Theres A Girl escrita por melody


Capítulo 18
Despedida


Notas iniciais do capítulo

Perdoem-me pela demora, mas o cap. está aí ^^
Espero que gostem galera, boa leitura (:



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So please don’t forget to call me

Então por favor não esqueça de me ligar

Just to let me know you’re doing okay

Só para eu saber que você está bem

Miles away from me

Milhas longe de mim

Chase Coy – Summer’s Song

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Sakura narrando ON

Já fazia algum tempo que estávamos no velório de meu avô. Agora eu não chorava mais, acho que estava esgotada, seca por dentro. Eu estava sentada em um dos bancos da capela de frente para o meu avô, eu apenas o olhava fixamente, a minha vontade de que ele acordasse era tão grande, que tinha horas que ele parecia estar respirando, como eu queria que estivesse.

Meus olhos estavam inchados, dificultando até mesmo minha visão, havia uma sensação de ardência neles, e eu já podia sentir o peso de minhas pálpebras que estavam quase se fechando. Acho que eu já estava cansada de ficar vendo a mesma cena repetidas vezes: pessoas desconhecidas vestidas de preto cumprimentarem meus pais desejando os pêsames, ficarem uns quinze minutos na capela e irem embora.

– Vou me deitar um pouco – disse com a voz fraca para a minha mãe, ela me deu um beijo carinhoso na testa e eu me retirei indo para o meu quarto. Eu não conseguia chorar, nem pensar mais eu conseguia. Subi para o meu quarto, tomei um banho e dormi assim que deitei na cama desejando que o dia de amanhã fosse melhor.


Sasuke narrando ON

Hoje é dia 24 de setembro. Um dia depois da tarde incrível que passei com a Sakura. Ainda é seis e meia da manhã, acabei de me levantar e mal posso esperar para ver a Sakura na escola, tenho certeza de que ela vai estar linda, como sempre.

Tomei um banho morno para me despertar e tomei um café da manhã rápido, cereais. Prático e delicioso. Peguei meu capacete e as chaves da moto e me dirigi para o colégio. O tempo hoje não está dos melhores, está fechado anunciando chuva a qualquer momento. Queria muito passar na casa da Sakura para levá-la ao colégio, mas resisti a esta vontade, pois não havia combinado nada com a rosada.

Chegando no colégio vi Naruto abraçado com a Hinata e logo percebi que o plano da Sakura tinha dado certo, e o meu também, sorri internamente me lembrando da melhor tarde da minha vida. Sakura já era linda, mas vestida apenas com o meu moletom velho ela estava maravilhosa e eu nem sequer conseguia evitar certos pensamentos quando lembrava disso.

– Teme! – Naruto me cumprimentou berrando como sempre.

– Como vai, Naruto? – ele sorriu de orelha a orelha estampando a resposta em sua face – bom dia Hinata – disse me dirigindo a menina de olhos perolados ao seu lado que limitou-se a um simples sorriso e então saí de perto dos pombinhos para lhes dar privacidade.

Não passou muito tempo e o sinal para o início das aulas tocou e eu fui para a sala em busca de uma cabeleira rosada, mas não a encontrei. Sakura não estava na sala, e nem no pátio, ela deve ter se atrasado, preferi pensar desta forma.


***

As aulas foram passando e a Sakura não havia aparecido, e eu já estava ficando preocupado. Na hora do intervalo eu liguei para ela, ela não atendeu. Decidi deixar uma mensagem de voz.

– Sakura, aqui é o Sasuke. Porque você não veio para a aula? – pausa – estou preocupado, me liga quando puder, tá legal?

Voltei para a sala para duas aulas chatíssimas e na saída chequei novamente o meu celular. Sakura não havia ligado, tentei falar com ela novamente, e de novo, de novo, e nada. Ela não atendia, só caia na caixa postal e para não ser chato preferi não deixar mais mensagens de voz. Mandei um sms que também não foi respondido. Eu já estava muito preocupado. Onde, e o que a Sakura está fazendo? Era o único pensamento que vagava por minha mente.


Sakura narrando ON

Acordei às nove da manhã de hoje. Tudo o que eu queria era que a noite de ontem tivesse sido um pesadelo, mas minha imagem no espelho provava que ela fora real. Meus olhos continuavam inchados e eu possuía olheiras escuras e profundas sob eles. Anime-se Sakura, vamos. O vovô não gostaria de lhe ver assim. E era verdade, eu estava um caco, e não era só por fora, eu permanecia vazia por dentro.

Tomei um banho tentando melhorar um pouco minha aparência e vesti uma roupa mais quente. Não estava frio, mas o tempo estava para chuva. Vesti um agasalho azul marinho e tênis de corrida. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo. Fazia tempo que eu não visitava a fazenda, achei que seria bom respirar um pouco do ar puro dela. Tomei um café da manhã leve, cereais e uma fruta, peguei meu ipod no quarto e saí um pouco para correr.

O tempo estava fechado, mas nada tirava a beleza daquele lugar. O vento frio batia em meu rosto, fazendo com que os fios de cabelo que estavam soltos em minha face voassem com ele. A música que tocava ao fundo me fazia esquecer um pouco o que estava acontecendo. A melodia era um tanto animada e me fazia ter vontade de cantar junto com ela.

Não sei por quanto tempo eu corri, mas eu corri até chegar ao meu lugar favorito. Meu refúgio, como eu costumava chamar. Era um lugar tomado pelo verde da natureza. Uma árvore marcava o meu lugar, ela ficava na beira da lagoa, que deixava um pouco de sua beleza devido à ausência de sol, mas mesmo assim o lugar era incrível. Não sei quanto tempo permaneci ali também, sentada na grama observando alguns pássaros que voavam pelo local. Quando decidi voltar para a casa minha mãe me esperava na sala e limitou-se a apenas me olhar subir as escadas para o meu quarto. Tomei outro banho para eliminar o suor da minha pele e coloquei um vestido rosa que havia ganhado de meu avô, juntamente com sapatilhas de cor crua.

– Vamos – disse meu pai sem rodeios assim que desci a escada. Já deve ser 14:30, pensei. O enterro aconteceria às 15:30, como demorava uma hora para chegar até a cidade deveria ser aquele horário mesmo. No caminho passamos em uma floricultura, onde eu reconheci um loira da minha sala no balcão. Eu não estava para conversa então paguei os narcisos brancos e saí da loja.

– Testuda mal-educada – pude ouvir um resmungo enquanto saía. Entrei no carro novamente e seguimos para o enterro. O nosso era o primeiro carro logo atrás do da funerária. Ele era grande, preto e além do caixão possuía coroas de flores de várias cores, com escritas que eu não conseguia ler de onde estava.

O carro parou em frente ao cemitério, eles tiraram o caixão com meu avô e colocaram sobre o que me parecia uma espécie de maca. Logo descemos do carro e percebi que muitas pessoas nos seguiam, pessoas que eu nunca tinha visto, nem mesmo ontem no velório, mas que estavam ali. Chegamos a um túmulo grande e luxuoso, ao contrário de todos os outros a sua volta, ele era branco com detalhes em dourado, estava aberto e eu podia ver um homem, provavelmente o coveiro, com roupas simples e segurando uma pá nas mãos. Ele limitou-se a um aceno com a cabeça, e logo depois eu vi meu pai e mais uns cinco homens segurando o caixão nos pegadores que ficavam ao seu lado. O caixão foi colocado dentro do buraco, que deveria ser a cova.

Primeiramente meu pai, jogou uma simples rosa vermelha sobre ele, depois minha mãe as tulipas de mesma cor e logo em seguida eu joguei os narcisos que pareceram cair em câmera lenta sobre as outras flores. E, então as lágrimas começaram a cair molhando minha face, ao mesmo tempo em que a chuva molhava o resto do meu corpo. Outras flores foram jogadas sobre as nossas, e logo depois o homem com a pá começou a jogar terra sobre elas.

Adeus vovô, espero que Deus tenha lhe reservado um lindo lugar no céu, e que você se torne a mais bela das estrelas. Amo você.

Uma última lágrima escorreu por minha face aquecendo-a, assim como a mão misteriosa que apareceu em meu ombro, e o guarda-chuva sobre minha cabeça.



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Notas finais do capítulo

Deixem reviews se eu merecer *O*