Heir Yagami: Resurrection escrita por MisuhoTita


Capítulo 2
Capítulo 2 Renascimento


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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O humano que tiver seu nome escrito no Death Note deverá morrer (Death Note, regra 1)

Dezessete anos depois...

Em uma escola particular de Tóquio, um professor explana sua aula:

- Hoje, falaremos de uma pessoa que, há dezessete anos, foi, por muitos, considerado um Deus. Mas, que para a polícia, era apenas um serial killer, o mais famoso que o mundo conheceu. Alguém sabe de quem estou falando?

- Kira. – respondeu um aluno, de modo sério. Alto, pele branca, cabelos castanhos claros, quase loiros e lisos, que, usa em um corte muito certinho, jogado para o lado. Seus olhos são castanhos escuros e demonstram certa nostalgia, como se o simples fato de estar naquela sala de aula o entediasse. Usa o uniforme da escola, assim como todos os alunos, calça cinza, camisa branca, gravata vermelha e terno amarelado.

- Resposta correta, como sempre, Yagami-Kun. – responde o professor. – Para a polícia Kira foi o assassino mais procurado de todos os tempos. Mas, havia pessoas que o consideravam um Deus. Na época de seu “reinado” a criminalidade em todo o mundo diminuiu consideravelmente...

O professor continua sua aula, enquanto o jovem Yagami quase não presta atenção na mesma, preso em seus próprios pensamentos. Não se importava com o caso Kira, sabia demais a respeito dele, o marido de sua tia Sayu, Touta Matsuda, trabalhara no caso Kira, junto com seus falecidos pai e avô, que ele jamais chegou a conhecer. Quando ele nasceu, ambos estavam mortos.

O sinal de fim de aula toca e o jovem arruma seus livros dentro de sua pasta e está se preparando para ir embora, quando uma jovem para bem em sua frente.

- Você não parecia muito entusiasmada com a aula, não é, Kenji? – diz ela, sorrindo de modo cativante para ele.

- Não há nada que me interesse no caso Kira, Miya. – diz Kenji, de modo neutro, tentando encerrar a conversa. Porém, Miya ainda o encarava com seus profundos olhos azul safira, ela joga uma mecha de seus cabelos negros para trás e continua sorrindo para ele. Agora se me der licença...

Kenji sai da sala e da escola, senso seguido por sua colega de classe. O jovem Yagami não diz uma palavra se quer, preso em seus próprios devaneios.

- Kenji! Nossa, hoje você está mais calado do que o normal!

- Você acha, é? – diz o jovem Yagami. – Miya, tenho um compromisso hoje. Se não se importa, outro dia conversamos.

- Que compromisso?

- Minha mãe e eu fomos convidados para jantar na casa de minha tia.

- Então é por isso que você está tão aborrecido?

- Em partes. Até amanhã, Miya.

Kenji apressa o passo, deixando sua colega de turma para trás. Tira de sua pasta um iphone, conecta o fone de ouvido e começa a escutar as notícias, que, são sempre as mesmas. Crimes, crimes e mais crimes. O mundo estava uma podridão... Sempre pensara que o sistema estava errado... Kira julgava criminosos e os punia com a morte, mas como ele fazia isso ainda era um mistério. Suspeitava que Touta Matsuda e seus companheiros soubessem, afinal eles trabalharam no caso Kira. Não que o marido de sua tia falasse com ele sobre o assunto, na verdade, ele e Matsuda não falavam de absolutamente nada... Ela parecia não suportá-lo, assim como percebia no olhar dele a antipatia que sentia por seu pai, Yagami Light, toda vez que sua mãe tocava em seu nome. E, se Matsuda não o suportava, a recíproca era verdadeira, pois ele também não o suportava... Sempre tivera a impressão de que Matsuda escondia algo dele, de sua mãe, de sua vó e de sua tia, e pior, ele sempre se ofendia, toda vez que ele falava sobre seu objetivo de, após a faculdade, seguir os passos de seu avô e seu pai e entrar para a NPA.

Kenji chega em casa, o mesmo apartamento que, de acordo com sua mãe, ela dividiu com seu pai. Vai para seu quarto, deita na cama e liga o aparelho de televisão, onde o noticiário local fala de mais crimes, o que fez com seus pensamentos voltassem para a aula de história japonesa e o famoso caso Kira. Ele era totalmente contra Kira, mas, não podia negar, durante seu reinado, a criminalidade em todo o mundo havia diminuído. Sua mãe dizia que Kira era o salvador da humanidade, e, lamentava o fato de ele ter morrido.

Em meio a seus devaneios, o rapaz acaba adormecendo.

*****************************************************

Mundo Shinigami...

Seus olhos vermelhos continuam fixos naquele poço, contemplando Kenji Yagami. Seu rosto, totalmente esquelético e desfigurado, tomado por fungos, há muito deixara de ser humano. Seus cabelos, antes impecavelmente arrumados, agora deslizavam até abaixo de seus ombros, totalmente desleixados. O corpo há muito já não era o de um humano, os ossos de seus braços e pernas a mostra, cobertos por tecidos pretos e rasgados, deixando partes de seus membros à mostra. Seu tórax já não possui pele, expondo todos os seus arcos costais, os músculos peitorais cobrindo sua caixa torácica e seu coração. Em sua cintura um cinto negro, onde está pendurado seu Death Note. Em suas costas asas... Suas mãos são cobertas por luvas, a fim de esconder suas articulações visíveis, seus pés são protegidos por grossas botas negras. Seu único traço humano são seus olhos, que, são os mesmos, exceto que agora possuem a cor avermelhada dos olhos de um Shinigami.

Passara os últimos dezessete anos esperando pacientemente o momento de seu filho estar pronto para assumir sua missão. Acompanhara seu crescimento e, com certa satisfação, o fato dele não ter herdado as capacidades mentais de Misa. Sim, seu filho era tão inteligente quanto ele, e, isso seria perfeito. Sentia que estava cada vez mais perto o momento do renascimento de Kira.

E então ele escuta passos, nem precisava se virar, sabia exatamente de quem eram aqueles passos, era, do único Shinigami com quem conversava naquele mundo.

- Ei Light, quando é que você vai parar de observar o seu filho? Quando estávamos no mundo humano você nunca me pareceu o tipo de cara muito paternal. – diz Ryuuku, tentando chamar a atenção de seu companheiro.

- O momento finalmente está próximo, Ryuuku, Kira irá renascer.

- Você tem seu Death Note, porque simplesmente não recomeçou seus assassinatos aumentando sua expectativa de vida? Faria Kira renascer e jamais te pegariam...

- E que graça teria isto, Ryuuku? Como você me disse anos atrás, o mundo Shinigami está podre. Será mais interessante no mundo dos humanos. Durante estes dezessete anos, eu me preparei para este momento, matei de uma forma que não chamasse a atenção da SPK, aumentando minha expectativa de vida enquanto via o amadurecimento do novo Kira.

- Light, e como você fará o novo Kira renascer? Por acaso você vai ar seu Death Note para ele e vai ficar sem seu caderno?

Os lábios de Light, outra de suas características humanas que não se perderam após sua transformação em Shinigami, curvam-se em seu habitual sorriso, que, quando era humano, costumava dar quando era um humano, seu habitual sorriso de vitória.

O Shinigami olha diretamente pra seu cinto, chamando a atenção de Ryuuku que, olhando atentamente para o cinto de Light, percebe que ali há dois Death Notes...

- Ei Light, você vai me dizer como conseguiu o segundo Death Note?

Light olha friamente para Ryuuku, não estava disposto a lhe contar como havia conseguindo o segundo Death Note, pois, tudo fazia parte de seu plano para o renascimento de Kira. Desta vez, tudo seria diferente... Não deixaria que nada e nem ninguém atrapalhassem seus planos...

**************************************************

Mundo humano...

- Kenji, já está pronto? Você por acaso quer chegar atrasado à casa de sua tia? – Misa bate, mais uma vez, na porta do quarto de Kenji, apressando seu filho. Os anos pareceram não passar para Misa, pois ela continuava tão bela quanto em sua juventude. Tanto, que continuou trabalhando como modelo para sustentar seus filhos. Seus cabelos loiros continuam na mesma altura que eram em sua juventude, porém agora ela os usa soltos ou então presos em um rabo de cavalo. Por conta da gravidez e por estar sozinha no mundo, teve que amadurecer cedo e, deixou as roupas góticas de lado e passou a se vestir como uma adulta, assumindo um ar mais elegante.

Ela tenta abrir a porta, mas, percebe que está trancada. Imediatamente se lembra de Light, pois, ele também tinha esta mania. A cada dia que passava, Kenji se parecia mais com o pai, e, isto a deixava imensamente feliz.

- Kenji, deste jeito vamos chegar atrasados! – diz a modelo, batendo na porta mais uma vez.

Kenji abre a porta e, por um momento, Missa visualiza Light, e não seu filho. Pois o garoto usava uma calça preta, uma blusa da mesma cor e, um sobretudo branco... Trajes que lembravam imensamente seu amado Light. Se os cabelos fossem um pouco mais escuros e ele os usasse para frente ao invés de para o lado...

- Está olhando o que? – Kenji pergunta, embora desconfiasse da resposta.

- Sabe que a cada dia você fica mais parecido com seu pai?

- E? Eu não o conheci, certo? Então isso não faz diferença. Aliás, não pretendo demorar muito neste jantar, tenho cursinho.

- Kenji, é seu pai.

- Tenho respeito por ele, mãe. Aliás, porque a senhora nunca me falou sobre ele? Além de repetir que ele era perfeito e que a senhora era apaixonada por ele?

- Kenji, eu era imatura quando o conheci. E o amei profundamente. Mas, não sei se você tem maturidade suficiente para entender... Talvez quando você estiver formado e for um detetive da NPA.

- Mãe, às vezes tenho a impressão de a senhora que subestima as minhas capacidades. Um dia vou provar a todos o meu potencial.

- Meu filho, sei que você é inteligente. Mas existem certas coisas que só aprendemos com a maturidade, eu as aprendi após a morte de seu pai.

- Aposto que ele era bastante maduro para a idade. Minha vó disse que na minha idade ele também era o melhor aluno do Japão.

- Você e Light são parecidos em muitos aspectos.

- Podemos ir? Quanto antes nos livrarmos deste jantar melhor.

- Porque você não gosta da casa de sua tia?

- Nada contra minha tia, mas mãe, até você já notou que eu e o Matsuda não nos damos muito bem. E que ele não é o fã número um do meu pai... Vamos logo, mãe, pois como já lhe disse, ainda tenho cursinho hoje.

Os dois então vão para o carro e, o caminho até a casa de Sayu é feito no mais absoluto silêncio. A não ser pelo rádio do carro, em que as notícias dos crimes são anunciadas uma após a outra.

- Se Kira ainda estivesse por aqui às coisas seriam diferentes... – suspira Misa.

- Kira não é o salvador do mundo, mãe. Ele foi um criminoso, ele matava as pessoas.

- Ele julgou os criminosos que mataram meus pais, Kenji. Isso é algo que jamais esquecerei... Para mim, Kira será sempre o herói da justiça.

- E para mim um criminoso como qualquer outro. Nós nunca chegaremos a um denominador comum neste aspecto, mãe.

- Você nunca mudará de ideia nesse ponto, não é Kenji?

- Não, mãe, nunca. A lei deve julgar os criminosos e não um ser humano, isto o torna tão criminoso quanto os outros. – Kenji olha obstinado para sua mãe, o mesmo olhar de seu pai...

Misa estaciona o carro em frente à casa de Sayu e Matsuda e resolve dar o assunto por encerrado. Os dois saem do carro, Misa com seu habitual sorriso e Kenji com seu olhar sério e compenetrado. Sayu os recebe de modo acolhedor e caloroso enquanto Matsuda evita Kenji, como sempre. Por sua vez, Kenji simplesmente o ignora, nunca passou despercebido para ele que Matsuda esconde o motivo de não o suportar. Porém, Kenji um dia iria descobrir...

O jantar transcorre normalmente, Misa e Sayu conversando animadamente sobre moda e coisas de mulheres, aos olhos de Kenji, enquanto ele e Matsuda permanecem em silencio. Não aguentando ficar nem mais um minuto ali e, olhou para seu relógio de pulso, um presente de sua mãe, ela disse que o tirou do pulso de seu pai quando encontrou seu corpo. Não sabia por que, mas, simplesmente gostava do relógio. E, se sentiu aliviado ao ver que já estava na hora de seu cursinho.

Matsuda vê no pulso de Kenji aquele maldito relógio e, fecha a cara mais ainda. Para ele, Kenji era parecido demais com Light, o maldito Kira responsável pela morte de seu chefe e uma das pessoas que mais admirou na vida.

- Este tipo de relógio já saiu de moda há muito tempo, Kenji. –diz Matsuda de modo frio.

- Engraçado, não me lembro de ter pedido sua opinião. – diz Kenji levantando-se e, se preparando para ir embora. – E, se eu precisar da opinião de alguém, certamente não será da sua.

- Já vai, Kenji? – pergunta Misa, sem se preocupar com o clima de animosidade entre Kenji e Matsuda.

- Está na hora do meu cursinho, mãe. – responde Kenji, já indo embora. – Obrigado pelo jantar, tia Sayu.

- Estude bastante, Kenji. – diz Sayu, antes de Kenji sair. – Misa, você deve ter orgulho do Kenji, não é? A cada dia ele se torna mais parecido com o Light.

- Eu gostaria que ele usasse o cabelo no mesmo estilo do Light, seria como se ele estivesse vivo...

- Você deveria agradecer o fato de Light Yagami estar morto, Misa. – comenta Matsuda, antes de se retirar.

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Mundo Shinigami...

Light continua olhando para o mundo humano, onde seu filho está no cursinho. O olhar entediado de Kenji, é idêntico a seu olhar. Seria muito fácil, fazer seu filho aceitar seu destino, sua missão, o legado de Kira faz parte dele.

Ryuuku o observa entediado, não sabia o que tanto Light observava no mundo humano. Que tanta fixação era aquela por Kenji Yagami. Só sabia de uma coisa, que Light, o Shinigami, tinha um plano, um plano que faria Kira renascer mais uma vez.

- Ei, Light, você não vai me contar o que está planejando?

- Será mais divertido você apenas assistir ao show, Ryuuku. E, não se preocupe, ele está prestes a começar. Já está na hora.

Ao dizer isto, Light tira de seu cinto um dos Death Notes, e sorri para si mesmo.

- O que vai fazer com este Death Note, Light?

- Não é óbvio, Ryuuku? Vou fazer o mesmo que você quando nos conhecemos, irei perdê-lo no mundo humano para que Kenji possa encontra-lo.

- Light, a partir do momento que o Death Note tocar no mundo humano, ele pertencerá ao mundo humano. Se por acaso Kenji não o encontrar e outra pessoa o fizer, você não poderá fazer nada. Terá que ficar com o humano que o encontrar até que o caderno acabe ou até que o humano que o encontrar acabe.

- Por acaso você esqueceu com quem está falando, Ryuuku? Apesar de agora eu ser um Shinigami, minha inteligência continua a mesma. Eu pensei em todos os detalhes. Então você deve ficar quieto e assistir ao show.

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Mundo humano...

Kenji acaba de sair do cursinho e caminha pelas ruas da cidade escutando seu iphone. O jantar na casa de sua tia fora entediante, e, Matsuda simplesmente o irritara. Desde criança ele nunca o suportava, ele, o aturara provavelmente por Sayu. O pior era ser obrigado a ter que suportá-lo de vez em quando. Matsuda o olhava como se o fato de ele estar vivo fosse um pecado, e, isso o irritava.

E, ainda por cima, ele vivia dizendo, indiretamente, que a NPA jamais aceitaria o filho de Light Yagami, como se ele fosse um criminoso ou algo do gênero. Como se o fato dele ser filho de Light Yagami fosse um pecado mortal.

Kenji finalmente chega à rua de seu apartamento, que está deserta, ele olha em seu relógio de pulso e vê que já são quase meia noite. Olha para o céu e percebe que o mesmo está com nuvens pesadas, então seria melhor apressar os passos antes que a chuva começasse.

Mas, é neste momento que, repentinamente, do céu cai um caderno negro, bem diante de seus olhos. Kenji fica paralisado, enquanto olha o estranho caderno negro que literalmente caiu do céu, bem debaixo de seus pés.

CONTINUA...



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