Friends With Benefits escrita por Fernanda Redfield, Rainha de Copas


Capítulo 3
Velho x Novo


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas lindas!
Ainda bem que estão gostando da fanfic e obrigada por todos os reviews *-* Ficamos muito felizes!
E pensar que eu e a Maari começamos brincando e deu nisso kkkk Obrigada, de verdade!
Como sempre:
Quinn - FerRedfield
Rachel - MaariCoelho
Boa leitura!



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Quinn's POV

Eu sabia que as minhas palavras tinham machucado Rachel, também sabia que eu me arrependeria depois... Mas eu perdi a cabeça. É raro que eu saia despejando verdades em cima dos outros, geralmente, eu jogo uma ofensa e saio. Mas brigar comigo, por causa do Finnútil é demais, demais até para ela!

E quer saber...? Rachel realmente gosta de ter o mundo girando em torno dela, ela realmente quer ter todos aos seus pés. Garanto que aquele olhar apaixonadinho do Finn derreteu o coraçãozinho dela. Besta fui eu que acreditei que ela se prenderia a mim e mais, fui idiota em achar que ela levaria aquela história de ‘namoro de fachada’ a sério.

Rachel que torça para que aquela vizinha dela não apareça nesse corredor, porque senão, eu faria questão de levá-la para a maldita festa do Finn e dar O beijo nela. Rachel não sabe como ela me machucou. Eu estava em um estado que seria capaz de passar por cima de Finn se o visse na rua...! Melhor não, minha Harley se amassaria com a cabeça dura e o corpo flácido dele. Joguei o capacete do carona na parede e me arrependi instantaneamente quando ele se quebrou. Céus, Rachel Berry me fazia perder a cabeça e o dinheiro!

“Por que você e Rach têm a mesma mania de jogar as coisas quando ficam irritadas?” Ótimo, o que eu mais precisava no momento era da ironia de Kurt Hummel e da voz irritada dele a buzinar no meu ouvido. Parei abruptamente no corredor e me virei bufando para ele, Kurt recuou um passo, parecia amedrontado. “Bem que dizem que Quinn Fabray parece uma leoa brava.”

“Não sou uma leoa só quando estou brava...” Eu respondi com um sorriso cafajeste e secando uma bela ruiva que passara por nós no corredor, a menina deu um sorriso envergonhado antes de sair rindo baixinho com as amigas dela. Dei uma piscadela para o grupinho e me virei, para pegar Kurt revirando os olhos e bufando. “Você descobriria outros lados leoninos meus se gostasse do que eu gosto, Hummel.”

“Muito obrigado, Fabray... Mas tenho medo de morrer no seu veneno.” Kurt retrucou com um ar superior enquanto me olhava entediado. Ora, esse sem vergonha estava me chamando de ‘cobra’?! Cretino! Eu bufei irritada e olhei para o teto, pedindo paciência. Kurt pigarreou e eu voltei meus olhos para ele que sorria sincero, agora. Esse menino ter sérios surtos de mudança comportamental. “Acho que eu sei o que a Rachel gosta em você, no final das contas.” Olhei para ele com uma cara revoltada, Kurt tornou a se afastar e eu realmente acho que as pessoas sentem medo de mim... Isso é bom, afinal. Dei as costas e saí caminhando sem olhar para trás, não precisava levar sermão do melhor amigo gay dela. “Você é cafajeste, Quinn... Trata Rachel diferente da forma que o Finn e qualquer outro a tratou. Ela se sente segura, mesmo você olhando para cada rabo de saia que passa ao seu lado.” Eu me virei abruptamente com a sobrancelha arqueada. Ele estava tentando ajudar? Porque me xingar não vai nos levar a nada.

“Você veio aqui para ser o defensor dela ou para ajudar o Finn?” Perguntei na defensiva, oras. Aquele garoto estava passando dos limites, mas eu estava me acalmando, o que era estranho. Geralmente, eu me acalmava só quando detratava alguém e estava começando a me sentir culpada, porque Rachel não saíra do apartamento até agora e ainda estávamos no andar dela. Kurt cruzou os braços sobre o peito e apoiou o corpo na parede, deu um sorrisinho irônico e me respondeu sério.

“Eu não estou aqui para defender a insegurança louca da Rachel ou ajudar o inútil do meu irmão a conseguir uma coisa que ele devia ter superado... Mas eu estou aqui para te iluminar, Quinn.”

“A última vez que alguém quis me iluminar, Kurt... Eu fugi e nunca mais tornei a aparecer lá.” Respondi amargurada, me lembrando da linda ‘iluminação’ que meu pai quis me dar quando soube que eu andava pegando meninas na faculdade. Fazia um ano que eu não voltava a Mansão Fabray e realmente não sentia falta. Kurt me olhou sério enquanto o sorriso irônico desaparecia dos lábios dele, ele pareceu pensar antes de dizer as palavras.

“Você sabe o que está acontecendo aqui, Quinn. Você é a racional nessa situação toda...”

“Mas isso não quer dizer que sempre tem que ser eu a dar o primeiro passo.” Eu o interrompi, magoada e respirando normalmente agora. Aquele garoto, mesmo com todas as mudanças de humor dele, sabia como acalmar as pessoas. Kurt se adiantou e abraçou meus ombros, caminhando ao meu lado agora. “Eu estou cansada de ceder e ela continuar escondida atrás daquela muralha que ela construiu em volta de si.” Kurt parou enquanto esperávamos o elevador.

Senti que ele afagava meu braço enquanto eu apertava o capacete do carona quebrado e o meu nas mãos. Olhei discretamente para ele que sorriu diante da minha careta, acabei rindo também, Kurt era daqueles que falava com os olhos. O elevador chegou e dois garotos saíram por ele, Kurt revirou os olhos diante das olhadas que eu recebi. Eu bufei e mostrei o dedo do meio para os filhos da mãe e Kurt riu. “Rachel acha que não te merece, Quinn. Ainda a assusta a idéia de ser abandonada.”

“Porra Kurt! Se eu fosse abandoná-la, teria caído fora quando comecei a nutrir sentimentos por ela!” Disparei de cabeça quente e praticamente esmurrando o painel do elevador para o térreo, odiava elevadores, ainda mais quando não tinha Rachel para me distrair. Rachel, Rachel, Rachel... Quando é que eu vou parar de pensar nela por pelo menos um minuto? Quando me virei para Kurt, ele gargalhava e eu me dei conta da besteira que tinha feito.

“Então você nutre sentimentos por ela? Quem diria, Fabray...” A voz dele estava com aquele tom irônico de vitória, minha vontade era de jogar o capacete nele e testar a durabilidade da cabeça dele. Kurt pareceu ter notado a minha impaciência e sumiu com os gestos de vitória. Ele se aproximou e eu arregalei os olhos, porque os olhos claros dele pareciam ler a minha alma. “Se você gosta dela, acho melhor correr atrás. Rachel também gosta de você, só não entendeu isso ainda. E Finn está aqui, você sabe como ele a confunde.”

“Confundia, garanto que ela se esqueceu dele há bastante tempo.” Murmurei com o mesmo tom de cafajeste de minutos atrás, Kurt revirou os olhos e me deu um soco no braço. Mas o que eu poderia fazer? Eu tinha orgulho das minhas habilidades de conquista e Rachel estava de prova que meus beijos eram quase que uma poção de esquecimento. O elevador apitou e nós aterrissamos no térreo. Kurt me empurrou para fora e avisou.

“Não vou te falar mais nada, você que decide o que faz da vida, Fabray... Mas saiba que Finn está disposto a beijá-la na virada do ano.”

“Enfim, Hummel... Você não tinha que ir atrás dele?” Eu perguntei mais para encerrar a conversa do que por me preocupar mesmo com Finn, por mim, se ele e o corpo imenso dele sumissem, o mundo seria mais feliz. Kurt arqueou a sobrancelha e deu uma pequena risadinha antes de me responder e das portas do elevador se fecharem.

“Eu teria que procurá-lo, mas eu gosto mais de você, Fabray.”

Dei um sorrisinho de lado enquanto acenava e me virava para ir ao estacionamento. A vizinha de Rachel veio pelo corredor e esbarrou em mim propositalmente, eu ignorei e apanhei as chaves no bolso da jaqueta antes de jogar o capacete detonado no lixo.

Tinha muito o que pensar até a noite.

Rachel's POV

Eu não conseguia pensar em outra coisa a não ser as duras palavras de Quinn. Elas ficaram martelando desde o momento que ela saiu do meu dormitório. Doía e provavelmente continuaria doendo, porque revendo algumas coisas, eu finalmente percebi que ela estava certa, por mais ríspidas que fossem suas palavras. Eu adorava ser o centro das atenções, o motivo de alguém. Nisso, eu nada parecia com a antiga Rachel, aquela que aceitava palavras doces e fúteis de um cara qualquer.

Mas ela é a Quinn e eu não posso simplesmente perdê-la assim. Talvez eu seja covarde por não querer um relacionamento concreto, mas algo me puxa pra ela. Eu não sei a definição do que é, talvez seja amor, talvez seja paixão... Ou quem sabe, somente nossa química quando estamos juntas. Eu não sei, mas desde que tivemos a mudança visível em nosso relacionamento ou seja lá como devo chamar isso, eu entendi que ela deveria ficar por perto e que eu também queria estar perto dela.

Ela sabia que não deveríamos nos apegar ou desenvolver sentimentos que não fossem coerentes com o que tínhamos prometido. Sem sentimentos, besteiras de relacionamento, cobranças e lembranças de datas, presentes e tudo o que um relacionamento a dois trás. Mas aqui estávamos nós, depois de dois dias de sumiço e uma mensagem incompreensível, Quinn despeja a verdade guardada, pelo que eu pude perceber, a algum tempo.

Afinal, o que fora aquilo em frente a Starbucks? Ou o que aconteceu aqui, no meu dormitório, há alguns dias?

O jeito que passamos a nos tocar, tão íntimo, tão completo... e isso me assustava de verdade. Eu tenho meus motivos pra acreditar que relacionamentos não prestam. E maior ainda são meus motivos pra não acabar com minha amizade com ela começando uma coisa que ambas fugimos tanto. Talvez pensar assim faz de mim a pessoa mais egoísta do mundo, por fugir da minha felicidade e acabar avacalhando a felicidade dos outros, mas eu estava estraga emocionalmente.

Não tinha como eu me refugiar em casa pra pensar a respeito e tentar tomar a decisão mais correta. Tinha a maldita festa de Finn e provavelmente eu teria que ficar fazendo o social, não que isso fosse um desafio pra mim, mas ter que agüentar o tipo de gente que eu estou esperando, não é uma tarefa fácil. E ainda tem o Finn que com certeza vai tentar alguma coisa. Onde está o Kurt nessas horas?

Terminei minha maquiagem e fui pro meu quarto me vestir. Não demorou muito e eu já estava totalmente vestida, consegui ficar bonita até, com a minha auto-estima baixa e sem os conselhos de Kurt, que evitara falar comigo desde que voltou da rua. Terminei de calçar meu salto quando bateram na porta e por um instante achei que fosse Quinn, mas eu tinha certeza, pelos acontecimentos anteriores, que era Finn nos buscando pra tal festa. Revirei os olhos e fui indo abrir a porta e acabei esbarrando com Kurt ao sairmos de nossos quartos. Ele trancou a cara e foi abrir a porta, encostei na parede e não entendi esse gesto. Vi um Finn elegante, até mesmo pra ele, entrando no nosso dormitório. Ele deu um pequeno sorriso pra mim antes de se aproximar e me abraçar. "Está linda." Sussurrou no meu ouvido. Revirei os olhos mentalmente, quando ele vai entender que eu não o quero mais. Acho que nunca quis, na realidade, era só o objetivo de namorar o quarterback e líder masculino do coral. "Prontos?" Ele perguntou ao se afastar de mim, dividindo seu olhar entre eu e Kurt. Fizemos um positivo com a cabeça e Finn me guiou até a saída, com uma mão na base das minhas costas. E eu tenho certeza de que se Quinn estivesse aqui e visse essa cena, Finn nunca mais jogaria futebol na vida dele. Sorri com meu próprio pensamento e Kurt me olhou irritado. "Algum problema, Rach?" Finn perguntou antes de apertar o botão do elevador.

"Nada, Finn." Escondi meu rosto da melhor forma possível, antes de arrumar o gorro que estava vestindo. Ele sorriu de lado e eu pude ter certeza de que vi, com a minha visão periférica, Kurt revirar os olhos.

Não demorou muito e estávamos no carro que Finn chamara para nos levar até o local da festa, as vezes ele olhava pra mim e eu sorria, mas parei de fazer isso quando ele e Kurt começaram a conversar sobre os pais. Agradeci ao Kurt mentalmente. Não posso negar que eu queria que Quinn tivesse me ligado antes de virmos pra cá e agora eu não posso falar com ela porque esqueci meu celular em casa. Ótimo! A noite seria maravilhosa, mal posso esperar.

Descemos do carro e Finn já ia cumprimentando algumas pessoas. Coloquei meu sorriso mais falso na cara e fui andando ao lado dele enquanto pessoas sorriam pra mim. A Rachel de 4 anos atrás adoraria estar nessa posição, andando como se fosse a senhora Hudson. Gargalhei mentalmente ao lembrar o quanto eu era ridícula e pseudo apaixonada. Não demorou muito e já estávamos dentro da casa e uau... como Finn conhecia pessoas assim? Como ele conhecia eu não sei, mas sei que iria me acabar no álcool. Espero que eu não me arrependa amanhã.

Olhei pra Finn que estava conversando com alguém que eu nunca vi na minha vida e espero nunca ver novamente e apontei que iria pro bar. Ele afirmou com a cabeça e eu fui. Estava de saco cheio disso e eu ainda teria que ficar aqui por mais duas horas. O barman chegou me olhando com uma cara esquisita. "Tem alguma coisa que preste ai?" Perguntei e ele riu, acabei rindo também ao entender a gafe que tinha cometido. "Desculpe."

"Não tudo bem... acredite, eu também não queria estar aqui, mas o pagamento é bom."

"Está tão na cara assim?" Ele debruçou no balcão, juntando as mãos e tombando a cabeça pro lado. Tá ai, um cara legal nessa noite irritante.

"Você conseguiu disfarçar bem até sentar aqui, depois disso sua máscara e sorriso falso caíram." Ele sorriu se distanciando. "Tequila com sal e limão ou pura?" Me surpreendi e ele riu.

"Como sabe o que eu bebo?"

"Eu não sei, foi um palpite... na realidade tequila deixa bêbado mais rápido e você parece querer ficar assim desesperadamente." Eu assenti e ele foi pegar o que eu 'pedi'. Ele pegou seu copo, levantando-o num sinal de brinde, e eu arregalei os olhos.

"Te deixam beber aqui?" Perguntei e ele riu, fazendo um não com a cabeça.

"É coca-cola, relaxa." E piscou pra mim e meu sorriso morreu.

"Por favor, diga que você não está flertando comigo." Ele gargalhou mais ainda e eu achei que minha cara deve ter sido muito engraçada pra ele rir tanto.

"Você é lésbica e eu sou gay, não estou confundindo as coisas..." Eu bati no balcão e o cortei.

"Como ousa?" Ele recuou um pouco do balcão e arqueou uma sobrancelha, cruzando os braços apoiando-os no peito.

"Vejamos, você tem as unhas curtas." Ele fixou seu olhar em mim.

"Hipotireoidismo." Ele revirou os olhos antes de continuar.

"Hipotireoidismo também afeta a velocidade dos seus raciocínios, fazem que você tenha cabelos secos e quebradiços... e acredite não existe produto ou processo que reverta isso." Eu não acreditei que ele realmente estava debatendo minhas desculpas. "Sou bolsista de medicina na NYU. Tem um chupão mal coberto perto da sua orelha, homens não deixam chupões ai e sim lá em baixo." Ele fez uma careta ao dizer 'lá em baixo'.

"Meu namorado me trata com carinho, por isso deixou uma marquinha aqui." Ele riu na minha cara.

"Homens nunca fariam isso. Você tem anel no dedão. Tão hetero isso." Ele ironizou antes de tomar sua coca-cola e eu virar minha dose de tequila. O líquido desceu queimando e eu já estava acostumada, ele riu da minha careta e me ofereceu mais.

"Ok, você venceu. Preciso melhorar minhas habilidades de atuação e você piorar as suas de adivinhação da vida alheia." Eu bebi mais uma vez e ele riu. Estendi minha mão direita pra ele, cheirando a limão mesmo, nem liguei. "Rachel Berry."

"Zachary Clark, mas pode ser Zach." Ele apertou minha mão olhando pra mim tentando se lembrar de alguma coisa, desconhecida por mim no momento. "Você já fez algum musical off-Broadway?" Eu balancei a cabeça afirmando. "Eu vi um musical que você participou, aliás, parabéns sua voz é realmente muito boa."

"Oh, obrigada, mas guarde os elogios pra depois. Estava começando a gostar de você, que não estava me bajulando até agora." Ele riu balançando a cabeça, antes de pegar bebidas pra um casal que encostou no balcão.

"Já bebendo, Berry?" Kurt murmurou venenoso, antes de sentar em um banco do meu lado, largando o celular em cima do balcão.

"Agora você está falando comigo? Está atrasado, não acha?" Ele revirou os olhos enquanto eu tomava mais uma dose.

"Sim, antes tarde do que quando você estiver bêbada, não é?" Eu bufei antes de fazer um sinal pro Zach me trazer mais uma. "Rachel, chega. Você já bebeu poucas doses e aposto que não consegue ficar em pé."

"Vai se foder, Hummel." Ele tirou o pequeno copo da minha mão e eu vi Zach se assustar quando eu xinguei Kurt. "Pare de querer cuidar de mim, quando você deveria ter feito isso mais cedo. Eu não sou uma criança e não preciso de cuidados ok?"

"Deixa a menina, cara. Tenho tudo sobre controle aqui." Zach disse tocando o braço de Kurt por cima do balcão.

"Rachel, chega é sério. E você, quem você acha que é, pra dizer que tem tudo sobre controle? Não é você que vai ter que limpar todo o vômito depois, não é você que vai ter que agüentar ela falando da Quinn o tempo inteiro ou do Finn, não é você que vai ter que carregá-la até o banheiro e dar banho nela bêbada. Nem da ressaca do dia seguinte, você não vai ver mais nada." Eu estreitei os olhos pra ele e eu vi Zach soltar seu braço antes de dizer.

"Calma, cara. Só estou tentando ajudar. Pode ir curtir a festa, eu cuido dela pra você." Ele não saiu da minha frente e eu revirei os olhos.

"Eu vou no banheiro e já volto, não quero você mais bebendo ok?" Ele saiu antes de trocar um olhar alarmante pra Zach e eu voltei a olhá-lo.

"Só mais uma dose de tequila, ele nem vai saber." Ele revirou os olhos, me passando a garrafa. "Mal te conheço e já te amo, sério." Ele riu e concordou. Bebi mais umas três doses, sabia que esse vou no banheiro era código pra 'serei promíscuo e vou pegar alguém'.

"Esse é o celular do seu amigo gay?" Eu assenti e ele pegou o aparelho me passando. "Passe uma mensagem pra sua garota... e depois, me passe o número dele." Ele saiu piscando pra mim e eu o amava mais agora, sério. Como não pensei nisso antes?

Sua garota está quase bêbada e fazendo besteira aqui, Fabray. Venha controlá-la. - K.

O telefone vibrou em minha mão e eu abri a mensagem.

Ela não é minha garota, Kurt, você sabe bem disso. Mas ok, qual o nível de bebida dela? - Q.

Revirei os olhos. Minha vontade era de ligar pra ela gritando que eu sou sim sua garota, mas aqui não era o local mais apropriado pra isso.

Alto, venha Fabray. Ela não está me escutando mais, por favor. Eu não quero ter que limpar vômitos e dar banho nela hoje, passo esse prazer a você. - K.

Vai se foder, Hummel. Me diga o endereço, estou chegando. - Q.

Sorri e mostrei a mensagem ao Zach que voltara a me dar atenção. Ele disse algo parecido com, passe logo e eu passei, colocando o celular de Kurt aonde estava depois. "Agora me passe o número dele." Zach me estendeu seu celular e eu gravei o número de Kurt e o meu em sua agenda. Ele gargalhou antes de dizer. "(Kurt Hummel) Amigo lindo da bêbada do ano novo e (Rachel Berry) A bêbada do ano novo." Eu fiz um gesto parecido com 'fazer o que?' e ele riu ainda mais. "Obrigado."

"Agradeça nos ligando. Talvez até consiga que eu cante pra você." Ele revirou os olhos antes de pegar rapidamente minha garrafa e ir até a outra ponta do bar enquanto eu soltava um gemido de frustração. "Agora que estava ficando bom."

"O que estava ficando bom, Rachel?" Me arrumei na cadeira e ele pegou o celular de volta.

"A piada que ele estava me contando, mas aparentemente ele te acha um chato e foi pra lá fazer outras coisas." Eu disse ríspida e ele sorriu, brincando com o celular.

"Na hora que ele voltar eu prometo me apresentar formalmente, ok?" Eu assenti e ele apertou minha coxa, se aproximando. "Falando nisso, ele é gay?" Kurt sussurrou e eu dei uma risadinha baixa.

"Totalmente." Sussurrei antes de nos arrumarmos e voltarmos a sentar normalmente.

Vi Zach se aproximar sorrindo pra nós e eu sorri de volta. Ele se virou pra Kurt e eu não sei se já estava bêbada demais, mas vi um interesse em ambos. "Zachary Clark." E estendeu a mão, Kurt sorriu e pegou na mão dele, balançando-as.

"Kurt Hummel." E voltou a sentar me deixando sentir o tesão que exalava dos dois. Olhei pra ele, tirando-o do momento com meus olhos suplicantes.

"Me deixa beber mais... por favor. É ano novo e eu estou aqui, presa nessa festa entediante, fazendo companhia pro cara mais legal do mundo, depois de você claro, Pequeno Hummel. Por favor." Eu supliquei e ele permaneceu negando com a mão. Revirei os olhos, quando Quinn chegaria?

"Hey, Rach..." Finn, era só mais essa. Tinha me esquecido disso. Forcei um sorriso enquanto ele me puxava. "Vamos dançar."

"Não. Não estou pra dançar agora, Finn. Desculpe." Eu fui me sentando novamente, porém ele foi me puxando, gentilmente, pela cintura.

"Vamos, só uma música." Eu olhei pra Kurt que me encorajou e Zach me olhou arqueando uma sobrancelha, depois me explicaria pra ele. Aceitei a mão de Finn e fomos dançar.

"Finn, eu estou meio bêbada e me desculpa se eu fizer alguma coisa errada ok?" Ele assentiu antes de colocar uma de suas mãos na base da minha cintura. Tão diferente dos toques da Quinn. Aliás, Finn. Você é um palerma. Oh e pra minha sorte era uma música lenta e ridícula, diga-se de passagem. Passei meus braços ao redor de seu pescoço e ficamos assim. Oh meu Deus, eu queria revirar os olhos, mas não podia.

"Rach.. você está mais bonita, mais madura e eu estou adorando isso." Ele disse perto do meu ouvido e começou a fazer carinhos em minha cintura.

"Obrigada, Finn." Disse mais por educação do que por verdadeira gratidão. Não queria estar ali e isso estava bem visível.

Não demorou muito e a música terminou e eu consegui me desvencilhar de seus braços que pareciam estar triplicados. Ele me puxou e me beijou, confesso que eu desejava aquele beijo, porém na mesma hora o repeli. Ele voltou, mais uma vez com um milhão de mãos e eu o afastei novamente, mas ele parecia não me entender. Comecei a bater em seu peito, que parecia ser feito de aço e não sentir nada. Até que senti alguém me puxando pra longe de Finn e quando me dei conta Quinn já tinha o empurrado e estava gritando. "Sai cara, ela é minha, ela é minha. Vai encontrar a sua." E voltou pra mim, me puxando pelo pulso pra sacada da festa. Sorri por mais que deveria estar envergonhada dela fazer essa cena aqui, porém eu estava com saudades da Quinn possessiva. `

Quinn's POV

O que eu estava fazendo parada em frente a uma casa em Manhattan? Ah claro, a garota com a qual eu tinha uma amizade de benefícios resolveu ficar bêbada numa festa, depois de me fazer de besta na frente do ex dela. Se eu estava irritada? Nenhum pouco, eu estava... FURIOSA.

Revirei os olhos. Gente fútil. E eu ODIAVA gente fútil. Meninas com roupas curtas e caras batendo uns aos outros com copos de bebida na mão. Sério, quem me trouxe de volta para o ensino médio? Chamei a atenção quando tirei o capacete e viram que o piloto da Harley Davidson Iron 883 era uma garota. Remexi meus cabelos e coloquei o capacete no compartimento do banco enquanto travava a moto e amaldiçoava Rachel Berry até a sua última geração.

Aquela garota tinha problemas e eu tinha mais ainda por gostar dela. Droga, as pessoas ainda me olham. Guardei as chaves dentro do bolso e fui até a entrada, algumas meninas me olharam interessadas... Mas no estado emocional, tesão e atração seriam as últimas coisas que eu sentiria, ainda mais com meninas tão vadias quanto elas. Ai da Rachel se ela tiver com um vestido/roupa que permita ao Finn ver seu útero. Eu a deixaria bêbada em uma valeta qualquer de NYC. Estou falando sério, Rachel Berry passou do limite.

Entrei naquela casa e céus... Nunca vi tanta gente. Finn estava andando com gente rica, finalmente né? Porque eu bem sei que ele mesmo não seria capaz de fazer dinheiro jogando da forma que jogava naquela liga amadora dele. Enfim, caminhei entre as pessoas que tinham mais álcool no sangue do que um V8 com o tanque cheio de gasolina. Não fiz questão de ser educada e fui empurrando mesmo, precisava achar Kurt.

E qual o melhor lugar para se achar Kurt Hummel numa festa?

Ou no banheiro, agarrando algum homem ou próximo ao bar, bebendo e paquerando o barman. Portanto, mudei de rumo quando vi que estava próxima ao DJ, encontrei Kurt dando em cima de um barman ruivo. Ok, se eu fosse hetero, até eu pegaria o barman. Me aproximei sorrateiramente e o barman deu um sorriso quando me observou da cabeça aos pés, revirei os olhos ao mesmo tempo que Kurt se virava para mim com uma careta confusa. “O que você está fazendo aqui, Fabray?”

O barman serviu mais um copo de vodka para Kurt, eu bufei impaciente. Ele me chamava aqui e agora ficava se fazendo de besta? Apanhei o copo e virei a dose de vodka com uma careta. “Acho bom você parar de beber, Hummel.” Ele assumiu aquele ar dramaticamente ofendido e eu bati no bar, fazendo Kurt e o barman arregalarem os olhos, amedrontados. “Esqueceu que me mandou mensagens, desesperado por que a Rachel estava caindo de bêbada?”

Kurt começou a agitar a cabeça negativamente enquanto apanhava o celular dentro do bolso e lia as mensagens. O barman saiu para atender outra pessoa e eu estava de saco cheio de Kurt fingindo que não tinha feito nada, era bom ele arrumar outra coisa para fazer da vida, porque atuação realmente não era seu forte. Os olhos claros dele se arregalaram e ele olhou para mim desesperado. “Eu não mandei mensagem nenhuma, Fabray. Não tinha nem pegado o celular até agora.” Eu bufei e peguei meu próprio celular, jogando o aparelho para ele. Os olhos de Kurt se cerraram quando ele leu as mensagens de minutos atrás. “Eu não te mandei essas mensagens, até por que, eu não escrevo certinho dessa forma... Isso é coisa da...!”

Kurt ficou quieto, mas eu pude entender o que tinha acontecido ali. Rachel, no auge de sua inteligência, me mandou mensagens com o celular dele. Minhas mãos se fecharam e eu dei um soco na madeira do bar. O barman arregalou os olhos e engoliu em seco, lancei um olhar frio para ele enquanto bufava furiosa. Fechei meus olhos, tentando me acalmar. Chamei o barman. “Melhor você me dar a maior dose da melhor vodka que você tem aí.” Ele me serviu rapidamente e eu virei a dose mais rápido do que a primeira, as pessoas começaram a me olhar. Kurt arqueou a sobrancelha e disse irônico.

“Céus, você fora de controle é pior do que a Rachel.”

“Cale a boca, Hummel. É melhor você me dizer onde ela está, senão eu vou pegar esse celular e enfiar em um lugar que você vai odiar por mais que te agrade esse tipo de coisa!” Sibilei nervosa, eu odiava ser feita de boba e Rachel estava aprontando aquilo pela segunda vez no dia. Kurt engoliu em seco e abriu a boca, mas não disse nada, a música que estava agitada, ficou lenta e eu revirei os olhos, ainda esperando uma resposta. O barman voltou e eu olhei para ele com uma cara irritada. “O que você tá fazendo aqui? Estamos tendo um interrogatório e agradeceria se você não escutasse.”

“Ele não tem culpa de nada, eu que dei a idéia para Rachel porque ela não poupou palavras para dizer o quão...” Aquele barman estava brincando com a morte, ele deu um sorrisinho cínico e piscou para Kurt, pude ver que o Kurt quase virou uma massa gelatinosa ao meu lado. “Ahm... Ela não vacilou em dizer o quão ATRAENTE você era. E se eu fosse você, eu correria para pista de dança, ela acabou de sair daqui com um ogro.”

Ogro? Música lenta? Rachel bêbada? Isso era coisa de Finn Hudson, coisa da covardia e da falta de senso de Finn Hudson. Tirei a minha jaqueta de couro e joguei em Kurt antes de roubar mais uma dose de vodka dele e virar. Apertei meus punhos e fui até o meio da pista, empurrando e se pudesse, até chutaria os casais.

Minha vista ficou, literalmente, vermelha. Aquele idiota do Finn com seu desentupidor de pia chamado de boca estava se aproximando de Rachel. Da MINHA Rachel que, pelo que eu pude perceber, mesmo ao longe, estava um pouco alta por causa da bebida. Eu ia matar aquele barman depois que matasse Finn. Eu não caminhei, mas MARCHEI em direção ao casal. Finn estava se aproximando pela segunda vez quando eu puxei Rachel para mim (e céus, foi muito bom sentir o corpo pequeno dela junto ao meu de novo), imediatamente, ela afundou o rosto em meu pescoço. Eu amoleci e quase perdi a pose, mas empurrei Finn e teria dado um soco se meu auto-controle não tivesse resolvido funcionar agora.

“Sai cara, ela é minha! Vai encontrar a sua!”

Depois do pequeno show de selvageria e que renderia muitos comentários ácidos de Kurt depois, aliados a piadinhas infames de Santana... Eu puxei Rachel para longe da pista, ela apertava a minha mão e tentava encostar o rosto em meu ombro, mas eu estava irritada demais para qualquer contato físico mais próximo. Vislumbrei a sacada e caminhei rapidamente até lá, como as pessoas ainda estavam se divertindo com a bebida e ainda era cedo, não tinha ninguém lá. Coloquei-a sentada em uma das cadeiras e fiquei em pé, de braços cruzados e a encarando a procura de respostas.

“Que bom que você veio...” Rachel estava com a voz entusiasmada e tinha um sorriso bobo no rosto, típico de quando ela ficava alta com a bebida. Sério, ela não precisava daquilo para chamar a minha atenção. Eu tentei respirar fundo, fechando meus olhos. Quando os abri, ela ainda tinha aquele sorriso sem sentido. “Achei que teria que afugentar o Finn por conta própria.”

Eu olhei incrédula para ela, Rachel não tinha noção de limites quando estava sóbria, imagina agora que estava meio felizinha com a bebida? Eu deixei meus braços caírem ao lado do meu corpo com um ar derrotado. Olhei mais calma para ela porque, querendo ou não, só vê-la longe dos braços enormes de Finn já me fazia perder a raiva e agressividade, Rachel funcionava como um ponto seguro no meio da minha loucura ciumenta porque, mesmo com aquela relação estranha que tínhamos, eu sabia que, no fim do dia, ela seria minha. Mas eu não podia tolerar aquele surto dela, era demais. Minha expressão tornou a se fechar. “Rachel, o ponto central aqui não é o Finn e sim o que você fez.”

“O que foi que eu fiz, Quinn?” Rachel se levantou com o mesmo olhar obstinado que ela tinha quando se sentia acuada, eu olhei entediada para ela, ela não ia vencer aquela discussão. Ela se aproximou e tentou segurar minha cintura, tirei as mãos dela dali e continuei a olhá-la, procurando respostas e um pouco de sanidade naquela situação. Mas o que nós duas menos tínhamos, era sanidade. Rachel bufou contrariada e me deu as costas. “Agora eu tenho culpa por ter ido atrás de você? Não era justamente isso que você queria mais cedo?”

Eu revirei meus olhos, realmente... Eu queria que ela tivesse vindo atrás de mim, mas não daquela forma: alta e desesperada. Suspirei, eu teria que tomar cuidado em não machucá-la, não estava mais ligando para mim, eu estava ferrada mesmo. Olhei para ela e ela permanecia séria e agora, tinha os braços cruzados e batia o pé. “Sim, mas não fingindo ser Kurt e muito menos, porque não queria Finn por perto.”

“O problema é eu ter mentido nas mensagens ou é por que você não quer estar aqui?” Rachel tornou a perguntar incisiva, eu odiava aquela capacidade que ela tinha de ser agressiva quando se sentia ameaçada. Rachel era o tipo de pessoa que crescia quando começava a perder uma discussão. Eu dei um passo para frente e ela levou aquilo como uma baixa na minha guarda, porque, timidamente, brincou com os bolsos da minha calça. Eu a olhei um pouco sentida, era claro que eu não queria estar ali.

“O problema se resume a duas coisas e ao que aconteceu mais cedo. Eu vim aqui porque achei que tinha acontecido algo com você.”

“Então não teria vindo se eu estivesse bem e quisesse pedir desculpas?” Rachel estava com os olhos brilhando e o lábio inferior dela tremia... Aqueles eram sinais claros de que ela começaria a chorar se eu bancasse a sem sentimentos ali. Odiava admitir, mas aqueles olhos eram a minha fraqueza, imediatamente meu corpo relaxou e eu olhei mais gentil para ela. Rachel baixou a cabeça e tornou a se sentar na cadeira com a mão sobre os olhos. Ela ameaçou falar, mas eu a impedi.

“Eu não vou discutir com você bêbada, Berry.” Eu realmente não queria discutir com ela de novo, muito menos, com ela bêbada e falando as coisas sem pensar.

“Eu não estou bêbada, Fabray!” Rachel exclamou irritada comigo e voltando aquela posição forte e esmagadora, engoli em seco... Em qual momento a gente se perdeu e o que era divertido, passou a ser sufocante? Eu fiz um sinal de derrota com as mãos e ela parecia ainda mais irritada, me agachei ao lado dela e fiquei a olhando.

Céus, eu gostava demais dela. Mais do que gostei de qualquer pessoa na vida. Eu nunca pensava antes de falar ou fazer algo... Mas sempre que estávamos juntas, eu me via pensando em não magoá-la e fazê-la feliz. Aquelas poucas horas depois de dizer aquilo no dormitório dela foram terríveis, eu pensava no que ela estava sentindo e em Finn se aproveitando daquilo tudo. As coisas podiam estar confusas, mas eu não queria sair de perto dela, era bem mais forte do que a minha vontade de me proteger.

Por isso, eu afaguei a bochecha dela e ela me abraçou, quase me derrubando no show. Ouvi as risadas satisfeitas dela no meu ouvido e me afastei só um pouco, dando-lhe um beijo na bochecha. Rachel respirou aliviada e ficou me olhando com um sorriso, eu balancei a cabeça negativamente. “Mas ainda acho que você está bêbada, Berry.”

Ela me deu uma mordida no pescoço e eu gemi de dor. “Se eu estivesse bêbada, Fabray... Eu não teria ganho essa discussão.” Olhei ofendida para ela e perguntei.

“Quem disse que você ganhou a discussão, meio metro?”

“Você acabou de me ofender, significa que eu ganhei, Fabray. Aprenda a perder.” Rachel disse com uma gargalhada antes de se levantar e me puxar pela mão para ficar em pé junto com ela, eu sorri derrotada e ela apertou nossas mãos, me puxando de volta para festa.

É... Vamos continuar a ser a namorada por uma noite. "Vamos voltar a ser a namorada por uma noite e que se danem meus sentimentos."

Rachel's POV

Eu revirei os olhos com a última frase dita por Quinn, mas eu nem me importei, estava feliz agora que ela estava aqui, não teria mais Finn no meu pé por um bom tempo. A medida que fomos passando pelas pessoas eu apertava mais a mão dela, que estava junto a minha, porque no fundo eu não queria que fossemos julgadas por aqueles que mal nos conhecem... eu só a queria ali comigo.

Senti Quinn me abraçar por trás, no meio do caminho que fazíamos de volta ao bar, e depois me puxar pela mão, que eu segurava, me convidando pra dançar. Revirei os olhos pra ela não contendo um sorriso. Suas mãos desceram até minha cintura, apertando a região como ela sempre fazia e eu não me cansava. Vi um sorriso se formar em seu rosto antes dela me puxar, fazendo meu rosto ficar contra seu pescoço. Nós não demos a sorte de tocar uma música lenta agora, porém assim ficamos e eu não me importava com os olhares agora.

Minhas mãos subiram pra seu pescoço e eu afaguei ali, ela sorriu pra mim antes de beijar meu olho fechado. Senti cócegas com a sensação e ela fez novamente, dessa vez suas mãos subiram até minha barriga e ela fez o mesmo ali. "Não, Quinn. Para." Ela gargalhou se divertindo e eu a bati, me defendendo inutilmente, antes de conseguir segurar seus pulsos e vê-la arquear uma sobrancelha e seu sorriso divertido se transformar em um desafiador. Tremi, pensando na possibilidade de matarmos nossa saudade agora.

"Você realmente quer brincar, Berry? Aqui ainda?" Ela perguntou se aproximando, firmando suas mãos na base da minha cintura apertando o local por baixo do meu trench coat. Meu sorriso que ela tanto gostava, ou que eu achava que gostava, veio à tona e foi a minha vez de arquear a sobrancelha, num convite implícito. "E aí, Berry? O que vai ser?" Eu nada respondi, passei uma mão por sua blusa e parei na barriga, puxando-a por ali. Vi um sorriso cafajeste se abrir e no fundo, isso me deu uma ponta de excitação.

Saímos passando entre as pessoas e eu vi Quinn xingar algumas no meio do caminho e quando eu ia puxá-la em direção ao banheiro, ela foi mais firme e quando me dei conta estava escorada em seu colo e ela sentada em um dos bancos do bar, próxima de Kurt e Zachary que estavam flertando na cara de pau. Ri do meu amigo e sua lábia pra isso, e minha gargalhada foi tão alta que despertou a atenção deles e ambos acabaram sorrindo sem graça. Puxei Quinn pela mão e nos aproximamos.

"Rachel esqueça o que eu te disse mais cedo, sua garota é mais lésbica que você." Nós três gargalhamos e Quinn arqueou uma sobrancelha pra ele, apertei seu braço e ela deu um sorriso concordando. Ele se aproximou tocando a jaqueta de Quinn e perguntou. "Couro mesmo?" Ela sorriu e concordou e eu murmurei.

"Adoro couro, literalmente." E dessa vez eles riram e eu escondi meu rosto no pescoço de Quinn e ela subiu uma mão em minha cabeça, arranhando minha nuca antes de morder o lóbulo da minha orelha e eu enterrar mais ainda meu rosto em seu pescoço.

"Será possível que em nenhum lugar eu vou deixar de presenciar vocês fazendo algo sexual?" Kurt disse ácido atrás de nós e Quinn revirou os olhos antes de me dar um selinho. Zach dividia sua gargalhada em me ver corar e ao olhar pra expressão de Kurt. "Obrigado."

"Eu não gosto de mulheres, mas vocês fazem um belo casal lésbico. Há quanto tempo estão juntas?" Me virei pra ele e Quinn me abraçou, passando os braços em minha cintura.

"Na realidade nós não estamos juntas, juntas." Quinn disse com um falso sorriso nos lábios.

"Vai fazer dois anos no Valentine's Day." Dei um cutucão nela e corrigi a frase. Observei Kurt sorrir e a Quinn apertar mais minha cintura.

"Na realidade, as duas estão nessa de amizade com benefícios a quase dois anos." Kurt explicou e Zach levantou as sobrancelhas em entendimento.

"Por mim, os benefícios já tinham acabado e nós estaríamos juntas." Não me surpreendi ao ouvir essa frase vinda da loira que estava abraçada a mim, de fato eu até escondi o sorriso que se formou em meus lábios abaixando a cabeça.

"Rach?" Eu ergui a cabeça novamente com o chamado de Zach. "Acho que a garota que aparece em uma festa, por mais couro que use, por que a outra chama dizendo que está bêbada, merece uma chance, Rachel." Engoli suas palavras em seco e senti Quinn afrouxar o aperto em minha cintura, por um momento achei que ela sairia dali agora.

Vi Kurt sorrir pra Zach antes do mesmo sair e servir alguma pessoa bêbada encostada no balcão. Virei meu rosto pra Quinn que me olhou com um sorriso sem graça nos lábios. Minhas mãos subiram pra seus lábios e eu contornei sua boca com meu dedo indicador antes de passar a outra mão em sua nuca e puxar seu rosto contra o meu. A senti firmar suas mãos em minha cintura e aprofundar o beijo, me fazendo sorrir no meio do mesmo, puxando seus cabelos da forma que a agradava. Ela me parou mordendo meu lábio e afastando seu rosto por um momento. "Que foi, Q?" Perguntei virando seu rosto, querendo que ela olhasse pra mim.

"Você está bêbada, Rachel. Não posso fazer isso com você assim. Já disse e fizemos coisas assim e no momento ambas estávamos piores, porém agora é diferente. Eu sinto coisas diferentes agora. Desculpa." Ela disse se afastando e antes que eu me desse conta, ela havia sumido no meio da multidão.

Virei-me pra Kurt que fingia não ter prestado atenção em nada. Olhei pra Zach que estava em sua frente. "O que eu faço?" Perguntei, ainda olhando pra onde ela havia sumido tentando, inutilmente, achá-la.

"Vá lá e mostre que você não está tão bêbada assim, Rach." Kurt disse tendo minha total atenção agora. "Mulheres... tão complicadas." Escutei ele reclamar e balancei a cabeça antes de sair a procura dela.

*****

Quinn estava virando mestre em sumir nos momentos mais importantes ou decisivos. E o pior, aprendeu isso em um dia e resolveu usar contra mim. Eu estava procurando-a a mais de dez minutos e nenhum sinal daquele cabelo loiro curto ou daquela jaqueta de couro, que eu odiava admitir, mas adorava.

Mudei meu caminho e fui ao banheiro, fazia tempos que não utilizava. Quando entro lá, encontro Quinn, acompanhada. Uma morena, mais alta que ela, encurralava-a na pia do banheiro e ela estava com aquele sorriso cafajeste no rosto, e a partir de agora eu passei a odiá-lo. Olhá-la fazendo isso me doía e o que me doía mais era a cara de pau dela de conseguir. As vezes acho que ela mentiu em tudo que já disse pra mim, não seria difícil, ela é Quinn Fabray, afinal.

Entrei no banheiro e ambas se assustaram, porém a morena nem ligou e voltou ao mesmo tempo pra loira que estava quase cedendo a ela. Quinn, gentilmente, a afastou dando um sorriso de ladinho pra ela, se aproximando de mim. Não precisou de palavras pra outra morena perceber o que se passava ali. Ela saiu nos deixando sozinhas.

Quinn encostou em um reservatório olha cinicamente pra mim. Isso me irritou ainda mais, me dando coragem necessária pra gritar. "Quantas vezes eu vou ter que te dizer que podemos não estar juntas, mas eu exijo respeito comigo enquanto estiver no mesmo local que você?! Quando eu for embora, pode pegar quantas vadias você quiser Quinn, mas não enquanto eu estiver no recinto!" Ela revirou os olhos.

"Se realmente quisesse um pouco de respeito, me respeitaria antes e assumiria o que tem comigo, Berry." É realmente, aquele velho ditado de quem fala o que quer ouve o que não quer. Suas palavras me atingiram em cheio e eu estava a ponto de chorar. Maldita Fabray!

Demorei um pouco pra dar sentido ao que eu deveria responder, se é que eu deveria responder. "Você poderia ter dito tudo, Fabray, menos isso. Porque talvez você possa não enxergar e eu possa não expressar direito, mas hoje eu tentei assumir o que eu tenho com você." Talvez não deveria ter dito, mas disse assim mesmo, antes de abrir a porta e sair correndo do banheiro.

Quinn’s POV

Rachel bebia e quem fazia merda era eu.

Como sempre, eu falava demais e a machucava. Eu era amiga dela antes de tudo e estava ferindo-a da mesma forma que o ogro do Finn fazia. Demorei um pouco para cair na real, mas quando caí, saí em disparada atrás dela.

Eu empurrei, chutei e até mesmo, esmurrei os bêbados que estavam a minha frente. Conseguia ver a figura pequena de Rachel correndo e tentando se esgueirar pelas pessoas que dançavam, eu suspirei e retomei fôlego, ainda empurrando os outros. Meu coração parecia apertado, doído... Tudo porque eu sabia que ela estava chorando, por minha causa.

Bufei irritada e remexi nos meus cabelos, arrepiando-os. Que tipo de festa maldita era aquela onde as pessoas não paravam de dançar nunca?

Eu finalmente alcancei Rachel quando ela estava prestes a sumir de vista novamente. A puxei pela mão para longe da pista, ela tentou se desvencilhar, mas eu não tive medo de puxá-la comigo sem a menor educação. Parei quando vi que estávamos relativamente sozinhas, porém, os poucos nos olhavam com curiosidade e excitação.

Briga de casal parecia ser legal ali.

Me virei para encará-la e céus, aqueles malditos olhos castanhos estavam chorosos e a maquiagem estava borrada, Rachel nunca me pareceu mais linda e mais vulnerável, minha postura relaxou e eu cedi. Eu coloquei as minhas mãos em seu rosto, delicadamente, ela tentou se afastar e eu impus meu toque a ela, ela deu um tapa em minha mão. Eu a segurei pelo pulso e no instante seguinte, ela tentou bater no meu rosto. A segurei novamente, empurrando seu pequeno corpo na parede e prensando-a. Nunca tinha visto Rachel daquela forma, tão agressiva e tão... Ferida.

Ainda apertando seus pulsos, eu olhei irritada para ela e rangi os dentes. Rachel fechou a cara e se soltou bruscamente, arranhou meu braço levemente e ele começou a arder. Uma leve olhada me fez ver que ela tinha me cortado. Eu abri a boca para falar, mas não conseguia. Aquele sorrisinho cínico brincou nos lábios dela e eu me irritei.

Não era minha culpa se ela não sabia o que queria.

Ela cruzou os braços e me olhou, irônica, a procura de uma resposta. Eu respirei fundo, pronta para falar alguma coisa até que escutei risadas atrás de mim, pelo visto, éramos a nova atração da festa. Depois, Rachel focalizou os olhos em minhas costas e mudou, abruptamente, a expressão. Ela estava sorrindo e limpou as lágrimas, arrumando a maquiagem. Eu nem precisei me virar para saber quem estava ali, afinal, ela só faria aquilo se fosse para me irritar e quem mais poderia me irritar naquela merda de festa?

“Algum problema, Rach? Vi que estava chorando...” Finn Hudson e sua voz totalmente desnecessária resolveram falar, Rachel olhou amistosa para ele para depois, me olhar com uma fúria que eu desconhecia. Meus punhos se fecharam e eu revirei os olhos antes de me virar para Finn e sorrir falsa. Rachel passou por mim, trombando em meu ombro e ficando ao lado de Finn, minha vista ficou vermelha quando ela segurou o braço dele e disse.

“Estava discutindo com Quinn, mas acho que ela já estava indo embora.”

“Você vai junto? Afinal, vocês são namoradas...” Finn perguntou patético e recebeu um sorrisinho alegrinho de Rachel, imediatamente, o bobão resolveu mostrar os dentes também. Meus olhos semicerraram-se, eu pude sentir meu sangue borbulhando. Rachel olhava para mim, exigindo uma atitude. Eu bufei e apanhei uma bebida que passava com um garçom por ali, virei a dose e merda... Era tequila. Recuperei meu bom senso antes de sentir a bebida fazer um 360 em minha cabeça.

“Isso mesmo Hudson, discutíamos porque eu queria ir embora e ela não queria. Agora...” Eu rosnei as palavras porque a fúria estava me tomando, Rachel não sabia com quem estava brincando, ela não sabia direito o que eu sentia por ela, nem eu mesma sabia... Mas eu sabia que era uma loucura que virava sadismo quando Finn Hudson estava no meio. Me aproximei de Rachel e peguei o braço dela, puxando-a para mim. “E agora, eu e ela estamos indo embora. Que você tenha um ano muito ruim, Hudson.” Rachel trombou em meu corpo e eu sentia quando ela pisou em meu pé com aquele maldito salto agulha, olhei irritada e Finn, inevitavelmente, pegou a nossa interação.

“Você não vai sair com ela daqui, Fabray. Ela quer ficar, comigo.”

Ok, eu só consegui ouvir ‘comigo’. Imediatamente, eu me soltei de Rachel e com uma força vinda sabe-se lá de onde (bem que falavam que o amor era louco e perigoso), eu fechei meu punho e dei um soco em Finn. Como ele estava distraído olhando para a minha garota, o golpe o pegou em cheio. Eu não fiquei para ver o estrago, mas ouvi as risadas. Rachel tentava me puxar de volta, mas eu joguei o corpo dela na minha frente e a empurrei até a saída.

Estávamos na frente da casa quando eu pude parar de ser rude e respirei fundo. Rachel estava alguns metros na minha frente, ela falava sem parar e andava de um lado para o outro. Minha cabeça ainda girava e eu me aproximei dela, ela me repeliu com uma mão em minha cintura. Depois ela me empurrou e eu caí em cima da minha moto. “Que merda você pensa que está fazendo, Fabray?” Eu revirei os olhos e recuperei a minha postura, cruzei os braços em frente ao peito e joguei o peso do meu corpo em cima da moto. “Quem você acha que é para sair batendo nos outros?”

“Você não queria uma namorada, Berry?” Eu perguntei fora de mim e me dei conta que estava gritando, até os bêbados estavam nos olhando com interesse. Rachel fechou a cara e se aproximou de mim com fúria. Ela deu um soco em meu peito e eu rosnei. “A sua namorada não gosta de te ver de gracinhas com Finn Hudson!” Minha voz estava descontrolada e nem parecia que eu era a fria ali, Rachel fez uma careta ofendida e tornou a me murrar, no braço dessa vez. Eu segurei os punhos dela de novo e a puxei para perto, ela estava agressiva, sexy... Não me contive e a beijei, ela correspondeu a princípio, mas depois, mordeu o meu lábio e eu me afastei enquanto sentia o gosto de sangue.

“Acontece que você não é a minha namorada, a minha namorada não me deixaria sozinha para ir dar em cima de uma qualquer no banheiro!” Rachel estava furiosa, ela se afastou de novo de mim e chorava, compulsivamente... E eu pude ver ali, mesmo debaixo daquela maquiagem, da posição defensiva e da fúria louca que nos consumia... Que tinha algo mais forte entre nós duas, que passava a amizade e nem chegava perto do que ela sentia/sentiu por Finn. Eu me ergui da moto e tentei me aproximar, ela tornou a se afastar. “Como você quer tentar algo comigo senão consegue segurar seus olhos em mim por mais de um minuto?”

Eu queria dizer que eu só tinha olhos para ela, que nós últimos meses, a única pessoa em que eu pensei, foi ela... Eu podia olhar e até mesmo, cantar as outras. Mas seria sempre a Rachel no final do dia. Ela era minha e eu era dela, de um jeito confuso e inesperado, mas nós nos pertencíamos. E eu não aceitava Finn Hudson entre nós, muito menos a vizinha gostosa dela. Rachel me olhava, esperando uma resposta e eu abaixei a cabeça, brincando com meu chaveiro da Estátua da Liberdade que ela tinha me dado, assim como a camisa do Stereophonics, minha jaqueta... Rachel estava na minha vida e eu não podia sair da vida dela.

“Quer saber, Quinn? Eu não vou ter essa conversa com você! Como você mesma se cansou de dizer hoje, eu estou bêbada e não vou me lembrar da metade das ofensas que jogaremos uma da outra nessa noite!” A voz da Rachel me tirou dos meus devaneios e ela me deu as costas, sim, ela fez isso. Eu saí do meu torpor e patinei na areia do estacionamento antes de correr atrás dela, eu a puxei de novo e suas costas baterem em meu peito. Eu afundei a cabeça em seus cabelos e murmurei.

“Vamos parar de fugir, por favor.”

Eu achei que ela tinha se rendido, eu achei que ela ia me perdoar, mas ela não o fez... Rachel soltou minhas mãos de sua cintura e se virou bruscamente para mim, eu respirei fundo e ela também. Ela segurou minhas mãos junto com as suas e deu um sorriso triste. “Talvez eu esteja fugindo porque estou tão emocionalmente destruída quanto você e isso, me assusta e não me faz ter coragem como acontece com você.”

Depois, ela me deu as costas e eu não consegui sequer em pensar em ir atrás dela.

***

23:42

Fazia mais de 20 minutos que eu estava parada em cima da moto. Eu não conseguia sair dali, parecia que Rachel voltara para a festa e levara toda a minha fúria com ela. Céus, o que essa morena fazia comigo?

Ela se fora e nem por isso, eu estava brava com ela... Eu estava brava comigo, por não ser o que ela precisava.

Suspirei e encolhi os ombros, estava frio e eu podia ver os flocos de neve caindo sobre Manhattan. Me peguei olhando para o nada enquanto brincava com meu chaveiro, ri com a lembrança do dia em que o ganhei de Rachel... Ela colocara na cabeça que eu merecia algo depois de levá-la para ver um musical qualquer da Broadway, senão me engano, foi ‘Wicked’.

Parei de brincar como chaveiro e respirei fundo, coloquei a chave na ignição e a girei. Pela primeira vez, eu não estava satisfeita em escutar o ronco da minha Harley embaixo de mim.

Minha mão foi bem devagar até o acelerador, até engatei a marcha e fiz menção de dar ré. Mas eu não consegui. Sabia que eu não teria Rachel de volta, pelo menos não agora. A única coisa que eu teria ficando naquela neve seria um belo resfriado.

23:50

Que forma irônica de passar o Ano Novo: sozinha e na neve depois de brigar com a pessoa da qual gostava. Eu desliguei a moto e saí de cima dela. Andei até a rua que passava na frente da casa e olhei para os dois lados.

Tudo vazio, todos com alguém e eu ali, solitária.

Merda, eu merecia um troféu por ser idiota e por ser retardada. Eu devia ter esperado e devia ter entendido que ela é Rachel Berry... Porra, eu a conhecia há 2 anos e a magoei da mesma forma que o Finn a tinha magoado.

Chutei algumas pedras e respirei fundo. Voltei para moto, eu tinha que ir embora dali. Peguei a chave e meus olhos foram para o chaveiro.

Droga, eu tinha que fazer alguma coisa.

***

Eu quase caí quando desci da moto, tive que voltar para travá-la antes de entrar na festa novamente. Todos olhavam para o telão que começava a marcar a contagem. Eu passei meus olhos pelo local, ainda tinha cinco minutos para encontrá-la.

Sim, eu ia ser clichê e beijá-la a meia noite. Mas sim, eu queria passar o próximo ano com ela.

Continuei a procurá-la e meus olhos encontraram Zachary e Kurt, os dois estavam conversando ao pé do ouvido no bar e eu pude perceber que estavam bem familiarizados, sorri diante da interação dos dois e senti até um pouco de inveja. Eu fiquei observando-os e os olhos de Zachary se encontraram com os meus, ele deu um sorriso aliviado e fez um gesto disfarçado com a cabeça, indicando a sacada.

Mais uma vez atravessei aquela multidão de pessoas na base do soco e do chute. A contagem já se iniciara e eu não estava nem na metade do caminho.

5...

Eu ainda não consegui passar pela multidão.

4...

Alguns bêbados passaram por mim e bloquearam o caminho, irritada, eu os empurrei sem cerimônia e saltei por cima de seus corpos.

3...

Finn estava mais a frente com uma qualquer a tira colo, desviei e continuei meu caminho.

2...

Parei em frente à porta que levava a sacada. Rachel estava de costas para mim. Eu rompi a distância que nos separava.

1...

Eu a beijei e a prensei de encontro à grade da sacada. Rachel tentou me empurrar e até se separou de mim, mas eu a segurei, mordendo seu lábio e apertando a sua cintura. Ela deu-se por vencida e me deixou colocar a língua sobre a sua enquanto os fogos estouravam ao nosso redor e enquanto cometas e estrelas cadentes passavam na minha cabeça. Eu apertei o pequeno corpo dela no meu e a senti arranhar minha nuca enquanto sua língua deslizava sobre a minha me fazendo gemer.

Rachel deslizou as mãos da minha nuca para a minha camisa e apertou as dobras do tecido. As pessoas gritavam ao nosso redor, mas eu não conseguia escutar nada além dos nossos suspiros e dos nossos gemidos. Quando o ar finalmente faltou, ela se afastou de mim com diversos selinhos e eu a senti sorrir ainda próxima. Rachel subiu a mão para a minha nuca e eu permaneci de olhos fechados, ouvi a gargalhada dela soar próxima a mim e depois beijos molhados na minha mandíbula que terminaram com uma mordida em minha orelha. Rachel riu dos arrepios que percorreram a minha pele. “Eu sabia que você ia voltar.”

“Eu tinha que voltar, Rachel.” Eu disse séria, abrindo meus olhos e focalizando os orbes castanhos que agora, estavam brilhando. A meia-noite já se fora, mas eu desejava que nunca tivesse acabado. Rachel puxou meus cabelos levemente e se aproximou ainda mais, eu afaguei a base de suas costas e encostei nossas testas, pincelando nossos narizes. Ela sorriu e aqueles 1000 watts tinham voltado. “Eu não podia passar a virada do ano sem você.”

Rachel se afastou bruscamente de mim, me olhando assustada. Ok, ela tinha que melhorar aquela atuação porque não estava me convencendo. Eu arqueei a sobrancelha e a puxei de volta. Ela me abraçou e arranhou a minha barriga, eu gemi e mordi o pescoço dela, Rachel gargalhou e se arrepiou com minha respiração tocando a sua pele. Ela se ajeitou em meu abraço e perguntou.

“Por favor, me diga que você não é daquelas que acredita que um beijo na virada do ano garante uma relação saudável no ano que se inicia...!”

“Oh droga, eu não vou nem te responder, Rachel. Estou tentando ter um momento com você que não envolva arrancar suas roupas e te fazer gemer meu nome.” Minha voz saiu rouca e eu senti que ela estremeceu em meus braços, foi a minha vez de gargalhar enquanto ela me beliscava por baixo da blusa. Eu me encolhia e ela se afastou de mim, me olhou intensamente por alguns instantes enquanto eu parava de rir.

Rachel remexeu em meus cabelos e sorriu... Apaixonada? Eu não conhecia aquele sorriso doce e aquele olhar íntimo que ela me dava. Segurei a face dela e beijei seus lábios levemente, ela corou e sorriu para os próprios pés. Depois, as mãos dela foram para a minha cintura e ela escondeu a cabeça em meu colo, em seguida, levantou os olhos e ainda corada, disse.

“De qualquer forma, eu quero todos os momentos que você puder me dar, Q.”

“Eu fico feliz em ouvir isso, Rach.” Disse com um sorriso aliviado enquanto a puxava para mais um beijo e a deixava me guiar.


FIM (?)


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Notas finais do capítulo

Sim, a gente viajou ainda mais nesse capítulo.
Eu (FerRedfield) fui a que mais surtei com motos kkkk Mas tudo bem, a MaariCoeelho surtou com o Zachary, ele foi criação dela, basicamente... O que acharam dele?
Foto do rapaz: http://1.bp.blogspot.com/-Bk4ndmsWL2Y/TfnvFIRBNjI/AAAAAAAAAsE/V-Po9Rr2CiU/s1600/homem+ruivo.jpg
E bem, esse é o "final" da fanfic... A gente vai continuar, mas as coisas demorarão um pouco daqui para frente e espero que vocês compreendam (não pensamos em muita coisa para frente kkk)!
Bem, escrevemos na base de "Love The Way You Lie" do Eminem feat. Rihanna e acho que vocês vão relacionar algumas partes com a música kkk
De qualquer forma, comentem! Beijos e até a próxima!
(: