Sam ouviu a empolgação do irmão, Dean parecia estar levando a vida, sabia que jamais ele deixaria que alguém pudesse ver seu verdadeiro estado de espírito, mas nesse momento Sam sentia que algo havia acontecido de bom para o irmão. Isso deixou Sam mais tranqüilo.

- E o pai, como ele está?

- O pai...ele ainda não se conforma, mas está melhorando dia após dia. – Dean iria passar o telefone para John, mas o viu virar as costas e entrar naquela velha casa.

- É bom saber que vocês estejam bem, se cuida Dean. Cuida do pai também, ok?

- Deixa comigo Sam, ah, e se enjoar dessa vida de playboy...me avisa que vou buscá-lo. – Sam sorriu do outro lado da linha, Dean não perdia a oportunidade.

Dean desligou o telefone, seu sorriso apagou-se. Viver sem Sam ao seu lado era muito dolorido, mas sentia-se feliz pelo irmão.

John sentiu um aperto no coração, mas estava determinado a trazer Sam ao seu lado. O Jovem certamente não imaginava os perigos em ficar sozinho sem a proteção de seu pai, pensava John em seus devaneios. Tudo foi muito rápido, quando John fechou a porta atrás de si, mãos o agarraram violentamente e empurraram seu corpo contra a parede.

- Seu idiota, filho da mãe! – falava Bobby baixinho mas com rispidez, para que Dean não pudesse ouvir o que ele tinha a dizer a John.

Bobby sabia ser um homem violento quando queria, e John viu nos olhos do velho caçador aquela chama que se acendia em um momento extremo de raiva.

- Me larga Bobby...

- Você quer perder seu outro filho? Hein, me diz? Passaram-se meses depois da partida de Sam e pelo que pude perceber agora é que estás falando com Dean? Como se a culpa fosse do garoto?

- Dean foi lamentar, para você!

- Não seu asno, seu filho tem muita admiração por você, seria incapaz de falar qualquer coisa. Não sou burro John e conheço seu filho, talvez melhor que você.

- Está exagerando Bobby, eu apenas quero o Sam de volta, qual o problema de um pai querer ver seus filhos unidos novamente, isso por acaso é um erro?

- Não John, se nossas vidas fossem normais, mas elas não são. Você deveria estar levantando as mãos para o céu, que ao menos um de seus filhos conseguirem sair desta maldição. Você sabe onde isso termina, não é?

John sabia, mas estava determinado e se havia pensado que Bobby poderia lhe ajudar em seu plano, enganou-se redondamente. Teria que contactar outro caçador. Bobby não entenderia, não era pai para entender. Resolveu calar-se.

Bobby ouviu a aproximação de Dean, soltou John e saiu em direção a mesa empilhada de livros. O loiro percebeu imediatamente que havia acontecido alguma coisa, certamente Bobby estava dando uma lição de moral ao pai, ele sempre fazia isso ás escondidas. Achou conveniente ficar na sua.

- Então Bobby, que tipo de sinais você encontrou? – Perguntou Dean quebrando o silêncio.

- Hã...aqui. – Apontou para um mapa enorme com vários pontos vermelhos marcados. – Dean aproximou-se.

- São muitos lugares...esses desgraçados.

- É Dean, preciso da ajuda de vocês para montar esse quebra cabeças. – Falou Bobby bebendo um copo de Whisky.

- Sam era bom nisso... – Dean falou e logo arrependeu-se de ter dito ao perceber a expressão de seu pai.

John mudou de assunto, conhecia muito bem um dos lugares que estava circulado em vermelho pelo Bobby, poderia colocar seu plano em ação. Mas primeiro iria averiguar cada detalhe, não poderia haver erros.

- Bobby, esse local eu já conheço. Vamos partir deste princípio, você e Dean investigam esse outro ponto. Assim ganharemos tempo.

- Certo começamos amanhã, bem cedo. – Disse Bobby cravando uma faca indicando qual seria o local que ele e Dean iriam.

- Tem certeza que não seria melhor irmos juntos, pai?

- Não se preocupe, não irei sozinho. Chamarei Joseph para me acompanhar.

- Joseph? – Bobby surpreendeu-se com a escolha. – Esse cara vende até a mãe se for pago.

- Mas é um bom caçador, e pagarei pelos serviços dele, assim ele não irá agir impensadamente.

Bobby conhecia John o suficiente para saber que ele tinha uma carta na manga. Ficaria de olho do caçador.

A noite chegou com seu esplendor, a lua cheia contribuía para um ambiente sombrio, galhos de árvores retorcidos pareciam mãos gigantescas. John foi o último a deitar-se, esperou que todos dormissem, pegou o impala e saiu pela madrugada enluarada. Bobby estava na janela, o que John estaria aprontando? Será que John estava possuído? Com este pensamento o velho caçador desceu até a sala, foi olhar a armadilha do diabo se estava intacta, John havia passado por ali, levantou o tapete, estava tudo em perfeita ordem. Suspirou aliviado, não estava possuído, mas que raios ele foi fazer? Depois da morte de Mary ele nunca foi o mesmo, e nem poderia isso Bobby também sabia, talvez fosse colocar as idéias no lugar no colo de uma bela mulher. É esse seria um motivo bem interessante, Bobby sorriu encaminhou-se para o quarto do loiro. Esse dormia profundamente, a viagem havia sido muito desgastante, fechou a porta e dirigiu-se para seu quarto e adormeceu quase que instantaneamente. Tiraria satisfação com John amanhã pela manhã.