Bom, lá estávamos nós, sentados na mesa com umas 10 taças de coquetel vazias, esperando a vez do Greg.

- Isso aqui é muito bom. – Falei levantando a taça.

- É feito com Vodka sabia? – Greg disse.

- Não, claro que a gente não sabia dãã. – Charlie falou. – Mas como você sabe?

- Eu sinto cheiro de álcool de longe.

- E porque não nos avisou? – Perguntei.

- Sei lá, simplesmente não me ocorreu, eu demoro mais que a maioria das pessoas pra ficar bêbado, e isso nem me afeta. – Ele disse dando de ombros. Eu e Charlie rolamos os olhos. – O Greg ia ser o terceiro a cantar agora, depois de duas apresentações razoáveis, era a vez dele.

- Sobe aqui Greg. – Disse o carinha no microfone, e lá foi ele com uma pose de dar inveja. Ouvi suspiros enquanto ele passava... Porra! Ele subiu no palco,disse a música e pegou o microfone.

- Buenas noches. – Ele falou com o espanhol tradicional perfeito, e começou a música.

- Perai, eu conheço essa música... – Falei pra Charlie enquanto tocava a introdução. – Não pode ser... Greg começou a cantar.

And now I don't know why
She wouldn't say goodbye
But then it seems that I
Had seen it in her eyes

- É, ele realmente está cantando a minha musica favorita do momento,  This I Love do Guns n’ Roses.

- Ele é meio maluco né? – Disse a Charlie. – Tipo, a voz do Axl é incomparável cara, e essa musica é uma das mais melancólicas da face do universo todo.

And it might not be wise
I'd still have to try
With all the love I have inside
I can't deny

- Realmente, mas eu não gosto muito de coisas animadas lembra? E ele tá mandando bem, cara, eu tenho que pedir pra ele gravar essa música e botar no meu MP3. – Falei vidrada nele cantando.

I just can't let it die
Cause her heart's just like mine
And she holds her pain inside

Nessa parte ele olhou bem dentro dos meus olhos, ele estava cantando pra mim. ‘Eu não posso deixar isso morrer.’ Tá, ele queria me matar de emoção, porque né...

So if you ask me why
She wouldn't say goodbye
I know somewhere inside

- Cara, essa música é bem mais melancólica do que eu me lembrava, mas ela é muito linda cara, sério... Dá vontade de chorar. – Charlie falou.

There is a special light
Still shining bright
And even on the darkest night
She can't deny

- Meus deuses Charlie, isso é lindo. – Falei.

- ‘ E mesmo nas noites mais escuras, ela não pode negar’. – Ela citou o pedaço da música. – Isso é realmente a tua cara sabe?

- Sim, eu sei. – Respondi rindo e tomando mais coquetel.

So if she's somewhere near me
I hope to God she hears me
There's no one else
Could ever make me feel
I'm so alive

-‘ Então, se ela estiver em algum lugar perto de mim, eu peço a deus que ela me ouça, ninguém mais poderia me fazer sentir tão... vivo.’ – Ele cantou mais esse trecho olhando pra mim, e era realmente contraditório, que a filha do deus governador da morte, fizesse alguém se sentir vivo.

I hoped she'd never leave me
Please God you must believe me
I've searched the universe (Porque eu procurei em todo o mundo)
And found myself within' her eyes(E me encontrei dentro dos olhos dela)

- É melhor ele acabar de cantar logo isso antes que eu tenha um ataque aqui, jamais pensei que alguém pudesse se apaixonar por mim. – Disse a Charlie. – E além do mais, a gente não se conhece nem á duas semanas.

- Afrodite gosta de pregar peças sabia Helena? E o amor é uma coisa tão forte, que faz você ver tudo de ponta a cabeça, cuidado com ele. – Charlie falou. E o pior que ela estava certa, lembrei que esse era o meu defeito mortal. Tinha que parar de pensar tanto em sentimentos.

And now I don't know why
She wouldn't say goodbye
It just might be that I
Had seen it in her eyes
And now it seems that I
Gave up my ghost of pride
I'll never say goodbye

Acabou a música e o salão prorrompeu em palmas. Greg chegou no microfone. – Obrigada, e eu gostaria de dedicar essa música a uma menina que está sentada aqui na frente, o nome dela é Helena. Obrigado Helena, por depois de tanto tempo me fazer sentir vivo. – Mais uma enxurrada de palmas, assobios e os escambaus. Greg veio na minha direção.

- Você quer me matar de vergonha mesmo? – Perguntei o abraçando. – Sabe que eu odeio atenção. Mais que coisa! – Ele riu. Depois chamaram ele no palco, nós conseguimos mesmo o dinheiro pra ir pra Paris.

- Ainda bem que a gente conseguiu, quanto mais cedo a gente for e terminar essa missão é melhor. – Charlie disse quando a gente ia se levantar pra ir embora.

- Aham, concordo plenamente com você. – Me levantei da mesa, quando o garçom veio até a gente.

- Vamos abrir a pista de dança agora, vocês não gostariam de se divertir um pouco? – Perguntou ele.

- Desculpa, a gente não pode. – Charlie disse.

- Por favor, eu insisto. – Ele falou e foi nos conduzindo pra um outro patamar no salão onde já haviam varias pessoas em cima de um pista neon, e  vários jogos de luz que deixam a gente tonta espalhados por ai.

- A gente já está aqui mesmo. – Greg deu de ombros e puxou a mim e a Charlie pra pista. Chegando lá a primeira coisa que aconteceu foi um menino muito do lindo perguntando de ela queria dançar com ele, e ela que não era besta foi. Greg me puxou pra si e botou a mão no me quadril me forçando contra ele, do jeito que eu era obrigada a dançar acompanhando os seus movimentos.

- Não sabia que você dançava bem também, além de beijar bem, cantar bem, ser fofo e engraçado. Tem alguma coisa que você não seja? – Sussurrei no ouvido dele por causa do barulho.

- Tem muitas coisas que eu não sou, você descobrirá com o tempo. – Ele sussurrou de volta rindo. Pegamos mais bebidas na bandeja, eu já estava ficando um pouco tonta, mas nada demais. Agora ele me segurava pelo outro lado do quadril, me conduzindo tão bem que era quase um crime, considerando que a gente tava dançando musica eletrônica. De repente começou a tocar Sexy Bitch do Akon e David Guetta, e eu era viciada nessa música. Me soltei do Greg e fui dançar sozinha com ele me olhando. Após alguns minutos de dorgas, vi a Charlie dançando digamos bem... Obscenamente com o menino lá e comecei a rir.

- Greg, tu já tomou tequila? – Perguntei.

- Já.

- E como é?

- Sei lá, é normal, também não me afeta muito.

- Eu vou provar. – Falei indo em direção ao bar.

- Ei, tu tá louca? Você é de menor, não pode ficar se metendo nessas coisas. – Ele disse segurando meu braço.

- Só uma.- Pedi.

- Ah, okay, só uma então. – Ele revirou os olhos e foi comigo até o bar. Pediu a tequila, era um copinho, e você tinha que comer sal e chupar limão depois, com a minha coordenação ia ser difícil.

- Vira de uma vez só tá? – Ele disse e eu peguei o copinho, reuni toda a coragem e virei de uma só vez. Primeira reação: Que coisa mais horrível, o negocio queimava que nem acido. Segunda reação: Véi, quando chupa limão é pior. Terceira reação: - Greg, me segura que eu não tou bem não. – Ele me amparou e a tontura passou subitamente. –Isso até que é legal, mas dexa pra provar de novo em uma próxima. –Ele riu e nós voltamos pra pista de dança com mais do coquetel viciante.

-Você dança muito bem mesmo. – Falei pra o Greg que me beijou, como sempre um beijo doce mas que sempre acabava com a gente ofegante, ele me botou de costas e me fazia rebolar com o movimento das suas pernas, eu me pendurava no pescoço dele e ia sendo conduzida. Olhei pra o lado e vi uma Charlie aos beijos com o menino, enrolados de um jeito que eu não sabia onde começava um e terminava outro.

- É impressão minha ou isso tá ficando cada vez mais louco? – Perguntei pro Greg já bastante tonta com tantas luzes piscando e a musica parecia que ficava mais rápida.

- Acho que não é impressão não. – Disse ele virando mais uma taça de coquetel.

Dançamos muito, pra caramba, e bebemos cada vez mais, e a cada taça eu ficava mais maluca. Depois de algumas horas eu me senti cambaleando e a vista meio que escurecendo. Lembro de estar andando com muito frio, apoiada em alguém, praticamente me arrastando. E uma voz dizendo: - E eu pensando que era irresponsável, acho que os filhos de Hades são os piores mesmo. Depois eu senti meu all star sendo tirado e eu caindo em cima de uma coisa muito quente, e caminhando pra inconsciência.

*****

Abri um olho, eu estava só de camiseta e calcinha em cima do peito do Greg, tentei sentar e o mundo rodou, minha cabeça doía muito mesmo, senti uma coisa no meu estomago, corri pro banheiro. Me ajoelhei do lado do vaso e acho que vomitei umas 50 tripas.

- Helena? – Ouvi Greg me chamar.- Você tá legal?

- Não! – Consegui dizer antes de vomitar mais. Virei pra porta e vi ele escorado lá.

- Vem cá. – Disse ele. – Me levantou e foi me carregando em direção ao Box. Ligou o chuveiro, percebi o que ele ia fazer

- Não, tá frio. – Disse tentando voltar pro quarto, mas ele me segurou e riu.

-  Deixa de ser criança. – Ele me pegou no colo praticamente e me enfiou em baixo do chuveiro gelado, tremi dos pés a cabeça.

- A-a-i Ca-raa-mb-aa G-r-ee-g. – Falei com o queixo tremendo. Ele passou xampu no meu cabelo, e me ensaboou depois me cobriu com a toalha e me levou pro quarto.

- Posso? – Perguntou apontando pra minha camiseta molhada.

- Tanto faz respondi. – Ele tirou e atirou em algum canto do quarto, me deu uma outra blusa e olhou pro outro lado. Tirei meu sutiã que também estava molhado e a vesti.

- Obrigado, por cuidar de mim. – Falei o abraçando. De repente entraram de súbito no quarto.

- Você é louca não é?

- Nico, o que faz aqui?