Reviravoltas - Parte 2 escrita por Milka
Notas iniciais do capítulo
Espero que gostem, pessoal!
Percebi que havia uma placa acima da porta: Peixaria do Tony. Entramos na loja. Lá dentro a iluminação era fraca, tinha cheiro de peixe e só havia um homem, que parecia estar bem bêbado.
– Tony? - Lilly chamou.
– Hum, o que? - Ele levantou a cabeça mostrando seu rosto que seria muito mais bonito se não tivesse uma cicatriz enorme bem no meio. - Me chamou?
– Sim, eu... hum... conhece um homem chamado Poseidon? - Perguntou Lilly.Tony arqueou uma sombrancelha.
– Diz o deus dos mares? - Ela assentiu e ele continuou. – Conheço, bom homem, ele mandou que vocês viessem falar comigo, certo?
– Sim. - Respondeu Lilly finalmente. Olhei para Nico com uma cara de Hã? e ele estava com a mesma cara.
– Então, pelo que procuram? - ele disse saindo de trás do balcão.
– Dicas. Para encontrar o... O Livro da Glória.
Tony fez uma cara de surpresa e pena. Ele provavelmente pensava: coitados, mais três vão morrer.
– Está escondido em uma sala. Uma sala secreta. Só pode ser aberta com a chave.
Ótimo, também tinha uma chave.
– Onde fica essa chave? - Perguntei, com um pouco de medo da resposta.
– Dizem que a Madame Luciana tem uma cópia. - Tony respondeu se sentando em um banco.
– Madame Luciana? Que porra é essa? - Perguntou Lilly.
– Uma vidente muito popular em Honolulu. Ela trabalha a uns dois quilômetros daqui.
– E essa sala? Onde fica? - Nico perguntou.Tony fez cara de preocupado. Ele começou a tremer e a suar feito um porco. Caminhou nervoso até a janela e nos chamou até lá.Quando chegamos lá, ele apontou para um...
Um vulcão.
Pegaríamos uma chave com uma vidente sinistra para acabarmos fritos dentro de um vulcão. Excelente.
– Obrigada, Tony. - Disse Lilly agarrando Nico e eu pelos pulsos e nos levando até fora da loja.
– BOA SORTE! - ouvimos Tony gritar. Sorte seria bom.
– Como vamos chegar nessa madame? - Hanna perguntou. Olhei no mapa. Sim, havia uma madame Luciana e ficava mesmo a dois quilômetros de lá. O problema era que nesses dois quilômetros havia uma floresta. Lilly fez uma cara de assombro, e deduzi que ela não devia ter boas experiências com florestas.
Adentramos naquela mata escura e fechada sem muita certeza do caminho que devíamos seguir. Pelo menos eu não tinha certeza. Continuamos andando até que vimos uma velhinha. Ela estava sentada no chão, parecia machucada.
- Lilly. - Eu sussurrei, cutucando seu ombro. - Olha lá. Acho que devíamos ajudá-la.
- Nem pensar! - Ela disse. - Aposto que é um monstro. Não podemos sair por aí confiando em tudo e todos.
- Mas ela está ferida. - Disse Nico. - Mesmo que fosse um monstro, não teria como atacar.
- Tudo bem, mas não digam que eu não avisei. - Disse Lilly, ainda sem aprovar a ideia. Fomos até lá e eu perguntei:
- Senhora, você precisa de ajuda?
- Oh, querida! Chegue mais perto. - Ela disse, com uma voz fraca e rouca. Olhei desconfiada para ela, mas ela parecia tão fraca e inocente que me aproximei. Ela tocou meu rosto com os dedos finos e gélidos. Seus olhos se arregalaram a assumiram um tom de amarelo quase desumano.
- Você... passou por muita coisa na vida, não é, meu bem? - Ela perguntou, como se pudesse ler minha mente. Fiz que sim com a cabeça e ela continuou. - Confusão... Traições...
Eu corei e olhei para Nico, mas ele parecia nem ter ouvido o que a mulher dissera. A senhora continuou:
- Parece que você está em uma perigosa missão.
- Sim. Pode me ajudar? - Perguntei, com esperanças de que ela pudesse nos dar uma dica ou alguma coisa assim.
- Infelizmente não, querida. Só posso dizer-lhe uma coisa: Cuidado com as mágoas acumuladas. Não deixe a raiva e o ódio levarem quem você ama.
- O que isso quer dizer? - Perguntei.
- Não posso dizer mais nada. Apenas tome cuidado para não fazer uma besteira da qual se arrependerá pelo resto da vida.
Dito isso, a velha senhora desapareceu em uma nuvem de fumaça amarela. Olhei para meus amigos esperando que algum deles tivesse entendido alguma coisa, mas eles pareciam não terem visto nada.
- Pessoal. - Chamei. - O que acham que isso quer dizer?
- Isso o quê? - Perguntou Lilly.
- O que a senhora disse. Vocês sabem, sobre o ódio e a raiva. - Eu disse, confusa.
- Como assim? Depois que eu disse a você que era perigoso, você se afastou e a senhora levantou-se e foi embora. Do que está falando, exatamente, Hanna? - Perguntou Lilly.
- NÃO! - Eu gritei. - A senhora acabou de sumir! Eu falei com ela!
- Doida de pedra. - Disse Nico.
- Cale a sua boca nojenta que beijou a Jennifer. - Eu disse. Eu já estava irritada por causa da velha, e ele ainda vem e diz isso?
- EU ME ARREPENDO, TÁ BOM? PODE PARAR DE FALAR DELA AGORA? - Ele gritou. Ele não se arrepende, tenho certeza.
- Não parece que você se arrepende. - Eu disse.
- GENTE! Voltando à velhinha. O que ela disse a você, Hanna? - Disse Lilly, voltando meus pensamentos àquela senhora.
- Ela disse... que eu passei por muita coisa na vida. Inclusive traições. - Eu disse, lançando um olhar gélido para Nico. - Disse que essa missão seria difícil, mas que eu não poderia deixar o ódio e a raiva me atrapalharem.
- Eu concordo. Agora vamos. - Disse Lilly. Estávamos andando na floresta quando, de repente, o chão começou a rachar e se abriu. Nós não conseguimos fugir e caímos lá dentro, dando de cara com um...
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E aí, o que acharam? ♥