Our Song escrita por Zoey Thompson


Capítulo 33
Destroçada


Notas iniciais do capítulo

Heeey gente. Esse é o ultimo capitulo tirando o epilogo. LOL Espero que vocês gostem, eu particularmente gostei muito de escrever esse capitulo. Beijos e boa leitura ^^



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POV Thalia

Sai correndo do shopping, eu não aguentava mais ver os dois juntos. –Pai. –Liguei pra ele. –Thalia o que foi? –Perguntou. –Você está em casa? –Perguntei com um soluço. –Sim, mas você não estava no boliche? –Perguntou desconfiado. –Estava. –Falei engolindo em seco. –Tudo bem, eu vou te esperar aqui. –Falou vencido. –Pai, mais uma coisa. –Chamei antes de ele desligar. –Sim? –Suspirou. –Passe o telefone para a Maria. –Pedi. Maria era a nossa empregada. –Como? –Perguntou. –Passe o telefone para a Maria. –Repeti. Ouvi um ruído e logo ouvi sua voz. –Alo, Maria? –Chamei. –Falei menina. –Disse gentilmente. –Vá no meu quarto e faça as minhas malas. –Falei decidida. –Como, mas menina.. –Começou. –Maria, apenas vá e faça isso, por favor. –Falei cansada. –Tudo bem minha menina. –Falou. –Tchau Maria, diga ao meu pai que eu já vou para casa. –Falei abrindo a porta do carro e entrando. Desliguei o telefone e arranquei com o carro. Sai dali e fui para o aeroporto. Desci do carro e corri para o balcão. –Olá, eu posso ajudar?-Perguntou. –Não, eu vim aqui admirar a beleza do aeroporto. –Falei sarcástica. Ela sorriu falsamente. –Desculpe Srta. O que você quer? –Perguntou. –Eu quero uma passagem só de ida pra Inglaterra, Oxford. –Falei decidida. Me apoiei no balcão enquanto ela passava os dados que eu lhe dei. –2.630$. –Falou entediada. Peguei o cartão que eu havia ganhado do meu pai e estendi pra ela. Sai do aeroporto com a passagem nas mãos. Entrei no carro e a coloquei no banco, ao meu lado. Encostei a cabeça no volante e deixei as lagrimas escorrerem. Fiquei assim alguns minutos, até que o meu celular tocou. Era o Percy. –Como você está? –Perguntou preocupado. Sorri fracamente. –Como você acha? Destroçada. Eu estou indo Percy, eu vou aceitar a bolsa em Oxford. –Falei secando as lagrimas. –Mas, você não pode deixar a mim e a Annabeth. –Falou começando a se desesperar. –Percy, eu estou deixando minha vida para trás. Mas eu não suporto mais, sinceramente. Eu não consigo mais. –Falei fracamente. Ele suspirou. –Tudo bem, eu vou te levar no aeroporto, me avise a hora depois, eu tenho que desligar. –Falou sério. –Tudo bem, eu mando por mensagem. Cuide dela por mim, e diga que eu sinto muito pelo pé dela. –Falei. –Eu digo, se cuida Thalia. Beijo. –Falou. –Beijo. –Me despedi e desliguei. Liguei o carro e fui pra casa. Quando eu cheguei, meu pai estava na varanda, e diferente dos outros dias, ele estava com uma calça jeans, tênis, e uma camisa polo azul com um casaco pesado por cima. Desci do carro e caminhei cambaleante até ele. –Thalia o que foi? –Perguntou quando eu passei por ele e entrei em casa. Ele me seguiu até a sala, onde eu parei. –Eu vou embora pai, minhas notas já foram dadas e eu estou no fim do ano. Eu vou pra Oxford. –Falei de costas pra ele. –Mas Thalia, você ainda não teve sua formatura, e você vai ficar sozinha lá? Você não pode ir. –Falou parecendo preocupado. –Você não entende, eu preciso ir. –Falei me virando pra ele. Ele olhou pra mim, e num gesto de entendimento ele abriu os braços. Me lancei contra ele e o abracei com força. As lagrimas despencaram novamente e quando dei por mim, eu estava soluçando agarrada a ele. –Dói pai, dói muito. –Falei soluçando de novo. –Onde Thalia, me diga onde dói. –Pediu meio desesperado. Eu sentia um bolo na minha garganta. –Aqui pai, dói aqui. –Falei pegando sua mão e colocando no meu coração. Ele me abraçou novamente e apoiou o queixo no meu ombro. Ele nunca foi presente, nem muito compreensivo. Mas ele sempre me apoiou quando eu precisei. Nunca precisei falar nada, para ele saber como eu me sinto. Nos seus braços, eu sentia o conforto e a segurança que um pai pode fornecer a uma filha. –Vamos, erga-se, você é Thalia Grace, nada é difícil ou impossível pra você. –Falou repetindo minhas próprias palavras, palavras essas que eu dizia com nove ou dez anos. –Tem razão, eu sou Thalia Grace, e nada é difícil ou impossível para mim. –Falei sorrindo fracamente. –Obrigado pai. –Falei sincera. –Eu sempre estarei aqui. –Falou brincalhão. Era quase impossível acreditar que por baixo de todo aquele sarcasmo e dureza, existia um pai carinhoso e brincalhão. –Vou me arrumar. –Falei subindo as escadas correndo. –Minha menina, você vai mesmo?-Maria perguntou sentada na minha cama. –Sim, eu vou. –Falei acenando com a cabeça. Ela sorriu, me estendeu as malas e sai do quarto. Fui até a escrivaninha e peguei uma caneta e alguns papéis.  [...] Peguei uma muda de roupa no guarda-roupa. Fui até o banheiro e me despi, entrei no banho. Me encostei na parede e escorreguei até o chão. De repente, lembranças inundaram minha cabeça.

Flashback on.

-Annabeth, volta aqui. –Eu estava correndo atrás dela e ela gargalhava enquanto fugia de mim. Nós tínhamos doze anos e tínhamos ganhado celulares novos. Annabeth arrebatou o meu da minha mão e saiu correndo. Corremos até cansar. Me joguei ao seu lado e deitei exausta. –Nós não brincávamos assim há séculos. –Falou ofegante. –Verdade, desde nossos nove anos. –Falei deitando a cabeça no colo dela. Então, num piscar de olhos o cenário tinha mudado para uma lembrança mais recente. Era do ano passado, quando eu me apaixonei pelo Nico. Ele estava sentado na ultima carteira, olhando pela janela. Eu o olhava discretamente. Ele tinha um lápis na mão e olhava distraidamente para a janela. Novamente o turbilhão se passou e quando eu abri os olhos estava na garagem de Percy, estávamos tocando, até que o Percy me chamou pra rua. –Eu quero dar um presente pra Annie, o que eu posso dar? –Perguntou preocupado. Nossa amizade verdadeira começou a partir daquele dia. Eram muitas lembranças, boas, ruins, mas eram as minhas lembranças.

Flashback off.

Abri os olhos, repentinamente cansada. Aqui era a minha casa, e eu ia abandonar tudo por causa dele. Mas eu ia voltar um dia, não ia? Eu não podia afirmar. Eu sabia que o amaria até o fim dos meus dias, mas quem sabe eu aprendesse a conviver com a dor? Me levantei, terminei o banho e sai. Me sequei, coloquei a roupa e sequei meus cabelos. Me apoiei na pia e levantei o rosto para me olhar no espelho. Eu estava com os olhos um pouco inchados, mas fora isso eu estava normal. Passei corretivo, peguei o lápis e o rímel e me maquiei. –Menina, já está na hora. –Maria falou com pesar. Assenti e peguei meu celular.

De: T. Grace

Para: Percy Jackson

Percy, eu estou indo para o aeroporto, meu voo sai as 23h35min, se você puder ir, eu gostaria de te ver lá. Tenho que te entregar uma coisa.

De qualquer forma, obrigada.

Thalia.

Mandei a mensagem e coloquei o celular no bolso. Peguei a mochila enquanto meu pai pegou minha mala. Descemos as escadas e atravessamos a sala, indo para a garagem. –Ei, e o meu bebê? Como fica? –Perguntei sorrindo levemente. –Que bebê? –Meu pai perguntou confuso. –O meu carro, é claro. –Falei rindo. Ele bufou e sorriu para mim. –Você compra outro lá. –Falou divertido. –Mas você vai guardar o meu, não é? Diz que vai. –Implorei. –Tudo bem Thalia, eu guardo o seu carro. –Falou colocando minhas malas no porta-malas do meu carro. Coloquei minha mochila ali também e fechei a porta. –Toma, sua ultima volta. –Falou jogando as chaves pra mim. Peguei e corri pro banco de motorista. Entrei, liguei o carro e acelerei para o aeroporto. Ficamos em silencio, chegamos no aeroporto e eu desci do carro, indo para o porta-malas peguei minha mochila, e colocando a mala no chão puxei a alça. Meu pai se aproximou e pegou as chaves do carro. –Vamos? –Perguntou. –Vamos. –Confirmei. Assim que passamos pela porta alguém se colocou ao meu lado. –Percy, quando você chegou? –Perguntei o abraçando. –Há alguns minutos. Assim que você mandou a mensagem eu peguei o carro e vim. –Falou me soltando. Meu pai se afastou com a desculpa de que ia fazer o check-in. Revirei os olhos e me sentei. –Você tem certeza? É a sua vida que você está deixando. –Falou receoso. –Estou certa disso, eu sei que é a minha vida. Mas Percy entenda, ele é a minha vida. E se ele não me quer mais, eu não posso fazer mais nada, a não ser ir embora. –Falei abaixando a cabeça. Ele suspirou e ficou em silencio. Olhei para o relógio, era 23h27min. Logo o meu voo ia ser chamado. Meu pai estava em pé, afastado de nós, para nos dar privacidade. Me levantei e o chamei. Ele caminhou devagar, se aproximou de mim e só então eu notei que ele estava com os olhos vermelhos. –Papai, quem devia estar chorando era eu. –Falei com a voz tremida. –Só que você já está chorando. –Falou secando os olhos discretamente. Me lancei contra o seu peito e desabei a chorar. –Eu vou sentir saudades das suas broncas, papai. –Falei rindo entre o choro. –Mas eu não vou sentir saudade das suas irresponsabilidades, sua atrevida. –Falou sorrindo e me apertando contra o seu peito. –Eu te amo, pai. Eu nunca disse isso, mas eu te amo. –Falei chorando contra sua camiseta. –Ultima chamada para o voo 374. Por favor, passageiros, se dirijam ao portão 3. –Uma voz metálica soou. –É o meu. –Funguei. –Vá, se despeça do seu amigo, eu vou levar as malas. –Falou me dando um beijo na testa. O soltei e me virei para Percy. Ele sorriu fracamente e abriu os braços. Corri até ele e me agarrei nele, depositando naquele abraço, tudo o que eu sentia. E ele, da mesma forma que eu, também depositou tudo o que sentia. O soltei lentamente e peguei as cartas no meu bolso. –Entregue isso para a Annie e para o Nico. Por favor, entregue a ele. –Supliquei buscando seus olhos. –Tudo bem, eu dou a minha palavra que entrego a ele. –Falou rendido. Coloquei as cartas na sua mão e dei um beijo na sua bochecha. –Diga a Annie, que eu não tive opção, eu precisava disso. E diga também, que eu a amo, ela é a irmã que eu nunca tive, e você, você sabe que eu te amo irmãozão. –Falei dando um soquinho no seu ombro. Ele pegou meu rosto entre as mãos e secou minhas lagrimas com os polegares. –Se cuida, eu também te amo, irmãzinha. –Sussurrou dando um beijo na minha testa e se afastando. Me virei, eu estava na frente do meu portão de embarque. Caminhei calmamente até a porta do avião, me obrigando a não olhar para trás. Subi a escada e parei na porta do avião, olhei sobre o ombro e ainda pude ver meu pai ao lado do Percy, com o braço sobre seus ombros, acenando para mim. Acenei de volta e me virei, definitivamente, para o avião. Entrei no avião de cabeça baixa, e então, sem mais olhar para trás, eu embarquei na minha nova vida. 


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Notas finais do capítulo

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