Night Watchers - Primeira Temporada escrita por MS Productions


Capítulo 39
Medos (Vol. 4) - Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Os cenários pioram... Em todos os locais!
Espereos que gostem! :)



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A vila Cila tinha sido completamente alterada e nem todos tinham noção do que se passava nas ruas… O que era o caso de quem tinha ido trabalhar cedo.

   Rodrigo Rodrigues tinha saído bem cedo de casa e certificou-se em fazer pouco barulho para não acordar a sua mulher, Érica, a Night Watcher. Como quase todos os dias, fez o mesmo caminho até à empresa de marketing e publicidade. Desde que chegara e sentara-se no seu escritório, o dia tinha sido agitado... Por duas vezes que a campainha de emergência já tinha sido ouvida, mas ambas as vezes foram falsos alarmes. Na opinião de Rodrigo, devia haver alguma anomalia no sistema… Das duas vezes que teve de sair repentinamente do seu espaço, quando regressava, tinha a sensação de que tinha mais trabalho do que antes. Para justificar a situação, achou que estava distraído e cansado… Tinha dormido poucas horas.

   Ao voltar a concentrar-se pra continuar o seu serviço, olhou para o relógio. De certeza que as pilhas tinham deixado de funcionar, pois as horas não tinham avançado… O que era estranho, ainda a semana passada as tinha trocado. Os seus pensamentos foram desviados assim que alguém bateu à porta…

Clara - Rodrigo?

Era a madrasta de Melissa, Clara Monserrate, que também trabalhava na mesma empresa.

Rodrigo - Entra Clara!

Ao entrar, Clara trazia um ar aborrecido.

Clara - Desculpa estar a interromper, mas trago mais trabalho…

Clara trazia consigo mais papeis. Rodrigo suspirou…

Rodrigo - Hoje querem dar cabo de nós não?

Perguntou indignado. Ambos já tinham ganho alguma confiança um com o outro, por trabalharem juntos. No entanto, Rodrigo nunca revelara que também conhecia a sua enteada, Melissa.

Clara - Também não estou a perceber! Parece que o trabalho não acaba!

Exclamou, enquanto sentava-se numa das cadeiras disponíveis.

Rodrigo - Está a ser um dia pra esquecer!

Clara - Vamos esperar é que a campainha não toque mais nenhuma vez! Detesto aquele som… Faz-me lembrar coisas que não quero!

Rodrigo pegou nas folhas que Clara trazia e colocou junto às restantes que tinha espalhas na mesa.

Rodrigo - Momentos difíceis?

Clara - Algo que aconteceu quando era criança… Um incêndio numa escola onde estudei… Perdi a minha melhor amiga! Não quero lembrar-me dos detalhes… Levou imenso tempo para ultrapassar este momento!

Rodrigo não podia entender uma coisa daquelas… Nunca tinha perdido ninguém.

Rodrigo - É melhor não falarmos nisso! E felizmente, temos muito em que pensar!

Disse Rodrigo cheio de ironia, enquanto apontava para a quantidade de trabalho que tinham.

Clara - Sim, vou regressar ao meu escritório… Senão não saio daqui hoje!

Enquanto levantou-se para sair daquela sala, começou-se a ouvir um barulho… Algo profundo, parecia vir do chão, do interior da terra. Clara parou…

Clara - Estás a ouvir?

Rodrigo também estava a escutar aquele som… E quando menos esperavam, a sua intensidade foi aumentada e tudo começou a tremer violentamente. Um enorme sismo estava a decorrer.

Rodrigo - Rápido, para aqui!

Ao dizer isto, escondeu-se debaixo da mesa e Clara fez o mesmo.

Prateleiras caíam, tudo era atirado ao chão, vidros partiam-se, enquanto tudo estremecia com agressividade. Algumas pessoas nos outros andares estavam a gritar… Rodrigo e Clara ficaram imóveis, assustados. Para sorte de ambos, passado alguns segundos, tudo terminou e calmamente, saíram debaixo da mesa e olharam em volta do espaçoso escritório…

Rodrigo - Acho que afinal vamos pra casa mais cedo!

Clara - E desta vez que o alarme devia ter tocado, nem se ouviu sinal dele!

Rodrigo olhou para Clara e encolheu os ombros… Logo a seguir, o alarme disparou, de um modo ensurdecedor… Já em atraso.

*

   Um dos edifícios mais movimentos naquele estranho dia, era o departamento de polícia de Cila… Uma enorme confusão estava a apoderar-se por completo. Os guardas e polícias de várias especializações corriam de um lado para o outro, aparentando estarem stressados e com uma grande carga de trabalho em cima… Os telefones não paravam de tocar, o som do elevador a abrir e a fechar as portas era constante e todos faziam um esforço para não chocarem uns contra os outros, enquanto deslocavam-se apressados aos seus destinos. Pedro Dias parecia não ligar ao trafego congestionado que ali estava. Concentrado, deslocava-se por entre as pessoas a olhar para todos os lados… No entanto, parecia preocupado.

Pedro - ALGUÉM VIU OS MEUS ARQUIVOS?

Perguntava em voz alta, na esperança que alguém o ouvisse… Pedro tinha perdido os casos arquivados que andava a investigar, os estranhos crimes de Cila. Sentia-se desesperado, todo o seu trabalho tinha desaparecido inexplicavelmente…

Pedro - NINGUÉM OS VIU?

Insistia o investigador… Mas ninguém respondia. Por entre as pessoas alguém aproximou-se e tocou nas costas de Pedro.

Henrique - Pedro? O que é que se passa?

Era Henrique Gomes, outro polícia, um dos melhores amigos de Pedro. Tinha ouvido este a gritar...

Pedro - Os casos arquivados desapareceram! Alguém roubou-os!

Disse ao amigo.

Henrique - Como? Ninguém entra no teu escritório!

Respondeu naturalmente… Henrique estava a achar Pedro muito agitado.

Pedro - Não sei, mas todo o meu trabalho está ali! Alguém não quer que eu investigue estes casos…

E volta a olhar à sua volta enquanto gritava…

Pedro - QUEM É QUE ROUBOU O MEU TRABALHO?

Henrique voltou a chamar a atenção para si…

Henrique - Pedro, não achas que estás a ficar um pouco obcecado? De certeza que os arquivos estão para aí algures, já viste a confusão que aqui está?

Henrique chamou-o pedro à razão e aos poucos, este caiu em si… O departamento estava realmente cheio de pessoas.

Pedro - Pois, tens razão… Tenho estado tão concentrado que ainda nem tinha reparado na quantidade de pessoas que estão aqui a circular… O que é isto?

Perguntou, meio confuso.

Henrique - Estamos cheios de trabalho… São só acidentes atrás de acidentes! Hoje é um dia “não”…

Pedro - Não me lembro de alguma vez ter visto o departamento assim tão cheio!

Pedro parecia desconfiado de algo…

Henrique - Nem eu… Os telefones não param de tocar! E alguns só podem ser no gozo! Quando chegamos aos locais não se passa nada!

Pedro - Estão todos a perder a cabeça… Isso é de loucos! Já te avisei que esta vila tem algo de errado!

Pedro já tinha fixado aquela ideia. Cila tinha muitos casos misteriosos… Mais do que devia.

Henrique - E sempre que o dizes pareces o Mulder dos X-files!

Henrique achava que Pedro estava a dedicar muito do seu tempo a casos que não eram relevantes. Era verdade que Cila tinha um nível alto de criminologia, mas isso não queria dizer que a culpa fosse da vila.

Pedro - Acredita no que quiseres! Mas ainda vais dar-me razão… Vou procurar os arquivos!

Henrique - Vais mesmo perder tempo com isso? Não queres antes ajudar-nos?

Pedro - Também tenho trabalho a fazer! Pode ser que já vos apanhe!

E ao dizer isto, continuou o seu caminho por entre a multidão, em busca dos arquivos… Henrique ficou a olhar para o amigo, preocupado… Mas rapidamente chamaram-no para continuar o seu trabalho.

*

   Independentemente do que lhe tinha acontecido, Camila Duarte estava mais chateada do que assustada… “Quem é que eles pensam que são?”, pensava. Nunca ninguém a tinha expulsado de uma loja. E como se não bastasse, a sua mala tinha ficado lá dentro e algo estranho tinha acontecido… Em menos de um minuto, todos tinham desaparecido.

   Mais uma vez, os seus planos foram cancelados. Em vez de ter ido à praia, tinha seguido para casa… Queria falar com o seu pai pra contar o que tinha sucedido. E além disso, todos os seus documentos tinham ficado na loja e precisava de os recuperar.

   Assim que chegou à porta de casa é que se pôs a pensar em tudo o que tinha visto pelo caminho… Tinha vindo tão revoltada que só agora é que estava a reflectir. As muitas pessoas com quem se tinha cruzado, pareciam estar diferentes… Todas elas não falavam com ninguém e estavam aluadas. “Com este calor até eu estou a ficar doida!”. Claro que para Camila, uma explicação lógica vinha primeiro. Ao preparar-se pra entrar em casa é que se recordou de algo…

Camila - Às vezes devo ser estúpida… É claro que agora fico à porta!

As suas chaves tinham ficado na mala e agora, não tinha como entrar em casa. Decidiu bater à porta. Talvez o seu pai já tivesse chegado… Mas ninguém abriu. Tentou mais umas vezes, mas o resultado foi o mesmo. Aborrecida, suspirou e encostou-se à ombreira da porta…

Camila - Mas que pouca sorte Camila!

Disse para si mesma… Enquanto estava distraída, não reparou em algo que se mexia devagar, por cima da porta… A jovem apenas reagiu quando sentiu qualquer coisa a cair-lhe em cima do ombro esquerdo. E assim que olhou deu um salto e gritou… Sem perceber como, tinha caído em cima dela uma pequena serpente. Uma das coisas de que Camila tinha mais medo, era de cobras. Apavorada, tentava tirar o animal de cima de si… Não foi muito difícil e quando conseguiu, encostou-se a uma das paredes. Estava branca e respirava aceleradamente. Aquele susto tinha-a deixado indisposta… Para se acalmar, decidiu pensar que já estava solta e livre do réptil… Fechou os olhos e respirou fundo. Quando os abriu, por momentos, pensou que ia desmaiar. O local estava repleto de cobras… Tinham todas aparecido no nada e de um momento para o outro. A jovem estava tão assustada que tentou gritar mas a voz não lhe saiu… Não tinha como sair dali. E todas as serpentes avançavam na direcção dela…


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Notas finais do capítulo

Reviews ;)



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