Um Ano Quase Tranquilo escrita por Tye


Capítulo 23
Pré-tempestade


Notas iniciais do capítulo

Gente... nem vou pedir desculpas, porque não tem desculpas suficientes para expressar o quanto preciso me desculpar (lol)
Só obrigada por continuarem comigo, vocês são as melhores leitoras que eu poderia pedir!
E de presente de natal... tcharam: vou postar mais dois capítulos ainda hoje (tá, não prometo completamente, mas vou tentar sufhusdf)
Espero que a demora tenha valido a pena...
Boa leitura! (e foi mal pelos errinhos, é que são 5:00h da manhã e eu tô morrendo de sono e.e)



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Caminhava rapidamente no corredor vazio, no domingo de manhã bem cedo, na esperança de não encontrar absolutamente ninguém pelo caminho (afinal que estaria indo para a biblioteca em plena manhã de domingo?). Se Merlin fosse justo e me recompensasse por ter sido uma boa pessoa durante toda a minha vida, meu desejo teria sido atendido. Porém não foi bem assim... Quando cheguei na porta da biblioteca eis que me surge a última pessoa que eu queria ver.

- Hermione. Precisamos conversar. – disse o ruivo.

- É? E por que?

-Porque essa sua atitude não faz o menor sentido. Porque estou cansado de fingir que não ligo mais... E você sabe que realmente precisamos colocar um basta nas coisas.

Suspirei encarando o chão. Ele estava certo.

Veja, depois do baile, tudo havia ficado tão complicado quanto poderia ter ficado. E isso não tinha nada a ver com o fato de Rony ter me pedido para voltar com ele pelo menos dez vezes em uma única semana. E também não tinha nada a ver com Draco estar profundamente irritado com isso. O problema era (sempre foi, não é?) eu. Se eu soubesse o que eu quero, tudo estaria bem. Mas eu não sei o que anda acontecendo comigo... e com isso acabo não evoluindo em nada.

Se eu dissesse a mim mesma: “Eu amo o Draco.” E a dúvida não me atingisse em cheio, bem no peito, meu problema estaria resolvido.

O mesmo se aplica ao fato de eu dizer a mim mesma: “Eu não amo Ronald.” E ouvir uma pequena vozinha irritante gritando o contrário na minha cabeça.

Quando isso havia virado um triângulo amoroso?  Nos livros esse tipo de coisa parece tão emocionante e excitante... Então porque ao invés de me sentir emocionada e excitada, eu me sinto uma completa idiota?

E aí o máximo que eu consigo fazer é ignorar o Rony e ser a pior namorada do mundo para Draco. Perfeito.

- Okay. – eu disse por fim. – Pode começar a falar...

- Não sou eu quem tem que começar a fazer algo. É você. Olha, se eu tivesse certeza de que você está e será feliz com ele, talvez eu te deixasse em paz e aceitasse o “vamos ser amigos” de uma forma melhor. Mas acontece que você não parece feliz. E eu não vejo como você pode ter um futuro com ele. De verdade, não há nada para vocês. Eu sei disso e você também sabe. A única questão aqui é-

- Como se atreve a dizer que sabe o que me fará feliz?! E como se atreve a dizer essas coisas horriveis sobre mim e sobre o Draco?! Ronald, tudo o que você-

- Ora Hermione, me poupe! Você realmente acha que ama ele? Se amasse, não pensaria em mim com tanta frequência.

- Eu não penso em você! Por Merlin! – menti descaradamente.

- MERLIN ME AJUDE! ARGH. COMO MULHERES INTELIGENTEs PODEM SER AO MESMO TEMPO TÃO ESTÚPIDAS? – explodiu ele de repente, obviamente cansado da mesma discussão de sempre. A repentina mudança de tom me assustou e me enfureceu.

- COMO É? ME CHAMOU DE QUE?

- De estúpida! De idiota! De cega! Tem como você ao menos confessar que ainda tem sentimentos por mim? Que está indecisa? Tem como você parar de fingir que seu principe é o dono de todos os seus sentimentos? Tem?! – disse ele sem tomar fôlego.

- E o que você ganharia com isso, sabendo que de uma forma ou de outra, ele é a minha escolha?

Rony ficou em silêncio por um momento, digerindo as palavras que eu joguei em sua cara.

- Eu saberia – finalmente começou ele. – Que não estou lutando por uma causa perdida. E isso com certeza massagearia meu ego... se é o que você quer ouvir.

- Sinto muito Rony. – eu disse com a língua pesada e um gosto amargo bem no fundo. – Mas não vou massagear seu ego. Porque eu não sinto mais nada por você, e é realmente muito triste você despedaçar nossa amizade desse jeito.

Sim, eu menti na cara dura. Porque era a coisa mais nobre a se fazer.

- Eu não acredito em nem uma palavra do que você disse. – respondeu ele irritado.

- AH, NÃO ACREDITA? ÓTIMO. QUER OUVIR MENTIRAS? POIS DE MIM NÃO OUVIRÁ! VOCÊ ME EXIGIU A VERDADE. EU DEI ELA A VOCÊ. SE ISSO NÃO BASTA, É MELHOR SE VIRAR E IR EMBORA. PERMANENTEMENTE.

Enquanto Rony virava-se e ia embora, eu me senti uma grande hipócrita. Imaginei se ele realmente iria fazer o que eu disse e “iria embora permanentemente”. No fundo, era o que eu menos queria.

Empurrei a porta da biblioteca e como já era esperado, a encontrei deserta. Passei por umas prateleiras e sem nem ver o titulo, fui pegando alguns livros. Direto para a sessão mais escondida da biblioteca, me joguei em uma mesa e fiquei por lá. Pensando. Por quanto tempo eu não tenho certeza... talvez alguns minutos... talvez mais. Até que fui obrigada a despertar dos meus devaneios.

- Hermione, cheguei. – era Gina.

- Hmmm.

- Ora, ‘hmmm’ nada. Sou sua melhor amiga! E seu estado é deprimente. Que isso menina, não tem motivo pra isso...

- Como assim não tem motivo Gina? Eu não consigo nem-

- “Não consigo nem decidir o que eu quero, sou uma idiota, brincando com os sentimentos dos outros. Preferia muito mais quando combater as trevas era minha maior prioridade”... blá blá blá. Chega de drama Mi! Você é uma garota linda, independente, inteligente! Desde quando Hermione Granger se deixa ficar assim por garotos? 

- Ah Gina...

- Sério Mi, você é muito mais que tudo isso. Sem contar, que se for pra sofrer desse jeito, é melhor estar sozinha. De verdade. Não vale a pena ter um namorado desse jeito...

- Você está dizendo que eu devia... terminar com o Draco?

- Se isso te deixar melhor...sim. Eu só quero você feliz outra vez.

-Mas eu sou feliz com o Draco...

- Ai meu Deus. Isso já está passando dos limites Mi! Se você é feliz com ele, por que é que você está aqui, na biblioteca, no domingo de manhã em vez de estar com ele? E por que faz uma semana que não tira essa cara de tristeza? Olha, se você não fizer algo logo, eu farei.

- Okay. – eu disse por fim. – Eu vou... conversar com o Draco.

Disse por dizer mesmo. Mas talvez, aquilo fosse o que deveria ser feito... quem sabe se eu me abrisse com Draco, nós dois não pudessemos achar juntos a resposta? Bom, sendo isso o certo ou não, pior não pode ficar, não é?

POV RONY

Atravessei o maldito corredor feito um relâmpago. Sim, eu estava fervendo de raiva. Aquela história de Draco&Hermione já tinha tomado proporções epicamente ridiculas. E minhas frequentes discussões com Hermione só me deixavam mais irritado. Será que ela não podia ver? Será que ela não entendia? Draco Malfoy: idiota que ela sempre odiou. Ronald Weasley: amigo de anos que ela sempre amou. Como foi que, pelas cuecas de Merlin, ela inverteu as ordens? Há uns meses atrás, eu sinceramente achava que era uma fase. Eu também tive a minha – e ela se chama Pansy Parkinson – porém fases terminam. E rápido. Então por que ela continua com ele? Principalmente quando o mundo todo – inclusive e principalmente ela – pode perceber que ela não está nem um pouco feliz com ele.

A passos largos, rapidamente cobri a distância entre a biblioteca e o saguão, esbarrando por acidente em vários estudantes que caminhavam tranquilamente – porque eles ao contrário de mim, tem uma vida calma e relaxante, sem grandes problemas (n/a: Rony dramatico mode on).

Segui em direção ao lago. Deitar ali e relaxar seria tudo o que eu poderia pedir. Encontrei uma sombra e joguei no chão, fechei os olhos e tentei esquecer tudo. Advinha? Não deu certo. Inspirei o ar puro com calma, para em seguida tomar uma decisão puramente impulsiva e louca.

Me levantei bruscamente e refiz todo o caminho que eu havia percorrido alguns minutos atrás, indo diretamente para a biblioteca. Caminhava rapidamente, quase correndo – talvez para que não desse tempo de eu mudar de ideia.

O corredor da biblioteca permanecia vazio. Apertei o passo, em direção a grande porta de madeira. Quando estava a um metro dela, ela se abriu, revelando a pessoa que eu estava procurando: Hermione.

- Ronald? – começou ela. – Mas eu não havia dito que-

E antes que ela pudesse terminar a frase, puxei-a pela cintura e colei nossos lábios. A príncipio, como já era esperado, ela ficou sem reação, inerte. Mas depois... nada poderia ter sido melhor. Ela enlaçou seus braços ao redor de meu pescoço e abriu sua boca, deixando passagem para minha língua. Puxei ela para mais perto e seu perfume quase me tirou os sentidos. O ar faltou e o antes de nos separarmos mordi seu lábio inferior. Olhei em seus olhos e antes que pudesse ver ali culpa ou confusão, puxei-a para um outro beijo. Tudo estava perfeito até...

- MAS QUE MERDA É ESSA? – a voz arrastada estava tão carregada de raiva, que quase não a reconheci. Malfoy estava parado, nos fuzilando com o olhar, completamente vermelho. E quando olhei em seus olhos cinza, consegui prever uma grande tempestade.


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Notas finais do capítulo

Babys, com esse cap. temos o começo do final de nossa historia (to gostando de ser retardada hj e.e)
O que acharam?
Dramioners? Romioners?
Quero Reviews u-u
E FEEEEEEEEEEEEEEEEELIZ NATAAAAAAAAAAAAAAL *----------*
bjbjbjbj