mesmo estava a algumas horas do local onde John encontrava-se. Duas horas depois ele chega ao local de encontro. Estava em frente a um bar de estrada, adentrou o recinto que tinha um odor nada agradável de bebida e suor. Olhares se voltaram para o desconhecido que entrava. John não se importou e ignorou os cochichos dos homens da mesa do centro e apenas uma mesa lhe chamou a atenção, Joseph sabia como chamar a atenção. Joseph aparentava uns 37 anos, de estatura mediana, vestia-se todo de preto, mas seus sapatos eram sua marca registrada eram feitos de pele de cobra. Havia uma cicatriz do olho direito até o lábio e uma tatuagem de uma cruz malta, conhecida como símbolo de um guerreiro cristão.

- Não mudou nada, Joseph! – dizia John pegando uma cadeira e sentando.

- Você envelheceu John. – O homem sorriu dando uma tragada em seu cigarro. – o que o grande caçador John Winchester quer com esse humilde servo do senhor?

John aproximou-se, olhou ao redor, pediu a garçonete uma bebida e voltou sua atenção para o homem sentado a sua frente.

- Quero sua ajuda para...raptar meu...meu filho.

O Homem cuspiu o resto de vodka, olhou demoradamente para John e perguntou desconfiado.

- Você tá de brincadeira irmão? – Seus olhos cintilavam ao ver a expressão séria do caçador.

- Não, preciso que você seqüestre Dean, desta forma o Sam volta e eu posso convencê-lo a ficar conosco. Então posso protegê-lo.

- Tá, deixa ver se entendi. Seu caçula deu no pé, largou desta vida de loucos e você quer trazê-lo de volta, porquê? Deixa o menino seguir adiante e...

John largou um saquinho preto sobre a mesa, Joseph o pegou desconfiado, abriu e sorriu.

- Uau, que menino mau, abandonar a família desta forma e deixar...

- Basta! Vai querer o serviço e fazer o que eu disser ou devo procurar outro que queira ganhar um dinheirão tão fácil quanto este? – John falava baixo, mas seu tom de voz era aterrador.

- Calma amigo, é claro que aceito. Uma pegadinha nos filhos não é pecado. Mas a parte de fácil, aí você errou. Aquele guri loiro é um verdadeiro capeta, não dá para pegá-lo assim numa boa. Ele não quer participar deste teatrinho?

- Dean jamais aceitaria, ele acha que Sam está bem onde está. E eu sei que não é fácil enganar meu filho, eu o treinei desde muito cedo.

- Então, como vai ser? Eu dou uma cacetada no garoto quando você o trazer para mim? Até que será divertido amassar um pouco aquele rosto de galã de TV americana eu poderia...- Joseph não conseguiu terminar a frase, seus olhos já estavam quase grudados aos de John. Segurando o homem da cicatriz pelo colarinho, John falou claramente:

- Se você encostar um fio de cabelo do meu garoto, eu te arranco a pele. Me entendeu?

- Tá..tá..tá. Não precisa ficar estressado – John o soltou, muitos observavam a cena. – Então me explica como pego o pestinha? Desculpa, como vou capturar seu filho?

A garçonete chegou trazendo a bebida de John, olhou para ele e piscou.

- Se eu puder lhe ajudar em mais alguma coisa...- Disse a garçonete deixando seus peitos mais provovantes.

- Não, obrigado. – John deu a gorjeta e dispensou a moça.

- Ah, qual é John. Dispensar essa coisinha linda...hummm..

- Joseph, preste atenção. Não pode haver falhas, se Dean descobrir não só perderei Sam como ele também. Compreendeu?

- Perfeitamente, mas como entro na história? Como quer que eu capture o garoto sem...hã você sabe. – Joseph fez um gesto com as mãos batendo uma na outra.

- Conhece esse lugar? – John tirou uma cópia do mapa de Bobby e mostrou ao caçador.

- Sim, claro. Está em ruínas, era uma estrada de ferro que foi desativada.

– Ótimo, você irá até o local amanhã e verificará se é um lugar seguro, de fantasmas e outros monstros. A noite iremos você e eu, investigaremos juntos e mostrarei como e onde você deverá se posicionar.

- Posso criar um clima sombrio, com sons e tudo mais, sabe para dar veracidade na história.

- Não, não será preciso. Você irá me ligar depois de amanhã ás 14 horas, colocarei o telefone no viva voz, diga que está sendo atacado por um fantasma e que precisa de minha ajuda. Dê um grito, eu pegarei o telefone, tirarei do viva voz e fingirei que você me deu o local onde está. Dean vai querer vir junto, em primeiro momento direi para ficar. Conheço meu filho ele é teimoso e não me deixará vir sozinho, mas antes disso colocarei um sonífero na bebida dele, por isso tens que me ligar no horário combinado, calcularei a dosagem exata para o garoto apagar. E então trancaremos ele em algum lugar seguro, e ligarei para Sam, solicitando sua ajuda. Sam irá vir correndo, quando souber que seu irmão desapareceu, e com ele aqui, acharemos Dean e convencerei Sam a ficar conosco.

Joseph ouvia boquiaberta a história que o caçador armaria apenas para trazer o filho caçula de volta para de baixo de suas asas. Ignorou o copo de vodka da mesa e pegou a garrafa e bebeu no gargalo.

- John, não quero ser seu filho! – John levantou-se, atirou o dinheiro na mesa e saiu do bar, mas antes se virou e disse:

– Não esqueça, faça uma varredura pelo local, nos encontraremos a noite para os detalhes da operação. – E saiu, tinha que chegar antes do amanhecer, faltava poucas horas. Não queria deixar passar nenhuma pista de onde estivera.

John sorriu quando entrou no impala, seu plano estava perfeito, não haveria falhas. Diria a Dean que ele foi dominado por alguma criatura como aquela que eles pegaram no Texas há uns três anos atrás, a criatura cuspia um veneno paralisante e fazia suas vitimas ficarem desacordadas. Diria que ficou desesperado e que não havia outra maneira se não chamar Sam para ajudá-lo. O problema era o Bobby, esse era muito esperto, tinha que dar um jeito em fazer com que o caçador fosse investigar um daqueles locais distantes. John acharia uma solução, e acelerou o veiculo deixando uma nuvem de poeira para trás.

John estava tão focado, que não percebeu uma criatura nefasta escondida no bar, que o observava desde o momento de sua entrada. Ah, se John soubesse que Azazel estava tão próximo dele...