In My Head escrita por hwon keith


Capítulo 9
Oitavo Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo. Acontecimentos bem embaraçados que serão explicados (ou não...) no próximo capítulo.



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Oitavo Capítulo

Desamparada

Você sabe que ela não poderia ficar aqui com você

Você sabe que ela tinha que ir

Mesmo que ela não pudesse ficar aqui com você

Você sabe que não está sozinho.



She Couldn't





Poeira, negrume, vozes ecoando, dor... Misturava-se na pequena cela, em algum lugar de uma certa cidade.

Ela pensara que finalmente viveria feliz ao lado de quem amava e era retribuída. Pensara realmente que poderia descansar do sentimento de culpa, e que recordaria as boas lembranças do irmão em paz. Pensara que podia encher-se de alegria e rir pelas coisas mais tolas e bobas do universo.

E agora, ela estava sangrando lentamente e sozinha num local desconhecido.

O que ela fizera de tão ruim?




Ela tinha a respiração entrecortada quando negava-se a desistir. Mordia o lábio inferior com força e observava a parede úmida entre as lágrimas acumuladas em seus orbes. Não teria forças para chamar ajuda, e realmente não acreditava que conseguiria uma. Então, apenas pensava que alguém bom e justo viria salvá-la.

Natsu.

Ela sabia que estava errada.



Ela estava no estágio de esvaziar sua mente e sorrir lacrimejante diante de sua morte. Pois não havia mais chances, mesmo sendo absurdamente otimista. Ela definharia, e seria levada para algum lugar onde pudesse descansar finalmente em paz.

Pelo menos, estaria com seu irmão. Certo?

Errado. Ela sabia que seu irmãozinho ficaria furioso de vê-la tão repentinamente. Ficaria mais ainda por descobrir que ela abandonara a chama de sua vida e deixara certo jovem sozinho no mundo. Ela não poderia!

Seu corpo estava parado, mas seus olhos abertos refletiam lembranças. Lembranças do que nunca deveria recordar.

Água. Sangue. Gritos. Lágrimas. Sujeira. Medo. Aperto. Expectativa. Frustração. Cada pequena palavra citada gerando sentimentos terríveis dentro de si. Cada sentimento deteriorando as barreiras de pensamentos límpidos em sua cabeça. Pensamentos que a sustentavam, quando tudo em sua volta parecia cair.

Não restava mais nada. Deveria desistir?




Incrivelmente, ela não conseguia desmaiar. Seus pensamentos a prendiam a realidade, e ela achou irônico aquilo. Devaneios serviam para levá-la a outro mundo, mundo melhor que o original. Agora estes, apenas a jogavam na cara que esquecer não traria resultado.

Nem agora, ela poderia ficar em paz.

Afinal, onde ela estaria? Fora sequestrada? Aquele lugar parecia estranho demais para ficar na cidade onde morava. Parecia um lugar onde bombas eram testadas. Fumaça contaminava tudo. Por que o chão se abriu? Não poderia ser terremoto. Algo estava errado.

Lucy experimentou olhar em volta. Seus olhos castanhos arregalaram-se quando viu que, na verdade, o chão não se abrira. Não havia fumaça pela janela. Gritos não eram ouvidos lá fora.

– Estou... Enlouquecendo? – ditou, se levantando e percebendo seu corpo totalmente inteiro. Sem sangue algum.

– Isto... – alguém falou, chamando a atenção dela, fazendo-a olhar pelas grandes da cela, estas agora prateadas e limpas – É dentro de sua cabeça.

Lucy ofegou.

Ela não sabia por que, mas abraçava o homem. Abraçava-o com toda sua força. O metal entre eles desaparecera. Ela devia pensar um pouco sobre o porquê, mas desistiu.

Agora tudo estava fazendo sentido. Ela riu.

– Você precisa quebrar todas as barreiras para voltar. De outro modo, ficará para sempre presa em seus pensamentos.

Diante das palavras, ela sorriu ao homem. Estava confiante. Não iria decepcionar.

– Lucy... Vá. Isto é só um teste. É incrível, não é? O que a mente humana esconde. O limite dos próprios sentimentos. Uma dor tão forte que queimou seus sentimentos lhe trouxe aqui. Na verdade, o motivo é que você tentou esquecê-la. Entendeu que deveria superar, mesmo que quisesse morrer. Aquele garoto lhe trouxe sua vida de volta. Tantos obstáculos. Nada parece real. Apenas palavras soltas na ventania... A grande jogada, é que você recolheu essas palavras e fez seu próprio sentido. É o que todos deveriam fazer. Mas, em média, ninguém compreende. Ficam horas e horas tentando assemelhar algo parecido... E não entendem que a verdade nunca faz sentido. Nada faz sentido. Você apenas... Finge que entende.

E tudo desapareceu.


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