Primeiro dia de aula. Já me acostumei a ver toda aquela tensão nos outros alunos, pensando “será que vou fazer amigos?” ou coisas assim. Entrei e de cara virei a “estranha novata”, amiga do “estranho novato”. Era incrível a quantidade de olhos que sentia ao meu redor em cada lugar que passava.

PDV Narrador:

Elena Gilbert estava diferente dos outros. Não havia visto o novato tão falado e estava sem entender o porque de ninguém conseguir definir bem a aparência dele.

Todas as garotas que o viam chegavam até ela e suspiravam tentando definir tamanha beleza, mas nenhuma realmente conseguia fazer ela ter ao menos uma ideia de como ele era.

Bonnie, assim como todas as outras, veio exatamente na direção dela, mas antes que pudesse abrir a boca ouviu as reclamações de sua melhor amiga:

–– Eu não aguento mais ficar ouvindo todas as meninas desse colégio falando desse novato que eu ainda nem vi. Duvido que seja como todas estão dizendo. Não é possível alguém ser tão lindo a ponto de se fazer assunto em todas as bocas do colégio. –– Elena falou isso tão rápido e de forma tão estressada que Bonnie não teve boca nem para dizer que ele era sim, tudo o que comentavam e muito mais. Simplesmente falou:

–– O que eu não entendo é o porque de todo esse seu estresse. –– O que definitivamente fez Elena se sentir um pouco culpada por ter jogado em sua amiga o que estava sentindo. Elena não estava assim simplesmente porque pessoas estavam comentando sobre um novato, estava assim por tudo o que vinha acontecendo de uns tempos para cá.

Tinha acabado de perder seus pais e sua amiga Caroline não ajudava nem um pouco em sua recuperação. Seu melhor amigo e ex-namorado Matt, nem olhava na sua cara depois do término do namoro e se sentia muito culpada pela breve depressão e isolamento que Matt começou a demonstrar.

Elena sempre teve uma vida muito perfeita, os problemas para ela parece que chegaram todos de uma vez só. Ela não estava sabendo lidar com isso.

–– Ok, me desculpe. Eu não estou muito bem hoje e os outros não estão me fazendo sentir melhor.

Bonnie se sentia cada vez mais feliz em ter Elena em sua vida, ela podia ser como um anjo quando queria. Era triste vê-la nesse estado, com a tristeza estampada, impossível de esconder. Sabia que precisava animá-la, fazê-la rir... coisas de amiga.

–– Para sua informação, o novato é muuuuito mais do que todos estão dizendo. –– A risada de Elena fez com que Bonnie se sentisse bem mais aliviada. Bonnie é aquele tipo de amiga que faz você rir o tempo inteiro quando estão juntas. Nos momentos de tristeza ela é a primeira pessoa que vem a sua mente, ao mesmo tempo que ela é uma criança brincalhona é também uma ótima conselheira e muito amadurecida. Elena também se sentia muito feliz em tê-la como amiga. Tudo que faltava naquele momento era sua outra amiga Meredith, que estava viajando.

O sinal tocou e depois de um abraço e despedidas, cada uma se dirigiu até sua sala.

PVD Ashley:

Primeira aula em um colégio que eu não estava interessada em entrar. Que emocionante.

Eu perco todo o tempo da minha vida tentando dar uma de normal – o que eu nunca consigo – e tentando capturar um certo vampiro que matou meu irmão.

Bem, eu continuo nessa por causa da minha família, afinal, eu nem conheci meu irmão.

Às vezes eu tento me importar com a morte dele, e sei que é muita falta de sensibilidade minha falar desse jeito, mas eu simplesmente não consigo. Não consigo me importar com a morte de alguém que não conheci. Em relação à morte dele, eu só sinto raiva.

Raiva por um dia ter aparecido um maldito vampiro na minha casa e o matado. Raiva por esse acontecimento ter feito da minha vida um inferno. Raiva por ver que até hoje minha família sofre por isso e nem percebem o que fizeram comigo. Um dia eu me senti um pouco carente, mal-amada, hoje eu não me dou nem o trabalho de sentir isso.

Tudo que eu penso sobre mim é que sou uma revoltada, insensível, que não consegue matar o único obstáculo que a afasta da vida que sempre quis.

Pensando bem, eu tenho uma vida bem parecida de um personagem de uma série de tevê...

Não consigo me lembrar do nome. Tanto faz.

Me desculpem pela minha ignorância, nunca me sinto bem entrando em novos colégios. Gostaria de não ter de me mudar sempre.