Ainda escrita por Nara


Capítulo 2
Primeiro Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Olá gente!
Primeiro capítulo aqui, e dessa vez quero que vocês me digam o que estam achando, de verdade!
Espero que gostem, mais notinhas lá em baixo.
Enjoy!



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Primeiro Capítulo

Mais uma vez, Edward olhava para o desenho que há muito havia sido feito por suas próprias mãos. Um nó se formava em sua garganta e um buraco era aberto em seu peito. Como sempre.

Não sabia quantas vezes havia passado horas olhando para a face da linda mulher desenhada no papel envelhecido e não sabia por quantas vezes mais olharia, já que tinha a eternidade. Isso não era uma coisa boa.

Queria muito poder derramar lágrimas, afinal de contas, chorando ele já estava. Ele chorava há quase cem anos.

Ao ouvir os pensamentos de sua mãe, guardou rapidamente o desenho em sua pasta já esperando que batessem na porta. Não precisou esperar muito.

“Entre” Disse com a voz um tanto rouca.

Esme adentrou o quarto do filho, pedindo licença. Edward apenas balançou a cabeça em concordância.

“Meu filho...” Disse acariciando a face de Edward. “Eu fico tão triste quando te vejo nesse estado querido. Não sabe o quanto me dói” Falou-lhe maternalmente.

Edward apenas abaixou a cabeça e deu um sorriso amarelo.

“Sabe que não posso evitar Esme” falou passando a mão sobre o couro marrom do portfólio.

Esme sorriu docemente. “Eu espero que um dia isso passe meu filho. Espero que um dia você consiga ser feliz” disse sinceramente.

Instantaneamente arrependeu-se de ter proferido aquelas palavras. Sabia como seu filho se sentia a respeito.

“Infelizmente não Esme. Eu já fui muito feliz, e por maior que seja a felicidade que eu sinta jamais se comparará à felicidade de tê-la em meus braços, de poder ouvir a sua voz...” Falou triste para sua mãe. “Espero que isso não passe nunca, pois a dor é a prova mais concreta que eu tenho de que um dia ela foi real.” Completou.

Agora foi a vez de Esme dar um sorriso amarelo, assim como o do filho.

Entristeceu-se ao lembrar-se de tudo o que o filho já havia passado, de tudo que ele havia sofrido. Sem dúvida alguma, aquela bela mulher – a qual Edward venerava todos os dias – era a alma gêmea de Edward e nada poderia ser feito quanto a isso.

Permitiu-se lembrar de anos atrás, quando ainda era uma recém criada.

Carlisle havia salvado-a da morte e ela estava muito feliz por ter a seu lado um homem tão maravilhoso quanto seu marido. No entanto, Edward não era um rapaz feliz. Ele já estava com Carlisle há algum tempo, Edward havia contraído gripe espanhola, assim como seus pais, mas o senhor e senhora Masen haviam falecido sem que o doutor Cullen pudesse fazer alguma coisa para ajudá-los.

Mas o que impulsionou Carlisle a transformar o jovem Masen em um imortal foi o fato de que Elizabeth Masen havia lhe feito o pedido já em seu leito de morte. Ela pedira que o doutor salvasse a vida de seu filho e de Bella, que até então Carlisle não sabia quem era.

Ao ver Edward em seu leito de morte, Carlisle sentiu tanto pelo jovem que ainda tinha tanto o que viver que acabou mordendo-o em um ato impensado.

Passados os três dias da transformação, Edward despertou para sua nova vida. Como todo o recém-criado, estava confuso, mas só perguntava por Bella.

Carlisle conta que nunca havia visto o filho sorrir em todos os anos em que Edward fizera parte da família Cullen e Esme também não. Isso a entristecia muito.

Claro, seu filho havia tidos outras oportunidades, já que era um rapaz extremamente educado, bondoso e lindo, mas o mesmo não conseguia pensar em mais nada que não fosse sua amada.

Era a mesma coisa, todos os dias. Edward passava o dia melancólico, pelos cantos, às vezes caçava com seus irmãos, às vezes caçava sozinho. Nunca discutia com ninguém, pois se contentava com tudo o que lhe ofereciam, mesmo que fosse algo absurdo. Tudo parecia que era feito no automático.

Muitas vezes o clã Cullen havia se mudado. Durante tantos anos havia feito muitas faculdades, mas em nada que fazia podia ver-se que ele executava com satisfação. Talvez dizer que ele fazia tudo por protocolo não fosse certo. O certo a dizer era que Edward agia como se fosse um zumbi.

Mas algo que ele nunca deixava de fazer era olhar o desenho de uma bela mulher – sua amada. Quando caia a noite, ele fitava aqueles grandes olhos feitos com grafite e assim ele ficava, sem se mover, apenas encarando aquela mulher como se aquilo lhe desse forças para continuar existindo.

E eram nessas horas que podiam ver Edward sorrindo.

O filme que passava na mente de Esme foi interrompido quando Edward chamou-a.

“Vamos descer Esme, já está na hora. Logo Carlisle sai para trabalhar e tenho certeza que ele irá quere despedir-se de você” falou tirando Esme de seu devaneio.

Colocou o portfólio na gaveta da cômoda e desceu as escadas de braços dados com sua mãe.

Edward conversava com seus irmãos na sala, mas seus pensamentos estavam longe, como sempre.

Assim como Carlisle e Esme, seus irmãos nunca tinham visto Edward feliz em todos esses anos. Todos se preocupavam muito com ele, o que de certa forma deixava Edward irritado. Como se já não bastasse a pena que Edward via nos olhos de cada um, ouvir suas mentes não ajudava em nada.

A única coisa que queria era ficar triste em paz, sem que ninguém o encarasse como um pobre coitado. Nunca gostou de se sentir fraco perante os outros. Às vezes se arrependia de não morar sozinho. Seria mais prático.

Assim que teve esse pensamento, Alice teve uma visão. Edward parado em frente a um relógio muito antigo.

Claro, Edward sabia muito bem que relógio era aquele, mas já fazia muitos anos que ele não o via. Para falar a verdade, nunca havia cogitado a idéia de ir até a residência dos pais de sua amada até agora. Ele não sentia essa necessidade, até o presente momento.

“Não demore muito para voltar Edward’ pediu Alice cabisbaixa.

Logo todos os presentes sabiam do que se tratava a visão de Alice. Já estavam até acostumados.

Era sempre assim, Alice tinha uma visão – proveniente da decisão de Edward – e logo depois ele partia em mais uma viagem até Chicago em busca de solidão.

Rosalie bufou com a decisão do irmão. Não entendia o porquê de tudo aquilo. Ela não era tão sensível quanto os outros Cullen e pensava que sofrer por ter perdido a pessoa amada era uma coisa, já ser masoquista era outra bem diferente e esse era o caso de seu irmão.

Já para Edward, o amor e o masoquismo andavam lado a lado. Ele revirou os olhos com os pensamentos de todos ali presentes.

Esme apareceu na soleira da porta, com o olhar triste. Sabia que seriam longos dias longe de seu filho. Seriam dias de preocupação extrema em que teria seu coração nas mãos.

“Não se preocupe comigo mãe, sou bem grandinho” disse com um sorriso forçado, característico.

Esme apenas suspirou, derrotada. “Tudo bem querido, se é isso que quer. Que Deus te proteja” desejou a Edward.

Logo, antes do cair da tarde, Edward já estava pronto para partir. Dessa vez iria em seu carro.

Na garagem, os quatro irmãos Cullen acompanhavam Edward.

Emmett foi o primeiro a dar um passo a frente a abraçar o irmão com força. “Cara, eu sei que isso é muito gay, mas eu vou sentir muito a sua falta mano. Vê se não demora” disse visivelmente sentido. Emmett era o único que fazia Edward chegar mais perto do que parecia ser dar risada, mas ainda assim não era o suficiente, logo Edward apenas sorriu.

Seguido de Emmett, sua esposa abraçou o irmão. “Faço minhas as palavras do Emmett” falou sem jeito, como sempre ficava quando se despedia de Edward. No fundo Edward sabia que Rosalie o amava, e que esse sentimento era recíproco.

Jasper, sempre reservado, abraçou Edward dando tapinhas em suas costas e logo o largou. Um apenas sorriu para o outro. Já Alice, nada discreta, abraçou o irmão com força e soluçava com a cabeça encostada em seu peitoral.

“Alice, eu vou voltar. Logo.” Informou na intenção de acalmar a irmã. Fez carinho em seus cabelos e aos poucos ela foi relaxando.

Entrou no carro e acenou para seus irmãos. Novamente ele iria ter com seu passado.

Edward acelerou seu Volvo o quanto pode, mas a viagem era longa ainda assim.

Após boas horas dentro de seu carro, chegou a Chicago. Não sabia para onde ia exatamente. Queria muito ir à sua casa, mas a visão de Alice o estava confundindo.

Decidiu então rumar para a casa que havia dividido com sua amada durante seus tempos de casado.

Após algum tempo, já andava pelas ruas conhecidas e ao longe avistava a casa do senhor e senhora Masen. Um nó já se formava em sua garganta.

Estacionou o carro em frente à sua casa e desceu. Olhou bem a fachada. O tempo havia passado. Já não era como antes, agora, ainda que fizesse de tudo para conservar a residência, ela já estava muito mais envelhecida.

Adentrou-a. 

Aos poucos, as lembranças tomaram sua mente. Lembranças de quando aquela casa – agora poeirenta – era cheia de vida. Instantaneamente, ao analisar a sala lembrou-se de todos os momentos bons que vivera ali com sua amada. A risada dela era nítida. Subira as escadas em direção ao quarto que dividiam. Abriu a porta à sua frente e adentrou o cômodo.

Fechou os olhos e lembrou-se de cada momento que vivera de cada toque, cada beijo, da face de Bella. Queria muito chorar, estava em frangalhos.

Ele ainda a amava muito e iria amar para sempre. Se sentir um nada fazia parte disso, não podia evitar.

Aproximou-se de sua cama e sentou-se na beirada. Passou a mão pelos lençóis. Eles não haviam sido trocados desde a última vez que Bella estivera ali deitada, mas o tempo havia apagado seu cheiro. Só o que o tempo não apagaria era a dor.

Suspirou e permitiu-se ser tomado pelo sofrimento.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Por que vocês não falam?
Mandem reviews, milhares e milhares de reviews!
Preciso disso para continuar escrevendo, é o que me anima.
Agora é por conta de vocês. Beijos e até a próxima.



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