Friends With Benefits escrita por Fernanda Redfield, Rainha de Copas


Capítulo 2
Amizade e Benefícios x Fingimento e ... Verdade?


Notas iniciais do capítulo

O que reviews não faz com duas loucas, hein? HAHUAHUAHUHUA
Agradecemos por eles...
Mais um pra vocês, espero que gostem e lembrando:
POV Rachel: eu (maaaricoelho)
POV Quinn: FerRedfield
enjoy ;x



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Rachel's POV

Quinn estava me ignorando há quase dois dias. Eu não estava gostando disso. Quem era ela pra sair da minha casa correndo, como se fosse uma fugitiva e minutos depois estar quase se atracando com a morena que encontramos no elevador? NÃO! Insisti, e vou continuar insistindo até ela me atender, porque apesar de tudo somos amigas em primeiro lugar. Nenhuma mensagem dizendo se estava bem ou viva. E eu ainda tenho o problema Finn Hudson a caminho da cidade. Pedi pra Kurt cuidar de Finn por mim, porque, tecnicamente, ele era mais próximo dele do que eu. Eu só era a ex-namorada de um passado distante e que deveria ser esquecido, pois qualquer pessoa normal faria isso. Mas aparentemente não estava esquecido e nem queria ser.

Revirei os olhos e joguei uma almofada na parede. "Ter cuidado com as coisas é bom, Berry. Faz bem para nosso bolso também, sabia?" A voz de Kurt soou, ironicamente, pelo ambiente antes dele aparecer ao meu lado e me dar um beijo de bom dia. "Bom dia." E saiu correndo em direção a cozinha, sabendo que se ele não saísse naquele momento, mais uma almofada iria ser jogada e o alvo agora seria outro.

"Vai tomar no cu, Kurt." Gritei irritada. Com ele, com Quinn, com Finn e qualquer um que aparecesse na minha frente agora e não tivesse uma solução para o meu problema. Qual a dificuldade em atender a droga do telefone? Cruzei os braços em meu peito e bufei mais uma vez. Virei minha cabeça de lado e vi Kurt encostado no balcão, arqueando uma sobrancelha pra mim, questionando minha atitude. "Ela sumiu, Kurt. Sumiu! Não tenho notícias de Quinn a dias."

"Para de drama, Berry. Ela sumiu não faz nem dois dias." Ele rebateu entediado.

"Mas nenhuma mensagem ou ligação?" Eu abaixei meu tom de voz, sabendo que o que Kurt diria eu deveria analisar. Ele sempre fora melhor em analisar pessoas do que eu.

"Já parou pra pensar que essa coisa que vocês duas tem, saiu do controle?" Eu abri a boca pra falar alguma coisa, mas ele logo me cortou. "Calada, me deixe falar. Agüentei seu surto até agora, me deixe falar." Eu afirmei com a cabeça enquanto ele dava a volta no balcão e sentava no banco que estava ali. "Eu não sei qual o nível da relação de vocês, nem o que vocês prometeram uma a outra, muito menos o quão bom é o sexo." Eu sorri descaradamente ao ouvi-lo falar isso e por mais que estivesse irritada com ela, se ela chegasse aqui agora, do jeito que ela sempre chega, eu cederia. Sem mais. "Mas uma coisa eu pude notar, Rachel. Foram quase dois anos assim, não é possível que você não sinta nada a mais por ela ou ela por você." Eu respirei fundo, meu sorriso morrendo lentamente enquanto suas palavras eram ditas. "Já parou pra pensar nisso? Que talvez ela tenha entrado nisso tudo e agora pra não complicar as coisas e estranhar a amizade de vocês mais ainda, ela tenha achado melhor continuar, pisando nos próprios sentimentos pra fazer você feliz?" E agora já não tinha mais sorriso nenhum.

"Mas, Kurt... Se fosse isso ela falaria." Ele negou com a cabeça enquanto eu também tentava acreditar em minhas palavras.

"Não, você, eu e ela sabemos que ela não falaria. Você não é do tipo que se amarra com alguém, Rachel. E a Quinn, coitada, está só jogando o seu jogo porque não tem coragem o suficiente para dizer chega." Ele terminou seu 'discurso' batendo nas próprias pernas e levantando, me deixando sozinha com suas palavras martelando em minha cabeça. Palavras que por tempos eu tentei evitar, sentimentos que eu não sabia como lidar.

Deitei no sofá tentando colocar meus pensamentos em ordem e talvez eu teria conseguido, talvez não, porém fui impedida pela vibração de meu celular e a tela que mostrava uma mensagem de Quinn. FINALMENTE!

Oi linda, o que quer comigo? O mesmo de sempre? - Q.

Eu não sabia se eu revirava os olhos ou se eu sorria para o que eu acabei de ler. Acho que minha reação foi um pouco dos dois.

Está viva, Quinn? Por que não falou comigo antes? Estava preocupada. Quero conversar e você sabe o que. Não, não quero o mesmo de sempre, acho que minha vizinha já anda lhe dando isso. - R.

É claro que estava magoada e dava pra notar pelo teor da mensagem. A resposta não demorou a chegar.

Realmente, sua vizinha não está me dando isso. Até porque, ela não tem isso que certa pequena tem: pernas bem torneadas e um beijo que me tira o fôlego. - Q.

Senti uma pontada de desejo ao saber que ela continuava a mesma Quinn cafajeste que eu adorava. Sorri como uma boba pra mensagem e quando eu ia me preparar pra mandar outra, meu celular vibrou novamente em minha mão. Mais uma mensagem dela.

Eu quero o que você pode me dar, Rach. Nada, além disso. - Q.

Eu li e reli aquela mensagem e não fazia idéia de que sentido dar pra ela. Eu não ia surtar novamente, não ia mesmo. Estava cansada mentalmente, e meu cérebro pedia descanso, afinal, foram quase dois dias assim e uma noite mal dormida por conta disso.

Tentei dormir e esquecer o que havia acontecido, mas a mensagem dela ainda martelava em minha cabeça. E não ter a mínima noção do que aquela mensagem representava era perigoso e cansativo, talvez mais perigoso ainda seria cruzar os limites e saber o que aquilo realmente significava. Mas eu sou Rachel Berry e não tenho medo de cruzar limites.

Me levantei num pulo do sofá e corri em direção ao quarto de Kurt, tropecei na almofada que joguei na parede a algum tempo atrás. Ri do sermão de Kurt mais cedo. Abri a porta do quarto dele e o flagrei nu, com aquela bunda branca a mostra. "Bata na porta antes de entrar, Rachel." Ele esbravejou enquanto cobria sua vergonha com as mãos.

"Desculpa, mas preciso de um motorista agora." Fechei meus olhos, mas continuei ali.

"Pode olhar." Abri os olhos e vi que ele tinha vestido uma cueca, fiz um gesto sugestivo com as sobrancelhas, seduzindo-o enquanto ele riu, esquecendo-se do mau humor. "Como se você gostasse do que eu tenho aqui. E como se eu fosse aceitar." O vi revirar os olhos enquanto colocava uma calça e uma blusa que estava jogada em cima da cama. "Pra onde você quer que eu te leve?" Ele perguntou enquanto saíamos do quarto. Sorri pra ele, com cara de quem aprontou alguma coisa. Ele me acompanhou sorrindo também, enquanto pegava as chaves do carro e sua carteira. "Só a mande te trazer de volta ok? Não poderei ir te buscar." Tranquei a porta do apartamento atrás de nós.

"Por que não?" Perguntei enquanto entrávamos no elevador.

"Porque não é só a senhorita estrela dourada que terá uns orgasmos hoje a tarde." Gargalhamos enquanto eu balancei a cabeça negativamente e o abracei em seguida.

"Obrigada, Kurt." Ele sorriu de lado, retribuindo meu abraço.

"Também te amo, Rach." E beijou minha testa.  

Quinn's POV

Eu sei que não deveria ter mandado aquela mensagem. Ainda mais quando eu passei 2 dias presa em meus pensamentos, me intimando a deixar as coisas como estavam, porque ficar 2 míseros dias sem contato com Rachel Berry tinham se revelado uma tortura... A verdade era que eu não conseguia ficar longe dela, logo, eu aceitaria seja qual fosse a relação que ela quisesse ter comigo.

Mas eu não podia controlar as coisas que eu sentia e, muito menos, poderia ignorar o que Santana e Brittany tinham me dito nas entrelinhas.

E se ela quisesse alguma coisa comigo? E se tivesse com medo do que a gente estava tendo? E se...? Droga, eu nunca convivi com tantas dúvidas assim. Eu precisava arejar a cabeça, precisava respirar fundo e sair desse dormitório. Estive ouvindo músicas depressivas, pensando em Rachel, lendo, pensando em Rachel... Ou seja, estava com o lado “humilhante” de estar apaixonada ligado. Santana provavelmente me xingaria eternamente por eu estar agindo dessa forma.

Mas eu não sabia como agir e ela não tinha sido a melhor amiga do mundo! Merda.

Eu precisava sair daquele quarto e fui isso que eu fiz, coloquei uma roupa mais quente e apanhei as chaves da moto enquanto calçava as botas. Desci as escadas correndo e ainda existiam resquícios das festas que estavam acontecendo nos últimos dias... Finais de semestres em faculdades já eram animados, juntos ao final do ano então, o povo não precisava de desculpa para cair bêbado nos corredores.

Enfim, cheguei ao térreo e corri para a minha vaga no estacionamento. Subi na moto e saí cantando pneus dali... Não tinha o objetivo de ir muito longe, estava frio e o sol (depois de dias sumido, ele resolve aparecer) estava me incomodando. Eu só queria dar uma volta pelo campus e sair daquele quarto e me concentrar em algo que não fosse Rachel e a nossa ‘amizade’.

O vento no meu rosto, os sons passando sem muito entendimento pelos meus ouvidos, o motor da Harley soando embaixo de mim... Eu poderia ficar andando de moto a vida toda senão me custasse tanto gasolina e se eu não tivesse uma faculdade para terminar. Andei por todo campus, focando-me no trânsito (inexistente) e nos sons em volta de mim, mas inevitavelmente, Rachel sempre vinha a minha mente.

Eu não ia resolver nada senão voltasse ao dormitório, fiz um cavalinho de pau e empinando a moto, retornei o caminho. Cheguei mais rápido do que saí e estacionei a moto na minha vaga. Tirei o capacete e balancei a cabeça, deixando meu cabelo bagunçado enquanto colocava os óculos escuros e erguia os olhos. Fiquei ligeiramente boquiaberta quando vi quem estava ali, sentada nos degraus do dormitório me esperando com um sorrisinho tímido.

“Gosto quando você chega de moto, parece mais selvagem... Como um leão.” Rachel comentou engraçadinha enquanto corava, eu dei um sorriso de lado, envergonhada e me aproximei dela. Rachel continuou sentada e eu olhei um pouco confusa, o que ela viera fazer ali afinal? “Sempre você que vai até mim, resolvi retribuir o favor hoje...” Ela conseguia ler meus pensamentos, realmente eu devo estar muito patética apaixonada.

“Motivada pelo espírito de final de ano?” Sim, eu estava fazendo piadinhas com a situação e piadinhas bem idiotas. Alguém tinha que reverter aquele clima tenso e nervoso que se estabeleceu entre nós desde aquele dia. Rachel sorriu, estava... Oh Meu Deus! Ela tinha aquele sorriso de 1000 watts que eu só tinha visto algumas vezes com Finn, meu coração acelerou enquanto ela corava e dava de ombros. Estendi a mão e a puxei, colocando-a de pé. Me aproximei e dei um beijo no seu rosto, motivada por aquele sorriso. “Estou feliz que tenha vindo aqui, quer entrar?”

Rachel enlaçou a minha cintura e escondeu a cabeça no meu colo. Eu me surpreendi com o gesto, a respiração dela conseguia fazer cócegas em mim mesmo debaixo de tantas roupas. Ela apertou a minha camisa por baixo da jaqueta e eu beijei sua testa, já que os seus cabelos estavam escondidos por um gorro. Fiz menção de me separar dela, mas ela tornou a me puxar pela cintura e me arrastou pela entrada. “Quero entrar sim, como eu disse: precisamos conversar.”

Eu engoli em seco e afaguei o braço dela enquanto caminhávamos abraçadas até o elevador (que eu só usava quando Rachel vinha me ver, ou seja, quase nunca). Ela só me soltou quando teve que entrar no elevador e mesmo assim, ficou me olhando enquanto eu apertava o botão para o segundo andar. Rachel suspirou quando eu tornei a olhar para ela, me aproximei e apoiei a mão desocupada pelo capacete no metal atrás dela, a morena sorriu e tirou meus óculos, colocando no bolso da minha jaqueta. Em um ato de romantismo exagerado, eu ergui o queixo dela delicadamente e beijei seus lábios de leve, ela sorriu próxima a mim. “Eu estragaria tudo se dissesse que tudo o que eu menos quero agora, é conversar?”

Rachel arregalou os olhos e abriu a boca surpresa, percebi que tinha falado besteira assim que minhas palavras saíram pela minha boca. Fiz menção de me afastar, mas ela me puxou pelo cós da calça e firmou meus pés no chão, com o corpo dela próximo ao meu. Ela passou a mão no meu pescoço e beijou a minha bochecha, depois, migrou até a minha orelha, me forçando a abaixar para ficar na altura dela. Dei um sorriso e ouvi a gargalhada dela em meu ouvido. “Vamos deixar a conversa para o seu quarto, tudo bem? Tive 2 dias terríveis sem você.”

Eu me afastei dela, mas apenas o necessário para colocar minha mão livre em sua cintura e a puxar para um beijo de verdade. Como aconteceu no seu quarto há dois dias, o ritmo foi lento e calmo, como se tivéssemos todo o tempo do mundo para nos beijar. Rachel só me deixou aprofundar o beijo após ela beijar meu pescoço e apertar minha barriga. Havia uma urgência e uma necessidade em seus toques que em nada lembravam as mãos afoitas dela em tirar a minha camisa. As mãos de Rachel não me arranharam, muito menos apertaram minha bunda... Ela apenas afagava minhas costas por baixo da jaqueta e apertava a minha nuca enquanto nos beijávamos. Me separei ofegante dela e ela juntou nossas testas com um sorriso, fiz menção de falar algo, mas o apito no elevador soou e nós fomos tiradas do nosso mundinho particular.

Rachel me deu um sorriso misterioso e entrelaçou nossas mãos enquanto me puxava para fora do elevador. Eu sabia que tinha alguma coisa muito errada nas atitudes, eu podia ser safada e cafajeste, mas quem partia para a ação era ela e mesmo diante do meu pedido... Ela continuava calma e no controle. Rachel parou na frente do meu apartamento e soltou a minha mão para que eu apanhasse a chave, destranquei a porta e ela entrou, jogando a bolsa em um canto, tirando o casaco e sentando-se na minha cama.

Tirei a minha jaqueta e o cachecol, colocando-os em cima do balcão da cozinha e me escorei nele, com os braços cruzados e olhando para Rachel que tinha as mãos sobre o colo. Ela olhou para mim e fez uma careta, para se levantar logo em seguida e se aproximar de mim. Rachel desfez o laço dos meus braços e me puxou pela cintura de novo. Ficamos muito próximas, ela me olhou e eu afaguei o rosto dela. As coisas estavam fora do controle e quer saber? Eu já não estava ligando para meus sentimentos.

“Eu sei que nós precisamos conversar, mas você estava certa quando disse que era bom ficar assim...” Rachel me abraçou de novo e apoiou o rosto no meu ombro enquanto eu sorria boba e afagava as suas costas. Ela deu uma risadinha e eu mordi seu pescoço de leve, quando ela se afastou para me olhar, ainda tinha os resquícios daquele sorriso. “E eu tenho medo que isso se acabe assim que eu abra a minha boca para conversarmos.”

Eu parei imediatamente o que estava fazendo e olhei para Rachel, ela tinha a cabeça baixa e quando eu voltei ao meu juízo perfeito e fui pegá-la, ela já tinha se afastado para a outra extremidade do quarto. Ela colocou as mãos nos bolsos traseiros da calça e ficou trocando o peso do corpo. Rachel estava nervosa. Eu me sentei na cadeira do computador de Santana e pigarreei. “Nós não vamos perder isso que temos, seja lá o que isso se tornou. Você é minha amiga, Rach... Eu não vou sumir da sua vida por causa de uma conversa, eu não sou assim.”

“Esse é o ponto, Quinn. Nós duas não sabemos em que pé está a nossa situação. O que nós somos, afinal?” Rachel tinha a voz dura, mas eu a conhecia por tempo o bastante para saber que ela estava surtando por baixo dos panos. Os olhos dela a entregaram quando eu vi algumas lágrimas chegarem ali, eu estava com medo do destino que aquela conversa podia tomar. Finn estava na cidade, no fim das contas. “Percebeu que passamos 2 anos no sexo e sexo bom, diga-se de passagem... Mas que agora, não sabemos o que somos?”

Rachel começou a surtar de vez e estava chorando, ela tornou a se sentar na cama e afundou a cabeça nas mãos, escondendo o rosto de mim. Era a hora de agir, quase pulei da cadeira e corri para ela. Me ajoelhei em frente aos seus pés e ergui o rosto dela, aqueles olhos castanhos banhados em lágrimas quase me derrubaram. Limpei a face dela com delicadeza e apliquei um beijo em sua bochecha, o destino era outro, mas ela desviou o rosto de mim pela primeira vez. Fiz ela me olhar e dei um sorriso de lado “Nós somos felizes assim, Rachel. Eu sei que você está surtando por causa do Finn, mas...!”

“NÃO TEM NADA A VER COM O FINN, MERDA!” Era um fato, eu estava amedrontada. Rachel ergueu-se de pé com fúria e afastou-se de mim novamente. Ela ficou um tempo calada, retomando o fôlego enquanto eu olhava para o chão. O que raios ela queria de mim? Ouvi quando ela passou por mim e apanhou as coisas dela sobre a cama. “Droga Quinn, não tem nada a ver com Finn... Nunca teve!”

Ela passou por mim e foi em direção a porta e talvez tenha sido nessa hora que eu caí na real, tinha uma coisa a ser dita ali, mas não era a hora, ainda... Só que eu não deixaria Rachel sair daquele jeito. Eu me coloquei de pé de novo e consegui apanhá-la pelo pulso antes que ela tocasse na maçaneta. O corpo dela colidiu de frente com o meu, ela me olhou surpresa e eu a beijei. Ergui Rachel e a apoiei na parede enquanto tirava a bolsa e o casaco das mãos dela e os jogava para longe.

Rachel demorou a corresponder, mas depois arranhou a minha nuca e o aprofundamento do beijo veio dela. Ela chupou meu lábio inferior para mordê-lo com força depois. Eu tentei diminuir a velocidade das coisas, mas ela não deixava. Ela me puxava para perto, arranhava minha pele por baixo da blusa e me mordia com força. Eu segurei a face dela e me afastei, bruscamente. Dei um selinho em seu bico emburrado e a expressão dela se amenizou. “Eu sei que não tem a ver com Finn, me desculpe. E também sei que as coisas mudaram e eu adoro isso... Mas ainda acho que nós não devemos nomear, passamos 2 anos só no sexo. Acho que podemos passar mais 2 anos nos conhecendo e ficando daquele jeito que você gosta.”

Eu continuei a olhar para ela, ela continuava séria. Rachel se aproximou para me beijar, mas eu afastei, se ela quisesse alguma coisa, seria bom começar a me responder. Arqueei a sobrancelha e ela ficou na ponta dos pés para beijar ali, em seguida, deu aquele sorriso de 1000 watts novamente (e que eu estava começando a chamar de ‘meu’). Depois, me deu mais um beijo de tirar o fôlego e com aquele sorriso sexy, mordeu meu pescoço. “Sim, podemos continuar por 2 anos, mas não descarte o sexo.”

Rachel's POV

"Não posso ficar, Q." Mordi seu queixo enquanto ela apertava minha cintura. "Sabe que se eu pudesse, ficava pra descontar a falta que você me fez nesses quase dois dias, porém eu prometi a Kurt que voltaria cedo." Ela deu um sorrisinho de lado, sem graça, quando eu afastei meu rosto o suficiente pra olhá-la.

"Por favor." Ela pediu antes de sentir meus lábios encontrando os seus. Minhas mãos subiram até sua nuca e eu a arranhei enquanto ela sorria no meio do beijo. Lhe dei um selinho antes de sair de seu abraço e ir pegar minhas coisas. "Ok. Eu te levo, mas você tem que ir num lugar comigo primeiro." Me virei pra ela questionando-a com uma sobrancelha arqueada. "Não... Não mesmo, Rach. Dois anos a mais de convivência se passaram e seu olhar 'Bitch Please' não é tão bom quanto o meu." Eu não mudei minha expressão, porém Quinn abriu um sorriso pra mim enquanto eu me aproximava.

"Aonde você vai me levar?" Ela nada disse, apenas esticou a mão e eu não hesitei em pegá-la.

****

"Sério, Quinn, onde está me levando?" Ela riu e eu pude ver pelo retrovisor, ela sussurrou um não e eu lhe mostrei a língua e revirei os olhos em resposta.

"Já vai saber, Rach. Confie em mim." E viramos à esquerda e ela começou a acelerar. Ás vezes Quinn fazia isso demais. Confesso que no início, quando começamos a sair juntas, isso me assustava, mas hoje eu nem me preocupava mais. Confiava nela, mesmo achando que ela abusava da sorte ás vezes. Não demorou muito e estacionamos em frente a uma loja Starbucks. Me deliciei só em pensar. Ela desligou a moto e desceu tirando o capacete e balançando aqueles cabelos daquela forma sexy que só ela sabia. Mordi meu lábio e ela viu, me deu um selinho em resposta. "Vou comprar café para nós, me espere aqui."

E entrou na loja, me deixando atônita pelo que acabara de acontecer. Não é como se não nos beijássemos, isso nós fazíamos muito bem, mas em público e de dia? Não sabia o que ela queria, talvez eu não saiba nem o que eu mesma quero, mas aquilo mexeu comigo de uma forma desconhecida, quase da mesma forma que aquele dia em meu sofá, que nos beijamos. Maldita Quinn Fabray, o que fez comigo?

Disfarcei o que pensava quando ela se vinha sorrindo pra mim, com dois cafés nas mãos e eu me ajeitei na moto. Ela se aproximou e eu passei a mecha de seu cabelo atrás de sua orelha e ela agradeceu me entregando meu copo enquanto bebia o seu. "Ás vezes eu sinto falta da Quinn que usava vestidinhos e sapatilhas, eu gostava." Ela gargalhou e veio se aproximando, sedutoramente.

"E o que você tem contra a Quinn atual? Não gosta das minhas jaquetas de couro e minha moto legal?" Eu fiz uma careta quando ela disse ‘couro’ e ela riu.

"Não é isso, eu só... Você era uma gracinha naquela época, Quinn." Ela agradeceu, mas revirou os olhos. "E quanto aos couros... Eu posso não ter mais hábitos veganos como eu tinha antes, mas eu odeio qualquer coisa que você use de couro, por mais que você fique extremamente sexy quando usa." Ela se aproximou mais uma vez e eu quase pude ver o fogo em seus olhos enquanto bebia mais uma vez seu café, me puxando pela cintura com sua mão livre. Arqueou uma sobrancelha ao se aproximar e perguntou, com seu hálito tocando minha face.

"Sexy, huh?" Mordeu meu lábio inferior. Eu já estava enfeitiçada e tudo que eu pensara anteriormente não passava de um mero detalhe bobo. Cravei minhas unhas em sua nuca, arranhando-a quando senti sua língua invadir minha boca. Gemi quando ela pressionou minha cintura como só ela sabia fazer e provavelmente teria gemido mais se não fosse ela ter nos parado com selinhos, acalmando nossos ânimos. "Hora de voltar, não acha?" Discretamente ela apontou algumas pessoas na rua, nos olhando de uma forma esquisita. Concordei com a cabeça antes de ela pegar meu café e jogar na lixeira junto com o seu.

Comecei a me ajeitar na moto e antes que terminasse de fazer isso, Quinn já estendia o outro capacete pra mim e subia na moto, dando a partida. Seu silêncio me incomodou e o jeito que ela saiu com a moto também. Ela ficou irritada por ter acontecido isso, era a única opção. Não falamos nada o caminho inteiro e quando ela estacionou na vaga ao lado do carro de Kurt. Desci da moto e ela continuou parada, sem desligá-la. "Não vai descer?" Ela virou seu olhar pra mim e negou com a cabeça. Levei minha mão ao seu rosto e ela se afastou, não me deixando tocá-la. "Que isso agora, Quinn?"

"Nada, Rach, nada." Ela desligou a moto e voltou seu olhar pra mim.

"Não parece nada, desembucha." Cruzei meus braços e esperei a resposta. Ela coçou a parte de trás do cabelo, nervosa ou com medo de dizer algo. Me aproximei novamente e ela não me repeliu ou me afastou, peguei seu rosto com as mãos toquei nossos narizes e ela sorriu.

"Você é meu calmante, Rach." Sorri e lhe beijei e quando ela ia parar eu apertei seu rosto com mais força e então ela passou suas mãos por minha cintura, apertando-as. Não sei quanto tempo ficamos assim, só sei que paramos porque meu celular vibrou em meu bolso traseiro nos assustando. Ela pegou e me entregou, revirei os olhos. "Acho que ele tem um rastreador que diz quando é o melhor momento pra nos atrapalhar." Ela riu sem graça e eu bati em seu ombro levemente.

"Besta. Ele é só o Kurt." Ela fez uma cara esquisita e eu me afastei pra atender. "Oi, Kurt."

"Oi, Rach. Desculpe atrapalhar, mas problemão, Finn chegou e está aqui no dormitório." Meu sorriso morreu e Quinn arqueou uma sobrancelha pra mim, confusa.

"Eu estou aqui em baixo com Quinn, já subimos." Peguei a mão de Quinn com minha mão livre e ela fez um sinal de que não iria entrar. Voltei até ela, pisando duro.

"Rápido, eu não agüento mais responder que eu não sei onde você está." Murmurei um pequeno ‘ok’, antes de desligar, voltei meu celular pro meu bolso de trás.

"Vai subir comigo sim." Sussurrei cansada. Finn causava isso em mim e isso era insuportável, apenas.

"Não, Rach." Ela estava quase com a mão na chave pronta pra rodá-la na ignição e ligar a moto, mas eu a parei, segurando sua mão.

"Por favor, Quinn. Finn está aí e eu preciso da sua ajuda, vocês se odeiam mesmo." Ela riu como se fosse realmente engraçado a situação. Revirei os olhos e a vi pegando os capacetes e ficando em pé.

"O que você quer que eu faça?" Ela me pegou de surpresa, incisiva na pergunta.

"Seja minha namorada." Ela arqueou a sobrancelha e eu me apressei. "Até ele ir embora, quero dizer." Ela concordou com a cabeça antes de descer da moto.

"Tudo bem, amor." Ela brincou antes de me dar um selinho, mas eu tenho quase certeza de que não era tão brincadeira assim.

Sorri, mesmo que tudo o que acabara de acontecer pedisse o contrário. Ela me abraçou antes de entrarmos no prédio onde fica meu dormitório. "Obrigada."

"Mas se ele ficar muito chato ou me entediar, já sabe... Vou te levar de volta pro meu quarto." Eu gargalhei antes de entrarmos no elevador. Ela sabia como tirar toda a tensão do momento. "E isso é de verdade." E piscou pra mim, antes de sorrir como ela sempre fazia.

****

"Oh, Rachel, que bom que você chegou." Kurt estava... Desnorteado e falando baixo. Olhei em volta puxando Quinn pra dentro, mas não notei nada diferente. Da forma que Kurt agia e falava, dava a impressão de que Finn era o pior cara do mundo, quando ele era só um cara que se prendeu em memórias do ensino médio. "Oi Quinn." Agora ele sorria pra ela, mudando completamente o drama de alguns segundos atrás. Revirei os olhos, irritada com suas mudanças repentinas de humor.

"Kurt, pare com o drama. É só o Finn, falar nisso, cadê ele?" Disse enquanto fechava e trancava a porta.

Não foi preciso palavras porque o mesmo já saía do banheiro, completamente diferente. Começando pelo cabelo que estava grande, o rosto mais cheio, a barba bem feita como sempre, o corpo mais musculoso e no rosto, a expressão inocente havia sido trocada pela triste e quase vazia. Mas, ao me ver, ele sorriu e se aproximou abrindo os braços, e eu caminhei timidamente até ele e lhe dei um abraço. Senti suas mãos grandes envolverem minha cintura e eu fui levantada do chão sem dificuldade. Seu perfume não havia mudado e nem seu toque, estava tudo exatamente como três anos atrás. E quando ele me colocou no chão novamente e voltou seu olhar pra mim, algo prendeu sua atenção atrás de mim. E eu pude ter quase certeza que eu vi raiva naqueles olhos castanhos. "Quinn Fabray."

Me virei a tempo de vê-la se aproximando lentamente com aquele típico sorriso sarcástico e desafiador estampado no rosto. Apertei minhas mãos em nervoso ao senti-la caminhar por mim passando a mão esquerda em minha barriga. Voltei meu olhar pra Finn que olhou confuso pra cena. E assim ela chegou até ele com alguns centímetros a menos, com certeza, porém ela ganhava por ter mais presença e intimidar mais. Senti Kurt afagar meu braço, num gesto de apoio silencioso.

"Finn Hudson." Eles apertaram as mãos, e eu tenho certeza de que foi contra a vontade de ambos esse gesto. Finn parecia que ia esmagá-la a qualquer momento. A tensão era palpável. "O que você está fazendo aqui?" Quinn era tão atrevida e eu gostava.

"Tenho uns compromissos na cidade e aproveitei pra ver a Rach." Ele disse confiante e ela riu na cara dele. "Você não muda não é, Quinn?" Ela balançou a cabeça negativamente. "Sempre tão prepotente, como se só você estivesse aqui." Ela manteve a mesma posição, porém aquele sorriso que nos intimidava há anos estava de volta, a mesma pose de Cheerio e o mesmo olhar aniquilador.

"Eu mudei, Hudson e eu mudei muito. Então você não venha aqui falar de mudanças pra mim quando você é a única pessoa que não se desprendeu das memórias do ensino médio, ok?" Ele ia revidar, quando ela veio andando em minha direção e quando chegou na minha frente, virou-se pra ele dizendo. "Realmente, fui só eu que estive aqui durante três anos..." E me beijou repentinamente, me deixando assustada e quando ela se afastou eu pude ver que Finn nos olhava incrédulo. "E garanto para você que a Rachel adorou o fato de ter sido eu a ficar com ela e não você."

"Vocês duas estão juntas?" Ele perguntou olhando pra mim. Eu não sabia se eu batia em Quinn ou se eu a agradecia, mas o fato dela ficar do meu lado com aquele sorriso de minutos mais cedo me trazia confiança. "Responde, Rachel." Ele levantou a voz e eu engoli em seco. Vi Kurt se remexer do nosso lado e Quinn dar um passo pra frente, virando-se de lado, dividindo seu olhar entre nós dois.

"Sim, Finn. Nós estamos juntas." Ele tentou se aproximar, mas Quinn colocou-se na minha frente e eu o vi cerrar os punhos e passar a uma das mãos no cabelo, nervoso. Ele olhou mais uma vez pra mim e deu a volta na sala em direção a porta.

"Finn! Onde você vai?" Kurt perguntou já perto dele, segurando a porta.

"Eu volto pra buscar vocês pra festa, preciso de um tempo." Ele murmurou antes de sair e Kurt me olhou, como se pedisse pra ir atrás dele, e eu afirmei com a cabeça antes dele me jogar um beijo e trancar a porta.

Soltei o ar que eu nem sabia que havia prendido e Quinn veio me abraçando por trás, beijando meu cabelo. Escapei de seus braços e seus carinhos. Me virei irritada pra ela enquanto ela tinha o sorriso morrendo nos lábios. "Por que fez aquilo, Quinn?"

"Você não me pediu pra te ajudar? Ajudei, não foi? Não entendo qual o problema da vez." Ela se defendeu como se tudo isso que aconteceu fosse uma coisa simples, quando era um pouquinho mais complicado.

"Eu pedi pra você me ajudar porque eu não quero o Finn no meu pé, pedindo pra voltar, era só isso. Você não precisava dar esse show todo." Ela revirou os olhos e minha irritação cresceu e eu tive uma enorme vontade de bater nela ali mesmo.

"Dá próxima vez não peça pra eu fingir mais nada, ok? Se vire sozinha." E ela juntou suas coisas se preparando pra sair do meu dormitório quando eu parei em frente à porta. "Sai, Rachel. Eu quero ir embora, já fiz o meu show não é? Já posso ir embora." Eu neguei com a cabeça e ela colocou a mão na maçaneta.

"Eu gostei do que você fez, Quinn..." Ela puxou meu rosto pra ela e murmurou com certa dor nas palavras, como se elas estivessem guardadas a tempo.

"É claro que você gostou, você ama ter as pessoas aos seus pés, Rachel. Você só não admite isso, porém, você ama ser o centro das atenções. E tudo o que a gente fez foi fingir esse tempo todo... Você fingia que precisava de mim e eu fingia que me contentava só com as noites de sexo quando eu quis mais, bem mais de você." E me empurrou levemente antes de sair batendo a porta. E sabe aquelas coisas que passam nos filmes românticos clichês quando o cara vai embora falando tudo o que tem pra falar e a mocinha se sente um lixo? Pois é, talvez a Quinn fosse o cara e eu fosse a mocinha. Porque por mais que eu quisesse espancá-la agora, a minha vontade maior era que ela estivesse aqui, me enchendo de beijos e abraços como só ela sabia fazer.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Só nós duas ficamos com dó da Rachel no final?
De início seria um capítulo só, agora foram dois e resolvemos fazer três... E caso vocês queiram, podemos até prolongar e quem sabe fazer uma fanfic com vários capítulos, mas isso depende de muitas coisas no momento..