Together escrita por giuguadagnini


Capítulo 30
Café da manhã, Grrrr e Luminárias Chinesas


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores.
Como vocês estão? Eu estou vomitando arco-íris de tanta felicidade. Eu sempre fico assim quando escrevo um capítulo grandão.
Bom, eu queria agradecer de montão pelos reviews e por tudo o que vocês expressam neles. Vocês são demais! Em especial agradeço à nina548, que disse que ficou lendo a fic até às 4:30 da manhã. hahahaha. Obrigada linda, isso significa demais para mim e para Together :D
E entãaaaao, vamos ao capítulo?
Espero que vocês gostem, fiz bem grandão, como vocês gostam.
Boa leitura e nos vemos lá em baixo :)
P.S. As músicas estão dentro dos colchetes -> [ ] , que ficam abaixo de cada POV.



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POV Harry Potter

[Ships in the night - Mat Kearney]

A estadia na mansão Zabini havia acabado. Os restos do que já havia sido um café da manhã de despedidas ainda estavam na mesa. Farelos de pão de queijo, biscoitos e de bolo de laranja ainda descansavam sobre os pratos. Guardanapos de papel amassados, facas sujas de geleia e manteiga, xícaras guardando só algumas gotas do café já bebido, um Profeta Diário dobrado ao meio e copos com pequenas fibras do suco de laranja natural eram deixados para trás enquanto todos buscavam suas coisas e iam em direção à porta de entrada.

– Não se esqueceram de nada? – perguntou Helen com uma voz embargada, contendo as lágrimas nos olhos. Ela já havia acordado um pouco cabisbaixa pelo fato de termos de ir embora logo de manhã.

– Ah não mãe – Blaise colocou a mochila sobre um dos ombros – A gente está indo para a escola, não para a terceira guerra mundial.

Será que Blaise tinha razão? Tudo bem, Hogwarts é o lugar mais seguro que conheço, mas as notícias não têm sido às melhores.

Famílias de trouxas massacradas, sequestros de bruxos que “sabem demais” e aparições de comensais da morte no Beco Diagonal estão estampados todas as manhãs no jornal e transmitidas via rádio.

A situação está crítica – para não dizer alarmante.

– Pansy esqueceu a escova de dente lá em cima, no banheiro – disse Astória enquanto fechava a mochila com um zip – Mas ela já foi buscar.

– Hermione? – chamou Draco – Você viu minha varinha? Não estou achan...

– Quê isso Draco? – Blaise contraiu o rosto em uma expressão surpresa – Você já mostrou sua varinha para ela? Hmmmm... Apressadinho!

Tive vontade de rir, mas reprimi meu riso em um sorriso amassado. Blaise nunca parava de ser malicioso, nem na frente da própria mãe. Helen revirou os olhos ao mesmo tempo em que sorria, encostada ao batente da porta.

– Há há – Draco disse irônico – Engraçadinho você hein. Mas é sério, alguém a viu? Não estou achando.

– Está em cima da mesinha de centro – disse Hermione, prendendo o cabelo em um rabo de cavalo.

Draco pulou por cima do sofá e guardou a varinha no bolso da calça.

– Pronto – Pansy vinha descendo as escadas com a escova de dente na mão – Podemos ir.

– Certo – disse Helen com uma expressão chorosa – Vocês não podem se atrasar.

Abraçou cada um de nós, o que me lembrou bastante a Sra. Weasley. Ela e Helen tinham o mesmo abraço de urso.

– Não chore, está bem? – Luna segurou o rosto da sogra de uma forma delicada.

– Tudo bem, querida – Helen limpou uma lágrima do rosto – Vou sentir saudades da minha norinha.

Luna sorriu e abraçou Helen mais uma vez. Astória murmurou um pequeno own e apertou o abraço em minha volta.

– Tchau mãe – Blaise a beijou na testa – Cuide-se, ok?

– Ok – Helen respondeu, sorrindo fraquinho.

– Ok? – Blaise repetiu.

– Ok! – Halen sorriu mais forte, assentindo com a cabeça – Agora vão! Vocês estão atrasados.

Seguimos até o carro, onde Edílio – o motorista – esperava já com o carro ligado.

– Tudo bem Lico – Blaise disse ao motorista assim que bateu a porta às suas costas – Já podemos ir.

– Próxima parada... – anunciou Edílio – Estação Kings Cross.

– - -

Adentramos ao trem aos tropeços. Chegamos à estação às 10h57min e tivemos de correr para não sermos deixados para trás.

– Essa foi por pouco – eu disse ofegante.

– Pouco? – Blaise parecia estar com falta de ar – Por pouco, Harry Potter? Eu corri tanto que acho que perdi um pulmão. Se alguém o achar, faça o favor de me devolver! Ele é meio rosinha e tem um pouco de...

– Cala a boca, Blaise – Pansy deu uma cotovelada de leve na costela dele – Não queremos descrições físicas do seu pulmão!

– Ei – uma cabeça ruiva apareceu do lado de fora de uma cabine mais ao fundo – São eles. O que significa, Jorge, você me deve dois galeões! Há!

Gina saiu da cabine e veio até nós.

– Jorge apostou que vocês não chegariam a tempo – ela falou, explicando o porquê de ele estar devendo a ela dois galeões – Como foi o Natal de vocês?

– Deixe-nos recuperar o ar que respondemos, ruiva – respondeu Blaise a ela.

– Tudo bem – Gina riu – Venham, guardamos uma cabine extra. Lino e Jorge estão deitados nos dois bancos, não deixando que ninguém sente nos lugares de vocês. Já espantaram dois garotinhos do primeiro ano. Fingiram que estavam dormindo e depois levantaram em um pulo, assustando os garotos.

A ruiva seguiu pelo corredor e nós todos a acompanhamos. Ela ia à frente conversando com Hermione. Draco e Blaise iam logo atrás delas, se estapeando e rindo ao mesmo tempo. Luna falava para Pansy sobre os variados tipos de criaturas invisíveis do mundo mágico. Pansy não parecia entender muita coisa, mas às vezes assentia com a cabeça, murmurando um ah ou hmm.

Eu ia mais atrás com Astória. Estávamos de mãos dadas e eu adorava aquilo. Sua mão macia de encontro a minha, o jeito de ela entrelaçava nossos dedos e o fato de algumas vezes apertar minha mão mais do que o normal.

– Oi maninha – disse uma garota loira para Astória. Era sua irmã, Dafne Greengrass.

O cabelo de Dafne esbarrou no meu rosto, e tinha cheiro de alguma espécie de perfume de baunilha. Contive o impulso de espirrar. Eu detestava perfume de baunilha. Nunca havia entendido a necessidade de algumas garotas cheirarem a sobremesas.

Ela e um garoto que eu não me lembro de conhecer passaram por nós, rindo de uma forma debochada.

Astória parecia ter congelado. Seu rosto estava pálido e ela apertava fortemente minha mão.

– Tori? – eu a chamei, mas seus olhos continuavam presos na irmã e no garoto que seguiam pelo corredor – Tori? - eu fiquei na sua frente, para que ela me olhasse – Astória?

Foi então que ela pareceu ter acordado, finalmente me notando. Parou de esmagar minha mão e expirou lentamente, como se tivesse prendendo a respiração por muito tempo.

– Astória, você está bem? – eu segurei seu rosto para que ela me olhasse direito – Ei, eu estou aqui. O que aconteceu?

Ela demorou um pouco para responder, como se ainda não se sentisse capaz de falar.

– N-Nada Harry. Venha, vamos para a cabine.

Ela me guiou em frente e achamos os outros, mas não deixei de notar que ela ainda parecia um pouco atormentada.


POV Pansy Parkinson

[Big girls don’t cry – Fergie]

Luna, que até então me falava sobre criaturas invisíveis, aceitou o convite de Blaise e os dois foram procurar o carrinho de doces. Gina havia puxado Hermione para o corredor e agora as duas conversavam.

– Oi Pansy – disse um garoto desajeitado, saindo da cabine que eu pretendia entrar.

– Oi Neville – eu forcei um sorriso.

Não sei se era normal da minha parte me sentir um pouco envergonhada na sua presença, mas desde aquela história de que ele me beijou no corredor para afastar Lilá que eu não havia falado diretamente com ele.

– Hmm, é... Eu vou entrar na cabine agora e...

– Ah sim – ele me deu passagem para entrar.

Ajeitei a mochila sobre um dos ombros e assim que ia colocar o pé dentro da cabine, senti a mão de Neville me segurar um pouco abaixo do cotovelo.

– E Pansy – ele me olhou, igualmente envergonhado – Me desculpe.

Senti vontade de perguntar por que, mas eu já havia entendido. Desculpe pelo beijo.

Apenas assenti e sorri para ele, mas dessa vez não havia sido forçado. Foi natural, assim como a chuva cai do céu e ninguém precisa questionar em nada. Ele seguiu pelo corredor e acabou encontrando Simas e Dino.

Finalmente entrei na cabine. Nela estavam Draco, Astória, Harry, Fred, Charlotte e... Ron. Imediatamente meu estômago deu um pulo e eu tive vontade de ir embora.

Fred contava a todos como havia sido o Natal na Toca. Harry e Draco eram os que mais prestavam atenção, enquanto Astória parecia absorta em pensamentos e Ron não parava de me olhar.

Forcei-me a andar até o assento perto da janela, o único vago e, por pura ironia, na frente de Ron.

Sentei e coloquei minha mochila no colo, apertando-a contra meu peito.

Ron havia parado de me olhar e agora alternava a visão entre o chão e o all star rosa com cadarços desamarrados que Astória calçava. Bom, assim estava melhor. Pelo menos ele havia tirados os olhos de cima de mim.

– Enfim – disse Fred, continuando com seu resumo sobre o Natal – O ponto alto da noite foi o pedido de namoro que Neville fez a Gina. A Sra. Longbottom, a avó dele, se engasgou com uma azeitona e ninguém entendia nada. Uma hora Neville estava ajoelhado na frente de Gina e no outro, a velhota estava ficando roxa.

– Caramba – disse Harry, surpreso e abafando uma risada – Uma azeitona? Sério?

Ron tinha um leve sorriso no rosto, lembrando do acontecido.

É. Eu estava olhando para ele.

Droga.

– Gui, coitado, é que teve que salvá-la, vendo que ninguém mais sabia ao certo o que fazer – voltou a falar o Fred - Tia Muriel, que para variar já estava bêbada, ficava dando tapas violentos nas costas da Sra. Longbottom. Gui foi até ela e executou algo que os trouxas chamam de “manobra de Heimlich”.

Fred simulou a tal manobra em Charlotte, que estava do seu lado. Char fingiu estar sem ar e Fred apertava a barriga dela na altura do diafragma enquanto a envolvia no parecia um abraço salva vidas.

– Para resumir, então – Draco se pronunciou – Ele desengasgou a velha enquanto todo mundo pensava que ele estava a encoxando por trás?

– Exato – apontou Fred – Mas o que vocês não sabem é onde foi parar a azeitona...

Charlotte riu, fazendo uma careta de nojo. Ela já sabia afinal, tinha passado o Natal com eles.

– Onde? – perguntou Harry, curioso.

– Dentro da taça de vinho da Fleur.

Murmúrios de nojo ecoaram pela cabine. Fred continuou falando sobre a noite de Natal, enquanto eu preferi ficar olhando a vista da janela.

Tudo passava rapidamente, a ponto de eu nem conseguir mais ver os detalhes da paisagem. Apenas borrões coloridos passando e passando.

Algo então trouxe minha atenção de volta à conversa.

– E o Gui e a Fleur? – perguntou Harry – Ela deve ter ficado uma fera com ele.

– Fera? – repetiu Fred – Bom, no início sim, mas os dois meio que sumiram no meio da noite. Devem ter ido transar em algum lugar.

Transar.

Como se fosse combinado, meu olhar cruzou com o de Ron.

Nós dois transamos.

Eu me entreguei para ele, e ele transou comigo.

Senti meu rosto esquentar, enquanto meu nariz fazia questão de arder. Ron continuava me olhando.

Senti raiva dele. Senti vontade de lhe dar um soco ou um chute. Senti vontade de desaparecer, de sumir com um “puf” cheio de fumacinhas.

Até quando eu aguentaria? Até quando eu me permitiria trancar o choro? Não saberia dizer.

– Com licença – eu joguei a mochila para o lado e me levantei. Cuidando para não pisar no pé de ninguém, saí da cabine o mais rápido que consegui.

Andei pelo corredor procurando uma cabine vazia. Eu estava sem sorte.

Meu peito parecia comprimido, minha garganta estava seca e cheia de nós. Meus olhos logo começariam a escorrer e eu não me permitiria chorar na frente de um monte de desconhecidos fofoqueiros que ficavam especulando no corredor.

Onde estavam essas porcarias de cabines vazias? Eu teria de aparatar para fora do trem para conseguir ficar sozinha? Há, como se eu já tivesse permissão para apartar! Grrrr.

Já estava desistindo quando, porém, encontrei uma cabine completamente vazia. Não havia ninguém lá dentro. Ninguém.

Entrei correndo e fechei a porta com força logo atrás de mim.

Em um momento eu estava respirando fundo e no outro já me encontrava em meio aos soluços. O que estava havendo comigo?

Eu confiei nele. Eu confiei em Ron. Eu confiei não só minha virgindade a ele, mas a minha segurança e o meu medo.

“– E hoje? Seria especial? – eu o fitei, mordendo meu próprio lábio.

– Não – ele respondeu, balançando a cabeça - Especial seria pouco para descrever tudo o que significaria para mim, Pan.”

Aquelas palavras ecoavam na minha mente a cada segundo.

“Especial seria pouco”.

Não consegui ficar de pé por muito tempo, eu estava desmoronando, literalmente. Deixei que meu corpo caísse de joelhos e apoiei meu quadril nos calcanhares. Podia sentir o sangue fervendo e pulsando na região do pescoço.

Eu só posso ser muito idiota mesmo. Como pude acreditar nele? Eu estava errada quando pensei que o conhecia. Completamente e totalmente errada.

“– Quer saber, McLaggen? Eu transei com ela sim. Eu peguei a Pansy!”

Eu transei com ela.

Eu peguei.

Ele me pegou. Me pegou como se eu fosse um objeto qualquer. Algo que ele usou e ficou se gabando por ter feito isso.

– Pansy.

Eu não havia trancado a porta. Alguém certamente havia me seguido.

Olhei para trás por um momento. Um raio podia cair bem no meio da minha cabeça que eu teria ficado muito mais feliz e agradecida. Como é que isso me acontecia? Justo ele! Como as coisas podiam ficar piores?

– Sai – foi apenas isso que consegui dizer, ainda de costas – Vai embora Ronald.

– Não. Eu não vou embora.

– Então eu vou – eu me levantei e fui em direção da porta, mas ele se colocou na minha frente.

– Pansy...

– Não toca em mim! – eu dei um passo para trás enquanto ele tentava me desviar da porta, da minha única saída – Me deixa sair!

– Não! Pan, eu só quero conversar com você.

– Pois eu não quero escutar uma palavra do que você tem a dizer, Ronald! Eu já ouvi o bastante! E NÃO ME CHAME DE PAN!

– Pare de ser teimosa e me deixa falar – disse ele, agora me segurando.

– Não! – eu tentei empurrá-lo para longe, mas isso só pareceu ajuda-lo a ficar mais perto.

– VOCÊ PODE CONFIAR EM MIM! – ele berrou, ousando a chegar ainda mais perto.

Como ele ousava dizer aquilo? Como ele podia usar aquela palavra?

Eu com toda a minha raiva o chutei. O arranhei. O esbofeteei. Arranquei seus cabelos e estapeei.

– Para! – ele gritou.

Ele, com um abraço de ferro, me prendeu em seus braços e eu continuei esperneando e berrando. Tentei morde-lo para que me soltasse, mas ao invés disso ele apenas deu alguns passos para frente.

Minhas costas colidiram com o vidro da janela, frio contra minha pele quente.

Tentei usar minhas pernas para empurrá-lo, mas ele permaneceu onde estava, me encostando no vidro. Pisei no seu pé, mas ele nem pareceu notar. Eu estava exausta de lutar contra ele, mal conseguia ficar de pé.

O que ele estava fazendo, afinal? Tentando me acalmar ou coisa parecida? Ele não tinha esse direito! Não podia simplesmente me abraçar e esperar que eu entendesse as coisas. Eu tinha o direito de estar com raiva, de me sentir machucada e psicótica. EU TINHA O DIREITO DE ESTAR MAL E NÃO TER DE MOSTRAR ISSO PARA NINGUÉM, MUITO MENOS ESCUTAR EXPLICAÇÕES A ESSA ALTURA! Eu só queria ficar sozinha, chorar tudo o que eu conseguisse e esperar que alguma coisa fizesse sentido.

Ele me olhou de cima, observando as lágrimas insistentes que traçavam meu rosto.

– Não Ronald – eu disse quando ele ia limpar uma delas.

– O quê?

– Deixe-a aí. A lágrima.

Ele afastou a mão do meu rosto, deixando-a cair ao lado do seu corpo. Corpo esse que pressionava o meu contra o vidro. Sua respiração também estava irregular, eu podia sentir seu peito subindo e descendo de encontro ao meu.

– Se você a limpar, vai parecer que ela nunca existiu, que nunca houve motivo para que ela fosse derramada. Deixe que ela faça seu papel de lágrima, deixe que ela mesma leve a dor embora quando resolver que é hora de escorrer até o final.

Ele ficou calado, um pouco lerdo interpretando minhas palavras. Pela primeira vez, eu tinha o controle da situação. Firmei minhas mãos na lateral do seu corpo e o desgrudei de mim, empurrando-o para trás um pouquinho.

Confiar é uma palavra muito forte. Não a use se não é sua intenção cumprir o que ela dita.

– Mas Pansy... – suas palavras me fizeram parar na frente da porta, ainda de costas para ele - Me deixe explicar. Eu só quero que você me escute!

Um riso fraco atravessou meus lábios. Uma leve cosquinha percorreu meu rosto e a lágrima, a mesma que Ron havia tido a intenção de limpar, escorreu até minha boca. Senti seu gosto salgado e toda a dor que havia nela. Toda a minha raiva e angústia em forma de uma pequena gotinha. E então eu a engoli.

– É mesmo uma pena que nem tudo é como a gente quer.

Dei de ombros como pude e saí de lá, dessa vez secando as lágrimas e guardando a dor para mais tarde. O que eu menos queria era ver as pessoas “preocupadas” comigo – para não dizer animadas para saber a fofoca do momento. O que havia me feito chorar.

– Ora, ora – acabei esbarrando em uma muralha – Vejam se não é a chorona Parkinson?

Córmaco McLaggen cruzou os braços na frente do peito e mostrou um sorriso cético, quase psicopata.

– Chorona e digna de pena, Córmaco – Lilá apoiou o braço no ombro dele, emitindo uma risadinha de hiena.

Engoli em seco mais uma vez. Eram muitos obstáculos para um dia só. Puxei meu orgulho do fundo do baú e os encarei.

– Pena? – eu dei uma pequena risada nasal – Eu sou digna de pena, Lilá?

A loira logo recuou, mas continuava um pouco atrás de Córmaco exibindo um trêmulo sorriso petulante.

– Vocês se acham demais, não é mesmo? – eu continuei, circulando em volta dos dois – Pois bem, eu tenho um conselho para vocês: Nunca se achem demais, pois tudo o que é demais sobra, tudo o que sobra é resto e tudo o que é resto vai para o lixo.

Lilá parecia ter levado uma chinelada na cara, enquanto Córmaco efervescia de dentro para fora.

– Não vão falar nada agora? – eu os alfinetei um pouco mais - Tem que saber conversar, não adianta cuspir palavras nos outros e não estar preparado para os reflexos delas.

Vendo a situação embaraçosa em que se encontrava o parzinho perverso, eu busquei todas minhas forças para sorrir. Saí andando, deixando-os ali feito duas estátuas bestificadas.

– Não pense que venceu Parkinson! Seu passado te condena! – gritou Lilá.

– E o seu presente te massacra, Brown! – eu nem me importei em virar para olhá-la. Ainda de costas levantei o dedo do meio para cima e continuei andando.

Não sabia como ainda conseguia caminhar. Fui me arrastando até onde pude e acabei achando Blaise e Draco. Luna, Hermione e Gina deveriam ter ido ao banheiro.

– Ei – Blaise levantou meu rosto e Draco pegou minha mão – O que foi que aconteceu, pequena?

– Nada – respondi ao moreno – Só preciso dos meus amigos agora.

– Abraço em grupo? – perguntou Draco, já abrindo os braços.

– Pode crer – eu assenti com a cabeça e os dois se fecharam na minha volta.

Em uma última olhada antes de fechar os olhos completamente por um tempo, eu encontrei Ron me olhando de longe, encostado em uma viga presente entre uma cabine e outra.

Fechei os olhos com força e uma grossa lágrima escorreu para a camisa de Draco, onde eu descansava minha cabeça sobre seu ombro. Senti Blaise afagar meu cabelo de leve.

– Acalma esse coração, pequena, porque desespero nunca resolveu problema.

POV Hermione Granger

[Take a bow – Rihanna]

Gina estava deitada e tinha os pés apoiados na cabeceira da cama. Ela me olhava enquanto eu terminava de desfazer as malas, guardando tudo o que eu não havia usado de volta no guarda roupa.

– Mione – ela chamou meu nome com a voz um pouco arrastada.

Gina estava exausta da viagem de trem, assim como eu.

– O que? – guardei a última blusa mal dobrada no armário e a olhei.

– O que você sentiu com o Draco... Você sabe, lá na casa da árvore?

Aquilo me pegou desprevenida, dizimando meu coração a zero. Mesmo que eu tivesse passado a maior parte da tarde descrevendo até os mínimos detalhes do meu Natal na casa do Blaise para Gina e, em especial o meu momento com Draco na casa da árvore, minha fala parecia trancada. Eu não saberia responder de maneira tão direta assim. Gina, vendo minha cara de confusão bufou, fechando os olhos.

– Você não sabe me dizer o que sentiu, não é? – a ruiva rolou, agora ficando de barriga para baixo e apoiando os cotovelos na cama para sustentar a cabeça sobre as mãos.

– É – eu disse meio relutante. Odiava não saber responder qualquer coisa. Bom, talvez eu até conseguisse responder, mas seria impossível passar para Gina tudo o que eu senti naquela noite, o que tornava tudo um desperdício de palavras e saliva. Preferi guardar minha pouca energia restante e apenas cruzei os braços na frente do peito enquanto voltava a encara-la – Estranho, não? Logo eu, não sabendo responder perguntas.

– Eu não acho – Gina deixou a cabeça apoiada em uma só mão e passou a analisar as unhas da outra – Bom, pelo menos agora eu sei que não sou a única que não consegue descrever o amor em palavras.

Tive vontade de rir. Era estranho ver a ruiva falar de amor com a voz sonolenta. Mais parecia que ela estava falando comigo durante um sonho.

– Você nem precisa descrever nada, Gina. A sua cara quando você está com Neville já fala demais – fui até sua cama e, antes que ela pudesse fazer qualquer coisa, me joguei por cima de suas costas, relaxando meu corpo sobre o da ruiva.

– Você está louca? – ela perguntou risonha, dando tapas fracos na minha coxa – Saia de cima de mim!

– Nhá, deixa de ser estraga prazeres. Está tão bom aqui em cima.

Em um movimento rápido Gina já estava por cima de mim. Droga de quadribol que a deixava mais ágil que uma mosca!

– Hermione! – ela levantou da cama com um pulo – Nós não fomos jantar! Como nos esquecemos disso? É o jantar de boas vindas, sempre tem algo especial.

– Ah não – protestei cansada – Gina, eu não vou sobreviver sem uma soneca!

– Que soneca, o quê – ela me puxou pelos braços enquanto eu ficava o mais molenga possível. Eu mais parecia uma boneca de pano bastante pesada, e era essa a minha intenção: não deixar que ela me forçasse a ficar de pé – Levanta logo daí, Mione!

– E se eu não levantar? Você vai empurrar minha cama até o Salão Principal, é? – me agarrei ao travesseiro dela e encaixei minha cabeça nele.

– Muito engraçadinha, você – ela forçou uma cara de cínica enquanto colocava as mãos na cintura – Mas assim como eu sei dar uma de princesa, também sei me comportar como um ogro. Levanta de uma vez ou se não eu te lanço um Levicorpus e levo você de cabeça para baixo até a mesa da Grifinória.

Fiquei de pé em meio segundo. A sensação de ser içada do chão e ficar pendurada no ar de cabeça para baixo já era conhecida por mim. Fred e Jorge haviam acordado a mim e a Gina assim nas férias passadas, na Toca.

Gina passou o braço ao redor do meu e foi me puxando porta a fora. Concentrei-me nos degraus quando descemos as escadas, para não tropeçar nos meus próprios pés.

Assim que chegamos ao Salão Comunal demos de cara com um Ron bastante cabisbaixo e um Harry tentando consolá-lo, os dois estavam sentados no sofá. Pelo cara de Ron, pude perceber que ele e Pansy ainda estavam brigados.

– Ei garotos – eu parei de andar e Gina teve de frear o passo – Vocês não vão jantar?

– Estamos indo para o Salão Principal – disse Gina, apontando para o buraco do retrato – Vocês não querem ir com a gente?

Harry nos olhou um pouco cauteloso, dividindo sua atenção entre nós duas e Ron, este que nem sequer levantou a cabeça para nos olhar.

– Roniquinho – Gina soltou seu braço do meu e foi até seu irmão. Harry levantou do sofá e cedeu seu lugar para ela. Gina sentou ao lado de Ron e passou a dar batidinhas fracas nas costas dele – Ei, vamos jantar. Vai ter comida, Ron. Você ama comida.

O ruivo bufou, enquanto eu e Harry ríamos do método de Gina para fazer Ron nos acompanhar.

– Qual é, Ron – Harry parecia exausto – Vem com gente. De repente, nos podemos até fazer uma guerra de comi...

– Não! – ele gritou, levantando do sofá. Gina levou um susto e se afastou dele como reflexo – Eu só quero morrer. Será que dá para eu fazer isso sozinho?!

Ele saiu apressado até a escada do dormitório masculino, atraindo olhares de todos no salão. Ele pisava forte, de forma que todos ouviram o ranger dos degraus enquanto ele desaparecia escada acima.

Ele precisava ficar sozinho, então puxei Harry pelo braço assim que ele teve a intenção de segui-lo.

– Deixa – eu murmurei perto do seu rosto – Ele só precisa de um tempo.

Harry assentiu. Se juntou a mim e Gina e seguimos para fora do salão. Andamos pelos corredores em silêncio. Nós todos estávamos cansados, e a situação de Ron e Pansy, querendo ou não, havia afetado de forma significativa o nosso grupo. Parecia que o equilíbrio havia sumido, que nosso círculo de amizade havia se partido ao meio, mandando metade para um lado e metade para o outro.

Neville nos encontrou no caminho e foi conversando mais à frente com Gina. Harry, além de cansado, parecia pensativo.

– O que foi? – perguntei a ele.

– O que? – ele me olhou rapidamente.

– Até parece que eu não te conheço, Harry. Eu sei quando tem algo errado.

O moreno respirou fundo e soltou o ar pela boca.

– É a Astória – ele baixou o olhar para o chão – Ela está estranha. Só estou preocupado com ela.

– O que aconteceu? – eu tentei entender – Ela parecia bem hoje de manhã, na casa do Blaise.

– Sim, e é isso que me deixou confuso. Quando chegamos ao trem, a irmã dela passou pela gente com um garoto. Astória pareceu ficar repleta de pavor nos olhos. Ela e a irmã não se dão bem, eu sei disso, mas para ficar do jeito que Astória ficou, acho que tem algo a mais.

Fiquei calada por um momento. Não sabia que Astória e Dafne não se davam bem.

– Olha, Harry... Eu não conheço a Astória tão bem assim, talvez seja só algum problema familiar mesmo. Você já tentou perguntar para ela o que está acontecendo?

– Já – ele confirmou com a cabeça – Mas ela diz que não há nada, que está tudo bem. Mas eu sei que não está.

– Bom, sendo assim, só fique de olho. Se ela estiver passando por algo ruim, em algum momento ela vai contar. Não se preocupe.

Harry assentiu e deu um sorriso fraco, mas dessa vez parecia um pouco mais confortado.

Chegamos à entrada do Salão Principal e eu parei. Comecei a olhar para os lados, procurando-o.

– O que foi? – foi a vez de Harry perguntar.

– Ah, nada não. É que Draco pediu que eu o encontrasse aqui na frente.

– Sendo assim – Harry fez uma reverência discreta para mim e eu ri – Vou entrar. Não quero dar uma de vela para vocês dois.

Eu revirei os olhos enquanto o moreno ria. Ele entrou no grande salão enquanto eu me encostava na parede ao lado da porta. Minha vontade era ir deslizando pela parede até o chão. Minhas pernas estavam sem força e meu estômago precisava de algo comestível.

Onde o Draco estava? Uns quinze minutos se passaram e nada de ele dar as caras. Fred e Charlotte passaram apaixonados por mim e acenaram antes de passar pela porta. Foi assim também com Blaise e Luna, Jorge e Angelina e Simas e Dino, só que a única diferença era que esses últimos não estavam apaixonados.

Comecei a ficar desanimada. Será que Draco havia se esquecido do que ele mesmo tinha combinado? E eu estaria aqui, morrendo de fome atrás de uma parede onde estava sendo servido um jantar de tirar o fôlego?

Alguém colocou as mãos na frente dos meus olhos. Tive o impulso de gritar, mas a mesma pessoa tapou minha boca.

Minha mão percorreu até o bolso da calça e meus dedos encontraram minha varinha.

– Calma Granger. Sou eu – meus olhos ganharam foco novamente e eu vi Draco. Ele riu, tirando a mão da minha boca.

– Você quase me mata de susto, garoto! – eu dei um tapa forte em seu braço – E você está atrasado.

– Desculpa, eu sei que demorei – ele ainda tinha um riso enrustido no rosto.

– O que foi? – eu perguntei incomodada.

– Nada – ele se segurou enquanto um garoto gorducho da Lufa Lufa passava por nós e entrava no Salão Principal, e então caiu na gargalhada - Você precisava ver sua cara. Pensou que eu fosse quem? Um dementador?

Ele estava tirando uma com a minha cara. Me virei, irritada, e segui até a porta.

– Onde é que você está indo? – ele me perguntou, vindo atrás de mim.

– Jantar? – eu franzi as sobrancelhas, apontando para a porta.

– Ah, não – ele negou com a cabeça – Eu sinto em lhe informar, Granger, mas hoje você não vai jantar aí.

Meu impulso foi rir.

– E onde é que eu vou jantar, então? – eu lhe encarei, tentando parecer séria, completamente sem sucesso.

– Me acompanhe – ele ofereceu o braço e eu, com cautela, aceitei.

Fomos na direção contrária a de todo mundo, nos distanciando cada vez mais da parte habitada do castelo. Subimos alguns lotes de escadas e eu já estava me arrastando para acompanha-lo.

– Falta muito? – eu perguntei ao loiro. Ele não respondeu.

Dobramos um corredor e mais outro, e isso não parecia terminar. Meus pés doíam e meus joelhos protestavam.

– Draco, para onde é que você está me levando? – eu tentei mais uma vez – É sério, meu tronco vai se separar das minhas pernas daqui a pouco.

Ele parou em minha frente, de costas para mim. Se inclinou para baixo e me olhou contorcendo o pescoço.

– Sobe aí – ele apontou para as próprias costas.

– Você está falando sério? – eu franzi o cenho, tentando controlar um sorriso.

– Anda logo – ele encorajou.

Com as mãos em seus ombros, flexionei meus joelhos e peguei um pouco de impulso. Ele me deu apoio com as mãos na parte de trás das minhas coxas, fazendo com que eu me encostasse toda em suas costas e envolvesse meus braços ao redor do seu tórax.

Ele andou mais um pouco e as vezes fingia que ia me deixar cair. Fiquei colocando o cabelo loiro dele para trás da orelha e sentindo o seu cheiro, que insistia a ficar perto das minhas narinas.

– Chegamos – disse ele, parando na frente de uma grande parede vazia.

Em alguns segundos, uma porta de carvalho escura havia se materializado ali. Ele deixou que eu escorregasse pelas suas costas até que meus pés tocassem o chão. Levou a mão até a maçaneta e a girou, abrindo a porta.

Sem nem precisar olhar, seus dedos se entrelaçaram aos meus e ele foi me puxando para dentro.

A sala que Draco havia imaginado agora estava ao meu redor. Paredes de pedra, o chão todo coberto de um tapete verde que parecia grama e luminárias chinesas coloridas presas no teto que davam uma iluminação fraquinha e relaxante. Mais ao canto uma toalha vermelha xadrez se estendia sobre o tapete grama. Sobre ela haviam algumas velas acesas e uma cesta de palha que parecia bem recheada.

– Um piquenique? – eu perguntei ao loiro enquanto ele me levava até a toalha xadrez.

– Espero que você esteja com fome. Fiquei mais de meia hora confabulando com os elfos na cozinha e eles não paravam de trazer mais comida para mim. Foi por isso que me atrasei, desculpe.

– Tudo bem – eu estava completamente pasma e controlava o meu queixo para que não permanecesse caído. Sentei em uma ponta e Draco ficou de frente para mim. Ele ia tirando a comida da cesta, enquanto eu admirava as luminárias acima das nossas cabeças.

Logo já estava a minha frente um prato cheio de sanduíches, uma vasilha de madeira clara com cookies de chocolate, outra cheia de frutas como uvas arroxeadas e bananas bem maduras e amarelas. Mais ao lado, uma tigela cheia de algo cremoso e amarronzado. Aquilo com certeza era chocolate derretido.

Draco pegou um morango de uma bandeja que ainda estava dentro da cesta e mergulhou no chocolate. Levou a minha boca e eu mordi, me lambuzando toda com aquela oitava maravilha do mundo.

Ele sorriu, servindo em duas taças um espumante de maçã.

– Os elfos deram isso para você? – eu perguntei de boca cheia, terminando com um dos sanduíches.

– O espumante? – ele levantou a garrafa e eu assenti – Bem... Digamos que não – Draco inclinou o rosto um pouquinho e deu um sorriso travesso.

– E como é que você conseguiu então? – eu aceitei a taça que ele me oferecia.

– Ser um Malfoy tem suas vantagens – disse ele, dando de ombros e batendo sua taça na minha, fazendo um tim tim delicado.

Sorri para ele e tomei um gole do espumante. Seguido do chocolate derretido, isso também podia entrar para a lista das maravilhas do mundo. Logo a garrafa já estava vazia e nós dois fazíamos coisas bobas.

– Tá pronto? – eu peguei uma uva do cacho e me preparei. Draco estava inclinado para trás, só esperando que eu a jogasse. Assim que fiz isso, ele a pegou com a boca sem dificuldade alguma.

– Certo – disse ele a engolindo – Agora é sua vez.

Me inclinei para trás do mesmo jeito que ele havia feito e abri a boca. Draco jogou não uma só uva, mas três. Uma seguida da outra elas erraram minha boca e cada uma delas acertou o nariz, a bochecha e a testa, respectivamente.

– Ei! – eu gritei furiosa – Assim não vale!

Draco ria da minha frustração de olhos fechados enquanto eu pensava no que faria com ele. Fui engatinhando em cima da toalha até ele e molhei dois dedos no chocolate derretido. Assim que ele abriu os olhos, coloquei os dedos sujos de chocolate sobre seus lábios, os pintando feito batom.

– Pronto, agora você está lindo! – eu festejei enquanto ele me olhava com aqueles olhos azuis perfeitos.

Draco me puxou para frente e eu caí em cima dele. Logo já estávamos rolando pelo tapete grama e ríamos a beça. Ele acabou ficando por cima e juntou seus lábios doces sobre os meus. Conforme o beijo seguia, eu ia limpando o chocolate da sua boca enquanto ele limpava o que estava na minha.

Ele percorreu meu corpo com as mãos. Elas estavam diferentes, lentas e decididas. Soltei um suspiro quando ele ergueu um pouco minha cintura e me puxou de encontro ao seu corpo, enterrando o rosto em meus cabelos e roçando o nariz no meu pescoço. Ao sentir seus beijos mais intensos por ali, precisei de um tempinho para protestar.

– Draco...

A maciez de sua boca era boa demais para fazer com que ele parasse. Um gemido baixinho escapou de sua garganta quando ele pressionou sua pélvis contra a minha. Prendi a respiração, não sabendo muito bem em onde isso iria dar. Eu só precisava dizer “sim”.

Nossos olhos se encontraram, e pude ver o desejo em sua expressão enquanto ele examinava detalhadamente a minha boca.

Ele se inclinou para me beijar novamente, parando a uns dois centímetros de distância. Eu podia sentir o calor irradiando de sua pele e vindo de encontro aos meus lábios. Seus dedos afundaram na lateral das minhas coxas enquanto ele ponderava, e então suas mãos deslizaram do meu quadril para dentro da minha blusa. Os dedos dele foram explorando minha barriga, e, no momento em que estava prestes a tocar meu sutiã, ele hesitou. Quando abri a boca para dizer “sim”, ele parou.

– Assim não – sussurrou, roçando os lábios nos meus – Eu quero você, mas não assim.

Ele foi cambaleando para trás até cair de costas na grama de mentirinha, e fiquei parada um instante. Forcei-me a sentar e olhei para ele. Draco estava com a respiração voltando ao normal e tinha fechado os olhos. Rastejei até ele e me aninhei nos seus braços. Ele me acolheu e beijou a minha testa.

Concentramo-nos em olhar as luminárias de papel. Elas balançavam levemente quando uma corrente de ar ousava entrar por de baixo da porta. Uma musiquinha calma começou a tocar ao fundo e vi que Draco assobiava baixinho no ritmo da melodia.

Isso foi o suficiente para que eu me sentisse em completa paz. Já estava prestes a adormecer quando Draco sussurrou:

– Boa noite Hermione.

– Boa noite Draco – sussurrei de volta, sentindo um sonolento sorriso brotar em meus lábios.



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Notas finais do capítulo

O que acharam? Eu até que não viajei muito nesse, hahaha.
Por favor, comentem assim como esse bonequinho esquisito de chapéu-coco, monóculo e que tem caninos pontudos que fica aqui em baixo está pedindo. HA HA HA HA HA.
O que vocês acham que está acontecendo com a Astória? Hmmmmm, me digam.
Vou aproveitar para agradecer aos 139 leitores de Together e aos 71 que adicionaram a fic aos favoritos. Aaaah, e também aos 13 que deixaram recomendação. Vocês me fazem muito feliz, muito obrigado por isso.
Preciso ir, certo? Já é tarde e eu ainda preciso fazer um monte de coisas.
Muitos beijos e abraços apertados,
Giu ♥
P.S. Eu amo cada um de vocês.