- Eu vim resgatar vocês oras... – Disse o meu querido irmão, que tinha acabado de irromper da porta do quarto dando de ombros.

- Ãn... Resgatar a gente de exatamente o quê? – Perguntei. – Na verdade, como você encontrou a gente?

- Levar vocês pra Paris, antes que Morfeu tente nos impedir... De novo. – Nico falou. – E foi meio um lance de telepatia, eu viajei nas sombras e encontrei vocês três no bar, vou contar ao papai da cachaça que você tomou viu Helena? – Ele deu uma risadinha e sentou do meu lado na cama.

-  Ele quer nos impedir? Por quê? – Falei e me atirei no peito de Greg, que estava bastante calado até agora.

- Sim, por algum motivo, Morfeu não quer que vocês cheguem lá, e acho que a ‘festinha’ de ontem a noite, foi pra fazer você parecer um pouco ridícula digamos, Helena.

- Eu odeio todas essas coisas, porque eu não nasci uma adolescente normal? A essas horas eu estaria no clube tomando banho de piscina, não no meio de uma missão pra deuses malucos. – Falei e Nico riu.

- Bom, você vai comprar as passagens pra todos nós irmos a Paris de uma vez, eu vou ficar aqui te esperando. Toma o dinheiro. – Falei dando o dinheiro pra ele, e o empurrando pela cintura pra fora do quarto.

- Por quê eu? – Nico disse exasperado.

 – Porque você pode viajar pelas sombras dã, é mais rápido.

- Mas você também é filha de Hades, eu estou cansado.

- Eu sei que sou, mas sou péssima nisso, e para de choramingar, mas que coisa. – Atirei ele pra fora do quarto e bati a porta.

- Acho que somos só eu e você. – Falei andando na direção do Greg, que riu.

- Acho que sim né? Ele chegou mais perto e me beijou, como só ele sabe beijar. Ele mordia meu lábio inferior, enquanto passava a mão em meus cabelos, que ainda estavam molhados. Eu puxava ele mais pra mim, a fim de aprofundar mais o beijo, e a cada momento ficávamos mais ofegantes.  Acabamos caindo na cama, pra variar, mas Greg sentou e eu fui pro colo dele, com as duas pernas ao redor da sua cintura, ele mordia da base do meu pescoço até a minha orelha, enquanto eu lutava pra conter os gemidos involuntários.  Eu voltei a beijá-lo, mas os beijos foram morrendo em selinhos, e eu sai de cima dele, e sentei ao seu lado.

-Gostaria de saber, como você tem a capacidade de me fazer sentir assim. – Disse ele deitando, e mirando o teto do quarto.

- Assim como? – Perguntei com um sorrisinho.

- Assim... Pernas bambas, sem palavras, estômago revirado, e a cada vez que eu beijo ou toco você, é como se fogo corresse pelas minhas veias. – Greg falou, e dava pra ver que ele estava corando.

- Quer que eu te conte um segredo? – Perguntei.

- Claro. – Disse ele se virando pra me encarar, com um sorrisinho brincando nos lábios.

 - Antes de eu conhecer o John, eu não tinha amigo nenhum na escola... Nenhum, além do Pedro. – Falei o fitando também. – Ele morava na minha rua, desde que nós éramos pequenos, e eu sempre gostei dele só como um amigo mesmo. Mas no meu aniversário de 13 anos... Tudo tem que acontecer sempre no meu aniversário parece... Ele estava lá em casa, só comigo e minha mãe, minha mãe teve que voltar ao trabalho, então ficamos só nós dois comendo bolo com sorvete e brigadeiro, do nada ele se inclinou pra mim e me beijou, foi o  meu primeiro beijo. E disse que estava apaixonado por mim, que a gente deveria namorar. Veja bem, eu gostava dele só como amigo, mas eu aceitei mesmo assim, e a gente passou a namorar, o que era só amizade, de repente virou paixão, eu estava apaixonada por ele, não conseguia ficar sem ele, me ver sem ele, foram os quatro meses mais felizes da minha vida. Um belo dia, eu estava indo pra escola, e peguei ele agarrado com uma outra menina qualquer, eu surtei, lógico, mas a única coisa que eu fiz foi dizer pra ele nunca mais olhar na minha cara, nem me dirigir a palavra... Desde esse dia, eu prometi que não iria me apaixonar mais, só que eu nunca consegui esquecer o Pedro, até o dia que eu conheci você Greg, sentado do meu lado, esperando eu acordar. – Puxei meu celular do bolso, e mostrei a ele. – Esse, é o Pedro, mas ele não tem mais importância pra mim, você tem. Sabe como eu me sinto quando estou com você?

- Como? – Falou ele com uma cara de bem feliz agora.

- Sinto que eu posso ser eu, sinto que a mera menção do seu nome, eu sorrio involuntariamente, não sei que brincadeira foi essa que Afrodite fez comigo, porque eu me apaixonei por você, desde que eu te vi tão preocupado do lado da minha cama, sabe por que eu não fiz joguinhos contigo, do tipo de beija não beija, fica não fica? Porque isso é especial, eu não quero que se perca assim. E ele, não significa mais nada na minha vida. – Disse apontando pro celular, e agora apagando a foto dele. Não continuei a falar porque no momento seguinte Greg estava em cima de mim me beijando, e no outro momento Nico estava sentado do meu lado da cama.

- AAH, MAS QUE PORRA NICO. – Falei de um pulo. – Você tem que parar com isso sabia? – Ele deu um sorriso sarcástico.

-Vamos logo o trem pra Paris sai em mais ou menos meia hora, vou acordar a tua amiga. – Ele deu mais um sorriso ‘Nico’ e saiu do quarto. Eu e Greg recolhemos todas as nossas coisas, nos arrumamos e fomos pro quarto da Charlie, onde ela trocava de roupa com um olhar maléfico pro Nico.

- Bom, vamos lá. Acho bem provável nenhum monstro nos atacar no caminho, porque dois filhos de Hades juntos são capazes de irradiar morte a centenas de metros. – Saimos do hotel, e fomos andando em direção a estação de trem, eu ainda estava impressionada com o quanto que a Espanha era linda, Greg estava segurando a minha mão, e ia falando das construções.

- Tudo aqui é praticamente do tempo imperial. – Dizia ele. – A maioria desses prédios, tem ouro ou prata dentro, e internamente é muito mais lindo. Eu costumava vir aqui com a galera quando era mais novo, a gente ficava passeando e paquerando as garotas por aqui, elas nunca me davam bola lógico, e sempre diziam que eu ficava ridículo de lentes de contato roxas. – Nós quatro rimos com gosto do Greg contando o que ele aprontava.

- Uma vez eu fui pra uma festa escondido, uma rave. Todo mundo bebeu todas, só eu que não estava caído no fim da noite, foi bem estranho, eles pensavam que eu era um caso raro da medicina. Depois de umas duas semanas, eu fui pro acampamento, e descobri que não era um caso raro da medicina, era um caso realmente raro de uma divindade. – A gente ainda ria, quando chegamos em frente a estação, e como Nico previu, sem ataques de monstros.  Entramos no trem, rumo ao final da nossa missão, como eu iria saber depois, bem mais estranho do que eu poderia imaginar.