Um Estudo Em Púrpura escrita por themuggleriddle


Capítulo 3
O homem em púrpura




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“Você viu isso?” Molly Hooper, uma menina do quinto ano da Lufa-Lufa, perguntou enquanto passava O Profeta Diário para Mike, que havia decidido tomar o café da manhã na mesa da casa amarela e preta. “Mais um.”

John esticou o pescoço para olhar a reportagem de capa daquela edição. Aparentemente outra morte da série de suicídios que havia tomado se estabelecido entre os bruxos do Ministério da Magia. A vítima da vez fora Alice McCalman, uma bruxa puro-sangue alta e morena que trabalhava para o Ministério da Magia no Departamento de Cooperação Internacional. McCalman havia sido encontrada fora dos limites de Londres, em o que parecia ser uma casa abandonada na vila de Castle Combe. A razão da mulher estar lá era desconhecida, já que Alice morava em Londres e não tinha nenhum parente no condado de Costwold... Mas, mesmo assim, apareceu morta dentro de uma das velhas casinhas da vila.

“Comensais da morte, é óbvio,” disse John, antes de dar mais uma mordida em sua torrada.

Não foram comensais, é óbvio,” uma voz falou por detrás deles.

O lufo viu o rosto de Molly, eu estava sentada na sua frente, ficar vermelho, antes de virar-se para trás e ver Sherlock Holmes parado atrás de si, com um prato e um copo em mãos.

“Quem mais poderia fazer algo assim hoje em dia?”

“Só porque comensais estão na moda, John, não significa que eles são a causa de tudo,” disse o outro, sentando-se ao lado do loiro. “Bom dia, Stamford. Bom dia, Molly Hooper.”

“Bom dia, Sherlock.” A menina sorriu, desajeitada, enquanto pegava o jornal de volta da mão de Stamford.

“Vocês se conhecem?” perguntou Watson.

“Molly ajuda Slughorn a manter a sala de poções em boas condições para os outros alunos, não é?”

“E Sherlock está sempre por lá.”

“Em outras palavras, ela limpa a sujeira que ele faz,” murmurou Mike, rindo.

“Mas, como eu estava dizendo, não foram comensais. Comensais da Morte matam rapidamente ou com muita tortura. McCalman não morreu por causa de uma maldição da morte, a morte rápida, e nem por tortura... Se você lesse até o fim da matéria veria que os legistas do St. Mungus encontraram traços de veneno no corpo dela, assim como nos corpos das outras duas vítimas. Comensais da Morte não matam com veneno.”

“Certo, então quem faria isso?”

“Não tenho idéia.” O sonserino deu de ombros, voltando a sua atenção para a sua comida. “Aliás, hoje é sábado, gostaria de ir até Hogsmead?”

“Você nunca vai à Hogsmead, Sherlock,” murmurou Molly, com cara de quem já havia convidado o outro inúmeras vezes e sempre recebera um ‘não’ como resposta.

“Mas estou com vontade de ir hoje.” O rapaz sorriu. “Então?”

“Eu... Pode ser, não tenho nada mais importante para fazer mesmo,” respondeu John, tentando ignorar o olhar quase mortal que a menina lhe lançou.

“Ótimo. Olhe, já são quase onze horas, já podemos ir.” Sherlock soltou os seus talheres e se levantou, puxando Watson pela capa. “Traga a torrada, se quer tanto terminá-la.”

O lufo levantou-se, murmurando um rápido ‘até mais’ para os outros dois amigos, e continuou sendo puxado pelas vestes até a saída do Grande Salão.

“Vamos, John.”

“Estou indo,” disse o menor, tentando acompanhar o passo do outro e, ao mesmo tempo, se equilibrando para não cair devido ao fato de continuar mancando.

“Já pensou em usar uma muleta ou coisa assim?”

“Não vou andar pelo castelo de muletas.”

“Se você diz.”

Para John, aquela fora a viagem à Hogsmead mais rápida que ele já fizera. Nenhuma palavra foi trocada entre os dois e parecia que Holmes estava ansioso ao extremo para chegar à Hogsmead, tanto que, quando chegaram, John sentiu-se aliviado ao notar que, talvez agora, a ansiedade do outro passasse.

“Então, você quer ir ao Três Vassouras?” o lufo perguntou, mas logo ficou quieto ao ver o colega passar reto pelo pub. “Certo, Hog’s Head então? Não? Okay.” Watson seguiu o outro, que atravessava a vila quase que correndo. Foi só quando já estavam fora da rua principal e onde não haviam mais casas que o menor decidiu perguntar aonde ele estava querendo ir. “Sherlock?”

“Venha.”

“Aonde você está indo, pelo amor de Merlin?” O garoto respirou fundo, arcando o corpo e apoiando as mãos nas pernas, massageando a sua coxa direita. “Espere!”

John correu, do jeito que pôde, até onde Holmes estava e, assim que viu o que chamava tanto a atenção do outro, ficou boquiaberto.

“É por isso que você queria tanto vir à Hogsmead?”

A Casa dos Gritos estava há alguns metros deles, mas não era isso que chamava a atenção do sonserino, mas sim o fato de que haviam inúmeras pessoas a volta do lugar. Bruxos e bruxas de capas longas e de cores sóbrias que corriam para lá e para cá, entrando e saindo da casa, apressados. Olhou novamente para o outro, que estava tirando a capa da Sonserina e a dobrando, deixando a mostra o fato de que não estava usando o uniforme por debaixo dela, mas sim uma calça preta e uma camisa roxa.

“Tire a sua também. E me diga que não está com o uniforme inteiro por baixo,” disse Holmes, colocando a capa dobrada embaixo de uma raiz meio retorcida que se erguia do chão.

“É fim de semana e eu não amo aquele uniforme tanto assim.” O menor tirou a capa, ficando apenas de calça jeans e suéter. “Posso saber a razão disso?”

“Entrar com as capas de Hogwarts vai deixar muito claro que somos alunos.”

“Entrar? Espere um pouco! Você quer entrar lá?” perguntou John em vão, já que o colega já estava há vários passos na frente. “Era pra ser um trabalho de Poções!”

“Tente se misturar,” disse Sherlock, assim que os dois entraram no grupo de bruxos que estavam na frente da casa, logo assumindo uma postura parecida com a dos outros a sua volta.

Para a surpresa de Watson, os dois conseguiram passar despercebidos por dois grupos do que pareciam ser funcionários do Ministério e já estavam subindo as escadas da Casa dos Gritos quando ouviram alguém chamar o nome do sonserino.

“Sherlock Holmes, pode parar aonde está!”

“Droga!” o mais alto murmurou, antes de se virar. “Lestrade, bom dia.”

“Eu deveria saber que você tentaria entrar aqui.” Um jovem de cabelos escuros com alguns fios grisalhos se aproximou deles. Ele usava vestes cinzentas com um estilo parecido com as dos aurores, se não fosse pela cor diferente. “Volte para Hogsmead, Sherlock.”

“Uma olhada.”

“Não.”

“Cinco minutos!”

“Isso é sério, Sherlock! Não estamos mais no colégio onde eu podia deixar você escapar de uma detenção ou outra...”

“Vamos, Lestrade,” o sonserino murmurou, inclinando-se para perto do outro. “Você sabe que eu posso ajudar.”

O jovem, Lestrade, respirou fundo, olhando em volta, antes de indicar a porta a frente deles. Sherlock sorriu quase que imperceptivelmente, antes de empurrá-la e entrar.

John arregalou os olhos ao ver nada mais, nada menos do que um corpo caído no chão no centro do quarto. O lufo esticou o pescoço, tentando ver o rosto da pessoa caída, mas era quase impossível devido ao cabelo loiro e cacheado que quase o encobria por completo, então deteve a sua atenção às roupas dela... As vestes de cor púrpura destoavam completamente do cinza do ambiente, como se fosse uma grande mancha de tinta roxa ali. Havia também algo escrito no chão com o que parecia ser giz branco: RACHE. Assim que se recuperou do choque de estar olhando para o que parecia ser um cadáver, Sherlock já havia se aproximado deste e já estava abaixado, com o rosto bem próximo do rosto do outro.

“Encontramos o corpo hoje cedo,” disse Lestrade, fechando a porta atrás de si enquanto Watson se aproximava, finalmente olhando o rosto do cadáver. Por ele, era impossível dizer se era um homem ou uma mulher.

“Mais um dos suicídios?”

“Sim... Quem é você mesmo?”

“John Watson.”

“Não foi um suicídio,” disse Holmes. “Nenhum deles foi. Ele foi assassinado.”

“Sherlock, ele bebeu o veneno, o frasco ainda está ali.” O jovem apontou para um pequeno frasco de vidro claro que estava há alguns centímetros da mão esquerda do homem morto. Ainda era possível ver um pedaço gasto de giz que estava sobre a mão direita do bruxo e que, muito provavelmente, fora usado para escrever a palavra no chão de madeira.

“Alguém o fez beber.”

“E aquilo?” perguntou Watson, finalmente se manifestando, e apontou para o que estava escrito no chão. “RACHE... O que isso significa?”

“Pode significar várias coisas,” murmurou o sonserino, traçando as letras com os dedos longos e finos. “Vingança, um nome, uma senha, um anagrama...”

“Vingança?”

Rache é vingança em alemão, John.”

“Oh.”

Sherlock ficou mais um tempo agachado ao lado do cadáver, antes de se levantar e andar na direção da porta, sem dizer nada.

“Então?”

“Então que vocês tem um caso muito interessante em mãos, Lestrade,” o sonserino falou.

“Não descobriu nada?”

“Claro que descobri, mas irei especificar por carta ainda hoje, se você não se importar. Ah, esqueci de dizer: Anderson e Donovan parecem estar sentindo a sua falta em Hogwarts.”

“Eles sabem se virar.”

“Vamos, John, antes que alguém perceba a nossa presença aqui.”

Watson acenou rapidamente para o outro jovem, antes de sair do quarto, seguindo Sherlock que, novamente, estava agindo como se fosse um dos funcionários do Ministério que estavam em cena na Casa dos Gritos. Foi só quando já estavam fora da casa e há alguns metros do último grupo de bruxos que John permitiu-se respirar aliviado, ainda tentando entender como os dois conseguiram passar tão despercebidos.

“Sherlock, nossas capas,” o lufo falou, abaixando-se para pegar as peças de roupas que o colega havia deixado escondido e aproveitando para recuperar o fôlego. Ao voltar a olhar para onde o outro estava, descobriu que Holmes já havia sumido do seu campo de visão. “Ótimo.”


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Notas finais do capítulo

Olha quem apareceu... the purple shirt of sex ♥ Aliás, sim, sobrevivi à queda /o/
Só queria saber uma coisa de vocês (como se tivesse muita gente lendo): a fic está muito repetitiva? Eu sei que é difícil ela não ficar repetitiva já que é o episódio recontado de outro universo, mas ainda assim, estou tentando... Talvez nos próximos casos (porque eu quero fazer uma fic de cada episódio até agora) eu coloque mais coisa "de fora". :B
Booooom... Eu terminei já a fic, mas vou postar um cap. por dia.
Outra coisa: Molly Hooper lufa ♥ Come to Hufflepuff, we have John Watson and Molly Hooper :DD
Digam o que acharam, amores :33



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