On The Road escrita por Hanna_21


Capítulo 8
Capítulo 8: Comemorações


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu sei. Vocês querem me matar. esquartejada. Várias vezes. Tenho todas as explicações no final, ENTÃO NÃO DEIXEM DE LER, PLEASE.
Se me perdoarem, dedico esse capítulo às garotas do Joey: ALLYJORDISON13, que comenta detalhes muito legais, e LITTLEJORDISON, que é simplesmente hilária. Obrigada meninas, e a todos os outros que leem e comentam!!
Se tem alguém novo aí, bem-vindo, ok?
E a todos, aproveitem!!!



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“Tomorrow might not make it, but everything’s all right”

Capítulo 8: Comemorações


Depois de rir e esvaziar algumas garrafas, a situação sobre como a vaga pro emprego tinha “sobrado” pra mim foi esclarecida. Jullian juntou-se a nós pouco depois de Mason ter me dado a notícia, carrancudo, mas com mais de dez roadies oferecendo bebidas (afinal, estávamos curiosos) combinados com estresse o fizeram abrir a boca depois de um tempo.


Ele relatou que Neil era ex-viciado em drogas. Começou depois de ter trabalhado como roadie em uma banda que não deu pra entender o nome (veja só como Jullian estava sóbrio), mas até aí não era nada. Jullian o conheceu quando ele já era roadie do Metallica (eu não sabia que eles se conheciam antes), e dos bons, só que ele exagerava na dose todas as noites, até que quando a turnê acabou, ele entrou num daqueles cursos pra alcoólatras e drogados, e desde então estava sem usar nada. Quando se viu com Sid por LA, porém, ele teve... Uma, ham, “recaída”. Em Vegas, ele entrou em abstinência e foi contar cartas no Palms pra ganhar dinheiro e comprar drogas ou, pelo menos, remédios (os quais ele se viciou para poder largar as drogas). A segurança percebeu, o espancou e expulsou do hotel-cassino. Aí ele surtou e tentou assaltar uma farmácia.


Antes de terem “soltado” o Neil em Los Angeles, ele era o mais responsável e disciplinado de nós, então Phoebe, Fiona, Ethan, Tom e Ryan ficaram um tanto culpados, pois foram eles quem sugeriram que ele saísse sozinho com Sid pela cidade, o que desencadeou o surto. Eu fiquei com muita pena do cara, mas Jullian balbuciou que ele estava de volta ao programa de desintoxicação e que iria arranjar outro emprego, então eu fiquei tranquila, porque aquele emprego era MEU, e nada mais importava! Eu poderia relaxar, descansar, e principalmente, comemorar.


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Birmingham, Alabama

Doze horas antes do show

– “SWEEEEEEET HOOOOME ALABAAAMAAAAAAAAA!!!” – cantava Phoebe

– Porra, Phoebe, eu quero DORMIIIIIIIIIIR!! – Ryan berrou do outro lado do ônibus

– Foda-se! Eu estou em casa!!! – ela continuou gritando

– Você finge ser a garota de Nova York, e quando chega aqui fica cantando Lynyrd Skynyrd? Vá pro inferno! – retrucou Ryan, jogando um travesseiro na direção dela, mas me acertando

– Jogue mais um e eu enfio dois desses na sua goela! – gritei, procurando fones de ouvido para ver conseguia descansar mais um pouco.


Depois de Vegas, tivemos um show na segunda em Salt Lake City, Utah, e aí atravessamos a primeira linha de fuso horário – ou seja, naquele estado era uma hora mais tarde do que nos anteriores, e eu não fazia ideia de que uma hora era tão preciosa, em especial para dormir. Dormimos lá e partimos para Denver, no Colorado, que estava excessivamente frio para o meu gosto. O show foi na quarta. Na quinta partimos para Houston, no Texas, com quase 18 horas de viagem – o plano inicial era pegar um avião, mas demoraria mais para levar todo o equipamento. Sexta foi o show, e agora estávamos encarando as horas finais de viagem para chegar a Birmingham.


O último show da primeira turnê pelos Estados Unidos.


Parece que foi tudo muito rápido, mas em pouco mais de duas semanas, onze shows. Tirando que a banda já estava em turnês há mais de duas semanas pelos estados do Norte e do Leste antes de eu entrar para a equipe.


– Não sabia que você é do Alabama, Phoebe – comentei, após desistir de tentar descansar

– ELA É UMA CAIPIRA MALDITA, E FICA POSANDO DE ROCKER NOVA-IORQUINA! – gritou Ryan novamente

– VÁ TOMAR NO...

– Caralho, vocês podem PARAR DE GRITAR? – a voz de Mason veio de longe

– Isso, Mase, dê o exemplo! – ironizou Guy, lá do fundo (o cara das guitarras, lembra?). Depois de um tempo dormindo pouco, tomando banho às pressas, carregando equipamentos e ouvindo metal no volume maior do que o permitido, todos ficamos assim: bocas-sujas e mal-humorados. E de alguma forma, fica mais divertido.

– Fica quieto – retornou Mason

– Mas hein, Alexis – Phoebe enfatizou meu nome – Sim, eu sou do Alabama.

– Mas você não tem sotaque sulista.

– Saí daqui quando tinha 15 anos. Peguei um ônibus e fugi pra NY morar com meu tio que tinha uma banda cover dos Ramones.

– Wow.

– Era melhor que morar com minha avó. No fim das contas, ela foi compreensiva comigo, mais que minha mãe – comentou Phoebe, bocejando – De qualquer forma, sempre que venho pra cá, meu sotaque volta um pouco, como Ryan acabou de nos informar com tanta delicadeza. Mas agora eu adoro voltar pro Alabama. Porque agora, pra mim, é sinônimo de...

– FESTA! – exclamou Fiona. Eu olhei para cada um dos rostos visíveis, e todos apresentavam a mesma animação. Caramba, todo mundo com quase trinta anos, ou mais que isso, e tão animados com uma festinha?

– As festas da Phoebe são DEMAIS – comentou Tom, como se tivesse ouvido o que eu pensei

– Vocês não viram nada. É a primeira vez que deixamos o Alabama por último, e sem ter que se preocupar com amanhã.. Vai ser a melhor – Phoebe prometeu.

– Eu não sei como você vai conseguir trabalhar e organizar isso. – comentei

– Eu tenho meus contatos– ela riu maliciosamente, e não ousei duvidar dela...


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7 minutos após o show


– Incrível, J. Foi demais! – exclamei para James quando saímos saiu do corredor de acesso ao palco. Ele tirou a máscara e sorriu, pegando uma garrafa d’água das minhas mãos e jogando no rosto. Soltei um gritinho quando Chris me pegou pela cintura e me girou, tirando meus pés do chão.

– Vai na festa da Phoebe, Jim? – ele perguntou, imitando o gesto de tirar a máscara e se jogar água, pegando uma das toalhas penduradas em meu ombro.

– Não, estou morto – respondeu James, observando Corey gritar coisas desconexas, abraçado a Patrick, um dos técnicos de palco

– Alexis, você?

– Vou, claro. Depois serão duas semanas longe de vocês, quero me “despedir” – respondi

– Que bonitinho – comentou Chris, passando a toalha pelo rosto e manchando ainda mais a maquiagem preta, me fazendo rir – Mas acredite, depois dos próximos dois meses vocês não vai quere ver a gente nem pintado de ouro! – ele pegou uma mochila com suas roupas e partiu para o banheiro, piscando pra mim

– Não vá se empolgar – avisou James, e eu tive vontade de dizer que o bêbado descontrolado ali era ele, mas eu adorava tanto aquele cara que, a não ser que ele tentasse me matar ou algo do tipo, eu dificilmente ficaria brava com ele.

– Ok, Mãe – retruquei, o olhando feio – Eu tenho 28, e não 17 anos.

– Eu tenho 40 e fiz merda do mesmo jeito.

– Você toca guitarra com uma máscara de bobo da corte todas as noites, com um bando de marmanjos de quase quarenta anos igualmente mascarados. Eu tenho um trabalho de assistência que é estável e civilizado. Olha só a diferença – respondi, pegando o taco de beisebol que Ryan me estendia.

– Trabalhar pros marmanjos mascarados é civilizado?

– Você me entendeu. - James me encarou por alguns instantes e bagunçou meu cabelo com uma mão – Pare com isso, você sabe que eu odeio! – briguei, mas eu ria. – Depois é um século pra arrumar.

– Agora que é curto é fácil – ele me olhou de lado enquanto Bruce lhe dava tapinhas nas costas

– Só porque o seu cabelo curto é fácil de cuidar, não significa que o meu também seja – resmunguei, e James passou a mão pelo cabelo.


Em Utah, fiquei surpresa quando algumas horas antes do show, ele chegou perto de mim de cabelos cortados, como ele prometera em Vegas. Eu estava brincando quando dissera que ele poderia me fazer um favor e cortar o cabelo, porque estava cansada de segurá-lo, mas pelo visto, ele não só lembrava disso, como também levara a sério. Agora, o cabelo de James não estava essencialmente curto, mais ou menos na altura que o meu estava – acima dos ombros, abaixo das orelhas.


– Ainda não acredito que fez isso – murmurei, me referindo ao cabelo. Ele deu de ombros.

– Estava me incomodando, de qualquer jeito. – ele pegou suas coisas, passou a mão de novo pelo meu cabelo, dessa vez ajeitando-o, e partiu na mesma direção que Chris, enquanto eu levava um abraço desajeitado de Sid.


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Duas horas da madrugada


Aquele lugar estava uma loucura.


Acabara de ver dois caras bebendo vodca do decote de uma garota, um de cada lado – praticamente um ménage-, além de Guy dando amassos com uma garota seminua na banheira, Tom dividindo um cigarro (e saliva) com duas mulheres e cenas de danças grotescas demais para serem descritas. É, AGORA nada mais me impressionava.


Eu estava me divertindo horrores, dançando, rindo, bebendo, e pela primeira vez presenciei a toda habilidade a habilidade de Sid – ali, DJ Starscream-, até, é claro, que ele não conseguisse mais trocar os discos e saísse de trás da mesa sendo puxado por uma loira com cara de vadia até um quarto, e não o vi mais. Já haviam me oferecido cocaína, maconha e sálvia, mas eu nunca usara drogas e, até onde meu bom senso fosse, nunca usaria. Ethan e um grupo de pessoas, por outro lado, estavam bem chapados, mas pareciam estar razoavelmente no controle: provavelmente sabiam limites entre uso e vício.


Chris, Corey, Joey e Paul estavam numa roda de pessoas mais ao canto, com pilhas de garrafas e copos coloridos perto deles. Alguns dos caras com eles eram uns seguranças e projetistas mais velhos, outros desconhecidos que arriscavam indecências com diversas garotas que passavam, a menor parte delas aceitando. Nem Craig, nem Shawn, James e Mick estavam ali: já haviam se despedido na comemoração antes da festa que fizéramos depois do show.


Corey e Paul fumavam; Chris ria das piadas gritadas de Corey e fazia seus próprios comentários. Joey, bem, eu não diria que ele era a cara da felicidade: para um cara solteiro numa festa cheia de bebida e garotas, numa roda de amigos, ele parecia muito sério, com o cenho franzido e encarando certo ponto. Curiosa, segui seu olhar, mas não vi nada.


Sem desistir, caminhei naquela direção, até que consegui enxergar o que estava deixando-o daquele jeito: Fiona estava sentada em um sofá no colo de um cara, com as pernas ao lado da cintura dele, dando um amasso daqueles. E parecia que a coisa não pararia por ali: ela nos dissera que agora que não tinha mais que disfarçar, ele liberaria toda a sua “energia hetero” acumulada durante o tempo em que teve que se esconder para poder beijar um cara, e desde a suposta noite com Joey ela estava agarrando qualquer um que demonstrasse mínimo interesse por ela. Eu achei isso muito dramático, porque Joey não poderia ser tão insistente; não precisava manter uma mentira assim por tanto tempo.


Não tive muito tempo pra refletir sobre isso, por que... Bem, algo me distraiu. Um cara realmente lindo chegou perto de mim e me chamou pra dançar, e não pensei duas vezes antes de dizer sim. Comemorar, lembra? Era pra isso que eu estava ali.


Depois de umas três músicas, ele me disse que seu nome era Will e era amigo de Phoebe. Eu me apresentei e ele me fez elogios, que me fizeram sorrir na hora, mas depois que meu cérebro realmente captou a mensagem, achei tudo o que ele dissera tão... Ensaiado. Como se ele tivesse dito aquilo para várias garotas. Pensei por alguns instantes, mas decidi que era idiotice se importar com aquilo. Dane-se se ele disse para outras. Agora ele estava ali comigo, certo? Então talvez ele realmente pensasse aquilo.


Virando o conteúdo do copo (eu realmente não lembrava o que era), observei os olhos azuis, o cabelo negro despenteado e os braços tatuados, e resolvi que não tinha problema nenhum me dar uma pequena recompensa pelo meu esforço. Will chegou perto de mim novamente, enlaçou minha cintura – mais seguro, dessa vez – e me chamou para ir pra fora, me entregando um copo. Antes de sair dali, virei-o de uma vez, joguei pro lado e aceitei a sugestão.


Eu ficara com um pé atrás quando vi que tinha uma máquina de karaokê logo no hall de entrada da casa da avó de Phoebe (e que agora era dela), mas aquilo estava fazendo sucesso. Desviamos de um grupo que cantava a versão do Metallica para “Whiskey in the Jar” junto a um cara que estava só de samba-canção, dividindo o microfone com Phoebe.


Rindo, alcançamos o lado de fora, que também não estava num estado de muita decência. Não que eu estivesse sóbria ou algo do tipo, eu estava decidida a comemorar todo o aperto e apreensão pra conseguir o emprego naquela festa, mas certas coisas eram demais. Eu jamais ficaria louca o suficiente pra fazer sexo em público, por exemplo, como eu acabara de ver um dos caras da pirotecnia e uma mulher no banco do jardim.


Will me levou até uma parte mais nos fundos da casa, nos sentamos na grama. Ficamos conversando bom um bom tempo sobre música (sua mão se insinuando em minha cintura). Eu roubei o copo dele e dei um gole; ele riu.


– Você é bem louca. – ele comentou

– Nem sempre – ri – Hoje é diferente.

– Por quê?

– Oh, você não vai querer ouvir a história toda. Envolve muito sangue e suor. – brinquei, e ele voltou a rir

– Wow, selvagem – ele riu no meu ouvido, aproximando seu corpo um pouco mais do meu.


Eu sabia o que viria em seguida. Sua boca trilhou caminho do meu ouvido até meus lábios, e eu me deixei levar pelo beijo. Ele era bonito, simpático e estava interessado em mim. Porque eu não beijaria um cara desses?


(Lá no fundo minha consciência gritou: porque você já recusou caras melhores antes; porque você está bêbada; porque o sotaque sulista dele é irritante; e porque essas mãos estão indo longe demais...)


Interrompi o beijo, notando que eu estava praticamente em seu colo. Uma de suas mãos estava em minhas costas, por dentro da blusa, a outra em minha coxa. Certo, um pouco rápido demais. Discretamente, tentei me afastar sorrindo para começar um beijo mais calmo, mas Will ignorou minha tentativa e começou mais um beijo. Fiquei tensa; eu queria ficar com o cara durante a noite, e não deixar ele colocar as mãos em mim por 3 minutos.


– Relaxa – ele murmurou em meu ouvido, mas suas mãos ficaram mais firmes, me prendendo de forma intensa. De repente, eu não quis relaxar. Eu não quis que aquelas mãos passeassem pelo meu corpo como elas faziam. Eu queria a boca dele fora do meu pescoço: aquilo já não me agradava, e sim me incomodava. Eu precisava de um jeito de sair dali.

– Will – chamei, com voz fraca e embargada.

– Relaxa, garota – eu odiei o “garota”. Fez-me sentir uma vadia qualquer. Onde estava o cara educado de antes? Veja só o que homens não fazem por uns beijos e algo mais...

– Para um pouco – pedi, tentando parecer despreocupada, mas minha voz saiu estrangulada e desesperada.

– Agora não – ele disse, forçando seu corpo contra o meu e encostando minhas costas na grama.


Oh, não, isso não está acontecendo. Ele não está passando a mão pelo fecho do meu sutiã, nem está tentando subir minha blusa, nem descendo os beijos...


Sim. Estava acontecendo.


Entrei em pânico; toda a droga que eu ensinava nas aulas de Yoga não parecia servir pra nada naquele momento. Desviei a cabeça, tentei inutilmente sair do aperto de seus braços, mas ele riu das minhas tentativas e continuou beijando meu pescoço. Mais um pouco e seria mais que aquilo. Ele parecia estar se divertindo. O que acontecera com o cara de antes?


E se não existisse “cara de antes”? E se eu tivesse enxergado um cara legal porque eu queria estar com um cara legal? Eu estaria bêbada àquele ponto? Senti-me fraca, indefesa. Nenhuma força física que eu tinha adiantaria, e toda minha inteligência estava mascarada pelo álcool. Eu não tinha chance.


Ou tinha.


A pressão em cima de mim diminuiu por um instante, e então ele se virou para trás para ver algo fora do meu campo de visão. Aproveitei aquele súbito lapso para concentrar toda a força que eu tinha numa joelhada bem no meio de suas pernas. Eu vi seus olhos encherem de água e ouvi seu grito abafado, e então Will desabou ao meu lado.


Arfei, deitada na grama, olhando-o se contorcer, esperando minha visão turva normalizar. E então olhei pra cima novamente para identificar o que diabos tinha tirado a atenção de Will e me dera aquele momento para escapar.


Mason.


Descabelado e desarrumado, me olhando seriamente. Ele estendeu a mão pra me levantar, e eu aceitei sem pensar. Tropeçando, dei dois chutes nas costas do imbecil no chão, que gemeu de dor, e só então deixei que Mase me segurasse. Tremia de raiva.


– Não me julgue – pedi, com o rosto contra seu peito, enquanto ele me guiava para longe

– Não vou – ele disse, me sentando em um banco

– Você está cheirando a cigarro – eu disse sem pensar, ainda com o rosto encostado nele

– Eu sei.

– Você fuma? – perguntei, imbecilmente

– Não. Mas a garota com quem eu estava fuma.

– Desculpe.

– Não tem problema. Só não te entendo, Alexis. Aquele cara já tinha pegado uma amiga da Phoebe e tentado pegar outras duas.

– Eu não vi – me defendi

– De qualquer forma... Como você se deixa levar assim? Você não parece ser esse tipo de garota. – retrucou sem me olhar

– Não sou – garanti, entristecida. – Eu só...

– Não culpe a bebida, você não está bêbada. Não como mais da metade das pessoas nessa festa, pelo menos.

– Não ia culpar a bebida – irritei-me – Não sei o que me deu, eu simplesmente queria me divertir.

– Ser abusada por um cara entra na sua lista de diversão? – ele riu ironicamente

– Mase, está me julgando. – disse. Ele respirou fundo

– Certo. Tudo bem. Não vou mais fazer isso.

– Você está bravo.

– Não estou.

– Está sim. Está bravo porque por minha causa você não está com uma garota.

– Pra início de conversa, eu estou com você, e até onde sei, você é uma garota – eu ri do comentário – E segundo, eu não iria longe com ela. Como eu disse, ela fumava. Há dois anos eu não me importaria, porque eu também fumava, mas aí percebi como o gosto é ruim vindo da boca de outra pessoa, então resolvi parar – Mason tagarelou, e isso me acalmou um pouco. Reparei que ainda estava encostada nele, e então me afastei. Ele pareceu decepcionado

– Você estava se agarrando com um cara na grama até agora, mas parece ter nojo de encostar em mim de um jeito mais próximo. Você é estranha, sabia? – ele resmungou

– Não é isso. Você também está cheirando a perfume barato – justifiquei, e ele sorriu. Não era mentira, mas Mason estava certo. Eu me sentia de um jeito estranho perto dele, mas não sabia definir. – Você estava por perto e viu a cena? – perguntei, curiosa

– Não.

– Então porque você foi até lá e...

– Eu estava pronto pra bater nele, mas você fez um belo trabalho no milésimo de segundo que ele se distraiu – respondeu Mason.

– Obrigada. Mas ainda assim, como você ficou sabendo que aquilo estava acontecendo?

– Um anão de jardim vestido de preto me contou. – Mase riu. Encarei-o, confusa.

Você está drogado? – indaguei. Ele me olhou de lado, e riu mais.

– Interprete minhas palavras, Alexis. – disse simplesmente.


Olhei pra longe, pensando no que ele tinha dito, então algo me ocorreu.


Joey!? – perguntei, incrédula

– Viu, eu disse que você não estava bêbada! – Mason comentou.

– Ele viu e foi te chamar?

– É.

– Porque ele não veio, caramba?

– Tá brincando? Você já viu o tamanho dele? Seria uma boneca nas mãos do cara! - ri histericamente, acompanhada por Mason.


Uma dor de cabeça deu seus primeiros sinais, e eu finalmente compreendi o sentimento de estupidez que James sentira uma semana atrás. Isso porque eu garantira a ele que sabia me cuidar...


Olhei para Mason por alguns instantes e decidi que aquele era o cara legal com quem eu queria estar. Mas não para trocar beijos e carícias. Apenas para conversar. E mais nada. Descansando a cabeça que doía em seu ombro quente, ao invés do metal frio do banco, comecei a tagarelar sobre as mais diversas inutilidades, porque aquela seria minha diversão pelo resto da noite.



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Notas finais do capítulo

Primeiramente: com o fim da turnê nos EUA, depois Europa e o mundo: preparem-se!! Muita gente perguntou com quem a Alexis vai se envolver. Tenho 90% de certeza já, mas QUERO SABER SEUS PALPITES!! Vale QUALQUER cara que apareceu até agora, não só da banda. mas sejam razoáveis (nada tipo, "ela vai ficar com o Craig", kkk). Eu deixo "sinais" aqui e ali pelos capítulos, uns de verdade, outros pra disfarçar. fiquem atentas!
(UPDATE: dica: não é o James!).
Segundo, explicando minha demora: minhas aulas começaram, e está TENSO, muita matéria, manter médias altas e tal. MAS, NÃO VOU ABANDONAR, OK? Talvez demore um pouco pra sair, mas abandonar, não. Escrevi esse capítulo na aula de Literatura e de Biologia 2, pra vcs terem noção!!
E então, gostaram ?
Mereço reviews, recomendações (!!!!!!!!) e elogios?
Ou mereço paus, pedras e xingamentos?
Vocês decidem! Erros e sugestões, me digam.
Love you guys!!!