Our Song escrita por Zoey Thompson


Capítulo 30
Ligando os fatos


Notas iniciais do capítulo

Mais um pra compensar *-*
Espero que gostem, beijinhos



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POV Atena

Coloquei as mãos no rosto para tentar esconder as lagrimas. É sempre assim, eu brigo com Annabeth, despejo tudo nela, e venho para o quarto e choro. Não me entendam mal, eu amo Annabeth mais que tudo na vida, mas nós sempre batemos de frente uma com a outra, e eu não gostava de ser confrontada, nem mesmo pela minha filha. É por isso que sempre fui próxima da Silena, ela não me contesta, se eu falo ela faz, Annabeth não, ela contesta, faz o melhor pra ela. E apesar de ficar extremamente orgulhosa com isso, eu não gosto quando esse confronto é comigo. Mas vejam o meu lado, fui criada pelo minha vó, Reia. Ela sempre fez tudo o que eu quis, mesmo não sendo o certo. Eu fui criada assim, orgulhosa, autoritária, metida. Sempre foi assim. Até eu conhecer o Frederick. Ele me mostrou um mundo que eu não conhecia. Até ele morrer e eu afundar de vez no trabalho, sempre deixando minhas filhas do lado. Eu sabia que não era o certo. Até ele aparecer, o Perseu. Ele deu um novo sentido a vida da minha filha. No começo eu não aceitei bem, saber que a minha Annabeth já tinha deixado de ser criança, não foi fácil pra mim. Para alguém que sempre observou as filhas de longe com medo da rejeição, eu me sai uma bela mãe coruja. Foi nesse dia que eu vi a determinação no olhar da minha filha caçula. No hora que a Annabeth apareceu aqui com ele, eu nem dei bola. Mas depois que eu vi que o romance deles era sério, quis fazer ela desistir e ver que sem homem qualquer é mais fácil pra ela. Ela gritou, esperneou, xingou, bateu de frente comigo como nenhuma outra pessoa fez. Eu me irritei, é claro. Falei coisas horríveis a ela, fiz coisas da qual me arrependo e muito. Ela chorou e gritou que eu não tinha nada a ver com a vida dela. Eu gritei que era mãe dela, que tinha tudo a ver com a vida dela. Então o que ela disse me fez ver a profundidade da sua dor. “Mãe, você se acha no direito de dizer que é minha mãe? Eu não tive uma mãe por dezesseis anos, e agora você quer vir aqui e acabar com a minha única felicidade? Não admito. Você pode fazer o que quiser, me bater, me xingar, até mesmo me expulsar de casa, mas você não vai me separar do Percy. Ah, e mãe, você ao menos sabe o quando eu dei o meu primeiro beijo? Se lembra o dia do meu aniversário sem olhar na sua agendinha ridícula? Não, você não sabe nada sobre mim, você não sabe minhas coisas favoritas, meus hobbys, minhas manias, você não sabe nada, absolutamente, nada sobre mim. O que você sabe é o que você observa de longe, ah sim, eu notei, alias, eu sou filha de Atena Chase, não é? A grande e poderosa Atena Chase. Acha que eu não sei as amigas que você pagou quando eu tinha onze anos? Acha que eu não sei do dia em que você esqueceu o meu aniversario e ligou dizendo que teria uma reunião importante e não poderia vir só pra sair e comprar a coisa mais cara que encontrasse? Eu sei de tudo isso, porque tudo que eu sei fazer na vida é chamar sua atenção, mas isso acabou, eu tenho o Percy agora, e nada vai me separar dele. Nem você, Atena.” Naquele dia eu chorei, chorei muito depois que ela saiu da sala, chorei porque sabia que cada palavra era verdade, chorei pela maneira como disse meu nome, tão frio, tão rude que eu recuei um passo ao ouvi-la falando isso. Chacoalhei a cabeça e limpei minha lagrimas. Subi para o quarto dela e abri a porta lentamente. Dei um meio sorriso com a cena. É claro que e sabia que ela não era mais virgem e fiquei feliz por isso ter acontecido com o Percy. Ela descansava a cabeça no peito dele com uma camisa dele, tinha o braço e a perna direita sobre o corpo dele, e ele estava sem camisa e com os braços envolvendo Annabeth protetoramente. Sorri e caminhei até ela. Me ajoelhei ao lado dela e acariciei seu rosto, ela murmurou alguma coisa mas não acordou. Não sei quanto tempo fiquei assim, mas senti alguém me observando. Ergui a cabeça e vi um par de olhos verdes me encarando curiosos. –Ela é teimosa, mas te ama, te ama mais do que a própria vida. –Falou convicto. Assenti e continuei a acariciar a bochecha da minha filha. –Eu sei, eu também a amo. Mais que minha própria vida, também. Amanhã eu vou falar com ela. Ela estava certa, como sempre. –Suspirei e me levantei. –Me desculpe por desconfiar de vocês. Eu perdi a cabeça aquela hora. –Falei corando levemente. Ele balançou a cabeça em concordância. Soltei um suspiro e me afastei de minha filha. Com um ultimo olhar, eu deixei o quarto.

POV Thalia

Depois do Percy chegar e Annabeth sair correndo sem nem se despedir, peguei o carro e fui para a casa do Nico. Estacionei o carro e sai. Parei na porta e toquei a campainha. Depois de alguns minutos Nico abre a porta com uma bermuda preta, sem camisa mostrando aquele corpo divino e com os cabelos caindo nos olhos. –Oi. –Murmurou sonolento. –Oi. –Respondi lhe dando um selinho. –O que eu perdi? –Murmurou confuso. –Nada, a não ser que você conte o passeio romântico do Percy a da Annie. –Falei fingindo que ia vomitar. Ele riu e me puxou para dentro. Me beijou com vontade. Abracei seu pescoço e o empurrei para a parede. –Ei, ei. Vamos parar com o agarramento ai? –Escutei uma menina falar. Soltei Nico e me virei. A garota era alta, tinha cabelo preto, olhos pretos como o de Nico, parecia ser alguns anos mais velha que eu. Era meio punk também. Estava com um all star vermelho, uma calça skinny preta, uma camiseta de manga comprida preta e uma jaqueta de couro vermelha. –Hum, Oi. Você deve ser aThalia, certo? –Perguntou sorridente. –Hã, sim. E você deve ser a Bianca. –Deduzi sorrindo. –Claro, sou eu sim. –Falou meio confusa. –Ah, então, vocês querem sair? –Nico perguntou me abraçando. –Pode ser, onde vamos? –Bianca perguntou se aproximando. –Não sei, onde vocês querem ir? –Perguntei encostando a cabeça no ombro do Nico. –Não sei, que tal irmos ao shopping? Lá tem tanto garoto gostoso! –Falei maliciosamente. –Concordo. –Falou Bianca. –Ei. Você é MINHA namorada. –Nico falou emburrado. –Eu sou, meus olhos não. –Falei divertida. –Sei. –Murmurou fazendo bico. –Owwn, continua o mesmo bebezinho de antes. –Bianca debochou. –Eu não sou bebê. –Murmurou irritado. –É sim, o meu bebê. –Falei lhe dando um selinho. –Vamos logo. Minha vocação não é servir de vela pro meu irmão caçula. –Bianca reclamou. –Bianca, não enche. –Nico falou me soltando. –Tá, Niquito. Vai logo colocar uma roupa. –Falou revirando os olhos. Ele bufou e subiu as escadas. Nos olhamos e caímos na risada. –Vem, senta aqui. O Nico pode demorar bastante quando quer. –Falou sorrindo. Nos sentamos e começamos a conversar. Uns 15 minutos depois ele apareceu com um all star azul escuro, uma calça jeans preta uma gola v preta e uma jaqueta preta por cima. –Vamos? –Perguntou pegando o celular, a carteira e as chaves. –Claro. –respondemos e levantamos. Entramos no carro dele e fomos para o shopping. Nico foi pegas as coisas para nós comermos e eu e a Bianca fomos escolher o filme. –Mas eu quero ver Titanic 3D. –Bianca falava fazendo cara de cachorro abandonado. –Não, não. Nós vamos ver Jogos Vorazes, tem muitos gatinhos. Você vai amar. Tenho certeza. –Falei rindo. –Não, eu quero ver o Di Caprio. –Falou emburrada. –Não, nós vamos ver jogos vorazes bebezão. –Falei debochada. Comprei os ingressos e arrastei uma Bianca emburrada pra uma mesa perto da gente. –Eu vou lá ver onde o Nico se meteu. –Falou impaciente. –Tá bom. –Falei deitando a cabeça no braço. Ela saiu e desapareceu também. Já estava ligando para eles quando ele aparecem lado a lado. Nico estava de cabeça baixa e de punhos cerrados, e Bianca tinha os olhos faiscando, de longe se via sua irritação. –O que aconteceu? –Perguntei abraçando Nico. –Nada. –Falou Bianca me desvencilhando do abraço e me puxando na frente. Olhei confusa para Nico, mas ele só deu de ombros com a expressão culpada. Demos os ingressos e entramos. Nico se sentou e eu fui me sentar ao lado dele, mas Bianca me empurrou para o outro lado da sala que estava vazia e se sentou comigo no outro lado do cinema. Estava cada vez mais confusa. –O que esta acontecendo? –Perguntei desconfiada. –Nada, eu briguei com o Nico e não quero sentar com ele, mas não quero ficar sozinha. –Tudo bem. –Falei me ajeitando. Olhei de esgueira para o Nico e ele me encarava. –Senta comigo? –Perguntou só movendo os lábios. Balancei a cabeça. –Não dá, ela pediu para eu ficar aqui com ela. Desculpe, eu te amo. –Falei só movendo os lábios. Ele fez uma careta, mas assentiu. Ficamos o filme inteiro assim, eu dividia o meu tempo em olhar o filme, que era muito foda, e olhar para o Nico. Quando terminou nos levantamos e saímos rapidamente. –Vamos logo pra casa. –Bianca falou ríspida. Nico fechou a cara mais ainda e a seguiu. Suspirei e fiquei parada de braços cruzados. Quando eles viram que eu não estava acompanhando pararam e voltaram, parando lado a lado. –O que foi? –Bianca murmurou evitando olhar para o irmão. –Peçam desculpas. Ou vão se arrepender. –Falei séria. –Vai fazer o que? Nos bater? Nem morta. –Bianca debochou. Arqueei a sobrancelha e olhei para o Nico. Ele deu de ombros e cruzou os braços. –Vamos. –Falei olhando mortalmente para eles. Nico fez uma careta, mas não falou nada. –Vocês que pediram. –Sussurrei maleficamente e subi no banco. –BIANCA E NICHOLAS DI ANGELO, POR FAVOR, PAREM DE SER CRIANÇAS MIMADAS E PEÇAM DESCULPAS UM PARA O OUTRO. AGORA. –O shopping inteiro tinha parado para ver minha “pequena” cena. Bianca olhava para mim aterrorizada. Nico ficou mais vermelho que um pimentão. Quando vi que eles não iam falar nada subi no banco novamente. –MUITO BEM, SE COMPORTEM COMO BEBÊS, EU NÃO VOU SAIR DAQUI ENQUANTO NÃO SE RESOLVEREM. –Falei séria. –E VOCÊS TAMBÉM NÃO. –Acrescentei vendo Bianca tentar sair de fininho. –Me desculpe. –Nico disse baixinho. –Como é que é? Eu não ouvi. –Bianca falou provocando. –ME DESCULPE BIANCA. –Nico gritou vermelho. –Bianca. –Disse sugestivamente. –Desculpe Nico. –Falou mais ou menos baixo. –Como é Bianca? Eu não ouvi direito. –Disse Nico com um sorriso malicioso no rosto. –ME DESCULPE MEU BEBÊ. –Gritou rindo. Fazendo eu, e toda população do shopping rir. –AGORA QUE MEUS BEBES FIZERAM AS PAZES PODEMOS VOLTAR PRA CASA. –Falei descendo do banco. –Uma recompensa pra você. –Falei dando um selinho no meu namorado. –E uma pra você. –Disse tocando as chaves do carro para Bianca. Ela revirou os olhos e sorriu. Quando já estávamos no carro eles se viraram para mim. –Não acredito que você fez a gente passar por isso. –Bianca falou rindo. –Foi divertido. –Falei rindo também. Nico bufou. Bianca dirigiu até uma pequena lanchonete e estacionou. Olhamos pra ela. –Estou com fome. –Falou dando de ombros. Balancei a cabeça rindo e desci do carro junto com o Nico. Ele me abraçou pela cintura e seguimos Bianca. Ela estava sentada numa mesa ao canto e o garçom tinha acabado de sair dali. –Pedi hambúrgueres para a gente, tá? –Falou. –Tá. –Falei me sentando ao lado do Nico. Nossos pedidos logo chegaram e nós comemos em silencio. Olhei intrigada para Bianca, apesar de ter pedido desculpa para o Nico ela ainda evitava olhar para ele. Enruguei a testa confusa. –O que foi? –Perguntou vendo que eu estava olhando para ela. –Nada. –Falei rapidamente desviando o olhar. Ela deu de ombros e voltou a atacar seu hambúrguer. Terminei de comer o meu e me encostei em Nico, que também já tinha terminado, nós só esperávamos Bianca. –Vamos? –Perguntou de boca cheia. Ficou mais parecido com um “amo?” mas tudo bem. Assenti. Nos levantamos e Nico foi pagar. Ele estava estranho. Não falava comigo direito, brigou com a irmã que recém chegou. Muito estranho. Voltamos em silencio para casa dele. Desci e peguei a chave do meu carro. –Tchau. –Falei dando um selinho no Nico. –Tchau. –Falou distraído. –Tchau Bianca. –Falei cabisbaixa. –Tchau Tha. Se cuida. –Falou sorrindo levemente. Assenti e entrei no carro. Estava com uma estranha vontade de chorar. Respirei fundo e acelerei. Estava parada em frente a Starbucks e me lembrei do dia do meu “quase acidente”. Quando vi o Nico com a aquela garota, Nicolle. Não consegui mais controlar e deixei as lagrimas correrem livremente. Então outra lembrança me veio a mente. Semana passada, quando estávamos no colégio, eu estava saindo do banheiro e ouvi Percy e Nico conversando. Nico dizia o quanto a Nicolle era incrível e Percy lembrava de minuto a minuto que eu era a namorada dele. Ele disse que não se esqueceu, só estava encantado com a garota. De repente liguei os fatos, Nico estava apaixonado por ela, ele me ama, eu sei. Vejo a sinceridade nos seus olhos quando ele diz isso, mas ele se apaixonou por ela. E por mais idiota que isso possa parecer, eu não consigo ficar com raiva. É incrível como aquela Thalia durona some quando o assunto é amor. Cheguei em casa e notei meu pai na porta, estava com os braços cruzados e a expressão dura. –Thalia, hoje nós vamos conversar seriamente e... –Não deixei ele terminar. –Pai, por favor, hoje não. –Supliquei soluçando. Ele me olhou assustado de verdade. Por três motivos. 1- eu o chamei de pai. 2- eu pedi, por favor, a ele. 3- eu estou chorando e soluçando na frente dele. Três coisas que eu nunca fiz. Não diretamente, é claro. Ele assentiu meio assustado ainda e eu subi correndo para o quarto. Eu queria chamar Annabeth, mas não iria estragar a sua noite, nem coloca-la contra o primo. Solucei por horas, ao que me pareceu. Só parei quando não tinha mais nada para soluçar e nem chorar. Acabei dormindo de tão cansada que estava. 


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Notas finais do capítulo

Quem entendeu o trocadilho de Mãe coruja bate ai o



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