Our Song escrita por Zoey Thompson


Capítulo 32
Ela vai embora


Notas iniciais do capítulo

F-U-D-E-U MEU POVO. AUHASUASAHSU A fic tá chegando no fim E o niquito continua fazendo merda, e dessa vez das grandes (bibianna,semspoiler) UAHSAHSUAH E a Atena tá muito fofa nesse capitulo, e a Silena também. E eu quase morri chorando, literalmente, escrevendo esse capitulo.
Então, o capitulo tá bem grandinho, me empolguei. E um recadinho pra minha mana, a Bells, tem MUITA parte inspirada em ti aqui. .-. Nem liga. UASAHAUASUHASASHUASHU Bom, boa leitura pra vocês. UAHSUAH



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POV Autora.


Depois daquela noite, Annabeth realmente virou amiga da Nicolle, e Nico também. Eles estavam realmente próximos, e Thalia estava sempre lá, de longe observando. Percy a Annabeth estavam cada vez mais preocupados com Thalia, ela estava definhando lentamente, as mentiras de Nico a torturavam, e as historias de Nicolle de como ele era perfeito a machucavam. Já se passaram três meses, três meses de mentiras e choros escondidos. Alguma hora iria mudar? Isso era o que Thalia se perguntava aquele dia.



POV Annabeth


Estávamos eu, a Thalia e a Nicolle conversando na casa da Thalia, Nicolle estava contando mais um dos seus encontros com o Nico. -... Só que ele nunca me beijou, ele me abraça, conversa e tudo. Mas ele nunca me beijou. –Nicolle contava com um olhar pensativo. Olhei discretamente para a Thalia e a vi suspirar aliviada. –Nicolle espera ai um pouquinho que eu quero falar com a Thalia tá bom? –Falei me levantando. –Tudo bem, eu vou aproveitar e ligar pra ele. –Falou sorrindo. Puxei Thalia para o escritório do pai dela e a fiz sentar, me sentei ao seu lado e suspirei. –Isso não pode continuar, até agora ele não fez nada, mas e quando ela chegar aqui feliz da vida que teve o primeiro beijo deles, e quando ela disser que teve a primeira noite dela com ele. O que você vai fazer? –Perguntei exasperada por ela não tomar uma decisão. –Eu não sei ok? Eu não sei o que fazer. Eu o amo mais que tudo Annie. –Ela me olhou desolada. A abracei. –Nunca iria imaginar que meu próprio primo faria isso. Vem, eu e a Nick vamos embora e você vai deitar e descansar ouviu? –Falei autoritária. –Sim, mamãe. –Falou rindo em meio a lagrimas. Limpei suas lagrimas e seguimos para sala, pelo visto a Nick ainda estava conversando com o Nico. –Sim, eu sei onde é. Tá bom, eu também gosto muito de ti. Beijos até mais tarde. –Desligou sorrindo. –Nós vamos sair de novo hoje. Não é maravilhoso? –Ela perguntou sorrindo abertamente. –Claro. –Falei forçando um sorriso. –Sabe, eu não gosto de falar sem ter certeza, mas eu acho que o amo. –Falou pensativa. Thalia arregalou os olhos e no mesmo instante eles se encheram d’agua. Ela correu para a cozinha. –O que deu nela? –Nicolle perguntou. –Eu não sei. Eu vou lá ver. –Falei rapidamente. –Tudo bem. –Segui rapidamente até a cozinha e ela estava lá, sentada na bancada chorando compulsivamente. –Thalia calma. –Falei inutilmente. –Calma Annabeth, você me pede calma? Sabe há quanto tempo eu estou tendo calma? Há três meses, eu e ele fizemos seis meses juntos ontem e onde ele estava? –Perguntou com a voz elevada. –ELE ESTAVA COM OUTRA, COM MINHA AMIGA. COMO ME ACALMAR COM ISSO? –começou a gritar desesperada. Nicolle deve ter ouvido, pois veio correndo para cá. –O que houve? Você tá bem Thalia? –Perguntou preocupada. –ME DEIXEM EM PAZ, VÃO EMBORA. –Gritou furiosa. É a velha Thalia voltou e com força total. –Thalia!– Nicolle exclamou surpresa. –Só me deixem em paz. –Gritou chorando. –Nicolle, vai. Deixa que com ela eu me entendo. –Falei a encarando seriamente. Ela assentiu e saiu. Me virei para a Thalia. –Vem, vamos subir. –Falei a abraçando de lado. A ajudei a subir e a deitei na cama. –Dorme um pouco tá? –falei a ajeitando. Ela assentiu e virou para o lado, dormindo quase que instantaneamente. Sai da casa dela e entrei no carro. Peguei o celular e liguei para o Nico. -Onde você tá? –Perguntei. –Na casa do Percy, fazendo um trabalho. –Falou despreocupado. –Quando terminar vem direto para a minha casa, eu tenho que conversar com você. –Falei séria. –Mas eu tenho compromisso, eu vou outro dia. –Falou. –Não, você vai vir hoje, e acho bom você vir mesmo. Diga para o Percy que eu o amo. –Falei e desliguei em seguida. Segui para casa. Entrei em casa e fui direto tomar um banho, depois do banho coloquei um short preto e uma regata cinza. Peguei minha mochila e desci, coloquei minha mochila na mesa e comecei a secar meu cabelo. Depois que o sequei, sentei na mesa e comecei a fazer o meu trabalho. Estava quase no fim quando a campainha tocou. –Entra. –Falei. –Olha, espero que seja sério, porque eu tinha um compromisso e... –Nico começou furioso. –Cala a boca e me escuta. –Falei largando a caneta e empurrando o caderno. Ele arqueou a sobrancelha. –Senta. –Falei. Ele sentou e me encarou. –O que foi agora? –Perguntou. –Porque você tá fazendo isso? –Perguntei. –Isso o que? –Perguntou confuso. –Porque você tá fazendo isso com a Thalia, porque você começou a sair com a Nicolle? –Perguntei magoada. –Co-como vo-você sabe? –Perguntou apavorado. –Sério né Nico, a Nicolle é nossa amiga, e quando digo nossa, quero dizer que ele é minha amiga, e amiga da Thalia, e eu não aguento mais ver a Thalia sofrer, ouvindo a Nicolle dizer que você é cavalheiro, que você é lindo, que você é isso que você é aquilo. A Thalia é uma garota muito boa para você continuar enganando ela. E se você não contar tudo para a Nicolle, quem vai contar vai ser eu. –Falei me levantando. –É complicado Annabeth, é muito complicado. –Falou com a cabeça nas mãos. –Complicado porque Nicholas? –Perguntei fria. –Porque eu me apaixonei. Eu amo a Thalia, mas me apaixonei pela Nicolle. –Falou erguendo a cabeça com os olhos vermelhos. Por um momento cheguei a sentir pena. –Você criou isso Nico, você procurou. –Falei suspirando. –Ah é, me diz como que eu fiz isso? –Ele perguntou levantando também. –Se você não sabe, eu é que vou saber? –Falei exasperada. –Eu esperava sua ajuda Annabeth, não a sua critica. –Disse friamente. –Me desculpa, é que eu estou muito ocupada secando as lagrimas da sua namorada, e ouvindo os suspiros apaixonados da sua futura amante. –Praticamente cuspi essas palavras. –O Percy está vindo ai. –Ele falou olhando pela janela. –É bom, pra ele ver o canalha que o amigo está sendo. –Falei furiosa. –Você fala como se eu fosse o único, mas te garanto que o Percy não é essa perfeição toda. Quando você quebrar a cara com ele de novo, eu não vou estar aqui para te apoiar. –Falou venenoso. –Não se atreva a compara-lo com você. –Falei trincando os dentes, nem mesmo eu vi, só sei que assisti com satisfação ele levar a mão ao rosto, onde a marca dos meus cinco dedos estavam estampados. –Eu esperava isso de muitas pessoas, menos de você. No fim você é como seu pai, um canalha egoísta que só se importa com você mesmo. –Falei indiferente. –Cala a sua boca, não fala do meu pai. –Falou vindo para cima de mim, ele parou na minha frente a poucos centímetros de mim. –O que foi, agora além de canalha egoísta, vai começar a bater em mulher? –Perguntei com escarnio. –Não fala do meu pai, como se a sua mãe fosse perfeita. –Falou agarrando meu braço. –Minha mãe não é perfeita, ela já foi fria, insensível e dura. Mas tem uma grande diferença Nicholas, eu faço de tudo, para não seguir os passos anteriores dela. Eu quero ser uma pessoa diferente dela. –Falei. –Já você, aprendeu direitinho com o papai, não é? Está seguindo todos os passos, ou já está criando os seus próprios passos? –Perguntei debochada. Ele grunhiu e apertou mais o meu braço. –Eu acho bom você solta-la agora, ou eu irei me meter na briga. –Percy falou atrás de mim. Nico me soltou bruscamente. –Você é minha prima, devia me apoiar. –Falou. –Eu não vou apoia-lo se isso magoar minha melhor amiga. –Falei irritada. –Saia da minha casa agora. E não esqueça, se você não contar, conto eu. –Falei abrindo a porta. –Tudo bem, eu conto. –Falou contrariado. Suspirei. –Nico. –O chamei quando ele já estava no carro dele. –O que? –Perguntou emburrado. –Apesar de tudo, você ainda é meu primo, se você está confuso, se afaste das duas e escolha uma. Mas não faça mais ninguém sofrer. –Falei indo até ele e abraçando-o. –Obrigado, e me desculpe pelo seu braço. –Falou envergonhado. –Tudo bem, escolha a garota certa. –Falei suspirando. Ele sorriu. –Eu vou. –Falou entrando no carro. Suspirei ao vê-lo partir. Me virei para Percy e o abracei. –Vem, vamos para dentro. –Falou me puxando. –Você acha que ele vai fazer a escolha certa? –Perguntei aflita. –Não sei, espero que sim. –Falou sentando ao meu lado no sofá. Dei um gritinho de frustração, eu odiava não saber das coisas. –Calma amor, ele vai saber o que fazer. –Percy parecia tentar me convencer e convencer a si mesmo disso. –Certo, você provavelmente tem razão. –Falei incerta. Respirei fundo e levantei. –Eu vou ver como a Thalia está. –Declarei subindo as escadas correndo. Coloquei meu all star e peguei meus óculos e minha chave. –Ei, espera eu vou com você. –Falou ofegando um pouco. –Ok, eu dirijo. –Falei sorrindo. Me precipitei para a porta mas braços fortes me seguraram, me impedindo de continuar. –Não tão rápido, eu ainda nem ganhem um beijo. –Murmurou no meu ouvido. Estremeci e me virei para ele com um sorriso. –Seu pedido é uma ordem. –Falei colando nossos lábios. Ele sentou na minha cama e eu me sentei no seu colo, passando as pernas pela sua cintura. Afundei meus dedos em seus cabelos, o puxando para mim. Ele quebrou o beijo ofegante, assim como eu. –Thalia, lembra? –Perguntou com a testa no meu pescoço. –Claro. –Falei saindo do seu colo e ajeitando meu short. Ele sorriu e me estendeu a mão. –Vamos? –Perguntei entrelaçando nossos dedos. Ele assentiu e nós descemos as escadas de mãos dadas. Abri a porta e esperei ele passar para fechar. Tranquei a porta e fui pro carro, sentei ao lado dele e liguei o carro. –Ai, que saudade do meu bebê. –Falei dando um beijo no volante. Percy fechou a cara e fez bico. –Dele você sente saudade né? –Perguntou com carinha de cachorro sem dono. Me inclinei pra ele e mordi seu lábio inferior. –Mas você sabe que eu morro de saudades de você, né baby? –Sussurrei puxando seu lábio levemente. –Sei sim. –Concordou. Dei um selinho nele e comecei a dirigir. Alguns minutos de silencio depois nós chegamos a casa da Thalia. Estacionei atrás do carro dela e desci com Percy atrás de mim. Toquei a campainha e ouvi um barulho, como se algo tivesse caído. –Caralho! –Ouvi alguém exclamar de dentro. Segundos depois a porta foi aberta por uma Thalia revoltada reclamando de dor. –Você caiu? –Perguntei sufocando o riso. –Não, me atirei no chão pra ver se doía. –Resmungou ironicamente. Comecei a gargalhar e ela fechou a cara, Percy nos olhava confuso. –Porque você tá rindo? –Perguntou me olhando interrogativamente. –Ela. Caiu. Quando. A. campainha. tocou. –Falei entre risos. Ele sorriu e olhou para Thalia. Ela me deu um soquinho no ombro. –Para de rir Annanerd. –Zombou com o meu antigo apelido. Parei de rir e fiz bico. –Não me chama assim, cara de pinheiro. –Falei séria. Ela riu e eu a acompanhei. –Então, o que vieram fazer aqui? –Perguntou parando de rir. –Ah, nós viemos ficar com você. –Falei despreocupada. –Ok, entrem. –Falou dando espaço pra nós entrarmos. Entrei e me atirei no sofá, Percy sentou ao meu lado. –Ei sua folgada, eu estava sentada ai. –Thalia resmungou. –Não está mais. –Falei dando a língua. Ela sorriu e se sentou no sofá a minha frente. Eu estava adiando, mas isso era inevitavel. –Eu, bom, eu falei com o Nico. –Falei baixinho, encarando ela. Sua expressão mudou de feliz para séria. –Por quê? –Perguntou ainda séria. –Porque eu não queria ver você sofrendo. –Falei firme. Ela suspirou e sentou ao meu lado. Percy não falou nada. Puxei os ombros de Thalia e a fiz deitar no meu colo. –Então, você quer sair? Eu estou pensando em convidar a Silena também. –Falei mexendo em seus cabelos. –Não sei, o que você tem em mente? –Perguntou fechando os olhos. –Ah, talvez Mc Donalds e Boliche?-Perguntei animada. Ela abriu os olhos e sorriu largamente. Percy nos olhava confuso. –Até ano passado eu, Thalia e Silena tínhamos uma tradição, todas as quintas íamos no Mc e no boliche. Mas depois paramos de ir. –Expliquei sorrindo. Ele assentiu e olhou para Thalia, que sentou animada. –Certo, passe aqui daqui duas horas. –Falou correndo escada acima. Sorri com a animação dela e levantei. –Então, suponho que esse seja um encontro de garotas, certo? –Percy perguntou me abraçando. –Ahn, pois é. –Falei rindo e enterrando o rosto no peito dele. –Tudo bem, eu supero ser trocado um dia. –Falou brincando. Me afastei um pouco e olhei pra cima. –Ei, eu não estou te trocando, tecnicamente, eu estou ajudando uma amiga. –Falei ficando a ponta dos pés e depositando um beijo no queixo dele. Ele deu um sorriso torto e me beijou. Passei os braços por seus ombros e o beijei de volta. –Então, eu quero fechar a porta. –Thalia falou nos separando. –Você não tinha subido? –Perguntei com um biquinho. –Subi, mas eu lembrei que tinha que fechar a porta. –Sorriu. –Ótimo, vamos Percy. –Falei pegando a mão dele e saindo emburrada. –Annie, não fica emburrada, beija ele aqui fora. –Falou rindo e fechando a porta antes que eu encontrasse alguma coisa pra tocar nela. Bufei e entrei no carro, Percy entrou ao meu lado gargalhando. –Bobo. –Falei dando língua pra ele. Ele riu e me deu um selinho. Liguei o carro e sai, indo pra minha casa. Estacionei o carro e desci correndo, sem nem esperar por ele. –EI. –Percy gritou atrás de mim. Abri a porta e corri pro quarto de Silena. Abri a porta. –Silena, que horror. –Gritei quando a vi na cama, nua, com o Charles. –Merda, isso vai me traumatizar. –Falei rindo. –ANNABETH! –Exclamou horrorizada. Se enrolou no lençol e sentou no colo de Charles. –Ok, eu vou sair pra vocês se arrumarem. –Falei fechando a porta rindo. Percy apareceu no corredor e me olhou confuso enquanto vinha até mim. –O que foi? –Perguntou. –Eu. Peguei. Ela. Na. Cama. Com. O. Charles. –Falei entre gargalhadas. Ele me olhou chocado. –Eles estavam nus? –Perguntou abismado. –Claro né Percy. –Falei rindo. –Você viu o Charles sem roupa? –Perguntou num misto de raiva e choque. –Ai Percy, menos amor. –Falei rindo. A porta abriu e Silena saiu do quarto, completamente corada. –O que você queria? –Perguntou encostada na porta. –Mc Donalds, Boliche e Central Park. –Resumi sorrindo. –Quem? –Perguntou sorrindo de volta. –Eu, você e Thalia. –Falei animada. –Ok, vou me arrumar, estou pronta em uma hora e meia. –Falou entrando no quarto de novo. Segundos depois a porta foi aberta e Charles foi empurrado de lá. –É amigo, parece que elas nos trocaram essa noite. –Percy falou dando tapinhas no ombro do Charles. –Ok, Percy eu vou me arrumar. –Falei correndo pro meu quarto. Entrei, fechei a porta e corri para o banheiro. Tirei a roupa e entrei debaixo do chuveiro. Terminei o banho, sai e me enrolei na toalha enquanto escovava os dentes. Sai do banheiro e corri para o guarda-roupa. Peguei um skinny cinza escura, uma blusa tomara-que-caia azul marinha e uma jaquetinha de couro por cima. Coloquei uma lingerie preta e me virei. –Mas que mer.. –Gritei dando um pulo. Percy riu e me puxou pra perto dele. –Desculpa pelo susto, sabidinha. –Falou. –Não Percy, sai daqui se não eu não vou me arrumar. –Falei rindo. Ele nos girou e nos deitou na cama, ficando por cima de mim. –Não, Percy me larga, eu tenho que me arrumar. –Falei rindo. Ele sorriu e beijou meu pescoço. –Huuum, Percy não. Eu tenho, huuum, eu tenho que me arrumar. –Falei com a voz arrastada. Sacudi a cabeça e o empurrei. –Não Percy. –Falei levantando. Ele me olhou e fez bico. –Ai amor, não faz essa cara, eu não posso. –Falei dando um selinho nele e me afastando. Ele sorriu e levantou. –Bom, eu tentei. –Falou indo para a porta. Balancei a cabeça e comecei a colocar a roupa. Depois que eu botei a roupa comecei a arrumar o cabelo, acabei resolvendo fazer um trança lateral. Passei o lápis e o delineador e passei um pouco de sombra preta. Abri a porta e fui até o quarto da Silena. –Mana, abre aqui. –Falei batendo na porta. Ela abriu a porta de calça e sutiã. Sorri. –Você já está pronta? –Perguntou arregalando os olhos. –Sim, e ainda demorei um pouco. –Falei rindo. –Demorou? Eu ainda não terminei de me arrumar e você já está pronta, não acho que isso seja demorar. –Falou colocando a blusa. Dei de ombros e sentei na cama dela observando ela se arrumar. Me deitei e fitei o teto. –Você acha que ainda perde pra mim no boliche? –Perguntei rindo. –Muito engraçado Annabeth, não, eu não vou perder pra você. –Falou sem sair da frente do espelho, onde ela estava se maquiando. –E como você pode ter tanta certeza? –Perguntei sorrindo. –Porque o Percy me ensinou alguns truques na Austrália. –Falou descontraída. Novamente aquela pontada inútil de ciúmes me corroeu. –Então, só porque você aprendeu alguns truques, não quer dizer que vai ganhar. –Falei deixando de sorrir e olhando desafiadora para ela. “Não deixe seu ciúme se colocar entre vocês.” Ouviu sua própria voz na sua cabeça. –Olha Annie, eu sei que você é ciumenta e tudo, mas eu já disse que não tem nada entre nós, eu amo o Charles, e o Percy realmente te ama. –Falou se virando para mim e me encarando séria. Suspirei e balancei a cabeça, concordando. –Você está certa, me desculpe, é só que... Eu não sei, eu não consigo controlar sempre. –Falei fechando os olhos com força. Senti algo apertando minha mão e soube que ela estava sentada ao meu lado, me confortando. –Você me lembra eu quando eu era pequena, eu era extremamente ciumenta, com tudo e com todos. –Falou me puxando e me abraçando. Abri os olhos, chocada. –Você? Você era ciumenta? –Perguntei. –Oh sim, extremamente. E continuo sendo. Mas aprendi a controlar, e você também vai, você sabe que o Percy te ama, e isso é uma grande vantagem. –Falou sorrindo docemente. –Você é a melhor irmã do mundo, sabia? –Falei a abraçando de novo. –Eu não sou a melhor irmã do mundo, você é. Você é muito melhor do que imagina Annabeth, por isso sempre foi a favorita do papai, e da mamãe também. –Falou me olhando nos olhos, seus olhos, tão diferentes dos meus, sorriam para mim. –Mas, como assim? O que você quer dizer com isso? Eu não sou a favorita da mamãe, você é. –Falei meio sufocada. –Não Annie, eu nunca fui a favorita, porque você acha que ela te cobra tanto? Ela conversa comigo, eu sei que ela não era muito carinhosa, exigia muitas coisas de uma criança como você, mas ela não podia evitar, de um tempo pra ela. –Falou carinhosamente. –Criança? Eu não sou uma criança. –Falei emburrada. –Annie, nossa mãe nunca foi muito carinhosa, eu estou acostumada a cuidar de você, era pra mim que você corria quando estava com medo dos trovões, ou quando tinha uma aranha por perto. Eu não estou acostumada a você ser independente. Quando eu viajei, você era só a minha irmã caçula e ainda era uma criança pra mim. Quando eu voltei, você era uma garota livre, tinha um namorado e não precisava mais de mim, eu não me acostumei, me de um tempo. –Falou rindo. Sorri encabulada e levantei. –Então, nós vamos hoje ou não vamos? –Perguntei. –Oh é claro, só espere um pouquinho. –Falou caminhando até o seu guarda-roupa e procurando alguma coisa. –Vire-se. –Ordenou sorrindo. Revirei os olhos e me virei. Senti suas mãos no meu pescoço, afastando meu cabelo. Senti algo leve e gelado no meu pescoço e instintivamente me retrai. –Calma, eu não vou fazer nada demais. –Falou me virando para o espelho. Abri a boca e arregalei os olhos, totalmente chocada. –Mas, mas esse é o colar da mamãe, ela deu a você. –Falei completa e totalmente pasma. –Sim, ela me deu. E quando me deu, disse que era para eu dar no momento certo, pra você. –Falou gentilmente. –Annabeth, a Thalia acabou de ligar perguntando.. –Ouvi minha mãe falar e me virei para ela, ela se interrompeu e olhou fixamente para o meu pescoço, onde o colar repousava. Me remexi desconfortável com o olhar dela sobre mim. Desde a nossa conversa, eu estava evitando encontrar ela. De repente seus olhos se encheram d'agua e ela ficou pálida. –Mamãe, você está bem? –Perguntei preocupada. Dei dois passos e a segurei. Ela me agarrou e me abraçou desesperadamente. A abracei de volta, completamente confusa. Pelo canto do olho, vi Silena sorrir para mim e sair do quarto devagar. –Oh, Meu Deus, me desculpe, por favor, me desculpe. –Minha mãe sussurrava no meu ouvido. –Mas, Mãe, te desculpar pelo que? –Perguntei com receio. –Por tudo, minha filha, por tudo. Por cada lagrima que você derramou, por cada feito espetacular que você fez e eu não vi, realmente, por não ser uma mãe de verdade pra você durante todo esse tempo. –Falou me apertando fortemente contra seu peito. Meus olhos se encheram de agua, involuntariamente e eu solucei. –Não chore, eu te imploro, eu não quero nunca mais ver você chorar. –Murmurou limpando minhas lagrimas. –Por que agora? –Perguntei sentando na cama e puxando os joelhos pra cima, os abraçando. Ela se ajoelhou na minha frente e pegou minha mão. –Porque eu precisei ver a sua dor, pra poder entender que o que doía em você, doí em mim também. Porque eu precisei ver, com os meus próprios olhos, que eu nunca poderia te machucar novamente. Eu te amo Annabeth, nunca mais duvide disso. –Falou sorrindo levemente, convicta. Me atirei no chão e a abracei com força, um soluço se desprendendo da minha garganta. –Eu também te amo mamãe, eu também te amo. Eu te desculpo. –Falei rindo e chorando ao mesmo tempo. Minha mãe levantou e me puxou junto. –Vamos, dê um sorriso, você tem que ir, sua irmã está esperando. –Falou limpando minhas lagrimas. Ainda bem que a minha maquiagem era a prova d’agua. Comecei a rir e minha mãe me olhou com a sobrancelha erguida. –O que foi? –Perguntou sorrindo. Olhei por um longo tempo pra ela, ela estava de um jeito que eu nunca imaginei que a veria assim, de moletom, sentada no chão, sem a pose de durona, sorrindo para mim. –Estava rindo porque lembrei que é realmente uma sorte a maquiagem ser à prova d’agua. Ela riu e passou o braço pelos meus ombros. –A propósito, você está realmente linda. –Falou levantando e estendendo a mão para mim. –Obrigado, mamãe. –Falei pegando sua mão e levantando. Ela passou novamente um braço nos meus ombros e abriu a porta. –Vamos que elas estão te esperando. –Falou rindo. Com um susto, me lembrei do boliche. –Ai meu Deus, a Thalia vai me matar. –Falei horrorizada. –Não vai não, calma. –Falou sorrindo. Descemos as escadas e encontramos Percy e Charles sentados no sofá, e nada da Silena. –Cadê a Si? –Perguntei sorrindo. Percy se virou para mim e sorriu. –Ela saiu com a Thalia, disse que já ia e que era pra você ir depois. –Falou sufocando uma risada. –É o que? –Perguntei de boca aberta. –Ela já foi filha. E te deixou aqui. –Falou minha mãe, rindo da minha cara. –Mas que vaca. –Falei com raiva. Minha mãe me olhou e explodiu em gargalhadas. –Aah, droga, cadê minha chave? –Perguntei pra mim mesma. Corri pro meu quarto e comecei a procurar. –Calma sabidinha. Assim você não vai achar. –Percy falou atrás de mim. O ignorei e continuei a procurar pelas chaves. Dois braços se fecharam na minha cintura e me viraram. –Olha pra mim. –Pediu. Contra a minha vontade meus olhos se voltaram pra ele. –Pegue o meu carro, depois você acha as suas chaves. –Falou gentilmente. –Tudo bem. –Falei derrotada. Ele puxou meu rosto pro seu e me beijou. Resisti um pouco no começo, mas, quando se trata dele, eu nunca resisto. Abracei seu pescoço e retribui o beijo. –Bom, vocês podem continuar isso depois, certo? Sua chave está aqui. –Falou minha mãe. Nos separamos e eu olhei para ela. Ela estava balançando as chaves na sua frente. Dei um gritinho de animação e soltei Percy e corri pra pegar minhas chaves. –Nossa, me esqueceu rapidinho. –Falou Percy emburrado. Peguei minhas chaves, dei um beijo na bochecha da minha mãe e parei na frente do Percy. –Eu não te esqueci, nunca vou te esquecer, mas eu quero muito ajudar a Thalia, muito mesmo. E ela precisa disso. –Falei sorrindo. Me inclinei e dei um selinho nele. –Amo vocês. –Gritei descendo a escada. –Charles, você vai ficar ai? –Perguntei passando por ele. –Não, é que eu vim com a Silena, e ela já foi. –Falou me olhando. –Bom, então vem que eu te dou uma carona. –Falei feliz. –Tudo bem. –Falou me olhando desconfiado. Abri a porta e corri para a garagem. –Onwt, que saudade do meu carro. –Falei quando entrei no carro. Tudo bem que eu o usei hoje, mas fiquei com saudade poxa. Charles entrou no meu lado e me olhou. –Sério, você tomou alguma coisa? –Perguntou apavorado. –Não, mas eu estou feliz. Muito feliz. –Falei sorrindo. Ele ergueu a sobrancelha, mas não falou nada. Liguei o carro e sai da garagem. – Você não bebeu, né? –Perguntou. O fuzilei com o olhar. –Só estou checando. –Falou suspirando aliviado. Soltei uma risada e liguei o rádio. Estava começando a tocar, A rocket to the moon, Baby blue eyes. –Eu amo essa musica. –Falei cantando junto.

My eyes are no good-blind without her

The way she moves, I never doubt her

When she talks, she somehow creeps into my dreams

She's a doll, a catch, a winner

I'm in love and no beginner

Can never grasp or understand just what she means


Baby, baby blue eyes

Stay with me by my side

'Til the mornin', through the night

Well baby

Stand here, holdin' my sides

Close your baby blue eyes

Every moment feels right

And I may feel like a fool

But I'm the only one, dancin' with you

Oh...


I drive her home when she can't stand

I like to think I'm a better man

For not lettin' her do what she's been, known to do

She wears heels and she always falls

Don't let her think she's a know-it-all

But whatever she does wrong, it seems so right

My eyes don't believe her

But my heart, swears by her


Baby, baby blue eyes

Stay with me by my side

'Til the mornin', through the night (can't get you out of my mind)

Well baby

Stand here, holdin' my sides

Close your baby blue eyes

Every moment feels right

And I may feel like a fool

But I'm the only one, dancin' with you

Oh...

Can't get you out of mind


I swear, I've been there

I swear, I've done that

I'll do whatever it takes, just to see those


Baby, baby blue eyes

Stay with me by my side

'Til the mornin', through the night (can't get you out of my mind)

Baby, stand here, holdin' my sides

Close your baby blue eyes

Every moment feels right

And I may feel like a fool

But I'm the only one, dancin' with those


Baby, baby blue eyes

Stay with me by my side

'Til the mornin', through the night (can't get you out of my mind)

Baby, stand here, holdin' my sides

I'm closin' your eyes

Every moment feels right (every moment feels right)


My eyes are no good-blind without her

The way she moves, I never doubt her

When she talks, she somehow creeps into my dreams


Charles me olhou divertido. –Que foi? –Eu estou feliz, já falei. –Falei rindo. Ele sacudiu a cabeça e sorriu. Parei na frente da sua casa e ele me deu um beijo na bochecha. –Tchau Annie. Boa sorte pra Silena. –Falou rindo. –Tchau cunhadinho. –Falei maliciosa. Ele fechou a porta e eu arranquei com o carro. Alguns minutos depois eu estava estacionando no shopping. Entrei e fui correndo para o Bowling Club. Thalia e Silena já estavam jogando, e pelo que eu via, o bar estava bem movimentado. Caminhei até elas com um sorriso no rosto. –Então, começaram a bastante tempo? –Perguntei sorrindo alegremente. Thalia se virou e sorriu. Ela estava linda, com um mad rats preto, uma meia-calça arrastão, um short preto, uma camiseta do Linkin Park e uma jaqueta de couro por cima. –Não, começamos agora. Você está bem? –Perguntou. –Sim, eu estou bem e você? –Perguntei me jogando no banco. –Estou bem, dentro do possível. –Falou me olhando sugestivamente. Cutuquei Silena com o dedo e ela me olhou, sorrindo culpada. –Me deixou lá hein? Tive que levar seu namorado pra casa. –Falei maliciosamente. Ela arregalou os olhos como se só tivesse lembrado dele agora, o que eu não duvido nada. –Bom, viemos pra jogar não foi? –Thalia perguntou botando a bola na minha mão. Levantei e comecei a jogar. Silena estava ganhando da Thalia, mas estava perdendo pra mim. –Eu disse que seus truques com o Percy não iam funcionar. –Falei rindo. –Muito engraçadinha você. –Falou rindo. –Ei, eu vou buscar alguma coisa pra gente tomar. –Thalia falou rindo. –Tudo bem, não demore. –Falei rindo junto. Ela saiu e eu continuei a discutir com a Silena sobre quem jogava melhor. Alguns minutos depois Thalia chegou com três garrafas de Heineken. Peguei a minha e entreguei a da Silena. –Vocês são tão sem graça. –Comentei tomando um gole e deixando a garrafa na mesa. Me afastei pra ver o placar, mas antes ouvi Thalia perguntando se eu tinha usado alguma coisa hoje. Sorri para o nada e coloquei uns dos playlist que tinha ali. Me virei e voltei pra onde elas estavam. Me joguei ao lado delas e Thalia levantou com uma bola na mão. Abri a boca pra falar com ela, mas eu nunca pude terminar a frase, porque nesse momento ela paralisou, em completo choque e a bola escorregou de seus dedos, caindo exatamente em cima do meu pé. Onde antes iria sair uma frase, saiu um grito de dor. Trinquei os dentes pra não gritar mais e olhei pra Thalia. Ela não tinha se mexido, parecia imobilizada, na verdade, ela nem parecia ter visto que tinha, obviamente, quebrado o meu pé. Focalizei meus olhos e olhei pro ponto que ela estava olhando e toda dor se dissipou da minha mente. Eu vi Nico segurando o rosto de Nicolle, seus rostos estavam a milímetros de distancia. Desviei o olhar quando senti alguma coisa no meu pé. Silena estava ajoelhada ao meu lado tirando meu all star. Gemi de dor e meus olhos se encheram de agua. –Calma, eu tenho que tirar. –Falou desamarrando o tênis. Ela respirou fundo e puxou o all star com força. Soltei um berro de dor involuntariamente e as lagrimas escorreram num fluxo sem fim. Thalia se virou chorando e soluçou. –Oh meu Deus, me desculpe por isso, mas eu simplesmente não aguento mais, eu vou embora, e não sei se volto. –Falou correndo para a saída. Abri a boca em choque, como se já não me bastasse ter o pé quebrado, minha melhor amiga vai embora. Senti a raiva chegando. –NICHOLAS DI ANGELO. –Berrei tão alto, que todo bar parou para olhar. Nico olhou em volta, e quando me viu empalideceu. –VEM AQUI. AGORA. –Berrei o fuzilando com o olhar. Ele se levantou e veio caminhando hesitante, com Nicolle atrás dele. –Mas que merda você pensa que tá fazendo? –Perguntei irada. –Annabeth, você conhece o Nico? –Nicolle perguntou confusa. Olhei pasma pra ela. –Nico, você disse que ia contar, você não contou pra Nicolle? –Perguntei mais furiosa. –Eu, bem eu, eu ainda não tive tempo. –Gaguejou. Esquecendo-me por um momento do meu pé, eu tentei levantar, e uma dor aguda no pé me impediu. –Contar o que? –Nicolle perguntou olhando pro Nico. –Espere, deixe eu te levar pro hospital. –Nico suplicou se inclinando pra mim. –Não me toque. Eu não quero ver você na minha frente até você terminar de contar tudo pra Nicolle. Tudo. –Rosnei entredentes. Ele engoliu em seco e recolheu as mãos. –Eu sou seu primo. –Falou com a voz estrangulada. –Você era namorado da Thalia e isso não te impediu de engana-la com a Nicolle. Suma da minha frente. –Falei fechando os olhos. –Me desculpe. –Sussurrou. –Não é a mim que você tem que pedir desculpas, é pra Thalia. –Falei abrindo os olhos e o encarando. Ele suspirou e balançou a cabeça. Assisti ele sair e finalmente olhei para o meu pé. Estava inchado, e roxo. Silena tinha ido pagar nossa reserva. Trinquei os dentes e levantei, ignorando a dor no meu pé. Peguei meu all star, meu celular e liguei pro Percy, enquanto eu caminhava, ou mancava, pro estacionamento. -Oi Annie. –Atendeu feliz. –Oi. –Falei com uma careta. –O que foi? –Perguntou preocupado. –Eu quebrei o pé. –Falei com um gemido, após pisar com força sobre o pé. –Estou indo pra ai. –Falou desligando o telefone. Cheguei no estacionamento e peguei o celular que estava tocando. Era Silena. –ANNABETH CHASE, ONDE É QUE VOCÊ ESTÁ? –Berrou no meu ouvido. Afastei o telefone do ouvido e esperei ela se acalmar. –Estou no estacionamento. –Falei me encostando no carro. –Estou indo pra ai. –Falou. Eu hein? Desliguei o telefone e abri o carro. Sentei no banco deixei meu pé pra fora. Silena chegou logo depois, ofegando. –O que você tem na cabeça Annabeth? Saiu desse jeito pelo shopping? –Perguntou sentando ao meu lado. –Eu precisava pensar. –Falei dando de ombros. –Com o pé assim? –Perguntou erguendo a sobrancelha. –Ok, me desculpe. –Murmurei olhando pra frente. Não se passaram nem dez minutos e Percy estava ali. –Você tá bem? Como isso aconteceu? Faz muito tempo? Está doendo muito? –Perguntou extremamente preocupado. –Percy, calma. Eu estou bem, a Thalia deixou a bola de boliche cair no meu pé, depois eu te explico. Faz uns vinte minutos e não, não está doendo muito. –Respondi o abraçando. Ele me abraçou e me pegou no colo. –Eu te levo pro hospital. –Falou me colocando no carro dele. –Si, pega. –Falei jogando minhas chaves pra ela. Ela sorriu levemente. –O que eu falo pra mamãe? –Perguntou. –Diga a verdade, e cuide pra que ela não surte. –Falei rindo. Ela assentiu e entrou no carro. –Vamos? –Perguntei a ele. –Claro. –Falou arrancando com o carro. Ficamos em silencio a viagem inteira. Ele parou no hospital e deu a volta no carro, abriu a porta e me pegou no colo. Bufei e fechei a porta pra ele. –Eu não estou morrendo. –Falei olhando meu pé. Estava bem inchado agora, acho que a caminhada não foi uma boa ideia. E estava doendo muito, mas é claro que eu não ia falar nada. Percy parou na frente do balcão e eu enfiei meu rosto na curva do seu pescoço, vermelha de vergonha. –Oi, minha namorada quebrou o pé, e eu sei que está doendo muito, então por favor, nos atendam. –Falou estranhamente calmo. –Senhor, nós precisamos dos dados dela, e o senhor tem que aguardar.. –A funcionaria começou a falar. –Primeiro a atenda. Depois eu dou os dados dela. –Falou estreitando os olhos. –Mas senhor, eu não posso. –Falou apavorada. Percy me colocou no chão cuidadosamente e se inclinou pra ela, vi ela olhar hipnotizada pra ele e bufei, caminhei pra cadeira mais longe o possível e virei a cara. Quando pensei em olhar pro lado, Percy já estava na minha frente, ajoelhado. –Ele já vai te atender, tudo bem? –Perguntou gentilmente. –Tudo. –Respirei fundo e sorri. Logo me chamaram e nós entramos na sala. –Olá srta. Chase. Sente-se aqui. –Falou o médico. Ele era novo, e muito bonito. Tinha olhos dourados como mel, cabelo de um louro prateado, rosto perfeito e tinha um corpo, que nossa. Suspirei e sorri. Me sentei na maca e ele se agachou para olhar meu pé. Senti um aperto na mão e pisquei confusa para o Percy. Ele me olhou irritado. Dei um sorriso culpado. –Foi bem feio, me surpreende que você não esteja gritando de dor. A proposito, meu nome é Apolo, Apolo Olympus. –Falou sorrindo. –Bom, eu estou com dor, mas não vou gritar, eu acho. –Falei sorrindo. –Você não me disse que estava doendo. –Percy falou acusatoriamente. –E por que eu diria? Você só se preocuparia mais. –Falei desafiadora. –Bom, eu vou precisar fazer alguns exames. Como, exatamente, você fez isso? –Perguntou Apolo. –Por incrível que pareça, uma bola de boliche caiu no meu pé. –Falei rindo. Ele arregalou os olhos e assentiu. –Você deve ter uma sorte. –Comentou rindo. –Geralmente eu tenho. –Concordei. Percy bufou impaciente ao meu lado. –Será que dá pra fazer esses exames logo? –Perguntou cruzando os braços. Apolo sorriu discretamente. –Claro, eu vou preparar o raio-x. –Falou olhando sugestivamente pra mim. Ele saiu da sala e eu puxei Percy, fazendo ele se encaixar no meio das minhas pernas. Ele botou as mãos na minha cintura. –Percy, amor, olhe pra mim. –Falei buscando seu olhar. Ele olhou pra mim e suas mãos me apertaram levemente. –Você sabe que não precisa ter ciúmes, certo? –Perguntei colocando as mãos no seu rosto. Ele suspirou, fechou os olhos e encostou sua testa na minha. –Claro, é só que, bom, me desculpe. –Falou abrindo os olhos. Sorri e passei a ponta dos dedos nos seus lábios. –Eu não posso te desculpar. –Falei e ele arregalou os olhos. –Não tem por que te desculpar, não quando eu já fiz coisas piores por ciúmes, e você me desculpou. Não posso te desculpar por expulsar o meu medico da sala, com ele aqui eu não poderia fazer isso. –Falei o beijando. Ele apoiou as mãos na cama e se inclinou pra frente. Antes que pudéssemos fazer mais alguma coisa, a porta foi aberta e nós nos separamos. –Desculpe interromper, mas nós precisamos ir. –Apolo falou sorrindo. –Vamos logo com isso. –Murmurei. Pulei da maca e fiquei num pé só. Percy passou as mãos na minha cintura e me ajudou. –Eu não devo, e nem posso, mas eu vou deixar você ir junto. –Apolo falou olhando pro Percy. Percy sorriu e concordou. Fomos até a sala de raio-x e eu sentei e Apolo posicionou aquela maquina esquisita na minha frente. Fiquei em silencio enquanto Apolo e Percy estavam na sala ao lado. –Annabeth, tudo bem ai? –Apolo perguntou. –Claro, tudo ótimo. –Falei entediada. Eles voltaram para a sala e Percy me ajudou a descer da maca. –Bom, os exames saem em vinte minutos, mas eu preciso que vocês esperem aqui. Ok? –Apolo falou. Balancei a cabeça concordando e me sentei na maca de novo. Percy sentou ao meu lado e Apolo saiu. Encostei minha cabeça no ombro dele, comecei a balançar a perna distraída e bati acidentalmente o pé quebrado na maca. Abafei um grito de dor mordendo o pulso. Percy me encarou preocupado e desceu da maca. Me pegou no colo e me ajeitou na maca. Limpou minhas lagrimas, que eu nem vi que tinham caído e cuidadosamente puxou meu pulso e o beijou carinhosamente. Abriu minha mão e entrelaçou nossos dedos. Sua outra mão, que estava na minha cintura, subiu até a minha nuca e me segurou enquanto me beijava delicadamente. Passei as mãos pelo seu pescoço e pedi passagem com a língua, a qual ele atendeu prontamente. Passou suas mãos para a minha cintura e a apertou levemente. Desci minhas mãos e passei as mãos no seu abdômen, por baixo da camiseta. Arranhei levemente e senti, com prazer, ele estremecer sob minhas mãos. Puxei sua camiseta pra cima e ele me ajudou a tirar. Voltamos a nos beijar, mas ferozmente do que antes. Suas mãos se infiltraram debaixo da minha blusa e percorriam minhas costas. Tirei minha jaqueta sem interromper o beijo e voltei a vasculhar seu corpo. Um barulho na porta nos lembrou que não estávamos em casa. Nos separamos abruptamente e Percy colocou a camiseta assustado. Olhei para a porta e vi Apolo entrar sorridente. –Está quente aqui, não? –Perguntou nos olhando sugestivamente. Desviei o olhar para Percy e ele sorriu para mim. –Achei que você tivesse dito vinte minutos. –Murmurei frustrada. –E eu disse, mas então eu me lembrei que era dois adolescentes com os hormônios em ebulição, e adiantei o exame. –Falou rindo. Bufei. - Bom, indo ao que interessa, você fraturou a navicular e três metatarsianos. –Falou sério. –Ah, é o que? –Perguntei confusa. –Você praticamente esmagou o pé. –Falou e deu duas batidinhas na porta. Logo uma enfermeira entrou empurrando uma cadeira de rodas. –Sério Apolo, cadeira de rodas? –Perguntei sarcástica. –Completamente. –Falou sorrindo. Bufei, mas deixei Percy me colocar na cadeira. –Você é muito reclamona Annabeth. –Apolo disse rindo enquanto Percy empurrava minha cadeira. –Ela não é assim, só quando está com dor, ou de TPM. –Percy sussurrou para Apolo. –Até você? Francamente. –Resmunguei. Apolo gargalhou e apontou uma sala no fim do corredor. Apolo abriu a porta e nos deixou passar. Fiz uma careta ao ver outra maca, e uma careta maior ainda ao ver o que ele faria. –Apolo, Apolinho, lindo. Por favor não. –Choraminguei. Ele sorriu ao ver que eu já tinha entendido. –Não vem com essa pra cima de mim. –Falou apontando pra maca. Revirei os olhos e Percy riu enquanto me colocava na maca. –Me sinto tão inútil assim. –Falei com um biquinho. Percy desmanchou o sorriso e me deu um selinho rápido. –Você não é inútil. –Falou convicto. Apolo já estava sentado a minha frente colocando as talas cuidadosamente. Fiquei conversando com os dois até Apolo me liberar. –Agora eu só quero saber se você vai querer ficar com o gesso até seu pé melhorar ou se vai querer colocar a bota ortopédica depois de três semanas. –Falou levantando. –Eu não vou ficar vindo aqui, não mesmo. Vou ficar com o gesso. –Resmunguei descendo da maca. –Droga, esse troço pesa. –Falei me equilibrando. –E eu quero muletas, não vou ficar andando de cadeira de rodas. –Falei decidida. Apolo encolheu os ombros e riu. –Tudo bem Srta. Chase. Vamos pegar suas muletas então. –Falou abrindo a porta e atravessando o pequeno corredor, entrando na porta a frente. Voltou com um par de muletas pretas e as estendeu para mim. Peguei e sai daquela sala, deixando os dois para trás. –Poderia ter dito que sabia andar com elas. –Apolo resmungou. –Quem está resmungando agora? –Perguntei rindo. Ele bufou e com passos largos passou por mim. Caminhamos até a recepção onde ele assinou os papéis e me estendeu alguns. –Esses são os remédios que você tem que tomas pra ajudar a se recuperar . Aqui está sua liberação. –Falou ainda emburrado. Percy se afastou e foi acertar a conta e eu fiquei ali. –Obrigada Apolo. –Falei beijando sua bochecha. Ele sorriu. –Foi um prazer. –Falou se afastando. –Tenho que ir. Até mais. –Falou saindo. Acenei e fui até Percy, que já estava vindo me encontrar. Ele sorriu e ficou ao meu lado, enquanto caminhamos. Estávamos chegando no carro quando ele me parou. –Percy o que foi? –Perguntei. Ele não disse nada, pegou as muletas com uma mão e me encostou em um carro qualquer. Desapareceu no meio dos carros e eu comecei a pensar que talvez ele tivesse enlouquecido. –Bem melhor. –Falou aparecendo na minha frente e me pegando no colo. –Você fez tudo isso só pra me pegar no colo? –Perguntei rindo. Ele sorriu e abriu a porta do carro, e me colocou sentada. Balancei a cabeça rindo. Peguei o celular e tentei ligar pra Thalia. Ótimo, ela não atende. Bufei e Percy olhou pra mim. –Está doendo? –Perguntou. –Não, tecnicamente. –Falei com uma careta. –Como assim? –Perguntou preocupado. –Eu não estou sentindo dor fisicamente, mas está doendo aqui. –Falei apontando pro coração. –Porque? –Perguntou estacionando na minha casa. –Porque eu conheço a Thalia, sei como ela é. Ela vai embora. –Falei amargamente. Ele suspirou. –O Nico é um idiota. –Falou irritado. Balancei a cabeça concordando. –Ele não conversa com ela há meses, e quando a procura, é pra avisar que não vai poder sair com ela como combinaram, porque tem que sair comigo, mas é mentira, sempre é mentira. –Explodiu. Olhei assustada pra ele. Ele encostou a cabeça no volante. –Desculpe. –Falou depois de um tempo em silencio. –É só que, eu não suporto mais ver ela assim. –Falou cansado. Ergui a sobrancelha. –Como assim? –Perguntei desconfiada. –Desde que ela descobriu que ele está apaixonado pela Nicolle, ela conversa e desabafa comigo. –Falou levantando a cabeça e me encarando. –Mas, porque ela não me procurava? –Perguntei chocada. –Porque ela não queria te colocar contra ele, disse que você devia ajuda-lo. –Falou pegando minha mão e brincando com os nossos dedos. Suspirei cansada. Eu entendia o ponto de vista dela. Ela jamais ia querer que eu brigasse com o Nico por sua causa. Beijei seus lábios levemente e abri a porta do carro. Agora só restava saber se o tio Zeus sabia dela.



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Notas finais do capítulo

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